Olimpíadas 2024: brasileiro conta os bastidores de como é ser um voluntário nos Jogos de Paris


Lucas Merigue trabalhou na Arena Bercy, casa da ginástica, e viu de perto as conquistas de Rebeca Andrade nas Olimpíadas

Por Vinícius Harfush
Atualização:

A disputa dos Jogos Olímpicos é o sonho de qualquer atleta, é considerada o auge para qualquer esportista profissional. O evento reúne pessoas de diversos lugares do mundo para uma única cidade e se transforma em uma oportunidade de torcedores interagirem e compartilharem experiências. Para o Brasileiro Lucas Merigue, a vivência das Olimpíadas se deu através do voluntariado oficial promovido pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) e pela organização oficial de Paris-2024. Residente de São Paulo, Lucas saiu do Brasil direto para a Europa para realizar um sonho que, no início, foi inspirado no seu pai.

“Tudo começou com o meu pai, porque ele foi voluntário em 2016, no Rio. Eu não pude ser voluntário nessa época porque eu estava na faculdade. Mas desde então ele falou que eu deveria viver isso aqui, que era demais. Ele é um cara que adora viajar o mundo inteiro, e eu também, a gente gosta muito de viajar. Se ele falou que a experiência foi demais, eu com certeza tinha que participar também”, lembra.

Lucas Merigue, voluntário brasileiros nas Olimpíadas de Paris, na Arena Bercy Foto: Reprodução/Instagram via @lucasmerigue
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A ida para a capital francesa se transformou em pequenas férias programadas. Merigue interrompeu temporariamente os estudos para o concurso de diplomacia, que é o seu sonho de carreira, para viver a experiência de trabalhar no ambiente olímpico pela primeira vez. Desembarcou em solo europeu ainda no mês de junho, viajou ao lado do pai e pisou em Paris, de fato, quando se apresentou para começar o voluntariado.

“Quando a gente chegou no começo de junho, estava tudo nos preparativos, estava uma coisa ou outra com a cara das Olimpíadas. Mas aí viajei e quando eu voltei, depois de Santiago, a coisa já estava pior, já tinha linhas de metrô interrompidas e certas coisas que nem todo mundo podia fazer aqui”, lembra. Entre as grandes vantagens de ser um voluntário está o fato de Lucas receber uma credencial para acessar diversas partes das arenas e da cidade.

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No Instagram, o brasileiro tem compartilhado a rotina de como é trabalhar nos bastidores dos Jogos. Em um dos vídeos, narra que ao caminhar pela rua trajado com a roupa de voluntário, torna-se quase uma celebridade para o público, que para a pede informações a todo momento.

O ‘traje especial’, aliás, foi um dos brindes que Lucas Meringue recebeu ao chegar em Paris. E a lista é grande. “Vem quatro camisetas, duas calças, um par de tênis, quatro pares de meia, um chapéu e até uma blusa de frio que vira uma jaqueta bem bem útil”, narra o voluntário ao lembrar do kit que recebeu na chegada na capital francesa.

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Os itens são tantos que o brasileiro mal precisou levar suas próprias roupas, já que a rotina começa cedo ao chegar às instalações olímpicas onde vai trabalhar.

Para Meringue, o ambiente do seu trabalho talvez fosse o sonho de muitos brasileiros que acompanharam os Jogos Olímpicos até aqui. A Arena Bercy, casa da ginástica, foi o espaço que recebeu o grupo de voluntários que Lucas fazia parte. Entre muitos franceses e canadenses, estava um brasileiro que viu de perto as quatro conquistas de Rebeca Andrade na modalidade, tornando-se a maior medalhista olímpica do País.

“Lá eu descobri que 90% dos voluntários que estavam ao meu redor eram ginastas ou envolvidos muito profundamente com a ginástica. Quando você se inscreve é possível colocar uma área de interesse ou conhecimento. Eu coloquei natação, porque sou nadador, mas mesmo assim fiquei feliz de conhecer a ginástica”.

