Se o juiz mexicano Octavio Meyran tivesse feito corretamente a contagem na queda de James Buster Douglas no oitavo assalto, o resultado da luta, em 11 de fevereiro de 1990, em Tóquio, Japão, seria a favor de Mike Tyson. E a zebra de 42 por 1 na bolsa de apostas não teria acontecido. E desta forma, a carreira do Iron Man teria tomado um outro rumo.
Tyson só perdeu para Douglas porque simplesmente não treinou para o combate que levou mais de 40 mil pessoas ao Tokyo Dome. Rodeado por incompetentes em seu córner, que tiveram de usar uma camisinha cheia de água gelada para tentar conter os inchaços em seus rosto durante a luta, o Iron Man foi uma sombra daquele lutador demolidor de combates anteriores.
Mesmo despreparado, Tyson acertou um impressionante upper de direita em Douglas a quatro segundos do final do oitavo assalto. O desafiante foi para a lona e só se levantou 14 segundos depois. Meyran "comeu bola", o assalto acabou, Douglas se recuperou e liquidou com Tyson no décimo assalto.
Se o VAR existisse no boxe naquela época, Tyson teria vencido, somado sua 38ª vitória consecutiva e permanecido como campeão por vários anos. Isso porque a surra imposta por Douglas fez Tyson voltar aos treinamentos. Na sequência, o ex-campeão derrubou Henry Tillman e Alex Stewart no primeiro assalto, ainda em 1990, e depois superou duas batalhas frente ao fortíssimo canadense Donovan Razor Ruddock, antes ser condenado por estupro.
Em um exercício de refazer o passado, caso Tyson tivesse ganho de Douglas, sua carreira poderia ter tomado outro rumo com os seguintes adversários: Evander Holyfield, George Foreman, Riddick Bowe, Lennox Lewis, Ray Mercer, Michael Moorer, Tommy Morrison, Ruddock, Frank Bruno, John Ruiz, Hasim Rahman, Chris Byrd, além dos irmãos Klitschko.
Tyson teria permanecido como campeão por mais oito ou dez anos, somado mais 15 vitórias e quebrado o recorde invicto de 49 triunfos de Rocky Marciano. Isso talvez aconteceria ou não. Ninguém sabe. Mas que seria diferente, seria.