Todos os dias um convidado especial escreve sobre o Mundial do Catar

Nasi: Brasil, olha tua cara!


Seleções sul-americanas hoje não são tão temidas, porque seus jogadores não são mais formados em suas escolas nacionais

Por Nasi
Atualização:

“Aonde a Arena vai mal, mais um time no Nacional!” Esse era o lema da ditadura para criar um Campeonato Brasileiro inchado com trocentos clubes. Agora é assim... “Onde a Fifa vai mal, mais um país no Mundial!” Isso explica como essa entidade, mergulhada em escândalos de corrupção, se mantém politicamente intacta através de décadas e dá-lhe escândalos em escolhas de países sede de Mundial (como esse agora, no Catar).

E vai piorar, ou seja, mais países. A consequência? O declínio técnico. As seleções sul-americanas hoje não são tão temidas porque seus jogadores não são mais formados em suas escolas nacionais, e as seleções europeias são formadas por times que têm mais estrangeiros do que compatriotas. Globalização.

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Nada contra, mas também nada a favor. Não tem mais bobo no futebol. Aliás, tem. Somos nós! Há quase vinte anos, Kaká era eleito o melhor jogador do mundo. É tempo demais para o Brasil. A grande esperança do País para um novo number one, Neymar, chegou no máximo ao terceiro lugar nesses anos. O grande talento brasileiro, visto por todos como o maior craque nacional, ainda amargou um 12º e 15º lugares, decepcionante.

Nasi espera que a seleção brasileira volte a encantar o País. Foto: Iara Morselli/ Estadão

É fato que a era Messi/Cristiano Ronaldo chegou ao fim e os novos nomes terão mais espaço e atenção, mas e nós?! Revelamos, sim, ótimos jogadores que cada vez mais cedo vão embora, mas nenhum deles me parece ainda um espetacular que marcará época.

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As atenções hoje se voltam para Endrick, de apenas 16 anos, para ser um novo Neymar (aquele que foi sem nunca ter sido). Tomara que o Palmeiras e o próprio jogador tenham um pouco de paciência em sua transferência para que ele possa desenvolver seu talento como titular de um elenco técnico no Brasil. Ser moldado tão jovem em um modelo de futebol ultra organizado pode estrangular sua magia.

Um calendário insano, exaustivo no Brasil e no mundo, também contribui para a preparação física e toma lugar do desenvolvimento técnico individual.

E a seleção brasileira? Vem forte pelos seus talentos, apesar de mal testada. Isso é um fato! Será que ela contaminará o povo brasileiro? Como nos identificávamos até meados do fim do século passado? Onde craques de nossos clubes, de nossas torcidas, representavam nossos Macunaímas? Leônidas, Zizinho, Didi, Garrincha, Pelé, Romário, Ronaldo-sem-joelho, Rivaldo, Ronaldinho... etc... Todos afrodescendentes ou caboclos.

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O brasileiro verá nos nossos craques os vingadores contra o colonialismo, do eurocentrismo e do subdesenvolvimento? Terão a garra, o talento torto, a “malandragem” que contaminará a galera?

Espero que sim. Que a seleção brasileira seja um ópio (no bom sentido) de um povo tão sofrido, tão largado à própria mercê! Que os deuses da bola iluminem Tite e sua seleção! Axé!

“Aonde a Arena vai mal, mais um time no Nacional!” Esse era o lema da ditadura para criar um Campeonato Brasileiro inchado com trocentos clubes. Agora é assim... “Onde a Fifa vai mal, mais um país no Mundial!” Isso explica como essa entidade, mergulhada em escândalos de corrupção, se mantém politicamente intacta através de décadas e dá-lhe escândalos em escolhas de países sede de Mundial (como esse agora, no Catar).

E vai piorar, ou seja, mais países. A consequência? O declínio técnico. As seleções sul-americanas hoje não são tão temidas porque seus jogadores não são mais formados em suas escolas nacionais, e as seleções europeias são formadas por times que têm mais estrangeiros do que compatriotas. Globalização.

Nada contra, mas também nada a favor. Não tem mais bobo no futebol. Aliás, tem. Somos nós! Há quase vinte anos, Kaká era eleito o melhor jogador do mundo. É tempo demais para o Brasil. A grande esperança do País para um novo number one, Neymar, chegou no máximo ao terceiro lugar nesses anos. O grande talento brasileiro, visto por todos como o maior craque nacional, ainda amargou um 12º e 15º lugares, decepcionante.

