Bronze da ginástica tem choro, sangue, dor e euforia: ‘O Brasil não era nada nesse esporte’


Rebeca Andrade, Flávia Saraiva, Júlia Soares, Lorrane Oliveira e Jade Barbosa compartilham sentimentos semelhantes após conquistar primeira medalha do País por equipes na ginástica artística

Por Ricardo Magatti
Atualização:

PARIS - Rebeca Andrade surgiu sorridente, Flávia Saraiva estava feliz, mas ainda com dores, Júlia Soares parecia nervosa diante de tanta gente à sua frente, Lorrane Oliveira chorava copiosamente e Jade Barbosa apareceu serena. O quinteto responsável pela primeira medalha olímpica por equipes na historia da ginástica artística brasileira compartilhou sentimentos e resolveu responder às perguntas juntas, uma ao lado da outra.

Na zona mista, a entrevista das cinco ginastas foi marcada por choro, dor e, claro, muita celebração, com o discurso de que o bronze por equipes coroa anos de trabalho da ginástica brasileira que envolveu muita gente, incluindo os atuais técnicos, Chico Porath e Iryna Ilyashenko, ucraniana que presta serviços à ginástica do Brasil há mais de duas décadas.

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“Sonhava com essa medalha, mas nunca chegava. A Daiane (dos Santos) estava perto, a Jade também, sabemos que essa competição é super difícil”, celebrou desabafando Iryna, em um português ainda com sotaque ucraniano.

Brasileiras celebram bronze inédito por equipes na ginástica artística  Foto: Miriam Jeske/COB

Chico, que foi estagiário de Iryna, relembrou os anos de agruras da ginástica brasileira, sem a estrutura adequada para formar e lapidas atletas de ponta.

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“É o trabalho de gerações, é de construção realmente. Antes, o pessoal tinha que comprar fora, um trampolim para poder colocar num ginásio e treinar. Centros de treinamentos não existiam, academias eram projetos às vezes”, disse o técnico. “Agora não. Agora a Confederação também melhorou nesses anos, começou a ter mais incentivo, poder fazer campeonatos melhores. Quando os resultados vão acontecendo, vai melhorando toda cadeia. Isso que me deixa mais satisfeito”.

Sangue, dor de cabeça e tontura

A menor e mais carismática das cinco ginastas, Flávia Saraiva competiu longe da melhor de suas condições físicas, já que, poucos minutos antes de iniciar as finais, caiu enquanto fazia o aquecimento nas barras assimétricas e sofreu um corte no supercílio. A ginasta foi prontamente atendida para estancar o sangramento com a equipe médica do Brasil, mas competiu com reflexos da queda: dor de cabeça e tontura.

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“No meio da competição, na hora do solo, eu fiquei meio tonta, comecei a ficar com um pouco de dor de cabeça”, relatou Flavinha, que levou o Can-Can para o solo e acrescentou 13.533 com sua apresentação para a pontuação total. “Eu sentei, comecei a beber água, bebi um pouco de isotônico também e aí eu comecei a voltar. Eu facilitei um pouco o meu solo, porque eu não conseguia aquecer da melhor forma possível. Mas eu fui ali para dar o meu 100%, eu falei para as meninas, eu falei que iria dar o meu melhor. Independentemente do que acontecesse. Disse que iria lutar até o final com toda a minha força, com toda a minha garganta e meu sangue, literalmente”.

Rebeca Andrade e Jade Barbosa, lideranças da ginasta brasileira Foto: Lionel Bonaventure/AFP

Na verdade, na hora que eu caí, eu não sabia muito bem o que tinha acontecido. Eu não me vi no espelho, nada, eu só me vi agora que eu falei: meu Deus, gente, como é que eu competi assim?

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‘O Brasil não era nada na ginástica’

Ginasta mais velha dos Jogos Olímpicos de Paris, Jade Barbosa, de 33 anos, fez discurso de orgulho e desabafo. Como seus treinadores, lembrou do início difícil, cheio de sobressaltos, até a glória em Paris. Ela é medalhista em Mundiais em três décadas diferentes, mas não havia ainda ganhado uma medalha olímpica. O tabu foi encerrado nesta noite na Arena Bercy.

