Doping na Olimpíada: lista vai de ‘cervejinha’ antes de prova a cavalos medicados; relembre 10 casos


Uso de substâncias proibidas já gerou grandes escândalos e custou medalhas olímpicas

Por Redação
Atualização:

A ideia de criar uma competição mundial com doping liberado, sustentada pelo advogado e empresário Aron D’Souza e financiada por bilionários do Vale do Silício, gerou polêmica e foi condenada por especialistas e entidades relacionadas ao esporte. A própria WADA (Agência Mundial Antidoping) considerou o projeto, tratado por seus idealizadores com uma alternativa à Olímpiada, como “irresponsável e perigoso”.

Ao longo da história, a dopagem rendeu diversos problemas atletas, relativos à saúde ou à carreira, e gerou grandes escândalos no mundo do esporte. Em Jogos Olímpicos, desde que o uso de substâncias passou a ser controlado, muitos cruzaram o limite e sofreram as consequências. Medalhas conquistadas foram devolvidas e longas suspensões foram aplicadas.

Relembre 10 casos de doping marcantes em Olimpíadas:

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1. Equipe de pentatlo da Suécia (México-1968)

O primeiro caso de doping em Jogos Olímpicos ocorreu na cidade do México, em 1968, quando Hans Gunnar Linjenwal, integrante da equipe de pentatlo da Suécia, testou positivo por ter tomado cerveja. Segundo o laudo, noticiado pelo Estadão em 25 de outubro de 1968, o atleta apresentou “concentração alcoólica excessiva no sangue durante a prova de tiro”.

Liljenwall e a equipe sueca vencedora do bronze devolveram a medalha. Os dirigentes tentaram anular a decisão, mas o técnico da equipe confessou que “seus atletas tinham tomado cerveja antes da prova de tiro”. As olimpíadas de 1968, de inverno em Grenoble na França e de verão no México, foram as primeiras a ter fiscalização contra o doping.

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Estadão relatou caso olímpico de 1968, quando suecos perderam medalha por terem bebido cerveja. Foto: Acervo/Estadão

2. Rick DeMont (Munique-1972)

O nadador americano, então com apenas 16 anos, foi o primeiro campeão olímpico a perder o ouro por causa de doping. Depois de vencer a prova dos 400 metros livres, teve o desempenho anulado após encontrarem efedrina em seu sangue. O uso substância, contudo, havia sido declarado corretamente como parte dos medicamentes para asma que DeMont tomava.

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O problema foi que o Comitê Olímpico dos Estados Unidos não entregou o formulário com a declaração do atleta ao Comitê Olímpico Internacional (COI). Em 2001, a entidade americana reconheceu o desempenho de DeMont como válido, mas o ouro não foi devolvido, já que isso depende do COI. “Não parece que vale a pena gastar energia”, disse o o ex-nadador, hoje um senhor de 67 anos, em entrevista à agência de notícias Reuters, em 2022, quando questionado sobre os esforços para ser considerado campeão.

3. Ben Johnson (Seul-1988)

Na época considerado o homem mais rápido do mundo, por se detentor dos recordes dos 100 metros e 60 metros, o velocista protagonizou um dos casos mais famosos de doping durante os Jogos Olímpicos. Foi ouro nos 100 metros durante os Jogos de Seul, em 1988, mas acabou desqualificado e perdeu a medalha por ter usado anabolizantes. A descoberta ainda custou a ele a perda do título mundial dos 100 metros, conquistado no ano anterior, em Roma.

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4. Lance Armstrong (Sydney-2000)

O ciclista americano costuma ser um dos primeiros nomes lembrados quando o assunto é dopagem, não só na Olimpíada, mas pelo grande esquema de doping sanguíneo, realizado por meio de transfusões, do qual participava. Medalhista de bronze nos Jogos de Sydney-2000, Lance Armstrong perdeu a medalha olímpica e demais conquistas, além de ser banido do esporte, depois que o caso veio à tona. Ele confessou o doping em 2013, durante entrevista à popular apresentadora Oprah Winfrey. Em 2016, entregou a medalha de bronze ao comitê olímpico americano, que a devolveu ao COI.

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5. Marion Jones (Sydney-2000)

A versátil velocista americana teve que devolver simplesmente cinco medalhas conquistadas durante os Jogos de Sydney-2000, depois de admitir o uso de esteroides. Ela havia conquistado três ouros (100 metros, 200 metros e revezamento 4x400 metros) e dois bronzes (salto em distância e revezamento). Marion James foi um dos principais nomes ligados ao Escândalo BALCO, no qual uma empresa farmacêutica de São Francisco, na Califórnia, sustentava esquema de distribuição de substâncias proibidas para atletas profissionais.

6. Andreea Raducan (Sydney-2000)

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Em caso parecido ao que ocorreu com Rick DeMont em 1972, a romena Andreea Raducan, também com apenas 16 anos, foi prejudicada por sua própria equipe. Campeã da prova geral da ginástica, testou positivo para pseudoefedrina, substância presente em um remédio para resfriado recebido entregue por um médico da delegação e perdeu a medalha. “Sinto muita simpatia por ela, porque ela sofreu um erro do médico da equipe. Ainda mais porque isso aconteceu aos 16 anos, quando como atleta você tem absoluta confiança na sua equipe médica”, disse o presidente do COI, Thomas Bach, mais de dez anos depois.

