Após uma longa carreira e tendo como maior momento a medalha de bronze nos Jogos Olímpicos do Rio-2016, Poliana Okimoto se despediu nesta segunda-feira do esporte profissional. A nadadora se especializou na maratona aquática e subiu ao pódio na distância de 10 km no ano passado. Gostaria de tentar mais um ciclo olímpico, mas aos 34 anos decidiu que era hora de parar.
+ Ana Marcela fica com vice E garante prêmio de melhor do mundo
"Minha missão está muito bem cumprida. Não tenho mais o apoio que tinha de meus patrocinadores em São Paulo, onde moro. Não treino em Santos e não consigo ter a estrutura que a Unisanta oferece aqui. Perdi minha equipe multidisciplinar, comecei a treinar mal, a ter maus resultados", disse Poliana Okimoto.
Isso tudo acabou fazendo com que alterasse os seus planos. "Se eu ficasse em quarto lugar em uma competição, o que é um bom resultado, seria muito ruim para mim. Como sou perfeccionista, teria de me dedicar em dobro. Prefiro não fazer se for para fazer mal feito", continuou a atleta.
Além destes motivos profissionais, Poliana Okimoto quer ser mãe. Está casada há 10 anos com seu técnico e marido, Ricardo Cintra, e seu relógio biológico de mulher está pedindo a maternidade. "Se fosse o contrário, eu, a técnica, e ele, o nadador, não teríamos problemas", brincou.
Poliana Okimoto chamou a atenção para a maratona aquática no Brasil com ótimos resultados internacionais. Em 2013, no Mundial em Barcelona, na Espanha, conquistou o ouro nos 10 km, a prata nos 5 km e o bronze por equipes. Quatro anos antes, em Roma, na Itália, já tinha obtido um terceiro lugar na prova de 5 km.
Com o pódio nos Jogos do Rio-2016, tornou-se a primeira brasileira a conquistar uma medalha na natação. "Agradeço a todos os técnicos que me ajudaram desde o começo, a todos os adversários que me ensinaram a me tornar mais forte. Desde os 2 anos não saio da água, vai ser difícil me tirar da água", comentou a nadadora.
Ricardo Cintra, seu técnico e marido, disse que Poliana Okimoto está saindo no momento certo, embora tenha fisicamente condições de buscar mais uma medalha na Olimpíada de Tóquio, em 2020. "Ela realizou seus sonhos e os meus também. Se ela quiser voltar um dia a competir, terá meu apoio", disse.