Provas de rua de A a Z

Na Europa, as cidades têm orgulho das maratonas


Confira entrevista com Daniel Krutman, CEO do Ticket Sports

Por Silvia Herrera

A cada dois anos acontece a European Running Business Conference. A quarta edição aconteceu em Atenas (Grécia), com participação de executivos de várias partes do mundo. Daniel Krutman, CEO do TicketSports, maior plataforma de inscrições do Brasil, era um deles. O evento foi realizado junto à Maratona de Atenas, que contou com uma das melhores expos do mundo. Cerca de 25% dos delegados da conferência correram a maratona,  no domingo 10 de novembro.

 Foto: Maratona de Atenas/divulgação

A conferência é bienal e organizada pela European Athletics, a próxima será em 2026, em Porto (Portugal), na mesma semana da maratona dessa cidade. E um dos aprendizados que Krutman trouxe na mala é que o europeu sabe abraçar os eventos esportivos, as cidades têm orgulho de suas maratonas, e o povo vai às ruas torcer e recepcionar os maratonistas de todas as partes do mundo. Em dos cases apresentados foi da Maratona de Londres, que teve quase 1 milhão de pessoas se inscrevendo para o sorteio das quase 60 mil vagas. E já estão trabalhando no planejamento para conseguir oferecer a hidratação customizada para cada um dos inscritos até 2028. "É a ultra personalização da experiência em eventos de massa", argumenta. Além disso, fazem a lição de casa para atrair o público infantil. "Há uma preocupação na construção de uma base de corredores, um planejamento a longo prazo, de 30 anos", acrescenta. Confira abaixo a entrevista.

continua após a publicidade

Como é o mercado europeu de corrida de rua? Daniel Krutman - É um mercado super receptivo, em crescimento e com particularidades regionais bem peculiares. Parece com o Brasil (muito mais do que o mercado americano), mas é mais capilarizado, pulverizado. Apesar de ser uma Europa, os países têm diferentes potenciais de mercado. O ticket médio em Portugal, por exemplo, é 20 euros. Na Alemanha ou Suécia, 40 euros. Isso acontece nas regiões aqui do Brasil também. Gostamos demais dos europeus, aliás, nos receberam como amigos e compartilham as mesmas dores: crescimento de receita, busca por patrocinadores, equalização de preço de inscrições: os temas são muito parecidos com os nossos.

 Foto: Maratona de Atenas/divulgação

Quais lições os players brasileiros podem aprender com eles? Daniel Krutman -  Eles têm menos pressa por resultados e apostam tremendamente em consistência. São prudentes e ao mesmo tempo inovadores. Em termos culturais, muitos têm a vantagem, por exemplo, de ter um grande número de voluntários nos eventos: são povos que abraçam suas maratonas, seus eventos. O que me chamou mais atenção lá é o orgulho que cada cidade europeia tem de suas provas, como é assunto popular. Em Athenas tinham 70 mil pessoas no evento e se respirava a maratona. Vemos isso em todos os discursos dos organizadores de lá. As cidades abraçam os eventos e os eventos abraçam as cidades.

continua após a publicidade

O que mais chamou sua atenção no European Running Conference? Por que? Daniel Krutman -  Fomos na Running USA em janeiro e agora na ERBC em novembro. A diferença foi gigante em termos de acolhimento e amizade. Os europeus queriam entender como é o setor brasileiro, se interessaram pelas nossas empresas e por quanto podemos contribuir num ecossistema global sustentável de crescimento do esporte. Houve também gente do mundo todo; foi praticamente um encontro global.

 Foto: Maratona de Atenas/divulgação

Quais as principais diferenças que você percebeu entre o corredor brasileiro e o europeu? Daniel Krutman -  É uma tribo global, com desejos semelhantes. Apesar disso, a corrida lá é elemento social mais difundido. Cinquenta por cento dos europeus praticam esporte regularmente contra 30%, do total de brasileiros. É algo mais natural correr, se pensa muito na base, em estimular crianças. Estamos longe dessa realidade. No Brasil o fenômeno de influenciadores digitais de corrida também é muito mais latente. A geração Z entrando no universo do running foi tópico, mas de um jeito mais brando. Aqui somos mais impactados pela profusão de conteúdo digital - que ajuda no crescimento e dá um aspecto mais jovem ao esporte.

continua após a publicidade
 Foto: Expo Maratona de Atenas/divulgação

Dizem que vários pontos nas provas da Europa são melhores, como até o banheiro químico. O que você percebeu de diferença entre as provas de lá? Daniel Krutman -  Desta vez fomos apenas à Maratona de Atenas, que na prática é um evento simples e bem-feito. Não tem nada mirabolante, mas tem uma blue line bem feita, hidratação super adequada e emoção na linha de chegada. Não é sobre "glamour", é sobre ser correto. A expo foi a mais interessante que já vi na vida, até mais do que de diversas Majors. Ao ver os cases, muita coisa nova, entretanto, com grande destaque às falas e cases apresentados pela Maratona de Londres, que previu inovações importantes nos próximos anos. Foi inspirador. Quase 900 mil pessoas aplicaram para o sorteio e o foco será individualizar a experiência do corredor. Percebemos essa vontade de ter excelência no básico e construir uma base de negócios.