7. Cian O’Connor (Atenas-2004)

O irlandês foi o campeão do salto individual no hipismo durante os Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004. Alguns meses depois, contudo, a Federação Equestre Internacional tornou pública a descoberta de que Waterford Crystal, o cavalo montado por Cian O’Connor, havia sido submetido a substâncias proibidas. O’Connor negou e pediu novos testes, mas o resultado foi positivo novamente. Com isso, o cavaleiro brasileiro Rodrigo Pessoa herdou o ouro.

Rodrigo Pessoa foi eliminado por doping em Pequiim-2008 após herdar ouro olímpico em Atenas-2004 Foto: Rafael Arbex/Estadão

8. Rodrigo Pessoa e Bernardo Alves (Pequim-2008)

Quatro anos depois de ser campeão por causa do doping de um adversário, Rodrigo Pessoa protagonizou em Pequim-2008, ao lado do também cavaleiro Bernardo Alves, os primeiros casos de dopagem em Olimpíada envolvendo atletas brasileiros. Substâncias proibidas foram encontradas nos cavalos de ambos, mas nenhum dos dois ganhou medalhas para perder. Pessoa foi suspenso pela Federação Equestre Internacional por quatro meses e meio. Alves pegou três meses de suspensão.

9. Escândalo de doping da Rússia (Pequim-2008 e Londres-2012)

A Rússia é a nação que mais teve atletas pegos no doping na história da Olímpiada. São mais de 150 casos, fora a suspeitas relacionadas ao uso de testosterona, ainda uma novidade na época, durante os anos 1980, época da União Soviética. O escândalo que estourou em 2015, quando a Agência Mundial Antidoping (WADA) apresentou um relatório sobre manipulação de dados laboratoriais e doping sistemático entre atletas russos, custou caro para o país.

Foram 48 medalhas perdidas, referentes aos Jogos de Pequim 2008 e Londres-2012. Depois da descobertas, a Federação Russa de Atletismo foi banida da Olimpíada do Rio-2016, e, após o aprofundamento das investigações, os atletas russos foram impedidos de competir sob a bandeira russa nos Jogos de Tóquio-2020, disputados em 2021 por causa da pandemia.

Tandara foi pega no doping durante os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2021. Foto: Wander Roberto/COB

10. Tandara (Tóquio-2020)

A jogadora de vôlei de 34 anos cumpre uma suspensão de quatro anos desde que foi pega no doping em 2021. O teste positivo para o uso de anabolizante foi realizado antes do embarque da jogadora para os Jogos Olímpicos de Tóquio. Tandara jogou normalmente o torneio na capital japonesa, sendo uma dos destaques da equipe de José Roberto Guimarães, e só foi impedida de atuar na semifinal, diante da Coreia do Sul, e final, contra os Estados Unidos.

A seleção brasileira feminina de vôlei terminou com a medalha de prata. Não houve anulação de resultados porque, conforme o regulamento, tal sanção só é aplicada em esportes coletivos quando duas ou mais atletas sejam flagradas no doping. Na época, Tandara considerou a condenação “injusta, desproporcional e precedida de um estranho vazamento de um processo que deveria ser sigiloso”.

A ideia de criar uma competição mundial com doping liberado, sustentada pelo advogado e empresário Aron D’Souza e financiada por bilionários do Vale do Silício, gerou polêmica e foi condenada por especialistas e entidades relacionadas ao esporte. A própria WADA (Agência Mundial Antidoping) considerou o projeto, tratado por seus idealizadores com uma alternativa à Olímpiada, como “irresponsável e perigoso”.

Ao longo da história, a dopagem rendeu diversos problemas atletas, relativos à saúde ou à carreira, e gerou grandes escândalos no mundo do esporte. Em Jogos Olímpicos, desde que o uso de substâncias passou a ser controlado, muitos cruzaram o limite e sofreram as consequências. Medalhas conquistadas foram devolvidas e longas suspensões foram aplicadas.

Relembre 10 casos de doping marcantes em Olimpíadas:

1. Equipe de pentatlo da Suécia (México-1968)

O primeiro caso de doping em Jogos Olímpicos ocorreu na cidade do México, em 1968, quando Hans Gunnar Linjenwal, integrante da equipe de pentatlo da Suécia, testou positivo por ter tomado cerveja. Segundo o laudo, noticiado pelo Estadão em 25 de outubro de 1968, o atleta apresentou “concentração alcoólica excessiva no sangue durante a prova de tiro”.

Liljenwall e a equipe sueca vencedora do bronze devolveram a medalha. Os dirigentes tentaram anular a decisão, mas o técnico da equipe confessou que “seus atletas tinham tomado cerveja antes da prova de tiro”. As olimpíadas de 1968, de inverno em Grenoble na França e de verão no México, foram as primeiras a ter fiscalização contra o doping.

