Com delegação recorde, Brasil tem meta de ficar no top-8 dos Jogos Paralímpicos de Paris


Serão 280 atletas em busca de medalhas na França; Comitê Paralímpico Brasileiro se propõe a realizar campanha com 70 a 90 pódios

Por CPB e Estadão Blue Studio
Atualização:

O Brasil é uma potência paralímpica e isso vem sendo demonstrado ao longo dos últimos anos. Nos Jogos de Paris, que começaram nesta quarta-feira, o País chega com uma delegação recorde de 280 atletas e com o objetivo de continuar alcançando feitos inéditos.

Para Tóquio-2020, o Brasil havia levado sua maior equipe para o exterior, com 259 pessoas, e alcançou a melhor marca de sua história no ranking de medalhas, terminando na sétima colocação - o número de atletas só não supera o registrado nos Jogos do Rio 2016, quando contou com 278 esportistas com deficiência. Naquela edição, o Brasil participou de todas as 22 modalidades por ser o país-sede.

Petrúcio Ferreira chega aos Jogos de Paris em busca do seu tricampeonato paralímpico Foto: ALE CABRAL/CPB

Agora na França, o grupo brasileiro é formado por 255 atletas com deficiência, 19 atletas-guia (sendo 18 do atletismo e 1 do triatlo), três calheiros da bocha, dois goleiros do futebol de cegos e um timoneiro do remo. Os atletas do País estarão em disputas de 20 das 22 modalidades do programa dos Jogos, uma vez que os brasileiros não conseguiram a classificação no basquete em cadeira de rodas e no rúgbi em cadeira de rodas.

O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) vive a expectativa de conquistar de 70 a 90 pódios, terminando no top-8 do quadro de medalhas. Na edição do evento no Japão, o Brasil conquistou 22 ouros, 20 pratas e 30 bronzes – 72 pódios no total.

Conscientização

Para a atual edição dos Jogos Paralímpicos, o CPB lançou seu manifesto intitulado: “Mais que vencedores: brasileiros”. “Nosso intuito é engrossar o coro da torcida brasileira não somente pelos atletas que estarão lá em Paris competindo com nossas cores, mas também aumentar a consciência da população em relação à inclusão por intermédio do esporte”, explicou Mizael Conrado, bicampeão paralímpico de futebol de cegos (Atenas 2004 e Pequim 2008), eleito melhor do mundo na modalidade em 1998, e atual presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro.

Para ficar de olho

Entre as inúmeras estrelas brasileiras, há alguns destaques que lutam para manter sua hegemonia na modalidade. É o caso do velocista Petrúcio Ferreira, de 27 anos, nascido no Rio Grande do Norte, mas radicado na Paraíba. Tetracampeão mundial nos 100m da classe T47 (deficiência nos membros superiores), sendo que dois títulos foram conquistados neste ciclo, o atleta chega aos Jogos de Paris em busca do seu tricampeonato paralímpico.

“Estou mais ansioso do que na primeira. Agora, eu já sou conhecido e sei como é a cobrança, mas cheguei aqui para me divertir e tentar conquistar mais um título para o nosso país”, afirmou o atleta, que sofreu um acidente com uma máquina de moer capim aos dois anos e perdeu parte do braço esquerdo, abaixo do cotovelo. Assim como foi nas edições do Rio 2016 e de Tóquio 2020, Petrúcio vai correr nos 100m e 400m em Paris.

Edênia Garcia é a única convocada para o megaevento na França que terá cinco participações paralímpicas Foto: Fernando Maia/CPB

Outro veterano é o pernambucano Phelipe Rodrigues, o brasileiro convocado para os Jogos com mais medalhas na história da competição. O nadador da classe S10 (limitação físico-motora) conta com oito pódios paralímpicos na carreira. Phelipe conquistou ao menos uma medalha em cada uma das quatro edições dos Jogos que disputou – de Pequim 2008 a Tóquio 2020. Especialista nas provas de velocidade (50m e 100m) do nado livre, ele soma cinco pratas e três bronzes no currículo.

