É impossível se calar diante do absurdo dos absurdos que é o comando da CBF (Confederação Brasileira de Futebol). É uma pouca vergonha o que estão fazendo com o País que conquistou praticamente tudo dentro do futebol.
A maneira como a Seleção Brasileira vem sendo tratada mais se parece com um time de várzea e, para falar a verdade, acho que realmente esse é o termo mais adequado para se referir ao selecionado brasileiro.
Julio Grondona, o monarca da Federação Argentina que está no comando do futebol dos nossos vizinhos há mais de 30 anos, conseguiu humilhar o Brasil com a marcação daquela pelada terrível em Resistencia, semana passada. Esse Superclássico é uma competição de péssimo gosto e tem a proeza de reunir o que há de pior nos dois países. Atitudes como essa só servem para continuar diminuindo o valor de duas das seleções mais tradicionais do mundo.
É uma vergonha terem marcado um jogo entre Brasil e Argentina num lugar tão horroroso como aquele Estádio Centenário, casa de um time da Quarta Divisão do Campeonato Argentino. Isso sem falar que no voo de ida poderia ter acontecido uma tragédia - ainda bem que temos pilotos excepcionais.
O nível dos jogadores das duas seleções é triste, com apenas algumas exceções que não precisamos nem mencionar porque todos nós já conhecemos. Até quando vamos aturar esse tipo de dirigente mandando no futebol brasileiro? Eles são bem remunerados, trabalham pouco e, para completar, quando a Seleção Brasileira viaja ainda curtem o exterior.
Para que servem esses próximos amistosos, contra Iraque e Japão? A CBF coloca o jogador dentro de um avião, manda pra cima e pra baixo, desgasta os atletas e prejudica os clubes. Isso é uma vergonha. Mas continuo achando que o maior culpado é quem joga, é o atleta que não reage, que não fala nada. A sensação que eu tenho é que os jogadores encaram essas partidas como mais um passeio pela Europa. Lamentável.
Sentimos a ineficácia desse tipo de amistoso na hora que vamos disputar Copa do Mundo e Olimpíada. Na primeira fase, a Seleção enfrenta times fracos e ganha fácil. Mas quando tromba com equipes de nível, quem dança é o Brasil. Foi assim contra o México em Londres e diante da Holanda na África do Sul.
Isso é reflexo da falta de talento e de qualidade do futebol brasileiro e desses péssimos amistosos. Se o Brasil continuar achando que vai ganhar competição de peso só na base da eficiência, sem jogar bem, vamos continuar sofrendo.