Uma Copa do Mundo sem Brasil e Argentina. É assim que os organizadores da Eurocopa de 2008 classificam o torneio que começa a ser disputado hoje na Basiléia e em Genebra. Distribuídas entre cidades austríacas e suíças, 16 seleções européias se enfrentam na busca do título do continente. Entre os favoritos estão as quatro semifinalistas da Copa da Alemanha de 2006: Itália, Portugal, França e Alemanha. Se no campo faltam Ronaldinho Gaúcho, Kaká, Riquelme ou Lionel Messi, o torneio praticamente se equipara à Copa do Mundo em termos de turistas e lucros. A final está programada para o dia 29, em Viena. Com todos os ingressos esgotados há meses, quem quiser ver a decisão terá de gastar mais de US$ 6 mil para comprar ingresso com cambistas. "Teremos um torneio melhor do que a Copa", afirmou Martin Kallen, organizador suíço. Na avaliação dele, os dois países receberão entre 1,5 milhão e 2 milhões de torcedores durante o evento. A Alemanha recebeu 2 milhões em 2006. O tira-teima entre França e Itália, finalistas do Mundial, ocorre logo na primeira fase. As duas seleções caíram no mesmo grupo. Para Portugal, o caminho também não será fácil. Enfrenta República Checa, Suíça e Turquia. Com o melhor jogador da atualidade, Cristiano Ronaldo, os portugueses apostam no título para apagar a frustração da derrota na final de 2004 em casa (1 a 0 para a Grécia). Já os espanhóis esperam, por fim, superar as frustrações de décadas de derrotas nas competições internacionais. A última vitória foi a Euro disputada em casa, há 44 anos. Para passar para a segunda fase, a "Fúria" sabe que terá de se superar. A chave ainda tem os russos, motivados pela conquista da Copa Uefa pelo Zenit, a Suécia e a campeã Grécia. Quem tem o caminho relativamente fácil até a final é a Alemanha, que joga praticamente em casa. Em seu grupo, só a Croácia pode surpreender. Os croatas eliminaram a Inglaterra em Wembley na fase de classificação. Os anfitriões não têm chance. A Áustria está classificada apenas por ser sede. A seleção ocupa o 101º lugar no ranking da Fifa. Assim como os austríacos, os suíços não impõem medo. A Suíça já disputou duas Eurocopas. Nunca venceu um jogo. Para os organizadores, isso parece ser irrelevante. Pela primeira vez, os lucros vão superar 1 bilhão. O eterno temor de um atentado terrorista faz parte do torneio. Mais de 30 mil policiais de vários países da região farão a segurança e vôos sobre os estádios estarão proibidos.