Atual número 2 do mundo e principal nome da décima edição do Rio Open, o espanhol Carlos Alcaraz já é um habitué do torneio. O tenista está no Rio para a sua quarta participação, no qual foi campeão em 2022 e vice no ano passado. O bom histórico no torneio carioca, somado aos grandes resultados nas quadras mundo afora, fazem de Alcaraz um dos favoritos do público. E ele demonstra que sabe retribuir esse reconhecimento.
“Sempre me senti muito confortável no Rio, é como se estivesse jogando em casa. As pessoas daqui são maravilhosas, gostam muito de tênis”, disse o espanhol, que concedeu entrevista exclusiva ao Estadão.
Vindo de uma eliminação na semifinal do ATP de Buenos Aires, após ter ficado nas quartas de final do Aberto do Austrália, Carlos Alcaraz reconheceu que seu início de temporada não vem sendo dos melhores, mas ele mesmo afirma que “não é motivo para drama”. E o espanhol já delineou seu grande objetivo na temporada: o ouro olímpico em Paris.
Você vem de duas finais e um título no Rio Open. Como é jogar a competição aqui no Rio?
É muito bom jogar aqui, me sinto muito bem. Gosto muito de jogar esta competição, a sensação quando se toca na bola… É muito bom. Sempre me senti muito confortável, como se estivesse jogando em casa. As pessoas daqui são maravilhosas, gostam muito de tênis. Todas as vezes que joguei aqui, adorei.
E quais são as maiores dificuldades de se jogar o Rio Open?
Talvez a umidade e o calor. No final, com essas condições, passo a não ser regular, às vezes meu jogo não é tão bom. Então, eu diria que o mais difícil é a umidade e o calor.
Como avalia seu início de temporada?
Poderia ter sido melhor, mas só tive dois torneios, então não vamos fazer drama. Acho que na Austrália eu fiz um bom papel, embora obviamente pudesse ter ido um pouco melhor. É verdade que em Buenos Aires, fiquei um pouco decepcionado com a derrota na semifinal, mas sou um cara que sempre leva em conta os aspectos positivos. Tirei muito proveito daquela partida.
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Você disse recentemente que sonha em ganhar o ouro olímpico nos Jogos de Paris. Este é seu principal objetivo este ano?
Eu diria que sim, ao menos esse é um dos meus principais objetivos. Obviamente, os Grand Slams estão aí e, se eu conseguir ir somando a isso, seria muito bom. Os Grand Slam são objetivos claros, mas acho que ganhar um ouro olímpico, que é disputado a cada quatro anos, é um pouco mais especial.
Como você se sente quando as pessoas dizem que você é o novo Rafael Nadal?
Bem… Eu procuro não prestar muita atenção a esse tipo de coisa e seguir meu caminho, para que as pessoas, ao final, não pensem que eu sou o Nadal, mas sim que digam o meu nome.
Muitos também veem você com potencial para quebrar recordes na carreira. Você busca por eles?
Acho que por ter começado tão jovem, sem estar tão pronto, e conseguir os grandes resultados no circuito que consegui até aqui, pode fazer com que isso aconteça… Se minha carreira durar 15 ou 20 anos, poder ser que eu quebre recordes. Mas não é algo que eu pense. Se posso quebrar recordes ou não, simplesmente não dou importância a isso.
Você acompanha o circuito feminino, a WTA?
Sim, acompanho sempre que posso.
Como você vê a brasileira Bia Haddad?
Bem, obviamente você olha para muitos resultados. Eu não a vi jogar muito, mas já a vi jogar algumas partidas. Se não me engano, acho que ela está entre as 10 ou 20 (atualmente, Bia Haddad é a 14ª no ranking). Ela está indo muito bem, está jogando um ótimo tênis, está vencendo algumas das melhores do mundo. Acho que ela é uma grande referência aqui no Brasil.
Fora das quadras, conseguiu aproveitar o Rio? Conhece bem a cidade?
Conheço alguma coisa. O Cristo Redentor eu já vi várias vezes, o Pão de Açúcar eu vi no ano passado. São coisas super bonitas de se ver. Praias, estou (hospedado) em Copacabana. Mas ainda preciso conhecer um pouco mais da cidade.