Estadão relatou caso olímpico de 1968, quando suecos perderam medalha por terem bebido cerveja. Foto: Acervo/Estadão

2. Rick DeMont (Munique-1972)

O nadador americano, então com apenas 16 anos, foi o primeiro campeão olímpico a perder o ouro por causa de doping. Depois de vencer a prova dos 400 metros livres, teve o desempenho anulado após encontrarem efedrina em seu sangue. O uso substância, contudo, havia sido declarado corretamente como parte dos medicamentes para asma que DeMont tomava.

O problema foi que o Comitê Olímpico dos Estados Unidos não entregou o formulário com a declaração do atleta ao Comitê Olímpico Internacional (COI). Em 2001, a entidade americana reconheceu o desempenho de DeMont como válido, mas o ouro não foi devolvido, já que isso depende do COI. “Não parece que vale a pena gastar energia”, disse o o ex-nadador, hoje um senhor de 67 anos, em entrevista à agência de notícias Reuters, em 2022, quando questionado sobre os esforços para ser considerado campeão.

3. Ben Johnson (Seul-1988)

Na época considerado o homem mais rápido do mundo, por se detentor dos recordes dos 100 metros e 60 metros, o velocista protagonizou um dos casos mais famosos de doping durante os Jogos Olímpicos. Foi ouro nos 100 metros durante os Jogos de Seul, em 1988, mas acabou desqualificado e perdeu a medalha por ter usado anabolizantes. A descoberta ainda custou a ele a perda do título mundial dos 100 metros, conquistado no ano anterior, em Roma.

4. Lance Armstrong (Sydney-2000)

O ciclista americano costuma ser um dos primeiros nomes lembrados quando o assunto é dopagem, não só na Olimpíada, mas pelo grande esquema de doping sanguíneo, realizado por meio de transfusões, do qual participava. Medalhista de bronze nos Jogos de Sydney-2000, Lance Armstrong perdeu a medalha olímpica e demais conquistas, além de ser banido do esporte, depois que o caso veio à tona. Ele confessou o doping em 2013, durante entrevista à popular apresentadora Oprah Winfrey. Em 2016, entregou a medalha de bronze ao comitê olímpico americano, que a devolveu ao COI.

5. Marion Jones (Sydney-2000)

A versátil velocista americana teve que devolver simplesmente cinco medalhas conquistadas durante os Jogos de Sydney-2000, depois de admitir o uso de esteroides. Ela havia conquistado três ouros (100 metros, 200 metros e revezamento 4x400 metros) e dois bronzes (salto em distância e revezamento). Marion James foi um dos principais nomes ligados ao Escândalo BALCO, no qual uma empresa farmacêutica de São Francisco, na Califórnia, sustentava esquema de distribuição de substâncias proibidas para atletas profissionais.

6. Andreea Raducan (Sydney-2000)

Em caso parecido ao que ocorreu com Rick DeMont em 1972, a romena Andreea Raducan, também com apenas 16 anos, foi prejudicada por sua própria equipe. Campeã da prova geral da ginástica, testou positivo para pseudoefedrina, substância presente em um remédio para resfriado recebido entregue por um médico da delegação e perdeu a medalha. “Sinto muita simpatia por ela, porque ela sofreu um erro do médico da equipe. Ainda mais porque isso aconteceu aos 16 anos, quando como atleta você tem absoluta confiança na sua equipe médica”, disse o presidente do COI, Thomas Bach, mais de dez anos depois.

7. Cian O’Connor (Atenas-2004)

O irlandês foi o campeão do salto individual no hipismo durante os Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004. Alguns meses depois, contudo, a Federação Equestre Internacional tornou pública a descoberta de que Waterford Crystal, o cavalo montado por Cian O’Connor, havia sido submetido a substâncias proibidas. O’Connor negou e pediu novos testes, mas o resultado foi positivo novamente. Com isso, o cavaleiro brasileiro Rodrigo Pessoa herdou o ouro.

Rodrigo Pessoa foi eliminado por doping em Pequiim-2008 após herdar ouro olímpico em Atenas-2004 Foto: Rafael Arbex/Estadão

8. Rodrigo Pessoa e Bernardo Alves (Pequim-2008)

Quatro anos depois de ser campeão por causa do doping de um adversário, Rodrigo Pessoa protagonizou em Pequim-2008, ao lado do também cavaleiro Bernardo Alves, os primeiros casos de dopagem em Olimpíada envolvendo atletas brasileiros. Substâncias proibidas foram encontradas nos cavalos de ambos, mas nenhum dos dois ganhou medalhas para perder. Pessoa foi suspenso pela Federação Equestre Internacional por quatro meses e meio. Alves pegou três meses de suspensão.

9. Escândalo de doping da Rússia (Pequim-2008 e Londres-2012)

A Rússia é a nação que mais teve atletas pegos no doping na história da Olímpiada. São mais de 150 casos, fora a suspeitas relacionadas ao uso de testosterona, ainda uma novidade na época, durante os anos 1980, época da União Soviética. O escândalo que estourou em 2015, quando a Agência Mundial Antidoping (WADA) apresentou um relatório sobre manipulação de dados laboratoriais e doping sistemático entre atletas russos, custou caro para o país.

Foram 48 medalhas perdidas, referentes aos Jogos de Pequim 2008 e Londres-2012. Depois da descobertas, a Federação Russa de Atletismo foi banida da Olimpíada do Rio-2016, e, após o aprofundamento das investigações, os atletas russos foram impedidos de competir sob a bandeira russa nos Jogos de Tóquio-2020, disputados em 2021 por causa da pandemia.

