R$ 800 bilhões, 5 divisões e academias: os planos da Arábia Saudita para turbinar o futebol no país


Sem emplacar um time na final da Champions da Ásia, reino árabe vai contratar mais jogadores, investir em base e criar nova divisão para não replicar a malsucedida experiência chinesa

Por Ricardo Magatti
Atualização:

Ainda sem conseguir o retorno esportivo esperado depois de investir bilhões no ano passado e não emplacar um time na final da Liga dos Campeões da Ásia, a principal competição do continente, a Arábia Saudita se prepara para uma nova onda de investimento no futebol local, com mais injeção de capital privado nos clubes do país do Oriente Médio. A previsão é de que a próxima rodada de investimentos seja na ordem de 150 bilhões de euros (R$ 830 bilhões).

A monarquia absolutista da maior nação da Península Arábica tem o plano de manter suas grandes estrelas, como Cristiano Ronaldo e Neymar, trazer novos astros na próxima temporada, com a entrada de investidores e a privatização dos outros clubes do país, mas mais do que isso: fortalecer a estrutura do futebol local.

“Nós esperamos uma nova onda de privatizações em breve”, disse recentemente o ministro do Esporte Bader Alkadi. “Isso nos dá a oportunidade de tornar os investimentos em esportes sustentáveis de uma forma que nos possibilite continuar reinvestindo”.

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Hoje, há uma evidente disparidade na liga saudita, com Al-Nassr, Al-Ittihad, Al-Hilal e Al-Ahly muito à frente de seus adversários porque essas equipes foram turbinadas pelo dinheiro do PIF, fundo de investimento do governo, que controla 80% das ações desses times e também do Newcastle, da Inglaterra. O novo aporte bilionário também virá do PIF, via Ministério do Esporte saudita.

O governo notou que, para o ambicioso projeto se sustente, mais do que apenas trazer grandes estrelas do futebol mundial, é necessário melhorar a estrutura, investir na formação de jovens jogadores e criar mais uma divisão - já existem quatro, mas três dela são de nível técnico muito baixo. Daí a ideia de fomentar as categorias de base, criar academias de futebol dentro da Arábia Saudita e também em outros países e organizar até cinco divisões do futebol nacional.

Cristiano Ronaldo é o maior astro mundial atuando na Arábia Saudita Foto: Rula Rouhana/Reuters
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“Há essa perspectiva de criação de diferentes divisões, em um modelo piramidal. Ao mesmo tempo, existe o plano suportado pelo Ministério do Esporte e pela Federação da construção de várias academias de elite, como o Catar e outros países da região fizeram há alguns anos. Serão várias academias espalhadas pelo mundo para desenvolver o talento que existe lá e também poder trazer algum talento de fora”, detalha Nuno Mena, diretor de novos negócios da YinzCam, empresa de tecnologia que tem como clientes 47 das 100 instituições esportivas (isso inclui times de futebol americano, basquete e futebol) mais valiosas do mundo.

Mena, que é um executivo português, participou da criação de LaLiga, na Espanha, e de outros trabalhos na Europa e Oriente Médio. Ele esteve recentemente na Arábia Saudita para participar do World Football Summit e se reuniu com autoridades da região.

“Há um caminho de profissionalização também das próprias estruturas dos clubes. As estruturas não estavam na grande maioria preparadas para crescer tão rápido e com tanta demanda. Não tinham recursos humanos e know-how para poder crescer”, afirma o executivo. “Estou discutindo com alguns clubes, a implementação de aplicativos para os clubes e a primeira coisa que nos disseram foi que a rede móvel não funciona e, portanto, não tem como implementar o projeto”, exemplifica.

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Riad, a capital da Arábia Saudita, terá sua infraestrutura ampliada, com a construção de ferrovias e a expansão de estradas e aeroportos. Os sauditas de Riad uma cidade mais sustentável, com base em melhorias em serviços, mobilidade e a criação de espaços para atividades esportivas, de lazer e culturais.

“O plano é colocar o país como ponto de turismo, como ponto de residência e como com relevância no ramo de negócios e de inovação”, diz Mena.

