Mais ouros ou medalhas totais? Veja se há jeito certo e onde o Brasil fica melhor no quadro


COI não tem regra para medir classificação e gera embate entre China e Estados Unidos; entenda

Por Vinícius Harfush e Murillo César Alves
Atualização:

Se você perguntasse para um americano ou para um chinês quem liderava o quadro de medalhas ao longo das Olimpíadas de Paris, teria duas respostas diferentes – e nenhuma delas está errada, de fato. A China somava 38 medalhas de ouro até o penúltimo dia de Jogos, enquanto os Estados Unidos tinham subido 36 vezes ao lugar mais alto do pódio. Mas os EUA lideram no total de medalhas com uma certa vantagem: 119 contra 89 dos chineses.

No último dia, os EUA empataram com a China no número de ouros e superaram a delegação nos dois critérios. Esse embate para saber quem está na frente no ranking das medalhas acontece porque o Comitê Olímpico Internacional (COI), historicamente, opta por não adotar um critério de medição ou de competição entre os países.

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Seleção norte-americana de futebol feminino recebendo a medalha de ouro após vencer o Brasil por 1x0 na final do futebol feminino. Foto: Francisco Seco/AP

Mas a essa altura, você, torcedor, já acessou o quadro de medalhas algumas vezes durante as Olimpíadas e pode ter notado que no site oficial dos Jogos de Paris há um ranking estabelecido e que coloca a China na frente por ter mais ouros. Os EUA vem em segundo, mesmo tendo mais medalhas no total.

No caso do Brasil, o País ocupa a 19ª posição no quadro de medalhas. São três ouros em Paris. Ou seja, qualquer país que tenha quatro ouros o mais estará na frente do Time Brasil, mesmo que na soma tenha menos que as 20 medalhas totais conquistadas por brasileiros.

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Se pegássemos o quadro pela soma total das conquistas, o Brasil seria o 12º melhor, ganhando sete posições na lista. Ficaria na frente, por exemplo, da Nova Zelândia (13ª colocada), que 18 medalhas totais, mas levou nove ouros em Paris. O mesmo aconteceria na comparação com Hungria (cinco ouros), Espanha (cinco ouros) e Uzbequistão (seis ouros). Todos eles com menos medalhas no total.

Mas se não há regra de estabelecer um ranking e, ao mesmo tempo, existe um quadro no site oficial dos Jogos, o COI está entrando em contradição? Sim, mas também não.

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Entenda a explicação sobre a ordem do quadro de medalhas

A Carta Olímpica, conjunto de regras e guias para a organização dos Jogos Olímpicos, e para o comando do Movimento Olímpico, aborda esse tema, no capítulo 1, seção 6: “Os Jogos Olímpicos são competições entre atletas individuais ou entre equipes, e não entre países.” Este documento foi atualizado pela última vez em outubro de 2023 e está em vigor em Paris-2024.

Até os Jogos Olímpicos de 2008, em Pequim, o COI seguia essa regra à risca. Na Carta, no capítulo 5, seção 57, diz que o Comitê Organizador dos Jogos não elabora nenhuma classificação oficial de países e que cabe à organização das Olimpíadas definir um quadro de honra com os medalhistas. Mas para Paris-2024 isso foi alterado e a carta de regras diz apenas que o COI pode criar um quadro de medalhas para fins informativos e que a organização dos Jogos, com autorização do COI, pode utilizar esta tabela.

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Dessa forma, o COI não está quebrando suas próprias leis ao instituir um quadro de medalhas ‘oficial’. Historicamente, a maioria dos países do mundo adota a classificação a partir do número de medalhas de ouros conquistadas. As pratas, bronzes e o número total de pódios são usados como critérios de desempates (nesta ordem específica).

Rayssa Leal, medalhista de prata, ao lado de Coco Yoshizawa (ouro) e Liz Akama (bronze), ambas do Japão. Foto: Vadim Ghirda/AP
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Em Paris-2024, jornais americanos, como The New York Times, Washington Post, entre outros, adotam, por sua vez, a medição a partir do total de medalhas – por isso os Estados Unidos aparecem à frente. Há também outros critérios, como aqueles em que cada medalha possui um determinado peso, mas nenhum é tão popular quanto os dois anteriores.