Tandara foi pega no doping durante os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2021. Foto: Wander Roberto/COB

10. Tandara (Tóquio-2020)

A jogadora de vôlei de 34 anos cumpre uma suspensão de quatro anos desde que foi pega no doping em 2021. O teste positivo para o uso de anabolizante foi realizado antes do embarque da jogadora para os Jogos Olímpicos de Tóquio. Tandara jogou normalmente o torneio na capital japonesa, sendo uma dos destaques da equipe de José Roberto Guimarães, e só foi impedida de atuar na semifinal, diante da Coreia do Sul, e final, contra os Estados Unidos.

A seleção brasileira feminina de vôlei terminou com a medalha de prata. Não houve anulação de resultados porque, conforme o regulamento, tal sanção só é aplicada em esportes coletivos quando duas ou mais atletas sejam flagradas no doping. Na época, Tandara considerou a condenação “injusta, desproporcional e precedida de um estranho vazamento de um processo que deveria ser sigiloso”.

A ideia de criar uma competição mundial com doping liberado, sustentada pelo advogado e empresário Aron D’Souza e financiada por bilionários do Vale do Silício, gerou polêmica e foi condenada por especialistas e entidades relacionadas ao esporte. A própria WADA (Agência Mundial Antidoping) considerou o projeto, tratado por seus idealizadores com uma alternativa à Olímpiada, como “irresponsável e perigoso”.

Ao longo da história, a dopagem rendeu diversos problemas atletas, relativos à saúde ou à carreira, e gerou grandes escândalos no mundo do esporte. Em Jogos Olímpicos, desde que o uso de substâncias passou a ser controlado, muitos cruzaram o limite e sofreram as consequências. Medalhas conquistadas foram devolvidas e longas suspensões foram aplicadas.

Relembre 10 casos de doping marcantes em Olimpíadas:

1. Equipe de pentatlo da Suécia (México-1968)

O primeiro caso de doping em Jogos Olímpicos ocorreu na cidade do México, em 1968, quando Hans Gunnar Linjenwal, integrante da equipe de pentatlo da Suécia, testou positivo por ter tomado cerveja. Segundo o laudo, noticiado pelo Estadão em 25 de outubro de 1968, o atleta apresentou “concentração alcoólica excessiva no sangue durante a prova de tiro”.

Liljenwall e a equipe sueca vencedora do bronze devolveram a medalha. Os dirigentes tentaram anular a decisão, mas o técnico da equipe confessou que “seus atletas tinham tomado cerveja antes da prova de tiro”. As olimpíadas de 1968, de inverno em Grenoble na França e de verão no México, foram as primeiras a ter fiscalização contra o doping.

Estadão relatou caso olímpico de 1968, quando suecos perderam medalha por terem bebido cerveja. Foto: Acervo/Estadão

2. Rick DeMont (Munique-1972)

O nadador americano, então com apenas 16 anos, foi o primeiro campeão olímpico a perder o ouro por causa de doping. Depois de vencer a prova dos 400 metros livres, teve o desempenho anulado após encontrarem efedrina em seu sangue. O uso substância, contudo, havia sido declarado corretamente como parte dos medicamentes para asma que DeMont tomava.

O problema foi que o Comitê Olímpico dos Estados Unidos não entregou o formulário com a declaração do atleta ao Comitê Olímpico Internacional (COI). Em 2001, a entidade americana reconheceu o desempenho de DeMont como válido, mas o ouro não foi devolvido, já que isso depende do COI. “Não parece que vale a pena gastar energia”, disse o o ex-nadador, hoje um senhor de 67 anos, em entrevista à agência de notícias Reuters, em 2022, quando questionado sobre os esforços para ser considerado campeão.

3. Ben Johnson (Seul-1988)

Na época considerado o homem mais rápido do mundo, por se detentor dos recordes dos 100 metros e 60 metros, o velocista protagonizou um dos casos mais famosos de doping durante os Jogos Olímpicos. Foi ouro nos 100 metros durante os Jogos de Seul, em 1988, mas acabou desqualificado e perdeu a medalha por ter usado anabolizantes. A descoberta ainda custou a ele a perda do título mundial dos 100 metros, conquistado no ano anterior, em Roma.

4. Lance Armstrong (Sydney-2000)

O ciclista americano costuma ser um dos primeiros nomes lembrados quando o assunto é dopagem, não só na Olimpíada, mas pelo grande esquema de doping sanguíneo, realizado por meio de transfusões, do qual participava. Medalhista de bronze nos Jogos de Sydney-2000, Lance Armstrong perdeu a medalha olímpica e demais conquistas, além de ser banido do esporte, depois que o caso veio à tona. Ele confessou o doping em 2013, durante entrevista à popular apresentadora Oprah Winfrey. Em 2016, entregou a medalha de bronze ao comitê olímpico americano, que a devolveu ao COI.