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Entre as tarefas de recepção e reposição de materiais, Lucas teve o gostinho de ser ‘DJ por um dia’ entre as melhores ginastas do mundo. Ele conta que na sala de aquecimento das atletas, afastadas dos olhos do público ou da imprensa, um voluntário sempre fica responsável por fazer a chamada nome a nome, colocar a trilha sonora para o aquecimento e assistir bem de perto os últimos ajustes antes das provas na Arena Bercy.

“Foi a hora que eu me senti mais envolvido, porque eu não estava só um boneco existindo, eu falava, elas ouviam a minha voz, elas tinham que obedecer ao meu comando, eu colocava a música”.

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O trabalho nos bastidores da ginástica também deu ao brasileiro a oportunidade de acompanhar a preparação dos países para as provas. Observando como as seleções estavam minutos antes da prova, Lucas lembra de ver muita leveza entre atletas brasileiras. Juntas, conquistaram a inédita medalha de bronze na disputa por equipes.

“A gente vê diferentes tipos de preparação. Por exemplo, você vê atletas da China, do Japão, sempre mais reservados, uma coisa mais concentrada, fazendo as coisas deles mais em silêncio. E as atletas do Brasil eu percebi que elas conversavam bastante entre si, sempre tinham um sorriso no rosto”.

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Como funciona a inscrição

Para se inscrever no voluntariado oficial, não há um site específico para isso. Meringue conta que cada organização dos Jogos Olímpicos cria um site voltado apenas para a aplicação deste formulário. As perguntas variam desde os seus interesses de esporte e habilidades de idioma, até perguntas mais específicas sobre seu comportamento, gostos pessoais e experiências de vida que já viveu. A inscrição não é garantia de que será chamado para participar, mas o estudante de diplomacia garante que a fluência em mais de um idioma além do inglês ajuda bastante.

Ele ressalta que a escolha das atividades ou o que o voluntário trabalhará durante as Olimpíadas também é um mistério até que, alguns meses antes, cheguem via e-mail ‘propostas’ enviadas pela organização. Lá, contém a descrição de qual esporte você cuidará, sem especificar as atividades do dia a dia, um período de tempo determinado para o voluntariado. Após o aceite, um novo e-mail é enviado com as escaladas de trabalho que são cumpridas com rigor pela organização.

Pensando em Los Angeles, próximos Jogos a serem disputados em 2028, o brasileiro afirma que com certeza tentará uma nova participação e afirma que a experiência vivida em Paris será guardada com carinho.

A disputa dos Jogos Olímpicos é o sonho de qualquer atleta, é considerada o auge para qualquer esportista profissional. O evento reúne pessoas de diversos lugares do mundo para uma única cidade e se transforma em uma oportunidade de torcedores interagirem e compartilharem experiências. Para o Brasileiro Lucas Merigue, a vivência das Olimpíadas se deu através do voluntariado oficial promovido pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) e pela organização oficial de Paris-2024. Residente de São Paulo, Lucas saiu do Brasil direto para a Europa para realizar um sonho que, no início, foi inspirado no seu pai.

“Tudo começou com o meu pai, porque ele foi voluntário em 2016, no Rio. Eu não pude ser voluntário nessa época porque eu estava na faculdade. Mas desde então ele falou que eu deveria viver isso aqui, que era demais. Ele é um cara que adora viajar o mundo inteiro, e eu também, a gente gosta muito de viajar. Se ele falou que a experiência foi demais, eu com certeza tinha que participar também”, lembra.

Lucas Merigue, voluntário brasileiros nas Olimpíadas de Paris, na Arena Bercy Foto: Reprodução/Instagram via @lucasmerigue

A ida para a capital francesa se transformou em pequenas férias programadas. Merigue interrompeu temporariamente os estudos para o concurso de diplomacia, que é o seu sonho de carreira, para viver a experiência de trabalhar no ambiente olímpico pela primeira vez. Desembarcou em solo europeu ainda no mês de junho, viajou ao lado do pai e pisou em Paris, de fato, quando se apresentou para começar o voluntariado.

“Quando a gente chegou no começo de junho, estava tudo nos preparativos, estava uma coisa ou outra com a cara das Olimpíadas. Mas aí viajei e quando eu voltei, depois de Santiago, a coisa já estava pior, já tinha linhas de metrô interrompidas e certas coisas que nem todo mundo podia fazer aqui”, lembra. Entre as grandes vantagens de ser um voluntário está o fato de Lucas receber uma credencial para acessar diversas partes das arenas e da cidade.

