Todos os dias um convidado especial escreve sobre o Mundial do Catar

André Henning: Queremos cerveja na Copa do Mundo!


Triangulação entre Fifa, Copa do Mundo e Catar, pelo menos até agora, deu muito errado

Por André Henning
Atualização:

O ideal era que falássemos apenas sobre o que está acontecendo dentro de campo, com a bola rolando, as vitórias, goleadas e zebras. Mas nesse início de Copa do Mundo no Catar, não tem como, infelizmente. Teremos bastante tempo para falar das seleções até o dia da grande final, quando espero que um grande time seja coroado campeão do mundo. Mas o fato é que não tem como deixar de registrar o absurdo que foi a escolha do Catar como sede dessa edição da Copa. A proibição das cervejas com álcool nos estádios, que veio a apenas dois dias antes do início da competição, foi apenas mais um capítulo dessa louca combinação Copa do Mundo/Fifa/Catar. Uma triangulação que, pelo menos até agora, deu muito errado.

O processo já começou de forma bem ruim. O Catar não era nem de longe a melhor candidatura para receber a Copa de 22. Quem acompanhou o processo, sabe. Quando o presidente da Fifa Joseph Blatter abriu o envelope com o nome do Catar, lá em dezembro de 2010, já estava na cara que havia algo de errado naquela eleição. Algo de bem errado! EUA, Austrália, Japão e Coreia do Sul tinham candidaturas bem melhores, sem falar na tradição do futebol nesses países, com diversas participações em Mundiais.

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O tempo só mostrou que a suspeita era bem legítima, com diversas e diversas denúncias de corrupção e até a prisão de vários membros do Comitê Executivo da Fifa, responsável pela escolha das sedes dos países-sede. O FBI entrou forte na entidade depois da humilhação sofrida pelos americanos. Eles tinham levado até o Bill Clinton para o anúncio da sede. Estavam certos de que a Copa aconteceria de novo por lá. E perderam.

Decisão do Catar pegou patrocinador de surpresa às vésperas do Mundial.  Foto: Antonio Lacerda/ EFE

Os absurdos da escolha, todo mundo já sabe. É o que mais temos ouvido nesse início de Copa. Tratamento às mulheres, aos homossexuais, as condições de trabalho dos imigrantes da construção civil, tem assunto que não acaba mais. E, quando parecia que não tinha mais espaço para as polêmicas, veio a proibição da venda de cerveja nos estádios. Faltando apenas dois dias para o jogo de abertura. E não teve conversa.

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Imagine você embarcando, depois de ter guardado (bastante) dinheiro nos últimos quatro anos, prestes a realizar um sonho de vida, cheio de esperança para trazer o hexa na bagagem da volta, e naquela última olhada no celular antes do famoso “portas em automático”, você lê essa informação. A sua cervejinha, que já se sabia não seria liberada nas ruas, pelo menos nos estádios estaria garantida, não vai mais rolar! Como assim? Sem cerveja? Que palhaçada é essa?

Os gritos da torcida equatoriana durante a tranquila vitória sobre os catarianos (que estão jogando a Copa apenas por conta daquele envelope de 2010) no jogo de abertura são também o meu grito. E o de milhares! O combinado não é caro, pô! Queremos cerveja! Não estar na Copa presencialmente pelo menos me dará essa vantagem sobre a galera que está por lá. Eu poderei tomar a minha cervejinha assistindo à Copa do Mundo. Pela TV ou pelo celular. Na próxima coluna, a gente fala de futebol. Prometo, tá?

O ideal era que falássemos apenas sobre o que está acontecendo dentro de campo, com a bola rolando, as vitórias, goleadas e zebras. Mas nesse início de Copa do Mundo no Catar, não tem como, infelizmente. Teremos bastante tempo para falar das seleções até o dia da grande final, quando espero que um grande time seja coroado campeão do mundo. Mas o fato é que não tem como deixar de registrar o absurdo que foi a escolha do Catar como sede dessa edição da Copa. A proibição das cervejas com álcool nos estádios, que veio a apenas dois dias antes do início da competição, foi apenas mais um capítulo dessa louca combinação Copa do Mundo/Fifa/Catar. Uma triangulação que, pelo menos até agora, deu muito errado.

O processo já começou de forma bem ruim. O Catar não era nem de longe a melhor candidatura para receber a Copa de 22. Quem acompanhou o processo, sabe. Quando o presidente da Fifa Joseph Blatter abriu o envelope com o nome do Catar, lá em dezembro de 2010, já estava na cara que havia algo de errado naquela eleição. Algo de bem errado! EUA, Austrália, Japão e Coreia do Sul tinham candidaturas bem melhores, sem falar na tradição do futebol nesses países, com diversas participações em Mundiais.

O tempo só mostrou que a suspeita era bem legítima, com diversas e diversas denúncias de corrupção e até a prisão de vários membros do Comitê Executivo da Fifa, responsável pela escolha das sedes dos países-sede. O FBI entrou forte na entidade depois da humilhação sofrida pelos americanos. Eles tinham levado até o Bill Clinton para o anúncio da sede. Estavam certos de que a Copa aconteceria de novo por lá. E perderam.

