Eles têm muito em comum. Ambos estão entre os mais experientes do elenco, são líderes dentro de campo, atuam como zagueiros, nasceram no interior do Estado, estão perto de completar 30 anos e carregam a tarja de capitão. O santista Edu Dracena e o corintiano Chicão entram em campo hoje com a missão de parar o ataque adversário e sonhando em erguer a cobiçada taça.Edu comemora 30 anos na próxima quarta-feira e não vê melhor presente do que erguer a taça na Vila Belmiro lotada. "Se acontecer, vai ser um sonho realizado, pois foi onde jogou o melhor jogador do mundo. Se levantar o troféu lá, vai ficar marcado na minha carreira", afirma. No ano passado, Robinho era o capitão nas conquistas da Copa do Brasil e do Paulista - os dois troféus, porém, não foram conquistados em finais na Vila. Desde o Paulista de 2006 o Santos não comemora título em seu palco principal. "A Vila é a casa do Santos. Apesar de sermos bem recebidos no Pacaembu, quando se fala em Santos, se fala em Vila Belmiro", diz Edu Dracena. O zagueiro afirma que celebrou quando soube que o jogo de volta da final seria no estádio. "É um caldeirão, já joguei contra e sei o quanto é difícil."Edu chegou ao Santos em setembro de 2009, mas levou 2 meses até estrear por conta de cirurgia no joelho. No ano passado, fez parte do jovem time que brilhou no primeiro semestre. "Se adaptar ao estilo jovem da molecada não é difícil, temos de estar junto a eles. Faz com que a gente fique mais jovem também." Mesmo assim, ele se envolveu em polêmica com Neymar no episódio que resultou na demissão do técnico Dorival Júnior - atacante e zagueiro chegaram a discutir em campo. Hoje, ele diz que está tudo superado. "O Neymar aprendeu bastante com as situações que ocorreram no ano passado. Um moleque de 19 anos ter esta maturidade é difícil, e hoje ele é referência dentro e fora de campo." Com a chegada de Muricy, a zaga ficou mais protegida e as críticas à dupla que Edu faz com Durval minguaram. Mais "responsável", segundo ele, o time está há seis jogos sem sofrer gol.Remanescente. São poucos os jogadores escalados hoje que estiveram na decisão vencida pelo Corinthians há dois anos. Chicão é um raro exemplo e voltará ao palco daquela final com motivações de sobra. Autor de um gol naquela decisão - vitória por 3 a 1 - o zagueiro, agora, pode levantar seu primeiro título com a tarja de capitão. "Foi uma responsabilidade muita grande assumir a vaga de capitão que era do William. Agora, falo mais com o grupo, cobro. E não é fácil", enfatizou. "Mas vai ser muito emocionante levantar a taça, caso consigamos vencer."Com a chance de ser campeão na primeira competição como capitão, Chicão sabe que terá de ter uma participação perfeita para conseguir o feito. Na Vila Belmiro, o Santos é muito forte, ataca a todo momento e pressiona seus rivais empurrados por seus torcedores. Desta maneira, a zaga corintiana terá de repetir a boa colocação do jogo do Pacaembu, quando conseguiu parar Neymar e Cia. "Prometo que vamos dar o sangue para trazer esse título da Vila. Vamos com tudo para trazer essa taça," disse, durante a semana, em papo com torcedores via twitter.Chicão, carente de gols na temporada - fez apenas um - tem boas recordações do Santos do que apenas o gol no jogo de ida da final de 2009. Naquela temporada, o zagueiro ainda voltaria a brilhar no clássico ao garantir a virada no Campeonato Brasileiro, por 2 a 1, em cabeçada certeira. "Lá na Vila Belmiro vamos ter de fazer de tudo pelo título", afirmou o capitão, que no Pacaembu salvou a equipe de sofrer um gol ao cortar cobertura de Danilo quase em cima da linha."A primeira de muitas." É com esse pensamento que Chicão espera erguer a taça na Vila Belmiro. Ao contrário de muitos companheiros, que não escondem o sonho de transferência para a Europa, Chicão, aos 29 anos, traça planos para se aposentar, daqui uma cinco ou seis temporadas, com a camisa corintiana. Seu contrato atual vai até dezembro de 2013 e ele confia em outra recordação para tentar se tornar o maior zagueiro artilheiro com a camisa do clube. Já fez 33 gols e precisa de mais 18 para superar Grané, que fez 50 nos anos 30.