No Instagram, o brasileiro tem compartilhado a rotina de como é trabalhar nos bastidores dos Jogos. Em um dos vídeos, narra que ao caminhar pela rua trajado com a roupa de voluntário, torna-se quase uma celebridade para o público, que para a pede informações a todo momento.

O ‘traje especial’, aliás, foi um dos brindes que Lucas Meringue recebeu ao chegar em Paris. E a lista é grande. “Vem quatro camisetas, duas calças, um par de tênis, quatro pares de meia, um chapéu e até uma blusa de frio que vira uma jaqueta bem bem útil”, narra o voluntário ao lembrar do kit que recebeu na chegada na capital francesa.

Os itens são tantos que o brasileiro mal precisou levar suas próprias roupas, já que a rotina começa cedo ao chegar às instalações olímpicas onde vai trabalhar.

Para Meringue, o ambiente do seu trabalho talvez fosse o sonho de muitos brasileiros que acompanharam os Jogos Olímpicos até aqui. A Arena Bercy, casa da ginástica, foi o espaço que recebeu o grupo de voluntários que Lucas fazia parte. Entre muitos franceses e canadenses, estava um brasileiro que viu de perto as quatro conquistas de Rebeca Andrade na modalidade, tornando-se a maior medalhista olímpica do País.

“Lá eu descobri que 90% dos voluntários que estavam ao meu redor eram ginastas ou envolvidos muito profundamente com a ginástica. Quando você se inscreve é possível colocar uma área de interesse ou conhecimento. Eu coloquei natação, porque sou nadador, mas mesmo assim fiquei feliz de conhecer a ginástica”.

Entre as tarefas de recepção e reposição de materiais, Lucas teve o gostinho de ser ‘DJ por um dia’ entre as melhores ginastas do mundo. Ele conta que na sala de aquecimento das atletas, afastadas dos olhos do público ou da imprensa, um voluntário sempre fica responsável por fazer a chamada nome a nome, colocar a trilha sonora para o aquecimento e assistir bem de perto os últimos ajustes antes das provas na Arena Bercy.

“Foi a hora que eu me senti mais envolvido, porque eu não estava só um boneco existindo, eu falava, elas ouviam a minha voz, elas tinham que obedecer ao meu comando, eu colocava a música”.

O trabalho nos bastidores da ginástica também deu ao brasileiro a oportunidade de acompanhar a preparação dos países para as provas. Observando como as seleções estavam minutos antes da prova, Lucas lembra de ver muita leveza entre atletas brasileiras. Juntas, conquistaram a inédita medalha de bronze na disputa por equipes.

“A gente vê diferentes tipos de preparação. Por exemplo, você vê atletas da China, do Japão, sempre mais reservados, uma coisa mais concentrada, fazendo as coisas deles mais em silêncio. E as atletas do Brasil eu percebi que elas conversavam bastante entre si, sempre tinham um sorriso no rosto”.

Como funciona a inscrição

Para se inscrever no voluntariado oficial, não há um site específico para isso. Meringue conta que cada organização dos Jogos Olímpicos cria um site voltado apenas para a aplicação deste formulário. As perguntas variam desde os seus interesses de esporte e habilidades de idioma, até perguntas mais específicas sobre seu comportamento, gostos pessoais e experiências de vida que já viveu. A inscrição não é garantia de que será chamado para participar, mas o estudante de diplomacia garante que a fluência em mais de um idioma além do inglês ajuda bastante.

Ele ressalta que a escolha das atividades ou o que o voluntário trabalhará durante as Olimpíadas também é um mistério até que, alguns meses antes, cheguem via e-mail ‘propostas’ enviadas pela organização. Lá, contém a descrição de qual esporte você cuidará, sem especificar as atividades do dia a dia, um período de tempo determinado para o voluntariado. Após o aceite, um novo e-mail é enviado com as escaladas de trabalho que são cumpridas com rigor pela organização.

