Equipes de resgate encontraram nesta quarta-feira, dia 28, o corpo da renomada alpinista americana Hilaree Nelson, que estava desaparecida havia três dias após sofrer uma queda durante expedição na montanha Manaslu. Localizado no Himalaia, o pico é considerado o oitavo mais alto do mundo.
De acordo com o diretor da empresa Shangrila-Nepal, Efe Jeevan Ghimire, responsável pela expedição, o corpo da alpinista foi localizado, já sem vida, enterrado na neve em uma encosta da montanha, a cerca de 6 mil metros de altura. Três sherpas - povos de etnia local que ajudam os montanhistas nas escaladas - e o esquiador Jim Morrison, parceiro de Hilaree Nelson, foram levados de helicóptero ao local onde se estimava que a alpinista tenha caído. “O corpo foi removido às 11 horas (horário local)”, disse o oficial Bigyan Koiral, do governo neponês.
Hilaree Nelson sofreu uma queda na segunda-feira quando estava esquiando para voltar ao acampamento-base depois de chegar ao cume de Manaslu, com 8.163 metros de altura, ao lado de seu colega Morrison. A princípio, pensou-se que Nelson tivesse caído em uma rachadura, segundo informações das autoridades que iniciaram uma operação de busca aérea e terrestre na região. Há quase uma semana, ela havia compartilhado nas redes sociais que, ao contrário de outras expedições no Himalaia, desta vez, em Manaslu, se sentia menos confiante, e as condições da montanha a faziam desejar voltar para casa.
“Sou desafiada a encontrar paz e inspiração na montanha quando ela está constantemente envolta em neblina”, postou a alpinista há seis dias. Nelson, de 49 anos, foi a primeira mulher a escalar duas montanhas - Everest e Lhotse - de 8 mil metros, em 24 horas, em maio de 2012. Em 2018, ela retornou à Lhotse, a quarta montanha mais alta do mundo, com 8.516 metros, para realizar a façanha, junto com Morrison, de ser a primeira a descer este pico. Naquele mesmo ano, ela foi nomeada a ‘Aventureira do Ano’, da National Geographic.
O desaparecimento de Hilaree ocorreu no mesmo dia em que uma grande avalanche atingiu Manaslu. No episódio, um guia foi morto e vários alpinistas ficaram feridos. As autoridades nepalesas autorizaram, nesta temporada de outono, um número recorde de 404 licenças para escalar Manaslu, conhecida como “a montanha assassina” devido ao alto número de mortes que ocorrem, mesmo a quantidade de subidas ser relativamente baixa. Em setembro de 2012, uma avalanche matou 11 alpinistas. /EFE