5. Marion Jones (Sydney-2000)

A versátil velocista americana teve que devolver simplesmente cinco medalhas conquistadas durante os Jogos de Sydney-2000, depois de admitir o uso de esteroides. Ela havia conquistado três ouros (100 metros, 200 metros e revezamento 4x400 metros) e dois bronzes (salto em distância e revezamento). Marion James foi um dos principais nomes ligados ao Escândalo BALCO, no qual uma empresa farmacêutica de São Francisco, na Califórnia, sustentava esquema de distribuição de substâncias proibidas para atletas profissionais.

6. Andreea Raducan (Sydney-2000)

Em caso parecido ao que ocorreu com Rick DeMont em 1972, a romena Andreea Raducan, também com apenas 16 anos, foi prejudicada por sua própria equipe. Campeã da prova geral da ginástica, testou positivo para pseudoefedrina, substância presente em um remédio para resfriado recebido entregue por um médico da delegação e perdeu a medalha. “Sinto muita simpatia por ela, porque ela sofreu um erro do médico da equipe. Ainda mais porque isso aconteceu aos 16 anos, quando como atleta você tem absoluta confiança na sua equipe médica”, disse o presidente do COI, Thomas Bach, mais de dez anos depois.

7. Cian O’Connor (Atenas-2004)

O irlandês foi o campeão do salto individual no hipismo durante os Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004. Alguns meses depois, contudo, a Federação Equestre Internacional tornou pública a descoberta de que Waterford Crystal, o cavalo montado por Cian O’Connor, havia sido submetido a substâncias proibidas. O’Connor negou e pediu novos testes, mas o resultado foi positivo novamente. Com isso, o cavaleiro brasileiro Rodrigo Pessoa herdou o ouro.

Rodrigo Pessoa foi eliminado por doping em Pequiim-2008 após herdar ouro olímpico em Atenas-2004 Foto: Rafael Arbex/Estadão

8. Rodrigo Pessoa e Bernardo Alves (Pequim-2008)

Quatro anos depois de ser campeão por causa do doping de um adversário, Rodrigo Pessoa protagonizou em Pequim-2008, ao lado do também cavaleiro Bernardo Alves, os primeiros casos de dopagem em Olimpíada envolvendo atletas brasileiros. Substâncias proibidas foram encontradas nos cavalos de ambos, mas nenhum dos dois ganhou medalhas para perder. Pessoa foi suspenso pela Federação Equestre Internacional por quatro meses e meio. Alves pegou três meses de suspensão.

9. Escândalo de doping da Rússia (Pequim-2008 e Londres-2012)

A Rússia é a nação que mais teve atletas pegos no doping na história da Olímpiada. São mais de 150 casos, fora a suspeitas relacionadas ao uso de testosterona, ainda uma novidade na época, durante os anos 1980, época da União Soviética. O escândalo que estourou em 2015, quando a Agência Mundial Antidoping (WADA) apresentou um relatório sobre manipulação de dados laboratoriais e doping sistemático entre atletas russos, custou caro para o país.

Foram 48 medalhas perdidas, referentes aos Jogos de Pequim 2008 e Londres-2012. Depois da descobertas, a Federação Russa de Atletismo foi banida da Olimpíada do Rio-2016, e, após o aprofundamento das investigações, os atletas russos foram impedidos de competir sob a bandeira russa nos Jogos de Tóquio-2020, disputados em 2021 por causa da pandemia.

Tandara foi pega no doping durante os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2021. Foto: Wander Roberto/COB

10. Tandara (Tóquio-2020)

A jogadora de vôlei de 34 anos cumpre uma suspensão de quatro anos desde que foi pega no doping em 2021. O teste positivo para o uso de anabolizante foi realizado antes do embarque da jogadora para os Jogos Olímpicos de Tóquio. Tandara jogou normalmente o torneio na capital japonesa, sendo uma dos destaques da equipe de José Roberto Guimarães, e só foi impedida de atuar na semifinal, diante da Coreia do Sul, e final, contra os Estados Unidos.

A seleção brasileira feminina de vôlei terminou com a medalha de prata. Não houve anulação de resultados porque, conforme o regulamento, tal sanção só é aplicada em esportes coletivos quando duas ou mais atletas sejam flagradas no doping. Na época, Tandara considerou a condenação “injusta, desproporcional e precedida de um estranho vazamento de um processo que deveria ser sigiloso”.

A ideia de criar uma competição mundial com doping liberado, sustentada pelo advogado e empresário Aron D’Souza e financiada por bilionários do Vale do Silício, gerou polêmica e foi condenada por especialistas e entidades relacionadas ao esporte. A própria WADA (Agência Mundial Antidoping) considerou o projeto, tratado por seus idealizadores com uma alternativa à Olímpiada, como “irresponsável e perigoso”.

Ao longo da história, a dopagem rendeu diversos problemas atletas, relativos à saúde ou à carreira, e gerou grandes escândalos no mundo do esporte. Em Jogos Olímpicos, desde que o uso de substâncias passou a ser controlado, muitos cruzaram o limite e sofreram as consequências. Medalhas conquistadas foram devolvidas e longas suspensões foram aplicadas.