A nadadora cearense Edênia Garcia, de 37 anos, é a única convocada para o megaevento na França que terá cinco participações paraolímpicas. Ela competiu em Atenas 2004, Pequim 2008, Rio 2016 e Tóquio 2020. A atleta já conquistou três medalhas paralímpicas, duas pratas e um bronze, todas na prova dos 50m costas, sua especialidade.

Promessas

Entre as revelações que chegam a Paris, o paulista Victor dos Santos Almeida, da classe S9 (limitação físico-motora), completou 16 anos no último dia 19 de maio e é o atleta mais novo da delegação. Apesar da pouca idade, Vitinho, como é conhecido, já tem experiência internacional. Em novembro do ano passado, com 15 anos, foi campeão parapan-americano nos 100m costas, em Santiago, no Chile.

A mais jovem atleta é a mesatenista carioca Sophia Kelmer, 16, da classe 8. Estreante em Jogos Paralímpicos, a atleta possui uma medalha de prata das chaves individuais dos Jogos Parapan-Americanos de Santiago 2023, no Chile, e dois bronzes nas disputas de duplas da mesma competição. Ela completa 17 anos em dezembro de 2024.

Formação de atletas

Os Jogos de Paris marcam a primeira participação de um aluno da Escola Paralímpica de Esportes em uma edição do megaevento paralímpico. O maranhense André Martins, 21, foi formado a partir do projeto idealizado e realizado pelo CPB, e vai competir na bocha pela classe BC4 (para atletas que têm deficiências severas, mas que não recebem assistência).

A Escolinha surgiu em 2018 e tem como objetivo promover a iniciação de crianças com deficiência física, visual e intelectual na faixa etária de 7 a 17 anos em 15 modalidades paralímpicas: atletismo, badminton, bocha, esgrima em cadeira de rodas, futebol de cegos, goalball, halterofilismo, judô, natação, rúgbi em cadeira de rodas, tênis de mesa, tênis em cadeira de rodas, tiro com arco, triatlo e vôlei sentado. Todas compõem o atual programa dos Jogos Paralímpicos.

Outra curiosidade é que um a cada cinco atletas da delegação brasileira treina em Centros de Referência do CPB. Estes espaços esportivos oferecem estrutura física e profissional para os treinos de 57 (ou 22,5%) dos 255 atletas com deficiência brasileiros que irão competir na França e realizam também sua preparação fora da cidade de São Paulo, onde está o Centro de Treinamento Paralímpico.

O objetivo do projeto é aproveitar espaços esportivos em Estados de todas as regiões do País para oferecer modalidades paralímpicas, desde a iniciação até o alto rendimento. Atualmente, o CPB conta com 72 Centros de Referência, espalhados por 26 unidades federativas do Brasil (a única exceção é o estado do Piauí). Desses, 19 terão atletas paralímpicos disputando os Jogos de Paris. Todas as regiões do país contam com atletas dos Centros de Referência convocados para competir na capital francesa.

Transmissão

Os Jogos Paralímpicos de Paris terão transmissão ao vivo pelo SporTV2. Além disso, haverá transmissões de disputas de todas as modalidades no canal de YouTube do Comitê Paralímpico Internacional (IPC, do inglês).

O Brasil é uma potência paralímpica e isso vem sendo demonstrado ao longo dos últimos anos. Nos Jogos de Paris, que começaram nesta quarta-feira, o País chega com uma delegação recorde de 280 atletas e com o objetivo de continuar alcançando feitos inéditos.

Para Tóquio-2020, o Brasil havia levado sua maior equipe para o exterior, com 259 pessoas, e alcançou a melhor marca de sua história no ranking de medalhas, terminando na sétima colocação - o número de atletas só não supera o registrado nos Jogos do Rio 2016, quando contou com 278 esportistas com deficiência. Naquela edição, o Brasil participou de todas as 22 modalidades por ser o país-sede.