Produzir um quadro de medalhas se dá por dois motivos: o primeiro é para haver uma competição entre países – algo que a Carta Olímpica ‘proíbe’. Este fator ganhou força durante a Guerra Fria, quando Estados Unidos e União Soviética dominavam os esportes olímpicos no período. Já o segundo motivo se dá para que os comitês olímpicos nacionais possam estabelecer metas e medir a evolução do esporte no país.

O Brasil, por exemplo, trabalha com a evolução da delegação no número total de medalhas. Desde Londres-2012, o País melhora seu desempenho a cada Olimpíada. Em Tóquio-2020, bateu seu recorde, com 21 medalhas no total (sendo sete de ouro). Em Paris não conseguirá superar esse número, nem nos ouros nem no total.

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Para você, qual critério deveria ser adotado para definir quem é o ‘vencedor’ das Olimpíadas?

Se você perguntasse para um americano ou para um chinês quem liderava o quadro de medalhas ao longo das Olimpíadas de Paris, teria duas respostas diferentes – e nenhuma delas está errada, de fato. A China somava 38 medalhas de ouro até o penúltimo dia de Jogos, enquanto os Estados Unidos tinham subido 36 vezes ao lugar mais alto do pódio. Mas os EUA lideram no total de medalhas com uma certa vantagem: 119 contra 89 dos chineses.

No último dia, os EUA empataram com a China no número de ouros e superaram a delegação nos dois critérios. Esse embate para saber quem está na frente no ranking das medalhas acontece porque o Comitê Olímpico Internacional (COI), historicamente, opta por não adotar um critério de medição ou de competição entre os países.

Seleção norte-americana de futebol feminino recebendo a medalha de ouro após vencer o Brasil por 1x0 na final do futebol feminino. Foto: Francisco Seco/AP

Mas a essa altura, você, torcedor, já acessou o quadro de medalhas algumas vezes durante as Olimpíadas e pode ter notado que no site oficial dos Jogos de Paris há um ranking estabelecido e que coloca a China na frente por ter mais ouros. Os EUA vem em segundo, mesmo tendo mais medalhas no total.

No caso do Brasil, o País ocupa a 19ª posição no quadro de medalhas. São três ouros em Paris. Ou seja, qualquer país que tenha quatro ouros o mais estará na frente do Time Brasil, mesmo que na soma tenha menos que as 20 medalhas totais conquistadas por brasileiros.

Se pegássemos o quadro pela soma total das conquistas, o Brasil seria o 12º melhor, ganhando sete posições na lista. Ficaria na frente, por exemplo, da Nova Zelândia (13ª colocada), que 18 medalhas totais, mas levou nove ouros em Paris. O mesmo aconteceria na comparação com Hungria (cinco ouros), Espanha (cinco ouros) e Uzbequistão (seis ouros). Todos eles com menos medalhas no total.

Mas se não há regra de estabelecer um ranking e, ao mesmo tempo, existe um quadro no site oficial dos Jogos, o COI está entrando em contradição? Sim, mas também não.

Entenda a explicação sobre a ordem do quadro de medalhas

A Carta Olímpica, conjunto de regras e guias para a organização dos Jogos Olímpicos, e para o comando do Movimento Olímpico, aborda esse tema, no capítulo 1, seção 6: “Os Jogos Olímpicos são competições entre atletas individuais ou entre equipes, e não entre países.” Este documento foi atualizado pela última vez em outubro de 2023 e está em vigor em Paris-2024.

Até os Jogos Olímpicos de 2008, em Pequim, o COI seguia essa regra à risca. Na Carta, no capítulo 5, seção 57, diz que o Comitê Organizador dos Jogos não elabora nenhuma classificação oficial de países e que cabe à organização das Olimpíadas definir um quadro de honra com os medalhistas. Mas para Paris-2024 isso foi alterado e a carta de regras diz apenas que o COI pode criar um quadro de medalhas para fins informativos e que a organização dos Jogos, com autorização do COI, pode utilizar esta tabela.