Relembre 10 casos de doping marcantes em Olimpíadas:

1. Equipe de pentatlo da Suécia (México-1968)

O primeiro caso de doping em Jogos Olímpicos ocorreu na cidade do México, em 1968, quando Hans Gunnar Linjenwal, integrante da equipe de pentatlo da Suécia, testou positivo por ter tomado cerveja. Segundo o laudo, noticiado pelo Estadão em 25 de outubro de 1968, o atleta apresentou “concentração alcoólica excessiva no sangue durante a prova de tiro”.

Liljenwall e a equipe sueca vencedora do bronze devolveram a medalha. Os dirigentes tentaram anular a decisão, mas o técnico da equipe confessou que “seus atletas tinham tomado cerveja antes da prova de tiro”. As olimpíadas de 1968, de inverno em Grenoble na França e de verão no México, foram as primeiras a ter fiscalização contra o doping.

Estadão relatou caso olímpico de 1968, quando suecos perderam medalha por terem bebido cerveja. Foto: Acervo/Estadão

2. Rick DeMont (Munique-1972)

O nadador americano, então com apenas 16 anos, foi o primeiro campeão olímpico a perder o ouro por causa de doping. Depois de vencer a prova dos 400 metros livres, teve o desempenho anulado após encontrarem efedrina em seu sangue. O uso substância, contudo, havia sido declarado corretamente como parte dos medicamentes para asma que DeMont tomava.

O problema foi que o Comitê Olímpico dos Estados Unidos não entregou o formulário com a declaração do atleta ao Comitê Olímpico Internacional (COI). Em 2001, a entidade americana reconheceu o desempenho de DeMont como válido, mas o ouro não foi devolvido, já que isso depende do COI. “Não parece que vale a pena gastar energia”, disse o o ex-nadador, hoje um senhor de 67 anos, em entrevista à agência de notícias Reuters, em 2022, quando questionado sobre os esforços para ser considerado campeão.

3. Ben Johnson (Seul-1988)

Na época considerado o homem mais rápido do mundo, por se detentor dos recordes dos 100 metros e 60 metros, o velocista protagonizou um dos casos mais famosos de doping durante os Jogos Olímpicos. Foi ouro nos 100 metros durante os Jogos de Seul, em 1988, mas acabou desqualificado e perdeu a medalha por ter usado anabolizantes. A descoberta ainda custou a ele a perda do título mundial dos 100 metros, conquistado no ano anterior, em Roma.

4. Lance Armstrong (Sydney-2000)

O ciclista americano costuma ser um dos primeiros nomes lembrados quando o assunto é dopagem, não só na Olimpíada, mas pelo grande esquema de doping sanguíneo, realizado por meio de transfusões, do qual participava. Medalhista de bronze nos Jogos de Sydney-2000, Lance Armstrong perdeu a medalha olímpica e demais conquistas, além de ser banido do esporte, depois que o caso veio à tona. Ele confessou o doping em 2013, durante entrevista à popular apresentadora Oprah Winfrey. Em 2016, entregou a medalha de bronze ao comitê olímpico americano, que a devolveu ao COI.

5. Marion Jones (Sydney-2000)

A versátil velocista americana teve que devolver simplesmente cinco medalhas conquistadas durante os Jogos de Sydney-2000, depois de admitir o uso de esteroides. Ela havia conquistado três ouros (100 metros, 200 metros e revezamento 4x400 metros) e dois bronzes (salto em distância e revezamento). Marion James foi um dos principais nomes ligados ao Escândalo BALCO, no qual uma empresa farmacêutica de São Francisco, na Califórnia, sustentava esquema de distribuição de substâncias proibidas para atletas profissionais.

6. Andreea Raducan (Sydney-2000)

Em caso parecido ao que ocorreu com Rick DeMont em 1972, a romena Andreea Raducan, também com apenas 16 anos, foi prejudicada por sua própria equipe. Campeã da prova geral da ginástica, testou positivo para pseudoefedrina, substância presente em um remédio para resfriado recebido entregue por um médico da delegação e perdeu a medalha. “Sinto muita simpatia por ela, porque ela sofreu um erro do médico da equipe. Ainda mais porque isso aconteceu aos 16 anos, quando como atleta você tem absoluta confiança na sua equipe médica”, disse o presidente do COI, Thomas Bach, mais de dez anos depois.

7. Cian O’Connor (Atenas-2004)

O irlandês foi o campeão do salto individual no hipismo durante os Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004. Alguns meses depois, contudo, a Federação Equestre Internacional tornou pública a descoberta de que Waterford Crystal, o cavalo montado por Cian O’Connor, havia sido submetido a substâncias proibidas. O’Connor negou e pediu novos testes, mas o resultado foi positivo novamente. Com isso, o cavaleiro brasileiro Rodrigo Pessoa herdou o ouro.

Rodrigo Pessoa foi eliminado por doping em Pequiim-2008 após herdar ouro olímpico em Atenas-2004 Foto: Rafael Arbex/Estadão

8. Rodrigo Pessoa e Bernardo Alves (Pequim-2008)

Quatro anos depois de ser campeão por causa do doping de um adversário, Rodrigo Pessoa protagonizou em Pequim-2008, ao lado do também cavaleiro Bernardo Alves, os primeiros casos de dopagem em Olimpíada envolvendo atletas brasileiros. Substâncias proibidas foram encontradas nos cavalos de ambos, mas nenhum dos dois ganhou medalhas para perder. Pessoa foi suspenso pela Federação Equestre Internacional por quatro meses e meio. Alves pegou três meses de suspensão.