Petrúcio Ferreira chega aos Jogos de Paris em busca do seu tricampeonato paralímpico Foto: ALE CABRAL/CPB

Agora na França, o grupo brasileiro é formado por 255 atletas com deficiência, 19 atletas-guia (sendo 18 do atletismo e 1 do triatlo), três calheiros da bocha, dois goleiros do futebol de cegos e um timoneiro do remo. Os atletas do País estarão em disputas de 20 das 22 modalidades do programa dos Jogos, uma vez que os brasileiros não conseguiram a classificação no basquete em cadeira de rodas e no rúgbi em cadeira de rodas.

O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) vive a expectativa de conquistar de 70 a 90 pódios, terminando no top-8 do quadro de medalhas. Na edição do evento no Japão, o Brasil conquistou 22 ouros, 20 pratas e 30 bronzes – 72 pódios no total.

Conscientização

Para a atual edição dos Jogos Paralímpicos, o CPB lançou seu manifesto intitulado: “Mais que vencedores: brasileiros”. “Nosso intuito é engrossar o coro da torcida brasileira não somente pelos atletas que estarão lá em Paris competindo com nossas cores, mas também aumentar a consciência da população em relação à inclusão por intermédio do esporte”, explicou Mizael Conrado, bicampeão paralímpico de futebol de cegos (Atenas 2004 e Pequim 2008), eleito melhor do mundo na modalidade em 1998, e atual presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro.

Para ficar de olho

Entre as inúmeras estrelas brasileiras, há alguns destaques que lutam para manter sua hegemonia na modalidade. É o caso do velocista Petrúcio Ferreira, de 27 anos, nascido no Rio Grande do Norte, mas radicado na Paraíba. Tetracampeão mundial nos 100m da classe T47 (deficiência nos membros superiores), sendo que dois títulos foram conquistados neste ciclo, o atleta chega aos Jogos de Paris em busca do seu tricampeonato paralímpico.

“Estou mais ansioso do que na primeira. Agora, eu já sou conhecido e sei como é a cobrança, mas cheguei aqui para me divertir e tentar conquistar mais um título para o nosso país”, afirmou o atleta, que sofreu um acidente com uma máquina de moer capim aos dois anos e perdeu parte do braço esquerdo, abaixo do cotovelo. Assim como foi nas edições do Rio 2016 e de Tóquio 2020, Petrúcio vai correr nos 100m e 400m em Paris.

Edênia Garcia é a única convocada para o megaevento na França que terá cinco participações paralímpicas Foto: Fernando Maia/CPB

Outro veterano é o pernambucano Phelipe Rodrigues, o brasileiro convocado para os Jogos com mais medalhas na história da competição. O nadador da classe S10 (limitação físico-motora) conta com oito pódios paralímpicos na carreira. Phelipe conquistou ao menos uma medalha em cada uma das quatro edições dos Jogos que disputou – de Pequim 2008 a Tóquio 2020. Especialista nas provas de velocidade (50m e 100m) do nado livre, ele soma cinco pratas e três bronzes no currículo.

A nadadora cearense Edênia Garcia, de 37 anos, é a única convocada para o megaevento na França que terá cinco participações paraolímpicas. Ela competiu em Atenas 2004, Pequim 2008, Rio 2016 e Tóquio 2020. A atleta já conquistou três medalhas paralímpicas, duas pratas e um bronze, todas na prova dos 50m costas, sua especialidade.

Promessas

Entre as revelações que chegam a Paris, o paulista Victor dos Santos Almeida, da classe S9 (limitação físico-motora), completou 16 anos no último dia 19 de maio e é o atleta mais novo da delegação. Apesar da pouca idade, Vitinho, como é conhecido, já tem experiência internacional. Em novembro do ano passado, com 15 anos, foi campeão parapan-americano nos 100m costas, em Santiago, no Chile.

A mais jovem atleta é a mesatenista carioca Sophia Kelmer, 16, da classe 8. Estreante em Jogos Paralímpicos, a atleta possui uma medalha de prata das chaves individuais dos Jogos Parapan-Americanos de Santiago 2023, no Chile, e dois bronzes nas disputas de duplas da mesma competição. Ela completa 17 anos em dezembro de 2024.

