Com 0,5% de visão, Yeltsin conta como consegue correr sem guia e ainda faturar o ouro


Atleta brasileiro deixou escapar a vitória nos 5.000m após seu auxilar passar mal e agora se redimiu nos 1.500m quando fez a prova sozinho

Por João Prata
Atualização:

Na estreia no Parapan de Lima, o fundista Yeltsin Jacques viu o ouro escapar na última reta dos 5.000m e ficou com o bronze. Nos 1.500m os metros finais serviram para ele dar uma arrancada de filme e conquistar a medalha de ouro, deixando o norte-americano Joel Gomez para trás.

O curioso na vitória é que Yeltsin tem visão muito baixa, de 0,5%. Ele enxerga somente vultos e não tem visão lateral. "Foi na raça. Fiquei sabendo que ganhei porque perguntei depois. Não sabia o que tinha acontecido. Consegui ver o reflexo de quando fui ultrapassado um pouco antes. Mas no final ainda tinha perna. Ouvi gritarem 'vai que dá' e acreditei. Estou treinando para maratona, estava com fôlego. Eles travaram no final e eu cheguei girando as pernas", afirmou.

Yeltsin, sem enxergar, acabou correndo mais do que o necessário. Foto: Daniel Zappe/EXEMPLUS/CPB
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Dois dias antes, Yeltsin também tinha perna, mas o atleta-guia Rafael Santeramo sentiu a pressão da estreia em Parapan e passou mal. A dupla teve de diminuir o ritmo e ficou em terceiro, no episódio que Yeltsin acabou ajudando quem era para ajudá-lo. Desta vez Yeltsin foi sozinho e precisou correr uns metros a mais do que a maioria. "Na curva final ele quase abriu até a raia quatro", comentou Rafael que gritava para seu parceiro na beira da pista. "Corri 1.600m na verdade", disse o bicampeão da prova aos risos - venceu também e Toronto-2015.

"Percebi que fiz um ziguezague porque fiquei sem referência. Precisaria de guia nessa prova também. Minha visão está muito baixa. O Rafael aqueceu comigo, entrou comigo, me ajudou com a roupa. A partir do momento que ele teve de sair, o venezuelano e o equatoriano que estavam na prova me ajudaram a posicionar. Depois da largada, só enxergo a borda da pista por causa do reflexo das luzes. Vou seguindo isso", explicou o medalhista que também foi ouro em Toronto.

TÁ RUSSO!

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Yeltsin foi batizado em homenagem ao ex-presidente russo Boris Yeltsin. O pai do atleta paralímpico foi militar e era fã do homem que acabou com a União Soviética. "Meu pai dizia que o Boris era um homem muito corajoso. Eu, hoje depois de ler muito sobre a história do Boris, vi que ele era muito corajoso por causa da vodca também, né? Por isso subia na frente dos tanques", brincou.

Satisfeito com as duas medalhas em Lima, Yeltsin agora voltará o foco para a maratona. Ele está treinando em busca do índice para a prova que estará nos Jogos Paralímpicos de Tóquio-2020, prova que precisará de guia para competir. O atleta acredita que por enquanto ainda seguirá correndo os 1.500m sem uma pessoa para conduzi-lo. Mas sabe que dentro de alguns anos não poderá mais. "Ainda dá. Mas infelizmente a patologia... Como forço muito para tentar enxergar, a tendência a longo prazo é desgastar e ficar zero", afirmou sobre o problema que carrega desde o nascimento.

Na estreia no Parapan de Lima, o fundista Yeltsin Jacques viu o ouro escapar na última reta dos 5.000m e ficou com o bronze. Nos 1.500m os metros finais serviram para ele dar uma arrancada de filme e conquistar a medalha de ouro, deixando o norte-americano Joel Gomez para trás.

O curioso na vitória é que Yeltsin tem visão muito baixa, de 0,5%. Ele enxerga somente vultos e não tem visão lateral. "Foi na raça. Fiquei sabendo que ganhei porque perguntei depois. Não sabia o que tinha acontecido. Consegui ver o reflexo de quando fui ultrapassado um pouco antes. Mas no final ainda tinha perna. Ouvi gritarem 'vai que dá' e acreditei. Estou treinando para maratona, estava com fôlego. Eles travaram no final e eu cheguei girando as pernas", afirmou.