A cada dois anos acontece a European Running Business Conference. A quarta edição aconteceu em Atenas (Grécia), com participação de executivos de várias partes do mundo. Daniel Krutman, CEO do TicketSports, maior plataforma de inscrições do Brasil, era um deles. O evento foi realizado junto à Maratona de Atenas, que contou com uma das melhores expos do mundo. Cerca de 25% dos delegados da conferência correram a maratona,  no domingo 10 de novembro.

 Foto: Maratona de Atenas/divulgação

A conferência é bienal e organizada pela European Athletics, a próxima será em 2026, em Porto (Portugal), na mesma semana da maratona dessa cidade. E um dos aprendizados que Krutman trouxe na mala é que o europeu sabe abraçar os eventos esportivos, as cidades têm orgulho de suas maratonas, e o povo vai às ruas torcer e recepcionar os maratonistas de todas as partes do mundo. Em dos cases apresentados foi da Maratona de Londres, que teve quase 1 milhão de pessoas se inscrevendo para o sorteio das quase 60 mil vagas. E já estão trabalhando no planejamento para conseguir oferecer a hidratação customizada para cada um dos inscritos até 2028. "É a ultra personalização da experiência em eventos de massa", argumenta. Além disso, fazem a lição de casa para atrair o público infantil. "Há uma preocupação na construção de uma base de corredores, um planejamento a longo prazo, de 30 anos", acrescenta. Confira abaixo a entrevista.

Como é o mercado europeu de corrida de rua? Daniel Krutman - É um mercado super receptivo, em crescimento e com particularidades regionais bem peculiares. Parece com o Brasil (muito mais do que o mercado americano), mas é mais capilarizado, pulverizado. Apesar de ser uma Europa, os países têm diferentes potenciais de mercado. O ticket médio em Portugal, por exemplo, é 20 euros. Na Alemanha ou Suécia, 40 euros. Isso acontece nas regiões aqui do Brasil também. Gostamos demais dos europeus, aliás, nos receberam como amigos e compartilham as mesmas dores: crescimento de receita, busca por patrocinadores, equalização de preço de inscrições: os temas são muito parecidos com os nossos.

 Foto: Maratona de Atenas/divulgação

Quais lições os players brasileiros podem aprender com eles? Daniel Krutman -  Eles têm menos pressa por resultados e apostam tremendamente em consistência. São prudentes e ao mesmo tempo inovadores. Em termos culturais, muitos têm a vantagem, por exemplo, de ter um grande número de voluntários nos eventos: são povos que abraçam suas maratonas, seus eventos. O que me chamou mais atenção lá é o orgulho que cada cidade europeia tem de suas provas, como é assunto popular. Em Athenas tinham 70 mil pessoas no evento e se respirava a maratona. Vemos isso em todos os discursos dos organizadores de lá. As cidades abraçam os eventos e os eventos abraçam as cidades.

O que mais chamou sua atenção no European Running Conference? Por que? Daniel Krutman -  Fomos na Running USA em janeiro e agora na ERBC em novembro. A diferença foi gigante em termos de acolhimento e amizade. Os europeus queriam entender como é o setor brasileiro, se interessaram pelas nossas empresas e por quanto podemos contribuir num ecossistema global sustentável de crescimento do esporte. Houve também gente do mundo todo; foi praticamente um encontro global.

 Foto: Maratona de Atenas/divulgação

Quais as principais diferenças que você percebeu entre o corredor brasileiro e o europeu? Daniel Krutman -  É uma tribo global, com desejos semelhantes. Apesar disso, a corrida lá é elemento social mais difundido. Cinquenta por cento dos europeus praticam esporte regularmente contra 30%, do total de brasileiros. É algo mais natural correr, se pensa muito na base, em estimular crianças. Estamos longe dessa realidade. No Brasil o fenômeno de influenciadores digitais de corrida também é muito mais latente. A geração Z entrando no universo do running foi tópico, mas de um jeito mais brando. Aqui somos mais impactados pela profusão de conteúdo digital - que ajuda no crescimento e dá um aspecto mais jovem ao esporte.

 Foto: Expo Maratona de Atenas/divulgação

Dizem que vários pontos nas provas da Europa são melhores, como até o banheiro químico. O que você percebeu de diferença entre as provas de lá? Daniel Krutman -  Desta vez fomos apenas à Maratona de Atenas, que na prática é um evento simples e bem-feito. Não tem nada mirabolante, mas tem uma blue line bem feita, hidratação super adequada e emoção na linha de chegada. Não é sobre "glamour", é sobre ser correto. A expo foi a mais interessante que já vi na vida, até mais do que de diversas Majors. Ao ver os cases, muita coisa nova, entretanto, com grande destaque às falas e cases apresentados pela Maratona de Londres, que previu inovações importantes nos próximos anos. Foi inspirador. Quase 900 mil pessoas aplicaram para o sorteio e o foco será individualizar a experiência do corredor. Percebemos essa vontade de ter excelência no básico e construir uma base de negócios.