Formação de atletas

Os Jogos de Paris marcam a primeira participação de um aluno da Escola Paralímpica de Esportes em uma edição do megaevento paralímpico. O maranhense André Martins, 21, foi formado a partir do projeto idealizado e realizado pelo CPB, e vai competir na bocha pela classe BC4 (para atletas que têm deficiências severas, mas que não recebem assistência).

A Escolinha surgiu em 2018 e tem como objetivo promover a iniciação de crianças com deficiência física, visual e intelectual na faixa etária de 7 a 17 anos em 15 modalidades paralímpicas: atletismo, badminton, bocha, esgrima em cadeira de rodas, futebol de cegos, goalball, halterofilismo, judô, natação, rúgbi em cadeira de rodas, tênis de mesa, tênis em cadeira de rodas, tiro com arco, triatlo e vôlei sentado. Todas compõem o atual programa dos Jogos Paralímpicos.

Outra curiosidade é que um a cada cinco atletas da delegação brasileira treina em Centros de Referência do CPB. Estes espaços esportivos oferecem estrutura física e profissional para os treinos de 57 (ou 22,5%) dos 255 atletas com deficiência brasileiros que irão competir na França e realizam também sua preparação fora da cidade de São Paulo, onde está o Centro de Treinamento Paralímpico.

O objetivo do projeto é aproveitar espaços esportivos em Estados de todas as regiões do País para oferecer modalidades paralímpicas, desde a iniciação até o alto rendimento. Atualmente, o CPB conta com 72 Centros de Referência, espalhados por 26 unidades federativas do Brasil (a única exceção é o estado do Piauí). Desses, 19 terão atletas paralímpicos disputando os Jogos de Paris. Todas as regiões do país contam com atletas dos Centros de Referência convocados para competir na capital francesa.

Transmissão

Os Jogos Paralímpicos de Paris terão transmissão ao vivo pelo SporTV2. Além disso, haverá transmissões de disputas de todas as modalidades no canal de YouTube do Comitê Paralímpico Internacional (IPC, do inglês).

O Brasil é uma potência paralímpica e isso vem sendo demonstrado ao longo dos últimos anos. Nos Jogos de Paris, que começaram nesta quarta-feira, o País chega com uma delegação recorde de 280 atletas e com o objetivo de continuar alcançando feitos inéditos.

Para Tóquio-2020, o Brasil havia levado sua maior equipe para o exterior, com 259 pessoas, e alcançou a melhor marca de sua história no ranking de medalhas, terminando na sétima colocação - o número de atletas só não supera o registrado nos Jogos do Rio 2016, quando contou com 278 esportistas com deficiência. Naquela edição, o Brasil participou de todas as 22 modalidades por ser o país-sede.

Petrúcio Ferreira chega aos Jogos de Paris em busca do seu tricampeonato paralímpico Foto: ALE CABRAL/CPB

Agora na França, o grupo brasileiro é formado por 255 atletas com deficiência, 19 atletas-guia (sendo 18 do atletismo e 1 do triatlo), três calheiros da bocha, dois goleiros do futebol de cegos e um timoneiro do remo. Os atletas do País estarão em disputas de 20 das 22 modalidades do programa dos Jogos, uma vez que os brasileiros não conseguiram a classificação no basquete em cadeira de rodas e no rúgbi em cadeira de rodas.

O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) vive a expectativa de conquistar de 70 a 90 pódios, terminando no top-8 do quadro de medalhas. Na edição do evento no Japão, o Brasil conquistou 22 ouros, 20 pratas e 30 bronzes – 72 pódios no total.

Conscientização

Para a atual edição dos Jogos Paralímpicos, o CPB lançou seu manifesto intitulado: “Mais que vencedores: brasileiros”. “Nosso intuito é engrossar o coro da torcida brasileira não somente pelos atletas que estarão lá em Paris competindo com nossas cores, mas também aumentar a consciência da população em relação à inclusão por intermédio do esporte”, explicou Mizael Conrado, bicampeão paralímpico de futebol de cegos (Atenas 2004 e Pequim 2008), eleito melhor do mundo na modalidade em 1998, e atual presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro.