Os quase R$ 2 bilhões a serem investidos no futebol saudita são apenas parte de um vultoso investimento que fazem parte do Saudi Vision 2030, ambicioso projeto do reino para diversificar a economia, não deixar o país à mercê da volatilidade do petróleo, atrair investidores e turistas e aumentar a participação do setor privado.

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Os sauditas estão sendo associados a “sportswashing”, termo que se refere à tentativa de um país em limpar sua imagem e melhorar sua popularidade. O governo saudita nega, porém, tal aspiração e diz que seu foco é atender ao interesse de seu povo pelo esporte.

A fim de não replicar a malsucedida experiência chinesa, o reino quer que a Saudi Pro League, a liga saudita, atraia investimentos e mais torcedores. O objetivo é receber 100 milhões de visitantes por ano até 2030 (foram 64 milhões em 2021). As autoridades esperam que até lá a liga quadruplique sua receita para US$ 480 milhões, embora isso ainda seja insignificante diante, por exemplo, da Premier League, que gerou dez vezes mais no ano passado.

Príncipe herdeiro Mohammad Bin Salman intensifica investimentos no futebol saudita Foto: Alan Santos/Presidência da República
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O dono do dinheiro

Um dos homens mais ricos do mundo, o príncipe herdeiro Mohammad bin Salman é quem efetivamente está à frente da nação, já que seu pai idoso, o rei Salman bin Abdulaziz, de 86 anos. , abdicou da maioria de suas funções públicas de liderança. Salman é primeiro-ministro e também comanda o PIF.

MBS, como também costuma ser chamado, passou a comandar o país ao ser nomeado príncipe-herdeiro em 2017 com as bênçãos do pai. Antes, MBS ocupou o cargo de ministro da Defesa por dois anos (2015-2017).

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Sua fortuna é estimada em mais de US$ 25 bilhões (cerca de R$ 124 bilhões). O príncipe dedica boa parte do seu tempo ao futebol. Ele colocou seu avião particular a serviço, por exemplo, de Neymar, quando o astro brasileiro vindo do PSG chegou para se apresentar ao Al-Hilal.

Os esforços do príncipe-herdeiro foram premiados. Em 31 de outubro, após um processo acelerado que pegou seus próprios membros de surpresa, a Fifa confirmou que a Arábia Saudita será a sede da Copa do Mundo de 2034.

Bin Salman já anunciou que vai construir no deserto, perto do Mar Vermelho, uma megacidade para receber jogos do Mundial. Chamada de Neon, está orçada em mais de 5 trilhões de reais. O projeto futurista terá um centro industrial flutuante e uma cidade portuária, comprovando que a “Visão 2030″ ultrapassa (e muito) os limites do futebol. No projeto estão ainda um aeroporto e uma pista de quase 180km e 200m de largura, suspensa a 500m do chão, que vai ligar Neom ao que já existe do reino.

Governante de fato do maior exportador mundial de petróleo, Bin Salman, de 38 anos, tornou-se conhecido no Brasil este ano por ser peça no esquema de joias doadas para o ex-presidente Jair Bolsonaro que entraram ilegalmente no País. A nível mundial, o príncipe é suspeito de estar envolvido no assassinato de um jornalista opositor em 2018.

Ainda sem conseguir o retorno esportivo esperado depois de investir bilhões no ano passado e não emplacar um time na final da Liga dos Campeões da Ásia, a principal competição do continente, a Arábia Saudita se prepara para uma nova onda de investimento no futebol local, com mais injeção de capital privado nos clubes do país do Oriente Médio. A previsão é de que a próxima rodada de investimentos seja na ordem de 150 bilhões de euros (R$ 830 bilhões).

A monarquia absolutista da maior nação da Península Arábica tem o plano de manter suas grandes estrelas, como Cristiano Ronaldo e Neymar, trazer novos astros na próxima temporada, com a entrada de investidores e a privatização dos outros clubes do país, mas mais do que isso: fortalecer a estrutura do futebol local.

“Nós esperamos uma nova onda de privatizações em breve”, disse recentemente o ministro do Esporte Bader Alkadi. “Isso nos dá a oportunidade de tornar os investimentos em esportes sustentáveis de uma forma que nos possibilite continuar reinvestindo”.