Dessa forma, o COI não está quebrando suas próprias leis ao instituir um quadro de medalhas ‘oficial’. Historicamente, a maioria dos países do mundo adota a classificação a partir do número de medalhas de ouros conquistadas. As pratas, bronzes e o número total de pódios são usados como critérios de desempates (nesta ordem específica).

Rayssa Leal, medalhista de prata, ao lado de Coco Yoshizawa (ouro) e Liz Akama (bronze), ambas do Japão. Foto: Vadim Ghirda/AP

Em Paris-2024, jornais americanos, como The New York Times, Washington Post, entre outros, adotam, por sua vez, a medição a partir do total de medalhas – por isso os Estados Unidos aparecem à frente. Há também outros critérios, como aqueles em que cada medalha possui um determinado peso, mas nenhum é tão popular quanto os dois anteriores.

Produzir um quadro de medalhas se dá por dois motivos: o primeiro é para haver uma competição entre países – algo que a Carta Olímpica ‘proíbe’. Este fator ganhou força durante a Guerra Fria, quando Estados Unidos e União Soviética dominavam os esportes olímpicos no período. Já o segundo motivo se dá para que os comitês olímpicos nacionais possam estabelecer metas e medir a evolução do esporte no país.

O Brasil, por exemplo, trabalha com a evolução da delegação no número total de medalhas. Desde Londres-2012, o País melhora seu desempenho a cada Olimpíada. Em Tóquio-2020, bateu seu recorde, com 21 medalhas no total (sendo sete de ouro). Em Paris não conseguirá superar esse número, nem nos ouros nem no total.

Para você, qual critério deveria ser adotado para definir quem é o ‘vencedor’ das Olimpíadas?

Se você perguntasse para um americano ou para um chinês quem liderava o quadro de medalhas ao longo das Olimpíadas de Paris, teria duas respostas diferentes – e nenhuma delas está errada, de fato. A China somava 38 medalhas de ouro até o penúltimo dia de Jogos, enquanto os Estados Unidos tinham subido 36 vezes ao lugar mais alto do pódio. Mas os EUA lideram no total de medalhas com uma certa vantagem: 119 contra 89 dos chineses.

No último dia, os EUA empataram com a China no número de ouros e superaram a delegação nos dois critérios. Esse embate para saber quem está na frente no ranking das medalhas acontece porque o Comitê Olímpico Internacional (COI), historicamente, opta por não adotar um critério de medição ou de competição entre os países.

Seleção norte-americana de futebol feminino recebendo a medalha de ouro após vencer o Brasil por 1x0 na final do futebol feminino. Foto: Francisco Seco/AP

Mas a essa altura, você, torcedor, já acessou o quadro de medalhas algumas vezes durante as Olimpíadas e pode ter notado que no site oficial dos Jogos de Paris há um ranking estabelecido e que coloca a China na frente por ter mais ouros. Os EUA vem em segundo, mesmo tendo mais medalhas no total.

No caso do Brasil, o País ocupa a 19ª posição no quadro de medalhas. São três ouros em Paris. Ou seja, qualquer país que tenha quatro ouros o mais estará na frente do Time Brasil, mesmo que na soma tenha menos que as 20 medalhas totais conquistadas por brasileiros.

Se pegássemos o quadro pela soma total das conquistas, o Brasil seria o 12º melhor, ganhando sete posições na lista. Ficaria na frente, por exemplo, da Nova Zelândia (13ª colocada), que 18 medalhas totais, mas levou nove ouros em Paris. O mesmo aconteceria na comparação com Hungria (cinco ouros), Espanha (cinco ouros) e Uzbequistão (seis ouros). Todos eles com menos medalhas no total.

Mas se não há regra de estabelecer um ranking e, ao mesmo tempo, existe um quadro no site oficial dos Jogos, o COI está entrando em contradição? Sim, mas também não.