Para ficar de olho

Entre as inúmeras estrelas brasileiras, há alguns destaques que lutam para manter sua hegemonia na modalidade. É o caso do velocista Petrúcio Ferreira, de 27 anos, nascido no Rio Grande do Norte, mas radicado na Paraíba. Tetracampeão mundial nos 100m da classe T47 (deficiência nos membros superiores), sendo que dois títulos foram conquistados neste ciclo, o atleta chega aos Jogos de Paris em busca do seu tricampeonato paralímpico.

“Estou mais ansioso do que na primeira. Agora, eu já sou conhecido e sei como é a cobrança, mas cheguei aqui para me divertir e tentar conquistar mais um título para o nosso país”, afirmou o atleta, que sofreu um acidente com uma máquina de moer capim aos dois anos e perdeu parte do braço esquerdo, abaixo do cotovelo. Assim como foi nas edições do Rio 2016 e de Tóquio 2020, Petrúcio vai correr nos 100m e 400m em Paris.

Edênia Garcia é a única convocada para o megaevento na França que terá cinco participações paralímpicas Foto: Fernando Maia/CPB

Outro veterano é o pernambucano Phelipe Rodrigues, o brasileiro convocado para os Jogos com mais medalhas na história da competição. O nadador da classe S10 (limitação físico-motora) conta com oito pódios paralímpicos na carreira. Phelipe conquistou ao menos uma medalha em cada uma das quatro edições dos Jogos que disputou – de Pequim 2008 a Tóquio 2020. Especialista nas provas de velocidade (50m e 100m) do nado livre, ele soma cinco pratas e três bronzes no currículo.

A nadadora cearense Edênia Garcia, de 37 anos, é a única convocada para o megaevento na França que terá cinco participações paraolímpicas. Ela competiu em Atenas 2004, Pequim 2008, Rio 2016 e Tóquio 2020. A atleta já conquistou três medalhas paralímpicas, duas pratas e um bronze, todas na prova dos 50m costas, sua especialidade.

Promessas

Entre as revelações que chegam a Paris, o paulista Victor dos Santos Almeida, da classe S9 (limitação físico-motora), completou 16 anos no último dia 19 de maio e é o atleta mais novo da delegação. Apesar da pouca idade, Vitinho, como é conhecido, já tem experiência internacional. Em novembro do ano passado, com 15 anos, foi campeão parapan-americano nos 100m costas, em Santiago, no Chile.

A mais jovem atleta é a mesatenista carioca Sophia Kelmer, 16, da classe 8. Estreante em Jogos Paralímpicos, a atleta possui uma medalha de prata das chaves individuais dos Jogos Parapan-Americanos de Santiago 2023, no Chile, e dois bronzes nas disputas de duplas da mesma competição. Ela completa 17 anos em dezembro de 2024.

Formação de atletas

Os Jogos de Paris marcam a primeira participação de um aluno da Escola Paralímpica de Esportes em uma edição do megaevento paralímpico. O maranhense André Martins, 21, foi formado a partir do projeto idealizado e realizado pelo CPB, e vai competir na bocha pela classe BC4 (para atletas que têm deficiências severas, mas que não recebem assistência).

A Escolinha surgiu em 2018 e tem como objetivo promover a iniciação de crianças com deficiência física, visual e intelectual na faixa etária de 7 a 17 anos em 15 modalidades paralímpicas: atletismo, badminton, bocha, esgrima em cadeira de rodas, futebol de cegos, goalball, halterofilismo, judô, natação, rúgbi em cadeira de rodas, tênis de mesa, tênis em cadeira de rodas, tiro com arco, triatlo e vôlei sentado. Todas compõem o atual programa dos Jogos Paralímpicos.