Hoje, há uma evidente disparidade na liga saudita, com Al-Nassr, Al-Ittihad, Al-Hilal e Al-Ahly muito à frente de seus adversários porque essas equipes foram turbinadas pelo dinheiro do PIF, fundo de investimento do governo, que controla 80% das ações desses times e também do Newcastle, da Inglaterra. O novo aporte bilionário também virá do PIF, via Ministério do Esporte saudita.

O governo notou que, para o ambicioso projeto se sustente, mais do que apenas trazer grandes estrelas do futebol mundial, é necessário melhorar a estrutura, investir na formação de jovens jogadores e criar mais uma divisão - já existem quatro, mas três dela são de nível técnico muito baixo. Daí a ideia de fomentar as categorias de base, criar academias de futebol dentro da Arábia Saudita e também em outros países e organizar até cinco divisões do futebol nacional.

Cristiano Ronaldo é o maior astro mundial atuando na Arábia Saudita Foto: Rula Rouhana/Reuters

“Há essa perspectiva de criação de diferentes divisões, em um modelo piramidal. Ao mesmo tempo, existe o plano suportado pelo Ministério do Esporte e pela Federação da construção de várias academias de elite, como o Catar e outros países da região fizeram há alguns anos. Serão várias academias espalhadas pelo mundo para desenvolver o talento que existe lá e também poder trazer algum talento de fora”, detalha Nuno Mena, diretor de novos negócios da YinzCam, empresa de tecnologia que tem como clientes 47 das 100 instituições esportivas (isso inclui times de futebol americano, basquete e futebol) mais valiosas do mundo.

Mena, que é um executivo português, participou da criação de LaLiga, na Espanha, e de outros trabalhos na Europa e Oriente Médio. Ele esteve recentemente na Arábia Saudita para participar do World Football Summit e se reuniu com autoridades da região.

“Há um caminho de profissionalização também das próprias estruturas dos clubes. As estruturas não estavam na grande maioria preparadas para crescer tão rápido e com tanta demanda. Não tinham recursos humanos e know-how para poder crescer”, afirma o executivo. “Estou discutindo com alguns clubes, a implementação de aplicativos para os clubes e a primeira coisa que nos disseram foi que a rede móvel não funciona e, portanto, não tem como implementar o projeto”, exemplifica.

Riad, a capital da Arábia Saudita, terá sua infraestrutura ampliada, com a construção de ferrovias e a expansão de estradas e aeroportos. Os sauditas de Riad uma cidade mais sustentável, com base em melhorias em serviços, mobilidade e a criação de espaços para atividades esportivas, de lazer e culturais.

“O plano é colocar o país como ponto de turismo, como ponto de residência e como com relevância no ramo de negócios e de inovação”, diz Mena.

Os quase R$ 2 bilhões a serem investidos no futebol saudita são apenas parte de um vultoso investimento que fazem parte do Saudi Vision 2030, ambicioso projeto do reino para diversificar a economia, não deixar o país à mercê da volatilidade do petróleo, atrair investidores e turistas e aumentar a participação do setor privado.

Os sauditas estão sendo associados a “sportswashing”, termo que se refere à tentativa de um país em limpar sua imagem e melhorar sua popularidade. O governo saudita nega, porém, tal aspiração e diz que seu foco é atender ao interesse de seu povo pelo esporte.

A fim de não replicar a malsucedida experiência chinesa, o reino quer que a Saudi Pro League, a liga saudita, atraia investimentos e mais torcedores. O objetivo é receber 100 milhões de visitantes por ano até 2030 (foram 64 milhões em 2021). As autoridades esperam que até lá a liga quadruplique sua receita para US$ 480 milhões, embora isso ainda seja insignificante diante, por exemplo, da Premier League, que gerou dez vezes mais no ano passado.

Príncipe herdeiro Mohammad Bin Salman intensifica investimentos no futebol saudita Foto: Alan Santos/Presidência da República

O dono do dinheiro

Um dos homens mais ricos do mundo, o príncipe herdeiro Mohammad bin Salman é quem efetivamente está à frente da nação, já que seu pai idoso, o rei Salman bin Abdulaziz, de 86 anos. , abdicou da maioria de suas funções públicas de liderança. Salman é primeiro-ministro e também comanda o PIF.

MBS, como também costuma ser chamado, passou a comandar o país ao ser nomeado príncipe-herdeiro em 2017 com as bênçãos do pai. Antes, MBS ocupou o cargo de ministro da Defesa por dois anos (2015-2017).