Entenda a explicação sobre a ordem do quadro de medalhas

A Carta Olímpica, conjunto de regras e guias para a organização dos Jogos Olímpicos, e para o comando do Movimento Olímpico, aborda esse tema, no capítulo 1, seção 6: “Os Jogos Olímpicos são competições entre atletas individuais ou entre equipes, e não entre países.” Este documento foi atualizado pela última vez em outubro de 2023 e está em vigor em Paris-2024.

Até os Jogos Olímpicos de 2008, em Pequim, o COI seguia essa regra à risca. Na Carta, no capítulo 5, seção 57, diz que o Comitê Organizador dos Jogos não elabora nenhuma classificação oficial de países e que cabe à organização das Olimpíadas definir um quadro de honra com os medalhistas. Mas para Paris-2024 isso foi alterado e a carta de regras diz apenas que o COI pode criar um quadro de medalhas para fins informativos e que a organização dos Jogos, com autorização do COI, pode utilizar esta tabela.

Dessa forma, o COI não está quebrando suas próprias leis ao instituir um quadro de medalhas ‘oficial’. Historicamente, a maioria dos países do mundo adota a classificação a partir do número de medalhas de ouros conquistadas. As pratas, bronzes e o número total de pódios são usados como critérios de desempates (nesta ordem específica).

Rayssa Leal, medalhista de prata, ao lado de Coco Yoshizawa (ouro) e Liz Akama (bronze), ambas do Japão. Foto: Vadim Ghirda/AP

Em Paris-2024, jornais americanos, como The New York Times, Washington Post, entre outros, adotam, por sua vez, a medição a partir do total de medalhas – por isso os Estados Unidos aparecem à frente. Há também outros critérios, como aqueles em que cada medalha possui um determinado peso, mas nenhum é tão popular quanto os dois anteriores.

Produzir um quadro de medalhas se dá por dois motivos: o primeiro é para haver uma competição entre países – algo que a Carta Olímpica ‘proíbe’. Este fator ganhou força durante a Guerra Fria, quando Estados Unidos e União Soviética dominavam os esportes olímpicos no período. Já o segundo motivo se dá para que os comitês olímpicos nacionais possam estabelecer metas e medir a evolução do esporte no país.

O Brasil, por exemplo, trabalha com a evolução da delegação no número total de medalhas. Desde Londres-2012, o País melhora seu desempenho a cada Olimpíada. Em Tóquio-2020, bateu seu recorde, com 21 medalhas no total (sendo sete de ouro). Em Paris não conseguirá superar esse número, nem nos ouros nem no total.

Para você, qual critério deveria ser adotado para definir quem é o ‘vencedor’ das Olimpíadas?

Se você perguntasse para um americano ou para um chinês quem liderava o quadro de medalhas ao longo das Olimpíadas de Paris, teria duas respostas diferentes – e nenhuma delas está errada, de fato. A China somava 38 medalhas de ouro até o penúltimo dia de Jogos, enquanto os Estados Unidos tinham subido 36 vezes ao lugar mais alto do pódio. Mas os EUA lideram no total de medalhas com uma certa vantagem: 119 contra 89 dos chineses.

No último dia, os EUA empataram com a China no número de ouros e superaram a delegação nos dois critérios. Esse embate para saber quem está na frente no ranking das medalhas acontece porque o Comitê Olímpico Internacional (COI), historicamente, opta por não adotar um critério de medição ou de competição entre os países.

Seleção norte-americana de futebol feminino recebendo a medalha de ouro após vencer o Brasil por 1x0 na final do futebol feminino. Foto: Francisco Seco/AP

Mas a essa altura, você, torcedor, já acessou o quadro de medalhas algumas vezes durante as Olimpíadas e pode ter notado que no site oficial dos Jogos de Paris há um ranking estabelecido e que coloca a China na frente por ter mais ouros. Os EUA vem em segundo, mesmo tendo mais medalhas no total.

No caso do Brasil, o País ocupa a 19ª posição no quadro de medalhas. São três ouros em Paris. Ou seja, qualquer país que tenha quatro ouros o mais estará na frente do Time Brasil, mesmo que na soma tenha menos que as 20 medalhas totais conquistadas por brasileiros.

