Como o COB se prepara para cuidar da saúde mental dos atletas nas Olimpíadas de Paris


Delegação brasileira terá a presença de dez profissionais ligados à psicologia e psiquiatria esportiva; crescimento da equipe em relação a Tóquio-2020 é de 250%

Por Murillo César Alves
Atualização:

Além da preparação física dos atletas, a dinâmica do Comitê Olímpico do Brasil (COB) nos Jogos Olímpicos de Paris conta com o trabalho especial, focado na saúde mental da delegação. Nesta Olimpíada, serão dez profissionais especializados em psicologia esportiva. O número é 250% superior ao registrado em Tóquio-2020, quando as disputas ocorreram em meio ao contexto da pandemia da Covid-19. Além destes, pela primeira vez o Brasil terá um psiquiatra em sua equipe.

O aumento da equipe de saúde mental do COB estará inserida nos locais de treino e competição em Paris. Além disso, estarão disponíveis no Chateau de Saint-Ouen, local escolhido pelo comitê para servir de QG do Time Brasil na França. O espaço custou 400 mil euros (cerca de R$ 2,2 milhões), sendo 50% custeados pela prefeitura de Saint Ouen e 50% pelo COB.

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“Toda a nossa preparação final é feita de uma forma bem alinhada para que possamos oferecer os melhores serviços possíveis aos atletas que estarão em Paris e nas subsedes dos Jogos. É um trabalho de rotina, é a continuação do trabalho que temos feito ao longo de todo o ciclo olímpico”, explica Eduardo Cillo, coordenador de psicologia esportiva do COB. Durante o ciclo olímpico, a missão do COB em Paris teve um custo de R$ 52 milhões.

Eduardo Cillo, coordenador de psicologia esportiva do COB nos Jogos Olímpicos de Paris. Foto: Beto Noval/ COB

Em Tóquio-2020, o COB teve quatro psicólogos na delegação. O aumento se dá, também, pela importância que a entidade vê nessa questão comportamental e o impacto que tem sobre os atletas. Na mesma edição, a ginasta Simone Biles desistiu de sua participação por causa da saúde mental – ela tinha dificuldades e medo de executar os saltos. Na delegação brasileira, o nadador Bruno Fratus, que não estará em Paris por causa de lesões, havia desistido de participar do Pan-Americano de 2023 para priorizar a saúde mental.

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O Brasil contará com a presença de outros quatro psicólogos do COB em Paris, além de Cillo – Aline Wolff, Carla Di Pierro, Carla Ide e Marisa Markunas. Os demais, que completam a equipe de dez, foram ‘emprestados’ por confederações e não tiveram sua identidade revelada à reportagem do Estadão. Outra novidade é a presença de Helio Fádel, atual coordenador do Núcleo de Saúde Mental do Vasco, que será o primeiro psiquiatra do Brasil a atuar em uma edição de Jogos Olímpicos.

Segundo pesquisas e estudos conduzidos pela Unicamp e FondaMental, cerca de 30% dos atletas, ao redor do mundo, sofrem de alguma doença mental, desde depressão a casos mais graves. “Precisamos preparar os atletas estreantes para lidar com isso tudo pela primeira vez e relembrar os veteranos dos desafios na Vila Olímpica, alertar sobre as distrações e sobre a convivência com atletas de diferentes esportes e países”, detalha Cillo.

Simone Biles desistiu durante a Olimpíada de Tóquio para cuidar da saúde mental. Foto: Jeff Pachoud/AFP
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Em comparação, o Brasil está em ‘pé de igualdade’ com os demais comitês. Os Estados Unidos, por exemplo, contam com 14 profissionais especializados em saúde mental para atuar em Paris-2024. Jessica Bartley, diretor sênior de serviços psicológicos do Comitê Olímpico e Paralímpico dos EUA, afirmou que cerca de metade dos atletas do país nas duas últimas Olimpíadas foram sinalizados por pelo menos um dos seguintes fatores: ansiedade, depressão, distúrbios do sono, distúrbios alimentares e uso ou abuso de substâncias.