Nasi espera que a seleção brasileira volte a encantar o País. Foto: Iara Morselli/ Estadão

É fato que a era Messi/Cristiano Ronaldo chegou ao fim e os novos nomes terão mais espaço e atenção, mas e nós?! Revelamos, sim, ótimos jogadores que cada vez mais cedo vão embora, mas nenhum deles me parece ainda um espetacular que marcará época.

As atenções hoje se voltam para Endrick, de apenas 16 anos, para ser um novo Neymar (aquele que foi sem nunca ter sido). Tomara que o Palmeiras e o próprio jogador tenham um pouco de paciência em sua transferência para que ele possa desenvolver seu talento como titular de um elenco técnico no Brasil. Ser moldado tão jovem em um modelo de futebol ultra organizado pode estrangular sua magia.

Um calendário insano, exaustivo no Brasil e no mundo, também contribui para a preparação física e toma lugar do desenvolvimento técnico individual.

E a seleção brasileira? Vem forte pelos seus talentos, apesar de mal testada. Isso é um fato! Será que ela contaminará o povo brasileiro? Como nos identificávamos até meados do fim do século passado? Onde craques de nossos clubes, de nossas torcidas, representavam nossos Macunaímas? Leônidas, Zizinho, Didi, Garrincha, Pelé, Romário, Ronaldo-sem-joelho, Rivaldo, Ronaldinho... etc... Todos afrodescendentes ou caboclos.

O brasileiro verá nos nossos craques os vingadores contra o colonialismo, do eurocentrismo e do subdesenvolvimento? Terão a garra, o talento torto, a “malandragem” que contaminará a galera?

Espero que sim. Que a seleção brasileira seja um ópio (no bom sentido) de um povo tão sofrido, tão largado à própria mercê! Que os deuses da bola iluminem Tite e sua seleção! Axé!

“Aonde a Arena vai mal, mais um time no Nacional!” Esse era o lema da ditadura para criar um Campeonato Brasileiro inchado com trocentos clubes. Agora é assim... “Onde a Fifa vai mal, mais um país no Mundial!” Isso explica como essa entidade, mergulhada em escândalos de corrupção, se mantém politicamente intacta através de décadas e dá-lhe escândalos em escolhas de países sede de Mundial (como esse agora, no Catar).

E vai piorar, ou seja, mais países. A consequência? O declínio técnico. As seleções sul-americanas hoje não são tão temidas porque seus jogadores não são mais formados em suas escolas nacionais, e as seleções europeias são formadas por times que têm mais estrangeiros do que compatriotas. Globalização.

Nada contra, mas também nada a favor. Não tem mais bobo no futebol. Aliás, tem. Somos nós! Há quase vinte anos, Kaká era eleito o melhor jogador do mundo. É tempo demais para o Brasil. A grande esperança do País para um novo number one, Neymar, chegou no máximo ao terceiro lugar nesses anos. O grande talento brasileiro, visto por todos como o maior craque nacional, ainda amargou um 12º e 15º lugares, decepcionante.

Nasi espera que a seleção brasileira volte a encantar o País. Foto: Iara Morselli/ Estadão

É fato que a era Messi/Cristiano Ronaldo chegou ao fim e os novos nomes terão mais espaço e atenção, mas e nós?! Revelamos, sim, ótimos jogadores que cada vez mais cedo vão embora, mas nenhum deles me parece ainda um espetacular que marcará época.

As atenções hoje se voltam para Endrick, de apenas 16 anos, para ser um novo Neymar (aquele que foi sem nunca ter sido). Tomara que o Palmeiras e o próprio jogador tenham um pouco de paciência em sua transferência para que ele possa desenvolver seu talento como titular de um elenco técnico no Brasil. Ser moldado tão jovem em um modelo de futebol ultra organizado pode estrangular sua magia.

Um calendário insano, exaustivo no Brasil e no mundo, também contribui para a preparação física e toma lugar do desenvolvimento técnico individual.

E a seleção brasileira? Vem forte pelos seus talentos, apesar de mal testada. Isso é um fato! Será que ela contaminará o povo brasileiro? Como nos identificávamos até meados do fim do século passado? Onde craques de nossos clubes, de nossas torcidas, representavam nossos Macunaímas? Leônidas, Zizinho, Didi, Garrincha, Pelé, Romário, Ronaldo-sem-joelho, Rivaldo, Ronaldinho... etc... Todos afrodescendentes ou caboclos.

O brasileiro verá nos nossos craques os vingadores contra o colonialismo, do eurocentrismo e do subdesenvolvimento? Terão a garra, o talento torto, a “malandragem” que contaminará a galera?

Espero que sim. Que a seleção brasileira seja um ópio (no bom sentido) de um povo tão sofrido, tão largado à própria mercê! Que os deuses da bola iluminem Tite e sua seleção! Axé!

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