A cada dois anos acontece a European Running Business Conference. A quarta edição aconteceu em Atenas (Grécia), com participação de executivos de várias partes do mundo. Daniel Krutman, CEO do TicketSports, maior plataforma de inscrições do Brasil, era um deles. O evento foi realizado junto à Maratona de Atenas, que contou com uma das melhores expos do mundo. Cerca de 25% dos delegados da conferência correram a maratona,  no domingo 10 de novembro.

 Foto: Maratona de Atenas/divulgação

A conferência é bienal e organizada pela European Athletics, a próxima será em 2026, em Porto (Portugal), na mesma semana da maratona dessa cidade. E um dos aprendizados que Krutman trouxe na mala é que o europeu sabe abraçar os eventos esportivos, as cidades têm orgulho de suas maratonas, e o povo vai às ruas torcer e recepcionar os maratonistas de todas as partes do mundo. Em dos cases apresentados foi da Maratona de Londres, que teve quase 1 milhão de pessoas se inscrevendo para o sorteio das quase 60 mil vagas. E já estão trabalhando no planejamento para conseguir oferecer a hidratação customizada para cada um dos inscritos até 2028. "É a ultra personalização da experiência em eventos de massa", argumenta. Além disso, fazem a lição de casa para atrair o público infantil. "Há uma preocupação na construção de uma base de corredores, um planejamento a longo prazo, de 30 anos", acrescenta. Confira abaixo a entrevista.

Como é o mercado europeu de corrida de rua? Daniel Krutman - É um mercado super receptivo, em crescimento e com particularidades regionais bem peculiares. Parece com o Brasil (muito mais do que o mercado americano), mas é mais capilarizado, pulverizado. Apesar de ser uma Europa, os países têm diferentes potenciais de mercado. O ticket médio em Portugal, por exemplo, é 20 euros. Na Alemanha ou Suécia, 40 euros. Isso acontece nas regiões aqui do Brasil também. Gostamos demais dos europeus, aliás, nos receberam como amigos e compartilham as mesmas dores: crescimento de receita, busca por patrocinadores, equalização de preço de inscrições: os temas são muito parecidos com os nossos.

 Foto: Maratona de Atenas/divulgação

Quais lições os players brasileiros podem aprender com eles? Daniel Krutman -  Eles têm menos pressa por resultados e apostam tremendamente em consistência. São prudentes e ao mesmo tempo inovadores. Em termos culturais, muitos têm a vantagem, por exemplo, de ter um grande número de voluntários nos eventos: são povos que abraçam suas maratonas, seus eventos. O que me chamou mais atenção lá é o orgulho que cada cidade europeia tem de suas provas, como é assunto popular. Em Athenas tinham 70 mil pessoas no evento e se respirava a maratona. Vemos isso em todos os discursos dos organizadores de lá. As cidades abraçam os eventos e os eventos abraçam as cidades.

O que mais chamou sua atenção no European Running Conference? Por que? Daniel Krutman -  Fomos na Running USA em janeiro e agora na ERBC em novembro. A diferença foi gigante em termos de acolhimento e amizade. Os europeus queriam entender como é o setor brasileiro, se interessaram pelas nossas empresas e por quanto podemos contribuir num ecossistema global sustentável de crescimento do esporte. Houve também gente do mundo todo; foi praticamente um encontro global.

 Foto: Maratona de Atenas/divulgação

Quais as principais diferenças que você percebeu entre o corredor brasileiro e o europeu? Daniel Krutman -  É uma tribo global, com desejos semelhantes. Apesar disso, a corrida lá é elemento social mais difundido. Cinquenta por cento dos europeus praticam esporte regularmente contra 30%, do total de brasileiros. É algo mais natural correr, se pensa muito na base, em estimular crianças. Estamos longe dessa realidade. No Brasil o fenômeno de influenciadores digitais de corrida também é muito mais latente. A geração Z entrando no universo do running foi tópico, mas de um jeito mais brando. Aqui somos mais impactados pela profusão de conteúdo digital - que ajuda no crescimento e dá um aspecto mais jovem ao esporte.

 Foto: Expo Maratona de Atenas/divulgação

Dizem que vários pontos nas provas da Europa são melhores, como até o banheiro químico. O que você percebeu de diferença entre as provas de lá? Daniel Krutman -  Desta vez fomos apenas à Maratona de Atenas, que na prática é um evento simples e bem-feito. Não tem nada mirabolante, mas tem uma blue line bem feita, hidratação super adequada e emoção na linha de chegada. Não é sobre "glamour", é sobre ser correto. A expo foi a mais interessante que já vi na vida, até mais do que de diversas Majors. Ao ver os cases, muita coisa nova, entretanto, com grande destaque às falas e cases apresentados pela Maratona de Londres, que previu inovações importantes nos próximos anos. Foi inspirador. Quase 900 mil pessoas aplicaram para o sorteio e o foco será individualizar a experiência do corredor. Percebemos essa vontade de ter excelência no básico e construir uma base de negócios.

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.