Outra curiosidade é que um a cada cinco atletas da delegação brasileira treina em Centros de Referência do CPB. Estes espaços esportivos oferecem estrutura física e profissional para os treinos de 57 (ou 22,5%) dos 255 atletas com deficiência brasileiros que irão competir na França e realizam também sua preparação fora da cidade de São Paulo, onde está o Centro de Treinamento Paralímpico.

O objetivo do projeto é aproveitar espaços esportivos em Estados de todas as regiões do País para oferecer modalidades paralímpicas, desde a iniciação até o alto rendimento. Atualmente, o CPB conta com 72 Centros de Referência, espalhados por 26 unidades federativas do Brasil (a única exceção é o estado do Piauí). Desses, 19 terão atletas paralímpicos disputando os Jogos de Paris. Todas as regiões do país contam com atletas dos Centros de Referência convocados para competir na capital francesa.

Transmissão

Os Jogos Paralímpicos de Paris terão transmissão ao vivo pelo SporTV2. Além disso, haverá transmissões de disputas de todas as modalidades no canal de YouTube do Comitê Paralímpico Internacional (IPC, do inglês).

O Brasil é uma potência paralímpica e isso vem sendo demonstrado ao longo dos últimos anos. Nos Jogos de Paris, que começaram nesta quarta-feira, o País chega com uma delegação recorde de 280 atletas e com o objetivo de continuar alcançando feitos inéditos.

Para Tóquio-2020, o Brasil havia levado sua maior equipe para o exterior, com 259 pessoas, e alcançou a melhor marca de sua história no ranking de medalhas, terminando na sétima colocação - o número de atletas só não supera o registrado nos Jogos do Rio 2016, quando contou com 278 esportistas com deficiência. Naquela edição, o Brasil participou de todas as 22 modalidades por ser o país-sede.

Petrúcio Ferreira chega aos Jogos de Paris em busca do seu tricampeonato paralímpico Foto: ALE CABRAL/CPB

Agora na França, o grupo brasileiro é formado por 255 atletas com deficiência, 19 atletas-guia (sendo 18 do atletismo e 1 do triatlo), três calheiros da bocha, dois goleiros do futebol de cegos e um timoneiro do remo. Os atletas do País estarão em disputas de 20 das 22 modalidades do programa dos Jogos, uma vez que os brasileiros não conseguiram a classificação no basquete em cadeira de rodas e no rúgbi em cadeira de rodas.

O Comitê Paralímpico Brasileiro (CPB) vive a expectativa de conquistar de 70 a 90 pódios, terminando no top-8 do quadro de medalhas. Na edição do evento no Japão, o Brasil conquistou 22 ouros, 20 pratas e 30 bronzes – 72 pódios no total.

Conscientização

Para a atual edição dos Jogos Paralímpicos, o CPB lançou seu manifesto intitulado: “Mais que vencedores: brasileiros”. “Nosso intuito é engrossar o coro da torcida brasileira não somente pelos atletas que estarão lá em Paris competindo com nossas cores, mas também aumentar a consciência da população em relação à inclusão por intermédio do esporte”, explicou Mizael Conrado, bicampeão paralímpico de futebol de cegos (Atenas 2004 e Pequim 2008), eleito melhor do mundo na modalidade em 1998, e atual presidente do Comitê Paralímpico Brasileiro.

Para ficar de olho

Entre as inúmeras estrelas brasileiras, há alguns destaques que lutam para manter sua hegemonia na modalidade. É o caso do velocista Petrúcio Ferreira, de 27 anos, nascido no Rio Grande do Norte, mas radicado na Paraíba. Tetracampeão mundial nos 100m da classe T47 (deficiência nos membros superiores), sendo que dois títulos foram conquistados neste ciclo, o atleta chega aos Jogos de Paris em busca do seu tricampeonato paralímpico.

“Estou mais ansioso do que na primeira. Agora, eu já sou conhecido e sei como é a cobrança, mas cheguei aqui para me divertir e tentar conquistar mais um título para o nosso país”, afirmou o atleta, que sofreu um acidente com uma máquina de moer capim aos dois anos e perdeu parte do braço esquerdo, abaixo do cotovelo. Assim como foi nas edições do Rio 2016 e de Tóquio 2020, Petrúcio vai correr nos 100m e 400m em Paris.