Sua fortuna é estimada em mais de US$ 25 bilhões (cerca de R$ 124 bilhões). O príncipe dedica boa parte do seu tempo ao futebol. Ele colocou seu avião particular a serviço, por exemplo, de Neymar, quando o astro brasileiro vindo do PSG chegou para se apresentar ao Al-Hilal.

Os esforços do príncipe-herdeiro foram premiados. Em 31 de outubro, após um processo acelerado que pegou seus próprios membros de surpresa, a Fifa confirmou que a Arábia Saudita será a sede da Copa do Mundo de 2034.

Bin Salman já anunciou que vai construir no deserto, perto do Mar Vermelho, uma megacidade para receber jogos do Mundial. Chamada de Neon, está orçada em mais de 5 trilhões de reais. O projeto futurista terá um centro industrial flutuante e uma cidade portuária, comprovando que a “Visão 2030″ ultrapassa (e muito) os limites do futebol. No projeto estão ainda um aeroporto e uma pista de quase 180km e 200m de largura, suspensa a 500m do chão, que vai ligar Neom ao que já existe do reino.

Governante de fato do maior exportador mundial de petróleo, Bin Salman, de 38 anos, tornou-se conhecido no Brasil este ano por ser peça no esquema de joias doadas para o ex-presidente Jair Bolsonaro que entraram ilegalmente no País. A nível mundial, o príncipe é suspeito de estar envolvido no assassinato de um jornalista opositor em 2018.

Ainda sem conseguir o retorno esportivo esperado depois de investir bilhões no ano passado e não emplacar um time na final da Liga dos Campeões da Ásia, a principal competição do continente, a Arábia Saudita se prepara para uma nova onda de investimento no futebol local, com mais injeção de capital privado nos clubes do país do Oriente Médio. A previsão é de que a próxima rodada de investimentos seja na ordem de 150 bilhões de euros (R$ 830 bilhões).

A monarquia absolutista da maior nação da Península Arábica tem o plano de manter suas grandes estrelas, como Cristiano Ronaldo e Neymar, trazer novos astros na próxima temporada, com a entrada de investidores e a privatização dos outros clubes do país, mas mais do que isso: fortalecer a estrutura do futebol local.

“Nós esperamos uma nova onda de privatizações em breve”, disse recentemente o ministro do Esporte Bader Alkadi. “Isso nos dá a oportunidade de tornar os investimentos em esportes sustentáveis de uma forma que nos possibilite continuar reinvestindo”.

Hoje, há uma evidente disparidade na liga saudita, com Al-Nassr, Al-Ittihad, Al-Hilal e Al-Ahly muito à frente de seus adversários porque essas equipes foram turbinadas pelo dinheiro do PIF, fundo de investimento do governo, que controla 80% das ações desses times e também do Newcastle, da Inglaterra. O novo aporte bilionário também virá do PIF, via Ministério do Esporte saudita.

O governo notou que, para o ambicioso projeto se sustente, mais do que apenas trazer grandes estrelas do futebol mundial, é necessário melhorar a estrutura, investir na formação de jovens jogadores e criar mais uma divisão - já existem quatro, mas três dela são de nível técnico muito baixo. Daí a ideia de fomentar as categorias de base, criar academias de futebol dentro da Arábia Saudita e também em outros países e organizar até cinco divisões do futebol nacional.

Cristiano Ronaldo é o maior astro mundial atuando na Arábia Saudita Foto: Rula Rouhana/Reuters

“Há essa perspectiva de criação de diferentes divisões, em um modelo piramidal. Ao mesmo tempo, existe o plano suportado pelo Ministério do Esporte e pela Federação da construção de várias academias de elite, como o Catar e outros países da região fizeram há alguns anos. Serão várias academias espalhadas pelo mundo para desenvolver o talento que existe lá e também poder trazer algum talento de fora”, detalha Nuno Mena, diretor de novos negócios da YinzCam, empresa de tecnologia que tem como clientes 47 das 100 instituições esportivas (isso inclui times de futebol americano, basquete e futebol) mais valiosas do mundo.