9. Escândalo de doping da Rússia (Pequim-2008 e Londres-2012)

A Rússia é a nação que mais teve atletas pegos no doping na história da Olímpiada. São mais de 150 casos, fora a suspeitas relacionadas ao uso de testosterona, ainda uma novidade na época, durante os anos 1980, época da União Soviética. O escândalo que estourou em 2015, quando a Agência Mundial Antidoping (WADA) apresentou um relatório sobre manipulação de dados laboratoriais e doping sistemático entre atletas russos, custou caro para o país.

Foram 48 medalhas perdidas, referentes aos Jogos de Pequim 2008 e Londres-2012. Depois da descobertas, a Federação Russa de Atletismo foi banida da Olimpíada do Rio-2016, e, após o aprofundamento das investigações, os atletas russos foram impedidos de competir sob a bandeira russa nos Jogos de Tóquio-2020, disputados em 2021 por causa da pandemia.

Tandara foi pega no doping durante os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2021. Foto: Wander Roberto/COB

10. Tandara (Tóquio-2020)

A jogadora de vôlei de 34 anos cumpre uma suspensão de quatro anos desde que foi pega no doping em 2021. O teste positivo para o uso de anabolizante foi realizado antes do embarque da jogadora para os Jogos Olímpicos de Tóquio. Tandara jogou normalmente o torneio na capital japonesa, sendo uma dos destaques da equipe de José Roberto Guimarães, e só foi impedida de atuar na semifinal, diante da Coreia do Sul, e final, contra os Estados Unidos.

A seleção brasileira feminina de vôlei terminou com a medalha de prata. Não houve anulação de resultados porque, conforme o regulamento, tal sanção só é aplicada em esportes coletivos quando duas ou mais atletas sejam flagradas no doping. Na época, Tandara considerou a condenação “injusta, desproporcional e precedida de um estranho vazamento de um processo que deveria ser sigiloso”.

A ideia de criar uma competição mundial com doping liberado, sustentada pelo advogado e empresário Aron D’Souza e financiada por bilionários do Vale do Silício, gerou polêmica e foi condenada por especialistas e entidades relacionadas ao esporte. A própria WADA (Agência Mundial Antidoping) considerou o projeto, tratado por seus idealizadores com uma alternativa à Olímpiada, como “irresponsável e perigoso”.

Ao longo da história, a dopagem rendeu diversos problemas atletas, relativos à saúde ou à carreira, e gerou grandes escândalos no mundo do esporte. Em Jogos Olímpicos, desde que o uso de substâncias passou a ser controlado, muitos cruzaram o limite e sofreram as consequências. Medalhas conquistadas foram devolvidas e longas suspensões foram aplicadas.

Relembre 10 casos de doping marcantes em Olimpíadas:

1. Equipe de pentatlo da Suécia (México-1968)

O primeiro caso de doping em Jogos Olímpicos ocorreu na cidade do México, em 1968, quando Hans Gunnar Linjenwal, integrante da equipe de pentatlo da Suécia, testou positivo por ter tomado cerveja. Segundo o laudo, noticiado pelo Estadão em 25 de outubro de 1968, o atleta apresentou “concentração alcoólica excessiva no sangue durante a prova de tiro”.

Liljenwall e a equipe sueca vencedora do bronze devolveram a medalha. Os dirigentes tentaram anular a decisão, mas o técnico da equipe confessou que “seus atletas tinham tomado cerveja antes da prova de tiro”. As olimpíadas de 1968, de inverno em Grenoble na França e de verão no México, foram as primeiras a ter fiscalização contra o doping.

Estadão relatou caso olímpico de 1968, quando suecos perderam medalha por terem bebido cerveja. Foto: Acervo/Estadão

2. Rick DeMont (Munique-1972)

O nadador americano, então com apenas 16 anos, foi o primeiro campeão olímpico a perder o ouro por causa de doping. Depois de vencer a prova dos 400 metros livres, teve o desempenho anulado após encontrarem efedrina em seu sangue. O uso substância, contudo, havia sido declarado corretamente como parte dos medicamentes para asma que DeMont tomava.

O problema foi que o Comitê Olímpico dos Estados Unidos não entregou o formulário com a declaração do atleta ao Comitê Olímpico Internacional (COI). Em 2001, a entidade americana reconheceu o desempenho de DeMont como válido, mas o ouro não foi devolvido, já que isso depende do COI. “Não parece que vale a pena gastar energia”, disse o o ex-nadador, hoje um senhor de 67 anos, em entrevista à agência de notícias Reuters, em 2022, quando questionado sobre os esforços para ser considerado campeão.

3. Ben Johnson (Seul-1988)

Na época considerado o homem mais rápido do mundo, por se detentor dos recordes dos 100 metros e 60 metros, o velocista protagonizou um dos casos mais famosos de doping durante os Jogos Olímpicos. Foi ouro nos 100 metros durante os Jogos de Seul, em 1988, mas acabou desqualificado e perdeu a medalha por ter usado anabolizantes. A descoberta ainda custou a ele a perda do título mundial dos 100 metros, conquistado no ano anterior, em Roma.