“As pessoas hoje tiveram a oportunidade de ver duas horas do Brasil competindo. Nós sabemos que essas duas horas foram trabalhadas em mais de 40 anos, eu posso dizer com certeza”, iniciou Jade, que competiu, provavelmente, pela última vez em Jogos Olímpicos.

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“Aos poucos nós fomos conquistando passo a passo pra que hoje a gente chegasse e tivesse esse resultado por equipe. Ele vale muito pra gente, porque o Brasil não era nada dentro desse esporte. A gente começou com alguns talentos individuais. Hoje nós somos uma potência em diversos fatores. Hoje a gente pôde dizer que a gente tem uma escola brasileira de ginástica”, enfatizou.

Ginastas brasileiras sobem ao pódio para receber a medalha de bronze em Paris Foto: Charlie Riedel/AP

Como cada uma reagiu quando o bronze foi confirmado?

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  • Rebeca Andrade: “Obrigado, Deus”.
  • Julia Soares: “Eu não consegui conter o choro, chorei muito”.
  • Flávia Saraiva: “Eu agradeci primeiramente a Deus. Segundo a elas, por terem lutado até o final”.
  • Jade Barbosa: “Eu agradeci por merecer. Por merecer viver esse momento com elas”
  • Lorrane Oliveira: “Consegui uma medalha”

PARIS - Rebeca Andrade surgiu sorridente, Flávia Saraiva estava feliz, mas ainda com dores, Júlia Soares parecia nervosa diante de tanta gente à sua frente, Lorrane Oliveira chorava copiosamente e Jade Barbosa apareceu serena. O quinteto responsável pela primeira medalha olímpica por equipes na historia da ginástica artística brasileira compartilhou sentimentos e resolveu responder às perguntas juntas, uma ao lado da outra.

Na zona mista, a entrevista das cinco ginastas foi marcada por choro, dor e, claro, muita celebração, com o discurso de que o bronze por equipes coroa anos de trabalho da ginástica brasileira que envolveu muita gente, incluindo os atuais técnicos, Chico Porath e Iryna Ilyashenko, ucraniana que presta serviços à ginástica do Brasil há mais de duas décadas.

“Sonhava com essa medalha, mas nunca chegava. A Daiane (dos Santos) estava perto, a Jade também, sabemos que essa competição é super difícil”, celebrou desabafando Iryna, em um português ainda com sotaque ucraniano.

Brasileiras celebram bronze inédito por equipes na ginástica artística  Foto: Miriam Jeske/COB

Chico, que foi estagiário de Iryna, relembrou os anos de agruras da ginástica brasileira, sem a estrutura adequada para formar e lapidas atletas de ponta.

“É o trabalho de gerações, é de construção realmente. Antes, o pessoal tinha que comprar fora, um trampolim para poder colocar num ginásio e treinar. Centros de treinamentos não existiam, academias eram projetos às vezes”, disse o técnico. “Agora não. Agora a Confederação também melhorou nesses anos, começou a ter mais incentivo, poder fazer campeonatos melhores. Quando os resultados vão acontecendo, vai melhorando toda cadeia. Isso que me deixa mais satisfeito”.

Sangue, dor de cabeça e tontura

A menor e mais carismática das cinco ginastas, Flávia Saraiva competiu longe da melhor de suas condições físicas, já que, poucos minutos antes de iniciar as finais, caiu enquanto fazia o aquecimento nas barras assimétricas e sofreu um corte no supercílio. A ginasta foi prontamente atendida para estancar o sangramento com a equipe médica do Brasil, mas competiu com reflexos da queda: dor de cabeça e tontura.

“No meio da competição, na hora do solo, eu fiquei meio tonta, comecei a ficar com um pouco de dor de cabeça”, relatou Flavinha, que levou o Can-Can para o solo e acrescentou 13.533 com sua apresentação para a pontuação total. “Eu sentei, comecei a beber água, bebi um pouco de isotônico também e aí eu comecei a voltar. Eu facilitei um pouco o meu solo, porque eu não conseguia aquecer da melhor forma possível. Mas eu fui ali para dar o meu 100%, eu falei para as meninas, eu falei que iria dar o meu melhor. Independentemente do que acontecesse. Disse que iria lutar até o final com toda a minha força, com toda a minha garganta e meu sangue, literalmente”.