Mena, que é um executivo português, participou da criação de LaLiga, na Espanha, e de outros trabalhos na Europa e Oriente Médio. Ele esteve recentemente na Arábia Saudita para participar do World Football Summit e se reuniu com autoridades da região.

“Há um caminho de profissionalização também das próprias estruturas dos clubes. As estruturas não estavam na grande maioria preparadas para crescer tão rápido e com tanta demanda. Não tinham recursos humanos e know-how para poder crescer”, afirma o executivo. “Estou discutindo com alguns clubes, a implementação de aplicativos para os clubes e a primeira coisa que nos disseram foi que a rede móvel não funciona e, portanto, não tem como implementar o projeto”, exemplifica.

Riad, a capital da Arábia Saudita, terá sua infraestrutura ampliada, com a construção de ferrovias e a expansão de estradas e aeroportos. Os sauditas de Riad uma cidade mais sustentável, com base em melhorias em serviços, mobilidade e a criação de espaços para atividades esportivas, de lazer e culturais.

“O plano é colocar o país como ponto de turismo, como ponto de residência e como com relevância no ramo de negócios e de inovação”, diz Mena.

Os quase R$ 2 bilhões a serem investidos no futebol saudita são apenas parte de um vultoso investimento que fazem parte do Saudi Vision 2030, ambicioso projeto do reino para diversificar a economia, não deixar o país à mercê da volatilidade do petróleo, atrair investidores e turistas e aumentar a participação do setor privado.

Os sauditas estão sendo associados a “sportswashing”, termo que se refere à tentativa de um país em limpar sua imagem e melhorar sua popularidade. O governo saudita nega, porém, tal aspiração e diz que seu foco é atender ao interesse de seu povo pelo esporte.

A fim de não replicar a malsucedida experiência chinesa, o reino quer que a Saudi Pro League, a liga saudita, atraia investimentos e mais torcedores. O objetivo é receber 100 milhões de visitantes por ano até 2030 (foram 64 milhões em 2021). As autoridades esperam que até lá a liga quadruplique sua receita para US$ 480 milhões, embora isso ainda seja insignificante diante, por exemplo, da Premier League, que gerou dez vezes mais no ano passado.

Príncipe herdeiro Mohammad Bin Salman intensifica investimentos no futebol saudita Foto: Alan Santos/Presidência da República

O dono do dinheiro

Um dos homens mais ricos do mundo, o príncipe herdeiro Mohammad bin Salman é quem efetivamente está à frente da nação, já que seu pai idoso, o rei Salman bin Abdulaziz, de 86 anos. , abdicou da maioria de suas funções públicas de liderança. Salman é primeiro-ministro e também comanda o PIF.

MBS, como também costuma ser chamado, passou a comandar o país ao ser nomeado príncipe-herdeiro em 2017 com as bênçãos do pai. Antes, MBS ocupou o cargo de ministro da Defesa por dois anos (2015-2017).

Sua fortuna é estimada em mais de US$ 25 bilhões (cerca de R$ 124 bilhões). O príncipe dedica boa parte do seu tempo ao futebol. Ele colocou seu avião particular a serviço, por exemplo, de Neymar, quando o astro brasileiro vindo do PSG chegou para se apresentar ao Al-Hilal.

Os esforços do príncipe-herdeiro foram premiados. Em 31 de outubro, após um processo acelerado que pegou seus próprios membros de surpresa, a Fifa confirmou que a Arábia Saudita será a sede da Copa do Mundo de 2034.

Bin Salman já anunciou que vai construir no deserto, perto do Mar Vermelho, uma megacidade para receber jogos do Mundial. Chamada de Neon, está orçada em mais de 5 trilhões de reais. O projeto futurista terá um centro industrial flutuante e uma cidade portuária, comprovando que a “Visão 2030″ ultrapassa (e muito) os limites do futebol. No projeto estão ainda um aeroporto e uma pista de quase 180km e 200m de largura, suspensa a 500m do chão, que vai ligar Neom ao que já existe do reino.

Governante de fato do maior exportador mundial de petróleo, Bin Salman, de 38 anos, tornou-se conhecido no Brasil este ano por ser peça no esquema de joias doadas para o ex-presidente Jair Bolsonaro que entraram ilegalmente no País. A nível mundial, o príncipe é suspeito de estar envolvido no assassinato de um jornalista opositor em 2018.

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