Após ficar quase quatro anos parada, motivada pela grave contusão no joelho direito (cartilagem), a ala-pivô Leila Sobral, de 28 anos, está vestindo novamente a camisa do Brasil. Ela retornou às quadras há três meses, jogou seis partidas e foi convocada pelo técnico Antônio Carlos Barbosa. Ainda com 60% de sua condição física ideal, treina duro em Ribeirão Preto, junto com o grupo da seleção, para voltar à sua melhor forma. Campeã mundial em 1994, na Austrália, e medalha de prata em 1996, na Olimpíada de Atlanta, Leila está se preparando para a disputa do Pan-Americano da República Dominicana, em agosto, e do Pré-Olímpico do México, em setembro. Afinal, ela entende que ainda não terá totais condições de jogo no Sul-Americano do Equador, no final deste mês. "Nem esperava ser convocada e estou batalhando a minha forma física", revelou Leila. "Pra mim, não é má idéia eu ficar no Brasil e treinar para o Pan e o Pré-Olímpico. Para chegar a ser a Leila 100%, é melhor não ir ao Sul-Americano, mas depende do (técnico Antônio Carlos) Barbosa." O técnico da seleção não antecipa se Leila irá ao Sul-Americano do Equador, mas dá uma pista. "Ela está respondendo bem aos treinamentos, mas ainda é um investimento que estamos fazendo", afirmou Barbosa nesta no treino desta quarta-feira. Por enquanto, o grupo conta com apenas 7 jogadoras em Ribeirão Preto, já que Alessandra recupera-se de uma cirurgia de vesícula e as demais convocadas disputam a final do Campeonato Paulista, por Americana e Ourinhos. Assim, a equipe deve estar completa só na semana que vem. Para Leila, será importante retornar às competições pela seleção brasileira nos Jogos de São Domingos. Afinal, ela tem péssimas recordações do último Pan, em Winnipeg, no Canadá, em 1999. "Foi lá que me machuquei", lembrou. Com a gravidade da contusão, pensou logo em parar de jogar. Depois, vieram os apelos de amigos e resolveu ficar distante das quadras. Mas teve o filho Davi, agora com 9 meses, e decidiu retornar. "Queria mostrar o que eu era e passar algo de bom para ele, pois quero que seja um esportista também", explicou Leila, que agora também precisa acostumar-se a ficar distante do filho. "Esse é o nosso trabalho e quero voltar a jogar bem", avisou.