4. Lance Armstrong (Sydney-2000)

O ciclista americano costuma ser um dos primeiros nomes lembrados quando o assunto é dopagem, não só na Olimpíada, mas pelo grande esquema de doping sanguíneo, realizado por meio de transfusões, do qual participava. Medalhista de bronze nos Jogos de Sydney-2000, Lance Armstrong perdeu a medalha olímpica e demais conquistas, além de ser banido do esporte, depois que o caso veio à tona. Ele confessou o doping em 2013, durante entrevista à popular apresentadora Oprah Winfrey. Em 2016, entregou a medalha de bronze ao comitê olímpico americano, que a devolveu ao COI.

5. Marion Jones (Sydney-2000)

A versátil velocista americana teve que devolver simplesmente cinco medalhas conquistadas durante os Jogos de Sydney-2000, depois de admitir o uso de esteroides. Ela havia conquistado três ouros (100 metros, 200 metros e revezamento 4x400 metros) e dois bronzes (salto em distância e revezamento). Marion James foi um dos principais nomes ligados ao Escândalo BALCO, no qual uma empresa farmacêutica de São Francisco, na Califórnia, sustentava esquema de distribuição de substâncias proibidas para atletas profissionais.

6. Andreea Raducan (Sydney-2000)

Em caso parecido ao que ocorreu com Rick DeMont em 1972, a romena Andreea Raducan, também com apenas 16 anos, foi prejudicada por sua própria equipe. Campeã da prova geral da ginástica, testou positivo para pseudoefedrina, substância presente em um remédio para resfriado recebido entregue por um médico da delegação e perdeu a medalha. “Sinto muita simpatia por ela, porque ela sofreu um erro do médico da equipe. Ainda mais porque isso aconteceu aos 16 anos, quando como atleta você tem absoluta confiança na sua equipe médica”, disse o presidente do COI, Thomas Bach, mais de dez anos depois.

7. Cian O’Connor (Atenas-2004)

O irlandês foi o campeão do salto individual no hipismo durante os Jogos Olímpicos de Atenas, em 2004. Alguns meses depois, contudo, a Federação Equestre Internacional tornou pública a descoberta de que Waterford Crystal, o cavalo montado por Cian O’Connor, havia sido submetido a substâncias proibidas. O’Connor negou e pediu novos testes, mas o resultado foi positivo novamente. Com isso, o cavaleiro brasileiro Rodrigo Pessoa herdou o ouro.

Rodrigo Pessoa foi eliminado por doping em Pequiim-2008 após herdar ouro olímpico em Atenas-2004 Foto: Rafael Arbex/Estadão

8. Rodrigo Pessoa e Bernardo Alves (Pequim-2008)

Quatro anos depois de ser campeão por causa do doping de um adversário, Rodrigo Pessoa protagonizou em Pequim-2008, ao lado do também cavaleiro Bernardo Alves, os primeiros casos de dopagem em Olimpíada envolvendo atletas brasileiros. Substâncias proibidas foram encontradas nos cavalos de ambos, mas nenhum dos dois ganhou medalhas para perder. Pessoa foi suspenso pela Federação Equestre Internacional por quatro meses e meio. Alves pegou três meses de suspensão.

9. Escândalo de doping da Rússia (Pequim-2008 e Londres-2012)

A Rússia é a nação que mais teve atletas pegos no doping na história da Olímpiada. São mais de 150 casos, fora a suspeitas relacionadas ao uso de testosterona, ainda uma novidade na época, durante os anos 1980, época da União Soviética. O escândalo que estourou em 2015, quando a Agência Mundial Antidoping (WADA) apresentou um relatório sobre manipulação de dados laboratoriais e doping sistemático entre atletas russos, custou caro para o país.

Foram 48 medalhas perdidas, referentes aos Jogos de Pequim 2008 e Londres-2012. Depois da descobertas, a Federação Russa de Atletismo foi banida da Olimpíada do Rio-2016, e, após o aprofundamento das investigações, os atletas russos foram impedidos de competir sob a bandeira russa nos Jogos de Tóquio-2020, disputados em 2021 por causa da pandemia.

Tandara foi pega no doping durante os Jogos Olímpicos de Tóquio, em 2021. Foto: Wander Roberto/COB

10. Tandara (Tóquio-2020)

A jogadora de vôlei de 34 anos cumpre uma suspensão de quatro anos desde que foi pega no doping em 2021. O teste positivo para o uso de anabolizante foi realizado antes do embarque da jogadora para os Jogos Olímpicos de Tóquio. Tandara jogou normalmente o torneio na capital japonesa, sendo uma dos destaques da equipe de José Roberto Guimarães, e só foi impedida de atuar na semifinal, diante da Coreia do Sul, e final, contra os Estados Unidos.

A seleção brasileira feminina de vôlei terminou com a medalha de prata. Não houve anulação de resultados porque, conforme o regulamento, tal sanção só é aplicada em esportes coletivos quando duas ou mais atletas sejam flagradas no doping. Na época, Tandara considerou a condenação “injusta, desproporcional e precedida de um estranho vazamento de um processo que deveria ser sigiloso”.

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