Edênia Garcia é a única convocada para o megaevento na França que terá cinco participações paralímpicas Foto: Fernando Maia/CPB

Outro veterano é o pernambucano Phelipe Rodrigues, o brasileiro convocado para os Jogos com mais medalhas na história da competição. O nadador da classe S10 (limitação físico-motora) conta com oito pódios paralímpicos na carreira. Phelipe conquistou ao menos uma medalha em cada uma das quatro edições dos Jogos que disputou – de Pequim 2008 a Tóquio 2020. Especialista nas provas de velocidade (50m e 100m) do nado livre, ele soma cinco pratas e três bronzes no currículo.

A nadadora cearense Edênia Garcia, de 37 anos, é a única convocada para o megaevento na França que terá cinco participações paraolímpicas. Ela competiu em Atenas 2004, Pequim 2008, Rio 2016 e Tóquio 2020. A atleta já conquistou três medalhas paralímpicas, duas pratas e um bronze, todas na prova dos 50m costas, sua especialidade.

Promessas

Entre as revelações que chegam a Paris, o paulista Victor dos Santos Almeida, da classe S9 (limitação físico-motora), completou 16 anos no último dia 19 de maio e é o atleta mais novo da delegação. Apesar da pouca idade, Vitinho, como é conhecido, já tem experiência internacional. Em novembro do ano passado, com 15 anos, foi campeão parapan-americano nos 100m costas, em Santiago, no Chile.

A mais jovem atleta é a mesatenista carioca Sophia Kelmer, 16, da classe 8. Estreante em Jogos Paralímpicos, a atleta possui uma medalha de prata das chaves individuais dos Jogos Parapan-Americanos de Santiago 2023, no Chile, e dois bronzes nas disputas de duplas da mesma competição. Ela completa 17 anos em dezembro de 2024.

Formação de atletas

Os Jogos de Paris marcam a primeira participação de um aluno da Escola Paralímpica de Esportes em uma edição do megaevento paralímpico. O maranhense André Martins, 21, foi formado a partir do projeto idealizado e realizado pelo CPB, e vai competir na bocha pela classe BC4 (para atletas que têm deficiências severas, mas que não recebem assistência).

A Escolinha surgiu em 2018 e tem como objetivo promover a iniciação de crianças com deficiência física, visual e intelectual na faixa etária de 7 a 17 anos em 15 modalidades paralímpicas: atletismo, badminton, bocha, esgrima em cadeira de rodas, futebol de cegos, goalball, halterofilismo, judô, natação, rúgbi em cadeira de rodas, tênis de mesa, tênis em cadeira de rodas, tiro com arco, triatlo e vôlei sentado. Todas compõem o atual programa dos Jogos Paralímpicos.

Outra curiosidade é que um a cada cinco atletas da delegação brasileira treina em Centros de Referência do CPB. Estes espaços esportivos oferecem estrutura física e profissional para os treinos de 57 (ou 22,5%) dos 255 atletas com deficiência brasileiros que irão competir na França e realizam também sua preparação fora da cidade de São Paulo, onde está o Centro de Treinamento Paralímpico.

O objetivo do projeto é aproveitar espaços esportivos em Estados de todas as regiões do País para oferecer modalidades paralímpicas, desde a iniciação até o alto rendimento. Atualmente, o CPB conta com 72 Centros de Referência, espalhados por 26 unidades federativas do Brasil (a única exceção é o estado do Piauí). Desses, 19 terão atletas paralímpicos disputando os Jogos de Paris. Todas as regiões do país contam com atletas dos Centros de Referência convocados para competir na capital francesa.

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Os Jogos Paralímpicos de Paris terão transmissão ao vivo pelo SporTV2. Além disso, haverá transmissões de disputas de todas as modalidades no canal de YouTube do Comitê Paralímpico Internacional (IPC, do inglês).

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