Rebeca Andrade e Jade Barbosa, lideranças da ginasta brasileira Foto: Lionel Bonaventure/AFP

Na verdade, na hora que eu caí, eu não sabia muito bem o que tinha acontecido. Eu não me vi no espelho, nada, eu só me vi agora que eu falei: meu Deus, gente, como é que eu competi assim?

‘O Brasil não era nada na ginástica’

Ginasta mais velha dos Jogos Olímpicos de Paris, Jade Barbosa, de 33 anos, fez discurso de orgulho e desabafo. Como seus treinadores, lembrou do início difícil, cheio de sobressaltos, até a glória em Paris. Ela é medalhista em Mundiais em três décadas diferentes, mas não havia ainda ganhado uma medalha olímpica. O tabu foi encerrado nesta noite na Arena Bercy.

“As pessoas hoje tiveram a oportunidade de ver duas horas do Brasil competindo. Nós sabemos que essas duas horas foram trabalhadas em mais de 40 anos, eu posso dizer com certeza”, iniciou Jade, que competiu, provavelmente, pela última vez em Jogos Olímpicos.

“Aos poucos nós fomos conquistando passo a passo pra que hoje a gente chegasse e tivesse esse resultado por equipe. Ele vale muito pra gente, porque o Brasil não era nada dentro desse esporte. A gente começou com alguns talentos individuais. Hoje nós somos uma potência em diversos fatores. Hoje a gente pôde dizer que a gente tem uma escola brasileira de ginástica”, enfatizou.

Ginastas brasileiras sobem ao pódio para receber a medalha de bronze em Paris Foto: Charlie Riedel/AP

Como cada uma reagiu quando o bronze foi confirmado?

  • Rebeca Andrade: “Obrigado, Deus”.
  • Julia Soares: “Eu não consegui conter o choro, chorei muito”.
  • Flávia Saraiva: “Eu agradeci primeiramente a Deus. Segundo a elas, por terem lutado até o final”.
  • Jade Barbosa: “Eu agradeci por merecer. Por merecer viver esse momento com elas”
  • Lorrane Oliveira: “Consegui uma medalha”

PARIS - Rebeca Andrade surgiu sorridente, Flávia Saraiva estava feliz, mas ainda com dores, Júlia Soares parecia nervosa diante de tanta gente à sua frente, Lorrane Oliveira chorava copiosamente e Jade Barbosa apareceu serena. O quinteto responsável pela primeira medalha olímpica por equipes na historia da ginástica artística brasileira compartilhou sentimentos e resolveu responder às perguntas juntas, uma ao lado da outra.

Na zona mista, a entrevista das cinco ginastas foi marcada por choro, dor e, claro, muita celebração, com o discurso de que o bronze por equipes coroa anos de trabalho da ginástica brasileira que envolveu muita gente, incluindo os atuais técnicos, Chico Porath e Iryna Ilyashenko, ucraniana que presta serviços à ginástica do Brasil há mais de duas décadas.

“Sonhava com essa medalha, mas nunca chegava. A Daiane (dos Santos) estava perto, a Jade também, sabemos que essa competição é super difícil”, celebrou desabafando Iryna, em um português ainda com sotaque ucraniano.

Brasileiras celebram bronze inédito por equipes na ginástica artística  Foto: Miriam Jeske/COB

Chico, que foi estagiário de Iryna, relembrou os anos de agruras da ginástica brasileira, sem a estrutura adequada para formar e lapidas atletas de ponta.

“É o trabalho de gerações, é de construção realmente. Antes, o pessoal tinha que comprar fora, um trampolim para poder colocar num ginásio e treinar. Centros de treinamentos não existiam, academias eram projetos às vezes”, disse o técnico. “Agora não. Agora a Confederação também melhorou nesses anos, começou a ter mais incentivo, poder fazer campeonatos melhores. Quando os resultados vão acontecendo, vai melhorando toda cadeia. Isso que me deixa mais satisfeito”.