Pensando em Los Angeles, próximos Jogos a serem disputados em 2028, o brasileiro afirma que com certeza tentará uma nova participação e afirma que a experiência vivida em Paris será guardada com carinho.

A disputa dos Jogos Olímpicos é o sonho de qualquer atleta, é considerada o auge para qualquer esportista profissional. O evento reúne pessoas de diversos lugares do mundo para uma única cidade e se transforma em uma oportunidade de torcedores interagirem e compartilharem experiências. Para o Brasileiro Lucas Merigue, a vivência das Olimpíadas se deu através do voluntariado oficial promovido pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) e pela organização oficial de Paris-2024. Residente de São Paulo, Lucas saiu do Brasil direto para a Europa para realizar um sonho que, no início, foi inspirado no seu pai.

“Tudo começou com o meu pai, porque ele foi voluntário em 2016, no Rio. Eu não pude ser voluntário nessa época porque eu estava na faculdade. Mas desde então ele falou que eu deveria viver isso aqui, que era demais. Ele é um cara que adora viajar o mundo inteiro, e eu também, a gente gosta muito de viajar. Se ele falou que a experiência foi demais, eu com certeza tinha que participar também”, lembra.

Lucas Merigue, voluntário brasileiros nas Olimpíadas de Paris, na Arena Bercy Foto: Reprodução/Instagram via @lucasmerigue

A ida para a capital francesa se transformou em pequenas férias programadas. Merigue interrompeu temporariamente os estudos para o concurso de diplomacia, que é o seu sonho de carreira, para viver a experiência de trabalhar no ambiente olímpico pela primeira vez. Desembarcou em solo europeu ainda no mês de junho, viajou ao lado do pai e pisou em Paris, de fato, quando se apresentou para começar o voluntariado.

“Quando a gente chegou no começo de junho, estava tudo nos preparativos, estava uma coisa ou outra com a cara das Olimpíadas. Mas aí viajei e quando eu voltei, depois de Santiago, a coisa já estava pior, já tinha linhas de metrô interrompidas e certas coisas que nem todo mundo podia fazer aqui”, lembra. Entre as grandes vantagens de ser um voluntário está o fato de Lucas receber uma credencial para acessar diversas partes das arenas e da cidade.

No Instagram, o brasileiro tem compartilhado a rotina de como é trabalhar nos bastidores dos Jogos. Em um dos vídeos, narra que ao caminhar pela rua trajado com a roupa de voluntário, torna-se quase uma celebridade para o público, que para a pede informações a todo momento.

O ‘traje especial’, aliás, foi um dos brindes que Lucas Meringue recebeu ao chegar em Paris. E a lista é grande. “Vem quatro camisetas, duas calças, um par de tênis, quatro pares de meia, um chapéu e até uma blusa de frio que vira uma jaqueta bem bem útil”, narra o voluntário ao lembrar do kit que recebeu na chegada na capital francesa.

Os itens são tantos que o brasileiro mal precisou levar suas próprias roupas, já que a rotina começa cedo ao chegar às instalações olímpicas onde vai trabalhar.

Para Meringue, o ambiente do seu trabalho talvez fosse o sonho de muitos brasileiros que acompanharam os Jogos Olímpicos até aqui. A Arena Bercy, casa da ginástica, foi o espaço que recebeu o grupo de voluntários que Lucas fazia parte. Entre muitos franceses e canadenses, estava um brasileiro que viu de perto as quatro conquistas de Rebeca Andrade na modalidade, tornando-se a maior medalhista olímpica do País.

“Lá eu descobri que 90% dos voluntários que estavam ao meu redor eram ginastas ou envolvidos muito profundamente com a ginástica. Quando você se inscreve é possível colocar uma área de interesse ou conhecimento. Eu coloquei natação, porque sou nadador, mas mesmo assim fiquei feliz de conhecer a ginástica”.

Entre as tarefas de recepção e reposição de materiais, Lucas teve o gostinho de ser ‘DJ por um dia’ entre as melhores ginastas do mundo. Ele conta que na sala de aquecimento das atletas, afastadas dos olhos do público ou da imprensa, um voluntário sempre fica responsável por fazer a chamada nome a nome, colocar a trilha sonora para o aquecimento e assistir bem de perto os últimos ajustes antes das provas na Arena Bercy.