Yeltsin, sem enxergar, acabou correndo mais do que o necessário. Foto: Daniel Zappe/EXEMPLUS/CPB

Dois dias antes, Yeltsin também tinha perna, mas o atleta-guia Rafael Santeramo sentiu a pressão da estreia em Parapan e passou mal. A dupla teve de diminuir o ritmo e ficou em terceiro, no episódio que Yeltsin acabou ajudando quem era para ajudá-lo. Desta vez Yeltsin foi sozinho e precisou correr uns metros a mais do que a maioria. "Na curva final ele quase abriu até a raia quatro", comentou Rafael que gritava para seu parceiro na beira da pista. "Corri 1.600m na verdade", disse o bicampeão da prova aos risos - venceu também e Toronto-2015.

"Percebi que fiz um ziguezague porque fiquei sem referência. Precisaria de guia nessa prova também. Minha visão está muito baixa. O Rafael aqueceu comigo, entrou comigo, me ajudou com a roupa. A partir do momento que ele teve de sair, o venezuelano e o equatoriano que estavam na prova me ajudaram a posicionar. Depois da largada, só enxergo a borda da pista por causa do reflexo das luzes. Vou seguindo isso", explicou o medalhista que também foi ouro em Toronto.

TÁ RUSSO!

Yeltsin foi batizado em homenagem ao ex-presidente russo Boris Yeltsin. O pai do atleta paralímpico foi militar e era fã do homem que acabou com a União Soviética. "Meu pai dizia que o Boris era um homem muito corajoso. Eu, hoje depois de ler muito sobre a história do Boris, vi que ele era muito corajoso por causa da vodca também, né? Por isso subia na frente dos tanques", brincou.

Satisfeito com as duas medalhas em Lima, Yeltsin agora voltará o foco para a maratona. Ele está treinando em busca do índice para a prova que estará nos Jogos Paralímpicos de Tóquio-2020, prova que precisará de guia para competir. O atleta acredita que por enquanto ainda seguirá correndo os 1.500m sem uma pessoa para conduzi-lo. Mas sabe que dentro de alguns anos não poderá mais. "Ainda dá. Mas infelizmente a patologia... Como forço muito para tentar enxergar, a tendência a longo prazo é desgastar e ficar zero", afirmou sobre o problema que carrega desde o nascimento.

Na estreia no Parapan de Lima, o fundista Yeltsin Jacques viu o ouro escapar na última reta dos 5.000m e ficou com o bronze. Nos 1.500m os metros finais serviram para ele dar uma arrancada de filme e conquistar a medalha de ouro, deixando o norte-americano Joel Gomez para trás.

O curioso na vitória é que Yeltsin tem visão muito baixa, de 0,5%. Ele enxerga somente vultos e não tem visão lateral. "Foi na raça. Fiquei sabendo que ganhei porque perguntei depois. Não sabia o que tinha acontecido. Consegui ver o reflexo de quando fui ultrapassado um pouco antes. Mas no final ainda tinha perna. Ouvi gritarem 'vai que dá' e acreditei. Estou treinando para maratona, estava com fôlego. Eles travaram no final e eu cheguei girando as pernas", afirmou.

Yeltsin, sem enxergar, acabou correndo mais do que o necessário. Foto: Daniel Zappe/EXEMPLUS/CPB

Dois dias antes, Yeltsin também tinha perna, mas o atleta-guia Rafael Santeramo sentiu a pressão da estreia em Parapan e passou mal. A dupla teve de diminuir o ritmo e ficou em terceiro, no episódio que Yeltsin acabou ajudando quem era para ajudá-lo. Desta vez Yeltsin foi sozinho e precisou correr uns metros a mais do que a maioria. "Na curva final ele quase abriu até a raia quatro", comentou Rafael que gritava para seu parceiro na beira da pista. "Corri 1.600m na verdade", disse o bicampeão da prova aos risos - venceu também e Toronto-2015.

"Percebi que fiz um ziguezague porque fiquei sem referência. Precisaria de guia nessa prova também. Minha visão está muito baixa. O Rafael aqueceu comigo, entrou comigo, me ajudou com a roupa. A partir do momento que ele teve de sair, o venezuelano e o equatoriano que estavam na prova me ajudaram a posicionar. Depois da largada, só enxergo a borda da pista por causa do reflexo das luzes. Vou seguindo isso", explicou o medalhista que também foi ouro em Toronto.