Sangue, dor de cabeça e tontura

A menor e mais carismática das cinco ginastas, Flávia Saraiva competiu longe da melhor de suas condições físicas, já que, poucos minutos antes de iniciar as finais, caiu enquanto fazia o aquecimento nas barras assimétricas e sofreu um corte no supercílio. A ginasta foi prontamente atendida para estancar o sangramento com a equipe médica do Brasil, mas competiu com reflexos da queda: dor de cabeça e tontura.

“No meio da competição, na hora do solo, eu fiquei meio tonta, comecei a ficar com um pouco de dor de cabeça”, relatou Flavinha, que levou o Can-Can para o solo e acrescentou 13.533 com sua apresentação para a pontuação total. “Eu sentei, comecei a beber água, bebi um pouco de isotônico também e aí eu comecei a voltar. Eu facilitei um pouco o meu solo, porque eu não conseguia aquecer da melhor forma possível. Mas eu fui ali para dar o meu 100%, eu falei para as meninas, eu falei que iria dar o meu melhor. Independentemente do que acontecesse. Disse que iria lutar até o final com toda a minha força, com toda a minha garganta e meu sangue, literalmente”.

Rebeca Andrade e Jade Barbosa, lideranças da ginasta brasileira Foto: Lionel Bonaventure/AFP

Na verdade, na hora que eu caí, eu não sabia muito bem o que tinha acontecido. Eu não me vi no espelho, nada, eu só me vi agora que eu falei: meu Deus, gente, como é que eu competi assim?

‘O Brasil não era nada na ginástica’

Ginasta mais velha dos Jogos Olímpicos de Paris, Jade Barbosa, de 33 anos, fez discurso de orgulho e desabafo. Como seus treinadores, lembrou do início difícil, cheio de sobressaltos, até a glória em Paris. Ela é medalhista em Mundiais em três décadas diferentes, mas não havia ainda ganhado uma medalha olímpica. O tabu foi encerrado nesta noite na Arena Bercy.

“As pessoas hoje tiveram a oportunidade de ver duas horas do Brasil competindo. Nós sabemos que essas duas horas foram trabalhadas em mais de 40 anos, eu posso dizer com certeza”, iniciou Jade, que competiu, provavelmente, pela última vez em Jogos Olímpicos.

“Aos poucos nós fomos conquistando passo a passo pra que hoje a gente chegasse e tivesse esse resultado por equipe. Ele vale muito pra gente, porque o Brasil não era nada dentro desse esporte. A gente começou com alguns talentos individuais. Hoje nós somos uma potência em diversos fatores. Hoje a gente pôde dizer que a gente tem uma escola brasileira de ginástica”, enfatizou.

Ginastas brasileiras sobem ao pódio para receber a medalha de bronze em Paris Foto: Charlie Riedel/AP

Como cada uma reagiu quando o bronze foi confirmado?

  • Rebeca Andrade: “Obrigado, Deus”.
  • Julia Soares: “Eu não consegui conter o choro, chorei muito”.
  • Flávia Saraiva: “Eu agradeci primeiramente a Deus. Segundo a elas, por terem lutado até o final”.
  • Jade Barbosa: “Eu agradeci por merecer. Por merecer viver esse momento com elas”
  • Lorrane Oliveira: “Consegui uma medalha”

PARIS - Rebeca Andrade surgiu sorridente, Flávia Saraiva estava feliz, mas ainda com dores, Júlia Soares parecia nervosa diante de tanta gente à sua frente, Lorrane Oliveira chorava copiosamente e Jade Barbosa apareceu serena. O quinteto responsável pela primeira medalha olímpica por equipes na historia da ginástica artística brasileira compartilhou sentimentos e resolveu responder às perguntas juntas, uma ao lado da outra.

Na zona mista, a entrevista das cinco ginastas foi marcada por choro, dor e, claro, muita celebração, com o discurso de que o bronze por equipes coroa anos de trabalho da ginástica brasileira que envolveu muita gente, incluindo os atuais técnicos, Chico Porath e Iryna Ilyashenko, ucraniana que presta serviços à ginástica do Brasil há mais de duas décadas.

