ZURIQUE - Se o Corinthians quiser ser campeão do mundo, terá de conquistar o título com o time que tem em mãos, pois não poderá fazer nenhuma contratação extra para reforçar o elenco para o Mundial de Clubes no Japão. A informação foi dada ao diretor de futebol do time paulista, Edu Gaspar, que ontem esteve na Fifa para reuniões com os organizadores japoneses do evento, que se assustaram com a dimensão do clube e o que pode representar para a logística a chegada dos torcedores. O Corinthians já avisou: vai com uma estrutura de seleção para o Japão, incluindo sigilo sobre o hotel em que se hospedará, técnicas para induzir o sono dos atletas e quase 50 pessoas de apoio.Pelo sorteio realizado na segunda-feira, o time paulista poderá enfrentar na semifinal uma equipe africana. Se vencer, poderá encontrar o Chelsea na final. Edu não disfarçou a preocupação com o estilo físico de eventual rival africano. Mas nem por isso poderá reforçar o time. Por determinação da Fifa, os japoneses querem evitar que clubes façam gastos milionários para montar uma "equipe artificial" para vencer o Mundial. Nos anos 90, o Cruzeiro chegou a contratar reforços como Bebeto para jogar apenas a final, quando o torneio não tinha o atual formato e não era reconhecido como evento da Fifa. Edu indicou que buscava esclarecimentos sobre a questão do reforço. Garante que não tinha nenhum nome em vista, mas admitiu que não descartaria uma contratação caso "alguma grande oportunidade" surgisse. Uma primeira lista de 35 nomes terá de ser entregue nas próximas semanas. O prazo da lista final é dia 26 de novembro.Tamanho de seleção. O Corinthians prepara uma delegação que não deixará nada a desejar para a da seleção em uma Copa. Um cozinheiro viajará antes para conhecer as instalações, o time terá sua nutricionista para orientar os funcionários locais, ingredientes viajarão do Brasil e uma delegação de quase 50 pessoas formarão parte da missão.Edu irá ao Japão preparar o terreno da equipe. O time viajará dia 4 de dezembro. Fará parada em Dubai, para um treinamento, e segue para o Japão, onde chega uma semana antes da estreia, no dia 12. Ele contou que os organizadores se assustaram quando foram informados de que existiam 30 milhões de corintianos. Edu pediu um número maior de seguranças para a equipe. "Não pedi por uma questão de violência. Mas apenas para que eles estejam preparados. Nossa torcida vai ao hotel, está presente." Edu saiu da reunião com o sentimento de missão cumprida, por conta da obtenção de entradas. Ele não quis dar números. Mas os organizadores haviam indicado que seriam cerca de mil entradas. Edu teria conseguido 8 mil. "Viemos com uma meta e conseguimos atingir. O que faremos agora é dar essas entradas para cada um dos departamentos do clube como prioridade."