O Brasil terá 274 atletas na delegação enviada a Paris. E, pela primeira vez na história, as mulheres são maioria. Elas serão 55% do total de 277 esportistas, de 39 modalidades diferentes, que estarão competindo na capital francesa a partir do dia 26 deste mês. O número pode ser ligeiramente maior, se considerar que o trio do atletismo – Hygor Gabriel, do revezamento 4x100m, Lívia Avancini, do arremesso de peso, e Max Batista, da marcha atlética – tenta reverter a situação e garantir vaga nos Jogos Olímpicos.

“A importância da preparação mental para atletas de alto rendimento está em integrar um conjunto de ciências voltadas para garantir um estado mínimo de saúde mental e desempenho esportivo. Em uma rotina intensa e exigente como a desses atletas, manter a cabeça no lugar é crucial para evitar cansaço, perda de motivação, e manter o foco e a concentração, que são fundamentais para o sucesso na competição”, ressalta o coordenador de psicologia esportiva do COB.

Além da preparação física dos atletas, a dinâmica do Comitê Olímpico do Brasil (COB) nos Jogos Olímpicos de Paris conta com o trabalho especial, focado na saúde mental da delegação. Nesta Olimpíada, serão dez profissionais especializados em psicologia esportiva. O número é 250% superior ao registrado em Tóquio-2020, quando as disputas ocorreram em meio ao contexto da pandemia da Covid-19. Além destes, pela primeira vez o Brasil terá um psiquiatra em sua equipe.

O aumento da equipe de saúde mental do COB estará inserida nos locais de treino e competição em Paris. Além disso, estarão disponíveis no Chateau de Saint-Ouen, local escolhido pelo comitê para servir de QG do Time Brasil na França. O espaço custou 400 mil euros (cerca de R$ 2,2 milhões), sendo 50% custeados pela prefeitura de Saint Ouen e 50% pelo COB.

“Toda a nossa preparação final é feita de uma forma bem alinhada para que possamos oferecer os melhores serviços possíveis aos atletas que estarão em Paris e nas subsedes dos Jogos. É um trabalho de rotina, é a continuação do trabalho que temos feito ao longo de todo o ciclo olímpico”, explica Eduardo Cillo, coordenador de psicologia esportiva do COB. Durante o ciclo olímpico, a missão do COB em Paris teve um custo de R$ 52 milhões.

Eduardo Cillo, coordenador de psicologia esportiva do COB nos Jogos Olímpicos de Paris. Foto: Beto Noval/ COB

Em Tóquio-2020, o COB teve quatro psicólogos na delegação. O aumento se dá, também, pela importância que a entidade vê nessa questão comportamental e o impacto que tem sobre os atletas. Na mesma edição, a ginasta Simone Biles desistiu de sua participação por causa da saúde mental – ela tinha dificuldades e medo de executar os saltos. Na delegação brasileira, o nadador Bruno Fratus, que não estará em Paris por causa de lesões, havia desistido de participar do Pan-Americano de 2023 para priorizar a saúde mental.

O Brasil contará com a presença de outros quatro psicólogos do COB em Paris, além de Cillo – Aline Wolff, Carla Di Pierro, Carla Ide e Marisa Markunas. Os demais, que completam a equipe de dez, foram ‘emprestados’ por confederações e não tiveram sua identidade revelada à reportagem do Estadão. Outra novidade é a presença de Helio Fádel, atual coordenador do Núcleo de Saúde Mental do Vasco, que será o primeiro psiquiatra do Brasil a atuar em uma edição de Jogos Olímpicos.

Segundo pesquisas e estudos conduzidos pela Unicamp e FondaMental, cerca de 30% dos atletas, ao redor do mundo, sofrem de alguma doença mental, desde depressão a casos mais graves. “Precisamos preparar os atletas estreantes para lidar com isso tudo pela primeira vez e relembrar os veteranos dos desafios na Vila Olímpica, alertar sobre as distrações e sobre a convivência com atletas de diferentes esportes e países”, detalha Cillo.