Se pegássemos o quadro pela soma total das conquistas, o Brasil seria o 12º melhor, ganhando sete posições na lista. Ficaria na frente, por exemplo, da Nova Zelândia (13ª colocada), que 18 medalhas totais, mas levou nove ouros em Paris. O mesmo aconteceria na comparação com Hungria (cinco ouros), Espanha (cinco ouros) e Uzbequistão (seis ouros). Todos eles com menos medalhas no total.

Mas se não há regra de estabelecer um ranking e, ao mesmo tempo, existe um quadro no site oficial dos Jogos, o COI está entrando em contradição? Sim, mas também não.

Entenda a explicação sobre a ordem do quadro de medalhas

A Carta Olímpica, conjunto de regras e guias para a organização dos Jogos Olímpicos, e para o comando do Movimento Olímpico, aborda esse tema, no capítulo 1, seção 6: “Os Jogos Olímpicos são competições entre atletas individuais ou entre equipes, e não entre países.” Este documento foi atualizado pela última vez em outubro de 2023 e está em vigor em Paris-2024.

Até os Jogos Olímpicos de 2008, em Pequim, o COI seguia essa regra à risca. Na Carta, no capítulo 5, seção 57, diz que o Comitê Organizador dos Jogos não elabora nenhuma classificação oficial de países e que cabe à organização das Olimpíadas definir um quadro de honra com os medalhistas. Mas para Paris-2024 isso foi alterado e a carta de regras diz apenas que o COI pode criar um quadro de medalhas para fins informativos e que a organização dos Jogos, com autorização do COI, pode utilizar esta tabela.

Dessa forma, o COI não está quebrando suas próprias leis ao instituir um quadro de medalhas ‘oficial’. Historicamente, a maioria dos países do mundo adota a classificação a partir do número de medalhas de ouros conquistadas. As pratas, bronzes e o número total de pódios são usados como critérios de desempates (nesta ordem específica).

Rayssa Leal, medalhista de prata, ao lado de Coco Yoshizawa (ouro) e Liz Akama (bronze), ambas do Japão. Foto: Vadim Ghirda/AP

Em Paris-2024, jornais americanos, como The New York Times, Washington Post, entre outros, adotam, por sua vez, a medição a partir do total de medalhas – por isso os Estados Unidos aparecem à frente. Há também outros critérios, como aqueles em que cada medalha possui um determinado peso, mas nenhum é tão popular quanto os dois anteriores.

Produzir um quadro de medalhas se dá por dois motivos: o primeiro é para haver uma competição entre países – algo que a Carta Olímpica ‘proíbe’. Este fator ganhou força durante a Guerra Fria, quando Estados Unidos e União Soviética dominavam os esportes olímpicos no período. Já o segundo motivo se dá para que os comitês olímpicos nacionais possam estabelecer metas e medir a evolução do esporte no país.

O Brasil, por exemplo, trabalha com a evolução da delegação no número total de medalhas. Desde Londres-2012, o País melhora seu desempenho a cada Olimpíada. Em Tóquio-2020, bateu seu recorde, com 21 medalhas no total (sendo sete de ouro). Em Paris não conseguirá superar esse número, nem nos ouros nem no total.

Para você, qual critério deveria ser adotado para definir quem é o ‘vencedor’ das Olimpíadas?

Se você perguntasse para um americano ou para um chinês quem liderava o quadro de medalhas ao longo das Olimpíadas de Paris, teria duas respostas diferentes – e nenhuma delas está errada, de fato. A China somava 38 medalhas de ouro até o penúltimo dia de Jogos, enquanto os Estados Unidos tinham subido 36 vezes ao lugar mais alto do pódio. Mas os EUA lideram no total de medalhas com uma certa vantagem: 119 contra 89 dos chineses.

No último dia, os EUA empataram com a China no número de ouros e superaram a delegação nos dois critérios. Esse embate para saber quem está na frente no ranking das medalhas acontece porque o Comitê Olímpico Internacional (COI), historicamente, opta por não adotar um critério de medição ou de competição entre os países.

