"Todos temos que estar preparados para socorrer a população em caso de desastres através da adequada gestão do cenário de crise. O simulado proporciona o treinamento das agências envolvidas na resposta e uma maior integração entre as equipes.", conta Fábio Racy, especialista em Medicina de Desastre, ortopedista da Unidade de Pronto Atendimento do Einstein e um dos responsáveis pela concepção do simulado.
Um ônibus se chocou contra 49 corredores, simulando um desastre em um treinão de corrida de rua. As vítimas receberam o primeiro atendimento no local e foram encaminhadas para o Hospital Israelita Albert Einstein, para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Campo Limpo, Hospital Samaritano e Pronto Socorro da Lapa. Apenas uma das vítimas morreu, mas para a sorte de todos era um robô de uma gestante de 7 meses, sendo necessário parto no local.
"Com o simulado vemos como é importante a união das forças em uma catástrofe e como equipes bem preparadas garantem eficácia do atendimento", argumenta o fisioterapeuta do Einstein, Jefferson Mizutani.
Os corredores foram triados pelo método START, no qual são classificadas conforme a gravidade: na área verde, pessoas conscientes e que se locomovem sozinhas; na amarela, machucadas, mas conscientes, sem condições de locomoção própria, porém sem risco iminente de morte. Por último, na vermelha, as graves, que necessitam de tratamento imediato. O treinamento aconteceu no dia 11 de maio e contou com a colaboração de corredores voluntários, na Rua Corgie Assad Abdalla, na Zona Sul da capital paulista.
Magda Roberta Ferreira, enfermeira da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein e uma das organizadoras, explica que cada ano promovem um "desastre" diferente. Já foram simulados: atentado terrorista em uma rave na Chácara do Jockey Club com explosão de bomba; explosão, provocada por um atentado terrorista em um trem e na plataforma da Estação Butantã do Metrô, gerenciada pela Via Quatro; explosão da turbina de avião após o pouso no Aeroporto de Congonhas; e explosão durante premiação do jogo de abertura da Copa Internacional de Futebol. no estádio do Morumbi.
A enfermeira destaca que é obrigatório em qualquer evento esportivo postos de atendimentos em pontos estratégicos, ambulâncias equipadas com desfibrilador e equipes qualificada para atendimento médico para qualquer incidente. "Mas, como no simulado não foi um evento esportivo e sim um treinão de corrida de rua, não havia essa estrutura, então, as forças foram acionadas assim que souberam do acidente", explica.
A ação contou com a parceria da SPTrans, Companhia de Engenharia de Tráfego (CET), Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), Grupo Especial de Reação (GER), Go! Emergências, HeliMarte, CFAB, Polícia Civil e Militar, Cruz Vermelha Brasileira, Defesa Civil do Estado de São Paulo e MogiClass. As polícias civil e militar também atuaram na ação, treinando seu efetivo para proteção de perímetro e remoções utilizando o helicóptero Pelicano da Polícia Civil.
O simulado, realizado pelo quinto ano consecutivo, encerrou o V Simpósio Internacional de Gerenciamento de Resposta em Catástrofe da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, em que são abordados aspectos ligados à resposta a desastres, gerenciamento de crise, redução de risco de desastre, prevenção de acidentes, Sistema de Comando em Emergências (SICOE) e ajuda humanitária em situações de crise e emergências humanitárias complexas.