Simone Biles desistiu durante a Olimpíada de Tóquio para cuidar da saúde mental. Foto: Jeff Pachoud/AFP

Em comparação, o Brasil está em ‘pé de igualdade’ com os demais comitês. Os Estados Unidos, por exemplo, contam com 14 profissionais especializados em saúde mental para atuar em Paris-2024. Jessica Bartley, diretor sênior de serviços psicológicos do Comitê Olímpico e Paralímpico dos EUA, afirmou que cerca de metade dos atletas do país nas duas últimas Olimpíadas foram sinalizados por pelo menos um dos seguintes fatores: ansiedade, depressão, distúrbios do sono, distúrbios alimentares e uso ou abuso de substâncias.

O Brasil terá 274 atletas na delegação enviada a Paris. E, pela primeira vez na história, as mulheres são maioria. Elas serão 55% do total de 277 esportistas, de 39 modalidades diferentes, que estarão competindo na capital francesa a partir do dia 26 deste mês. O número pode ser ligeiramente maior, se considerar que o trio do atletismo – Hygor Gabriel, do revezamento 4x100m, Lívia Avancini, do arremesso de peso, e Max Batista, da marcha atlética – tenta reverter a situação e garantir vaga nos Jogos Olímpicos.

“A importância da preparação mental para atletas de alto rendimento está em integrar um conjunto de ciências voltadas para garantir um estado mínimo de saúde mental e desempenho esportivo. Em uma rotina intensa e exigente como a desses atletas, manter a cabeça no lugar é crucial para evitar cansaço, perda de motivação, e manter o foco e a concentração, que são fundamentais para o sucesso na competição”, ressalta o coordenador de psicologia esportiva do COB.

Além da preparação física dos atletas, a dinâmica do Comitê Olímpico do Brasil (COB) nos Jogos Olímpicos de Paris conta com o trabalho especial, focado na saúde mental da delegação. Nesta Olimpíada, serão dez profissionais especializados em psicologia esportiva. O número é 250% superior ao registrado em Tóquio-2020, quando as disputas ocorreram em meio ao contexto da pandemia da Covid-19. Além destes, pela primeira vez o Brasil terá um psiquiatra em sua equipe.

O aumento da equipe de saúde mental do COB estará inserida nos locais de treino e competição em Paris. Além disso, estarão disponíveis no Chateau de Saint-Ouen, local escolhido pelo comitê para servir de QG do Time Brasil na França. O espaço custou 400 mil euros (cerca de R$ 2,2 milhões), sendo 50% custeados pela prefeitura de Saint Ouen e 50% pelo COB.

“Toda a nossa preparação final é feita de uma forma bem alinhada para que possamos oferecer os melhores serviços possíveis aos atletas que estarão em Paris e nas subsedes dos Jogos. É um trabalho de rotina, é a continuação do trabalho que temos feito ao longo de todo o ciclo olímpico”, explica Eduardo Cillo, coordenador de psicologia esportiva do COB. Durante o ciclo olímpico, a missão do COB em Paris teve um custo de R$ 52 milhões.

Eduardo Cillo, coordenador de psicologia esportiva do COB nos Jogos Olímpicos de Paris. Foto: Beto Noval/ COB

Em Tóquio-2020, o COB teve quatro psicólogos na delegação. O aumento se dá, também, pela importância que a entidade vê nessa questão comportamental e o impacto que tem sobre os atletas. Na mesma edição, a ginasta Simone Biles desistiu de sua participação por causa da saúde mental – ela tinha dificuldades e medo de executar os saltos. Na delegação brasileira, o nadador Bruno Fratus, que não estará em Paris por causa de lesões, havia desistido de participar do Pan-Americano de 2023 para priorizar a saúde mental.