Seleção norte-americana de futebol feminino recebendo a medalha de ouro após vencer o Brasil por 1x0 na final do futebol feminino. Foto: Francisco Seco/AP

Mas a essa altura, você, torcedor, já acessou o quadro de medalhas algumas vezes durante as Olimpíadas e pode ter notado que no site oficial dos Jogos de Paris há um ranking estabelecido e que coloca a China na frente por ter mais ouros. Os EUA vem em segundo, mesmo tendo mais medalhas no total.

No caso do Brasil, o País ocupa a 19ª posição no quadro de medalhas. São três ouros em Paris. Ou seja, qualquer país que tenha quatro ouros o mais estará na frente do Time Brasil, mesmo que na soma tenha menos que as 20 medalhas totais conquistadas por brasileiros.

Se pegássemos o quadro pela soma total das conquistas, o Brasil seria o 12º melhor, ganhando sete posições na lista. Ficaria na frente, por exemplo, da Nova Zelândia (13ª colocada), que 18 medalhas totais, mas levou nove ouros em Paris. O mesmo aconteceria na comparação com Hungria (cinco ouros), Espanha (cinco ouros) e Uzbequistão (seis ouros). Todos eles com menos medalhas no total.

Mas se não há regra de estabelecer um ranking e, ao mesmo tempo, existe um quadro no site oficial dos Jogos, o COI está entrando em contradição? Sim, mas também não.

Entenda a explicação sobre a ordem do quadro de medalhas

A Carta Olímpica, conjunto de regras e guias para a organização dos Jogos Olímpicos, e para o comando do Movimento Olímpico, aborda esse tema, no capítulo 1, seção 6: “Os Jogos Olímpicos são competições entre atletas individuais ou entre equipes, e não entre países.” Este documento foi atualizado pela última vez em outubro de 2023 e está em vigor em Paris-2024.

Até os Jogos Olímpicos de 2008, em Pequim, o COI seguia essa regra à risca. Na Carta, no capítulo 5, seção 57, diz que o Comitê Organizador dos Jogos não elabora nenhuma classificação oficial de países e que cabe à organização das Olimpíadas definir um quadro de honra com os medalhistas. Mas para Paris-2024 isso foi alterado e a carta de regras diz apenas que o COI pode criar um quadro de medalhas para fins informativos e que a organização dos Jogos, com autorização do COI, pode utilizar esta tabela.

Dessa forma, o COI não está quebrando suas próprias leis ao instituir um quadro de medalhas ‘oficial’. Historicamente, a maioria dos países do mundo adota a classificação a partir do número de medalhas de ouros conquistadas. As pratas, bronzes e o número total de pódios são usados como critérios de desempates (nesta ordem específica).

Rayssa Leal, medalhista de prata, ao lado de Coco Yoshizawa (ouro) e Liz Akama (bronze), ambas do Japão. Foto: Vadim Ghirda/AP

Em Paris-2024, jornais americanos, como The New York Times, Washington Post, entre outros, adotam, por sua vez, a medição a partir do total de medalhas – por isso os Estados Unidos aparecem à frente. Há também outros critérios, como aqueles em que cada medalha possui um determinado peso, mas nenhum é tão popular quanto os dois anteriores.

Produzir um quadro de medalhas se dá por dois motivos: o primeiro é para haver uma competição entre países – algo que a Carta Olímpica ‘proíbe’. Este fator ganhou força durante a Guerra Fria, quando Estados Unidos e União Soviética dominavam os esportes olímpicos no período. Já o segundo motivo se dá para que os comitês olímpicos nacionais possam estabelecer metas e medir a evolução do esporte no país.

O Brasil, por exemplo, trabalha com a evolução da delegação no número total de medalhas. Desde Londres-2012, o País melhora seu desempenho a cada Olimpíada. Em Tóquio-2020, bateu seu recorde, com 21 medalhas no total (sendo sete de ouro). Em Paris não conseguirá superar esse número, nem nos ouros nem no total.

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