“Sonhava com essa medalha, mas nunca chegava. A Daiane (dos Santos) estava perto, a Jade também, sabemos que essa competição é super difícil”, celebrou desabafando Iryna, em um português ainda com sotaque ucraniano.

Brasileiras celebram bronze inédito por equipes na ginástica artística  Foto: Miriam Jeske/COB

Chico, que foi estagiário de Iryna, relembrou os anos de agruras da ginástica brasileira, sem a estrutura adequada para formar e lapidas atletas de ponta.

“É o trabalho de gerações, é de construção realmente. Antes, o pessoal tinha que comprar fora, um trampolim para poder colocar num ginásio e treinar. Centros de treinamentos não existiam, academias eram projetos às vezes”, disse o técnico. “Agora não. Agora a Confederação também melhorou nesses anos, começou a ter mais incentivo, poder fazer campeonatos melhores. Quando os resultados vão acontecendo, vai melhorando toda cadeia. Isso que me deixa mais satisfeito”.

Sangue, dor de cabeça e tontura

A menor e mais carismática das cinco ginastas, Flávia Saraiva competiu longe da melhor de suas condições físicas, já que, poucos minutos antes de iniciar as finais, caiu enquanto fazia o aquecimento nas barras assimétricas e sofreu um corte no supercílio. A ginasta foi prontamente atendida para estancar o sangramento com a equipe médica do Brasil, mas competiu com reflexos da queda: dor de cabeça e tontura.

“No meio da competição, na hora do solo, eu fiquei meio tonta, comecei a ficar com um pouco de dor de cabeça”, relatou Flavinha, que levou o Can-Can para o solo e acrescentou 13.533 com sua apresentação para a pontuação total. “Eu sentei, comecei a beber água, bebi um pouco de isotônico também e aí eu comecei a voltar. Eu facilitei um pouco o meu solo, porque eu não conseguia aquecer da melhor forma possível. Mas eu fui ali para dar o meu 100%, eu falei para as meninas, eu falei que iria dar o meu melhor. Independentemente do que acontecesse. Disse que iria lutar até o final com toda a minha força, com toda a minha garganta e meu sangue, literalmente”.

Rebeca Andrade e Jade Barbosa, lideranças da ginasta brasileira Foto: Lionel Bonaventure/AFP

Na verdade, na hora que eu caí, eu não sabia muito bem o que tinha acontecido. Eu não me vi no espelho, nada, eu só me vi agora que eu falei: meu Deus, gente, como é que eu competi assim?

‘O Brasil não era nada na ginástica’

Ginasta mais velha dos Jogos Olímpicos de Paris, Jade Barbosa, de 33 anos, fez discurso de orgulho e desabafo. Como seus treinadores, lembrou do início difícil, cheio de sobressaltos, até a glória em Paris. Ela é medalhista em Mundiais em três décadas diferentes, mas não havia ainda ganhado uma medalha olímpica. O tabu foi encerrado nesta noite na Arena Bercy.

“As pessoas hoje tiveram a oportunidade de ver duas horas do Brasil competindo. Nós sabemos que essas duas horas foram trabalhadas em mais de 40 anos, eu posso dizer com certeza”, iniciou Jade, que competiu, provavelmente, pela última vez em Jogos Olímpicos.

“Aos poucos nós fomos conquistando passo a passo pra que hoje a gente chegasse e tivesse esse resultado por equipe. Ele vale muito pra gente, porque o Brasil não era nada dentro desse esporte. A gente começou com alguns talentos individuais. Hoje nós somos uma potência em diversos fatores. Hoje a gente pôde dizer que a gente tem uma escola brasileira de ginástica”, enfatizou.

Ginastas brasileiras sobem ao pódio para receber a medalha de bronze em Paris Foto: Charlie Riedel/AP

Como cada uma reagiu quando o bronze foi confirmado?

  • Rebeca Andrade: “Obrigado, Deus”.
  • Julia Soares: “Eu não consegui conter o choro, chorei muito”.
  • Flávia Saraiva: “Eu agradeci primeiramente a Deus. Segundo a elas, por terem lutado até o final”.
  • Jade Barbosa: “Eu agradeci por merecer. Por merecer viver esse momento com elas”
  • Lorrane Oliveira: “Consegui uma medalha”

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