“Foi a hora que eu me senti mais envolvido, porque eu não estava só um boneco existindo, eu falava, elas ouviam a minha voz, elas tinham que obedecer ao meu comando, eu colocava a música”.

O trabalho nos bastidores da ginástica também deu ao brasileiro a oportunidade de acompanhar a preparação dos países para as provas. Observando como as seleções estavam minutos antes da prova, Lucas lembra de ver muita leveza entre atletas brasileiras. Juntas, conquistaram a inédita medalha de bronze na disputa por equipes.

“A gente vê diferentes tipos de preparação. Por exemplo, você vê atletas da China, do Japão, sempre mais reservados, uma coisa mais concentrada, fazendo as coisas deles mais em silêncio. E as atletas do Brasil eu percebi que elas conversavam bastante entre si, sempre tinham um sorriso no rosto”.

Como funciona a inscrição

Para se inscrever no voluntariado oficial, não há um site específico para isso. Meringue conta que cada organização dos Jogos Olímpicos cria um site voltado apenas para a aplicação deste formulário. As perguntas variam desde os seus interesses de esporte e habilidades de idioma, até perguntas mais específicas sobre seu comportamento, gostos pessoais e experiências de vida que já viveu. A inscrição não é garantia de que será chamado para participar, mas o estudante de diplomacia garante que a fluência em mais de um idioma além do inglês ajuda bastante.

Ele ressalta que a escolha das atividades ou o que o voluntário trabalhará durante as Olimpíadas também é um mistério até que, alguns meses antes, cheguem via e-mail ‘propostas’ enviadas pela organização. Lá, contém a descrição de qual esporte você cuidará, sem especificar as atividades do dia a dia, um período de tempo determinado para o voluntariado. Após o aceite, um novo e-mail é enviado com as escaladas de trabalho que são cumpridas com rigor pela organização.

Pensando em Los Angeles, próximos Jogos a serem disputados em 2028, o brasileiro afirma que com certeza tentará uma nova participação e afirma que a experiência vivida em Paris será guardada com carinho.

A disputa dos Jogos Olímpicos é o sonho de qualquer atleta, é considerada o auge para qualquer esportista profissional. O evento reúne pessoas de diversos lugares do mundo para uma única cidade e se transforma em uma oportunidade de torcedores interagirem e compartilharem experiências. Para o Brasileiro Lucas Merigue, a vivência das Olimpíadas se deu através do voluntariado oficial promovido pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) e pela organização oficial de Paris-2024. Residente de São Paulo, Lucas saiu do Brasil direto para a Europa para realizar um sonho que, no início, foi inspirado no seu pai.

“Tudo começou com o meu pai, porque ele foi voluntário em 2016, no Rio. Eu não pude ser voluntário nessa época porque eu estava na faculdade. Mas desde então ele falou que eu deveria viver isso aqui, que era demais. Ele é um cara que adora viajar o mundo inteiro, e eu também, a gente gosta muito de viajar. Se ele falou que a experiência foi demais, eu com certeza tinha que participar também”, lembra.

Lucas Merigue, voluntário brasileiros nas Olimpíadas de Paris, na Arena Bercy Foto: Reprodução/Instagram via @lucasmerigue

A ida para a capital francesa se transformou em pequenas férias programadas. Merigue interrompeu temporariamente os estudos para o concurso de diplomacia, que é o seu sonho de carreira, para viver a experiência de trabalhar no ambiente olímpico pela primeira vez. Desembarcou em solo europeu ainda no mês de junho, viajou ao lado do pai e pisou em Paris, de fato, quando se apresentou para começar o voluntariado.

“Quando a gente chegou no começo de junho, estava tudo nos preparativos, estava uma coisa ou outra com a cara das Olimpíadas. Mas aí viajei e quando eu voltei, depois de Santiago, a coisa já estava pior, já tinha linhas de metrô interrompidas e certas coisas que nem todo mundo podia fazer aqui”, lembra. Entre as grandes vantagens de ser um voluntário está o fato de Lucas receber uma credencial para acessar diversas partes das arenas e da cidade.