O Brasil contará com a presença de outros quatro psicólogos do COB em Paris, além de Cillo – Aline Wolff, Carla Di Pierro, Carla Ide e Marisa Markunas. Os demais, que completam a equipe de dez, foram ‘emprestados’ por confederações e não tiveram sua identidade revelada à reportagem do Estadão. Outra novidade é a presença de Helio Fádel, atual coordenador do Núcleo de Saúde Mental do Vasco, que será o primeiro psiquiatra do Brasil a atuar em uma edição de Jogos Olímpicos.

Segundo pesquisas e estudos conduzidos pela Unicamp e FondaMental, cerca de 30% dos atletas, ao redor do mundo, sofrem de alguma doença mental, desde depressão a casos mais graves. “Precisamos preparar os atletas estreantes para lidar com isso tudo pela primeira vez e relembrar os veteranos dos desafios na Vila Olímpica, alertar sobre as distrações e sobre a convivência com atletas de diferentes esportes e países”, detalha Cillo.

Simone Biles desistiu durante a Olimpíada de Tóquio para cuidar da saúde mental. Foto: Jeff Pachoud/AFP

Em comparação, o Brasil está em ‘pé de igualdade’ com os demais comitês. Os Estados Unidos, por exemplo, contam com 14 profissionais especializados em saúde mental para atuar em Paris-2024. Jessica Bartley, diretor sênior de serviços psicológicos do Comitê Olímpico e Paralímpico dos EUA, afirmou que cerca de metade dos atletas do país nas duas últimas Olimpíadas foram sinalizados por pelo menos um dos seguintes fatores: ansiedade, depressão, distúrbios do sono, distúrbios alimentares e uso ou abuso de substâncias.

O Brasil terá 274 atletas na delegação enviada a Paris. E, pela primeira vez na história, as mulheres são maioria. Elas serão 55% do total de 277 esportistas, de 39 modalidades diferentes, que estarão competindo na capital francesa a partir do dia 26 deste mês. O número pode ser ligeiramente maior, se considerar que o trio do atletismo – Hygor Gabriel, do revezamento 4x100m, Lívia Avancini, do arremesso de peso, e Max Batista, da marcha atlética – tenta reverter a situação e garantir vaga nos Jogos Olímpicos.

“A importância da preparação mental para atletas de alto rendimento está em integrar um conjunto de ciências voltadas para garantir um estado mínimo de saúde mental e desempenho esportivo. Em uma rotina intensa e exigente como a desses atletas, manter a cabeça no lugar é crucial para evitar cansaço, perda de motivação, e manter o foco e a concentração, que são fundamentais para o sucesso na competição”, ressalta o coordenador de psicologia esportiva do COB.

Além da preparação física dos atletas, a dinâmica do Comitê Olímpico do Brasil (COB) nos Jogos Olímpicos de Paris conta com o trabalho especial, focado na saúde mental da delegação. Nesta Olimpíada, serão dez profissionais especializados em psicologia esportiva. O número é 250% superior ao registrado em Tóquio-2020, quando as disputas ocorreram em meio ao contexto da pandemia da Covid-19. Além destes, pela primeira vez o Brasil terá um psiquiatra em sua equipe.

O aumento da equipe de saúde mental do COB estará inserida nos locais de treino e competição em Paris. Além disso, estarão disponíveis no Chateau de Saint-Ouen, local escolhido pelo comitê para servir de QG do Time Brasil na França. O espaço custou 400 mil euros (cerca de R$ 2,2 milhões), sendo 50% custeados pela prefeitura de Saint Ouen e 50% pelo COB.

“Toda a nossa preparação final é feita de uma forma bem alinhada para que possamos oferecer os melhores serviços possíveis aos atletas que estarão em Paris e nas subsedes dos Jogos. É um trabalho de rotina, é a continuação do trabalho que temos feito ao longo de todo o ciclo olímpico”, explica Eduardo Cillo, coordenador de psicologia esportiva do COB. Durante o ciclo olímpico, a missão do COB em Paris teve um custo de R$ 52 milhões.