TÁ RUSSO!

Yeltsin foi batizado em homenagem ao ex-presidente russo Boris Yeltsin. O pai do atleta paralímpico foi militar e era fã do homem que acabou com a União Soviética. "Meu pai dizia que o Boris era um homem muito corajoso. Eu, hoje depois de ler muito sobre a história do Boris, vi que ele era muito corajoso por causa da vodca também, né? Por isso subia na frente dos tanques", brincou.

Satisfeito com as duas medalhas em Lima, Yeltsin agora voltará o foco para a maratona. Ele está treinando em busca do índice para a prova que estará nos Jogos Paralímpicos de Tóquio-2020, prova que precisará de guia para competir. O atleta acredita que por enquanto ainda seguirá correndo os 1.500m sem uma pessoa para conduzi-lo. Mas sabe que dentro de alguns anos não poderá mais. "Ainda dá. Mas infelizmente a patologia... Como forço muito para tentar enxergar, a tendência a longo prazo é desgastar e ficar zero", afirmou sobre o problema que carrega desde o nascimento.

Na estreia no Parapan de Lima, o fundista Yeltsin Jacques viu o ouro escapar na última reta dos 5.000m e ficou com o bronze. Nos 1.500m os metros finais serviram para ele dar uma arrancada de filme e conquistar a medalha de ouro, deixando o norte-americano Joel Gomez para trás.

O curioso na vitória é que Yeltsin tem visão muito baixa, de 0,5%. Ele enxerga somente vultos e não tem visão lateral. "Foi na raça. Fiquei sabendo que ganhei porque perguntei depois. Não sabia o que tinha acontecido. Consegui ver o reflexo de quando fui ultrapassado um pouco antes. Mas no final ainda tinha perna. Ouvi gritarem 'vai que dá' e acreditei. Estou treinando para maratona, estava com fôlego. Eles travaram no final e eu cheguei girando as pernas", afirmou.

Yeltsin, sem enxergar, acabou correndo mais do que o necessário. Foto: Daniel Zappe/EXEMPLUS/CPB

Dois dias antes, Yeltsin também tinha perna, mas o atleta-guia Rafael Santeramo sentiu a pressão da estreia em Parapan e passou mal. A dupla teve de diminuir o ritmo e ficou em terceiro, no episódio que Yeltsin acabou ajudando quem era para ajudá-lo. Desta vez Yeltsin foi sozinho e precisou correr uns metros a mais do que a maioria. "Na curva final ele quase abriu até a raia quatro", comentou Rafael que gritava para seu parceiro na beira da pista. "Corri 1.600m na verdade", disse o bicampeão da prova aos risos - venceu também e Toronto-2015.

"Percebi que fiz um ziguezague porque fiquei sem referência. Precisaria de guia nessa prova também. Minha visão está muito baixa. O Rafael aqueceu comigo, entrou comigo, me ajudou com a roupa. A partir do momento que ele teve de sair, o venezuelano e o equatoriano que estavam na prova me ajudaram a posicionar. Depois da largada, só enxergo a borda da pista por causa do reflexo das luzes. Vou seguindo isso", explicou o medalhista que também foi ouro em Toronto.

TÁ RUSSO!

Yeltsin foi batizado em homenagem ao ex-presidente russo Boris Yeltsin. O pai do atleta paralímpico foi militar e era fã do homem que acabou com a União Soviética. "Meu pai dizia que o Boris era um homem muito corajoso. Eu, hoje depois de ler muito sobre a história do Boris, vi que ele era muito corajoso por causa da vodca também, né? Por isso subia na frente dos tanques", brincou.

Satisfeito com as duas medalhas em Lima, Yeltsin agora voltará o foco para a maratona. Ele está treinando em busca do índice para a prova que estará nos Jogos Paralímpicos de Tóquio-2020, prova que precisará de guia para competir. O atleta acredita que por enquanto ainda seguirá correndo os 1.500m sem uma pessoa para conduzi-lo. Mas sabe que dentro de alguns anos não poderá mais. "Ainda dá. Mas infelizmente a patologia... Como forço muito para tentar enxergar, a tendência a longo prazo é desgastar e ficar zero", afirmou sobre o problema que carrega desde o nascimento.

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