No Instagram, o brasileiro tem compartilhado a rotina de como é trabalhar nos bastidores dos Jogos. Em um dos vídeos, narra que ao caminhar pela rua trajado com a roupa de voluntário, torna-se quase uma celebridade para o público, que para a pede informações a todo momento.

O ‘traje especial’, aliás, foi um dos brindes que Lucas Meringue recebeu ao chegar em Paris. E a lista é grande. “Vem quatro camisetas, duas calças, um par de tênis, quatro pares de meia, um chapéu e até uma blusa de frio que vira uma jaqueta bem bem útil”, narra o voluntário ao lembrar do kit que recebeu na chegada na capital francesa.

Os itens são tantos que o brasileiro mal precisou levar suas próprias roupas, já que a rotina começa cedo ao chegar às instalações olímpicas onde vai trabalhar.

Para Meringue, o ambiente do seu trabalho talvez fosse o sonho de muitos brasileiros que acompanharam os Jogos Olímpicos até aqui. A Arena Bercy, casa da ginástica, foi o espaço que recebeu o grupo de voluntários que Lucas fazia parte. Entre muitos franceses e canadenses, estava um brasileiro que viu de perto as quatro conquistas de Rebeca Andrade na modalidade, tornando-se a maior medalhista olímpica do País.

“Lá eu descobri que 90% dos voluntários que estavam ao meu redor eram ginastas ou envolvidos muito profundamente com a ginástica. Quando você se inscreve é possível colocar uma área de interesse ou conhecimento. Eu coloquei natação, porque sou nadador, mas mesmo assim fiquei feliz de conhecer a ginástica”.

Entre as tarefas de recepção e reposição de materiais, Lucas teve o gostinho de ser ‘DJ por um dia’ entre as melhores ginastas do mundo. Ele conta que na sala de aquecimento das atletas, afastadas dos olhos do público ou da imprensa, um voluntário sempre fica responsável por fazer a chamada nome a nome, colocar a trilha sonora para o aquecimento e assistir bem de perto os últimos ajustes antes das provas na Arena Bercy.

“Foi a hora que eu me senti mais envolvido, porque eu não estava só um boneco existindo, eu falava, elas ouviam a minha voz, elas tinham que obedecer ao meu comando, eu colocava a música”.

O trabalho nos bastidores da ginástica também deu ao brasileiro a oportunidade de acompanhar a preparação dos países para as provas. Observando como as seleções estavam minutos antes da prova, Lucas lembra de ver muita leveza entre atletas brasileiras. Juntas, conquistaram a inédita medalha de bronze na disputa por equipes.

“A gente vê diferentes tipos de preparação. Por exemplo, você vê atletas da China, do Japão, sempre mais reservados, uma coisa mais concentrada, fazendo as coisas deles mais em silêncio. E as atletas do Brasil eu percebi que elas conversavam bastante entre si, sempre tinham um sorriso no rosto”.

Como funciona a inscrição

Para se inscrever no voluntariado oficial, não há um site específico para isso. Meringue conta que cada organização dos Jogos Olímpicos cria um site voltado apenas para a aplicação deste formulário. As perguntas variam desde os seus interesses de esporte e habilidades de idioma, até perguntas mais específicas sobre seu comportamento, gostos pessoais e experiências de vida que já viveu. A inscrição não é garantia de que será chamado para participar, mas o estudante de diplomacia garante que a fluência em mais de um idioma além do inglês ajuda bastante.

Ele ressalta que a escolha das atividades ou o que o voluntário trabalhará durante as Olimpíadas também é um mistério até que, alguns meses antes, cheguem via e-mail ‘propostas’ enviadas pela organização. Lá, contém a descrição de qual esporte você cuidará, sem especificar as atividades do dia a dia, um período de tempo determinado para o voluntariado. Após o aceite, um novo e-mail é enviado com as escaladas de trabalho que são cumpridas com rigor pela organização.

Pensando em Los Angeles, próximos Jogos a serem disputados em 2028, o brasileiro afirma que com certeza tentará uma nova participação e afirma que a experiência vivida em Paris será guardada com carinho.

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