Eduardo Cillo, coordenador de psicologia esportiva do COB nos Jogos Olímpicos de Paris. Foto: Beto Noval/ COB

Em Tóquio-2020, o COB teve quatro psicólogos na delegação. O aumento se dá, também, pela importância que a entidade vê nessa questão comportamental e o impacto que tem sobre os atletas. Na mesma edição, a ginasta Simone Biles desistiu de sua participação por causa da saúde mental – ela tinha dificuldades e medo de executar os saltos. Na delegação brasileira, o nadador Bruno Fratus, que não estará em Paris por causa de lesões, havia desistido de participar do Pan-Americano de 2023 para priorizar a saúde mental.

O Brasil contará com a presença de outros quatro psicólogos do COB em Paris, além de Cillo – Aline Wolff, Carla Di Pierro, Carla Ide e Marisa Markunas. Os demais, que completam a equipe de dez, foram ‘emprestados’ por confederações e não tiveram sua identidade revelada à reportagem do Estadão. Outra novidade é a presença de Helio Fádel, atual coordenador do Núcleo de Saúde Mental do Vasco, que será o primeiro psiquiatra do Brasil a atuar em uma edição de Jogos Olímpicos.

Segundo pesquisas e estudos conduzidos pela Unicamp e FondaMental, cerca de 30% dos atletas, ao redor do mundo, sofrem de alguma doença mental, desde depressão a casos mais graves. “Precisamos preparar os atletas estreantes para lidar com isso tudo pela primeira vez e relembrar os veteranos dos desafios na Vila Olímpica, alertar sobre as distrações e sobre a convivência com atletas de diferentes esportes e países”, detalha Cillo.

Simone Biles desistiu durante a Olimpíada de Tóquio para cuidar da saúde mental. Foto: Jeff Pachoud/AFP

Em comparação, o Brasil está em ‘pé de igualdade’ com os demais comitês. Os Estados Unidos, por exemplo, contam com 14 profissionais especializados em saúde mental para atuar em Paris-2024. Jessica Bartley, diretor sênior de serviços psicológicos do Comitê Olímpico e Paralímpico dos EUA, afirmou que cerca de metade dos atletas do país nas duas últimas Olimpíadas foram sinalizados por pelo menos um dos seguintes fatores: ansiedade, depressão, distúrbios do sono, distúrbios alimentares e uso ou abuso de substâncias.

O Brasil terá 274 atletas na delegação enviada a Paris. E, pela primeira vez na história, as mulheres são maioria. Elas serão 55% do total de 277 esportistas, de 39 modalidades diferentes, que estarão competindo na capital francesa a partir do dia 26 deste mês. O número pode ser ligeiramente maior, se considerar que o trio do atletismo – Hygor Gabriel, do revezamento 4x100m, Lívia Avancini, do arremesso de peso, e Max Batista, da marcha atlética – tenta reverter a situação e garantir vaga nos Jogos Olímpicos.

“A importância da preparação mental para atletas de alto rendimento está em integrar um conjunto de ciências voltadas para garantir um estado mínimo de saúde mental e desempenho esportivo. Em uma rotina intensa e exigente como a desses atletas, manter a cabeça no lugar é crucial para evitar cansaço, perda de motivação, e manter o foco e a concentração, que são fundamentais para o sucesso na competição”, ressalta o coordenador de psicologia esportiva do COB.

Além da preparação física dos atletas, a dinâmica do Comitê Olímpico do Brasil (COB) nos Jogos Olímpicos de Paris conta com o trabalho especial, focado na saúde mental da delegação. Nesta Olimpíada, serão dez profissionais especializados em psicologia esportiva. O número é 250% superior ao registrado em Tóquio-2020, quando as disputas ocorreram em meio ao contexto da pandemia da Covid-19. Além destes, pela primeira vez o Brasil terá um psiquiatra em sua equipe.

O aumento da equipe de saúde mental do COB estará inserida nos locais de treino e competição em Paris. Além disso, estarão disponíveis no Chateau de Saint-Ouen, local escolhido pelo comitê para servir de QG do Time Brasil na França. O espaço custou 400 mil euros (cerca de R$ 2,2 milhões), sendo 50% custeados pela prefeitura de Saint Ouen e 50% pelo COB.