Decisão do Catar pegou patrocinador de surpresa às vésperas do Mundial.  Foto: Antonio Lacerda/ EFE

Os absurdos da escolha, todo mundo já sabe. É o que mais temos ouvido nesse início de Copa. Tratamento às mulheres, aos homossexuais, as condições de trabalho dos imigrantes da construção civil, tem assunto que não acaba mais. E, quando parecia que não tinha mais espaço para as polêmicas, veio a proibição da venda de cerveja nos estádios. Faltando apenas dois dias para o jogo de abertura. E não teve conversa.

Imagine você embarcando, depois de ter guardado (bastante) dinheiro nos últimos quatro anos, prestes a realizar um sonho de vida, cheio de esperança para trazer o hexa na bagagem da volta, e naquela última olhada no celular antes do famoso “portas em automático”, você lê essa informação. A sua cervejinha, que já se sabia não seria liberada nas ruas, pelo menos nos estádios estaria garantida, não vai mais rolar! Como assim? Sem cerveja? Que palhaçada é essa?

Os gritos da torcida equatoriana durante a tranquila vitória sobre os catarianos (que estão jogando a Copa apenas por conta daquele envelope de 2010) no jogo de abertura são também o meu grito. E o de milhares! O combinado não é caro, pô! Queremos cerveja! Não estar na Copa presencialmente pelo menos me dará essa vantagem sobre a galera que está por lá. Eu poderei tomar a minha cervejinha assistindo à Copa do Mundo. Pela TV ou pelo celular. Na próxima coluna, a gente fala de futebol. Prometo, tá?

O ideal era que falássemos apenas sobre o que está acontecendo dentro de campo, com a bola rolando, as vitórias, goleadas e zebras. Mas nesse início de Copa do Mundo no Catar, não tem como, infelizmente. Teremos bastante tempo para falar das seleções até o dia da grande final, quando espero que um grande time seja coroado campeão do mundo. Mas o fato é que não tem como deixar de registrar o absurdo que foi a escolha do Catar como sede dessa edição da Copa. A proibição das cervejas com álcool nos estádios, que veio a apenas dois dias antes do início da competição, foi apenas mais um capítulo dessa louca combinação Copa do Mundo/Fifa/Catar. Uma triangulação que, pelo menos até agora, deu muito errado.

O processo já começou de forma bem ruim. O Catar não era nem de longe a melhor candidatura para receber a Copa de 22. Quem acompanhou o processo, sabe. Quando o presidente da Fifa Joseph Blatter abriu o envelope com o nome do Catar, lá em dezembro de 2010, já estava na cara que havia algo de errado naquela eleição. Algo de bem errado! EUA, Austrália, Japão e Coreia do Sul tinham candidaturas bem melhores, sem falar na tradição do futebol nesses países, com diversas participações em Mundiais.

O tempo só mostrou que a suspeita era bem legítima, com diversas e diversas denúncias de corrupção e até a prisão de vários membros do Comitê Executivo da Fifa, responsável pela escolha das sedes dos países-sede. O FBI entrou forte na entidade depois da humilhação sofrida pelos americanos. Eles tinham levado até o Bill Clinton para o anúncio da sede. Estavam certos de que a Copa aconteceria de novo por lá. E perderam.

Decisão do Catar pegou patrocinador de surpresa às vésperas do Mundial.  Foto: Antonio Lacerda/ EFE

Os absurdos da escolha, todo mundo já sabe. É o que mais temos ouvido nesse início de Copa. Tratamento às mulheres, aos homossexuais, as condições de trabalho dos imigrantes da construção civil, tem assunto que não acaba mais. E, quando parecia que não tinha mais espaço para as polêmicas, veio a proibição da venda de cerveja nos estádios. Faltando apenas dois dias para o jogo de abertura. E não teve conversa.

Imagine você embarcando, depois de ter guardado (bastante) dinheiro nos últimos quatro anos, prestes a realizar um sonho de vida, cheio de esperança para trazer o hexa na bagagem da volta, e naquela última olhada no celular antes do famoso “portas em automático”, você lê essa informação. A sua cervejinha, que já se sabia não seria liberada nas ruas, pelo menos nos estádios estaria garantida, não vai mais rolar! Como assim? Sem cerveja? Que palhaçada é essa?

Os gritos da torcida equatoriana durante a tranquila vitória sobre os catarianos (que estão jogando a Copa apenas por conta daquele envelope de 2010) no jogo de abertura são também o meu grito. E o de milhares! O combinado não é caro, pô! Queremos cerveja! Não estar na Copa presencialmente pelo menos me dará essa vantagem sobre a galera que está por lá. Eu poderei tomar a minha cervejinha assistindo à Copa do Mundo. Pela TV ou pelo celular. Na próxima coluna, a gente fala de futebol. Prometo, tá?

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