“Toda a nossa preparação final é feita de uma forma bem alinhada para que possamos oferecer os melhores serviços possíveis aos atletas que estarão em Paris e nas subsedes dos Jogos. É um trabalho de rotina, é a continuação do trabalho que temos feito ao longo de todo o ciclo olímpico”, explica Eduardo Cillo, coordenador de psicologia esportiva do COB. Durante o ciclo olímpico, a missão do COB em Paris teve um custo de R$ 52 milhões.

Eduardo Cillo, coordenador de psicologia esportiva do COB nos Jogos Olímpicos de Paris. Foto: Beto Noval/ COB

Em Tóquio-2020, o COB teve quatro psicólogos na delegação. O aumento se dá, também, pela importância que a entidade vê nessa questão comportamental e o impacto que tem sobre os atletas. Na mesma edição, a ginasta Simone Biles desistiu de sua participação por causa da saúde mental – ela tinha dificuldades e medo de executar os saltos. Na delegação brasileira, o nadador Bruno Fratus, que não estará em Paris por causa de lesões, havia desistido de participar do Pan-Americano de 2023 para priorizar a saúde mental.

O Brasil contará com a presença de outros quatro psicólogos do COB em Paris, além de Cillo – Aline Wolff, Carla Di Pierro, Carla Ide e Marisa Markunas. Os demais, que completam a equipe de dez, foram ‘emprestados’ por confederações e não tiveram sua identidade revelada à reportagem do Estadão. Outra novidade é a presença de Helio Fádel, atual coordenador do Núcleo de Saúde Mental do Vasco, que será o primeiro psiquiatra do Brasil a atuar em uma edição de Jogos Olímpicos.

Segundo pesquisas e estudos conduzidos pela Unicamp e FondaMental, cerca de 30% dos atletas, ao redor do mundo, sofrem de alguma doença mental, desde depressão a casos mais graves. “Precisamos preparar os atletas estreantes para lidar com isso tudo pela primeira vez e relembrar os veteranos dos desafios na Vila Olímpica, alertar sobre as distrações e sobre a convivência com atletas de diferentes esportes e países”, detalha Cillo.

Simone Biles desistiu durante a Olimpíada de Tóquio para cuidar da saúde mental. Foto: Jeff Pachoud/AFP

Em comparação, o Brasil está em ‘pé de igualdade’ com os demais comitês. Os Estados Unidos, por exemplo, contam com 14 profissionais especializados em saúde mental para atuar em Paris-2024. Jessica Bartley, diretor sênior de serviços psicológicos do Comitê Olímpico e Paralímpico dos EUA, afirmou que cerca de metade dos atletas do país nas duas últimas Olimpíadas foram sinalizados por pelo menos um dos seguintes fatores: ansiedade, depressão, distúrbios do sono, distúrbios alimentares e uso ou abuso de substâncias.

O Brasil terá 274 atletas na delegação enviada a Paris. E, pela primeira vez na história, as mulheres são maioria. Elas serão 55% do total de 277 esportistas, de 39 modalidades diferentes, que estarão competindo na capital francesa a partir do dia 26 deste mês. O número pode ser ligeiramente maior, se considerar que o trio do atletismo – Hygor Gabriel, do revezamento 4x100m, Lívia Avancini, do arremesso de peso, e Max Batista, da marcha atlética – tenta reverter a situação e garantir vaga nos Jogos Olímpicos.

“A importância da preparação mental para atletas de alto rendimento está em integrar um conjunto de ciências voltadas para garantir um estado mínimo de saúde mental e desempenho esportivo. Em uma rotina intensa e exigente como a desses atletas, manter a cabeça no lugar é crucial para evitar cansaço, perda de motivação, e manter o foco e a concentração, que são fundamentais para o sucesso na competição”, ressalta o coordenador de psicologia esportiva do COB.

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