A boa apresentação do garoto Estêvão na vitória do Palmeiras sobre o Liverpool, do Uruguai, nesta quinta-feira, no Allianz Parque, pela segunda rodada da fase de grupos da Copa Libertadores, fez o técnico Abel Ferreira aconselhar o garoto e os outros jovens jogadores do elenco palmeirense.
“Os moleques foram bem, mas precisam tomar cuidado com o que a imprensa vai falar deles. É preciso equilíbrio. A linha do elogio e da crítica é muito tênue. Os moleques não podem começar a voar com os elogios. Treinem bem e confiem no Palmeiras, que tem estrutura para ajudá-los”, disse o treinador, que fez uma previsão.
Se Endrick vai embora, surge mais uma joia nos profissionais. Estêvão bagunçou a defesa do oponente uruguaio, não se intimidou e fechou o placar no segundo tempo para, minutos depois de marcar seu primeiro gol pelo time profissional do Palmeiras, deixar o campo ovacionado. Sem sentir o peso de um jogo de Libertadores, o primeiro de sua carreira, o meia-atacante deu o frescor de que o time precisava e certamente terá mais chances com Abel Ferreira. Chamado de “Messinho” na base, o garoto terá muito ainda o seu nome falado e seguramente receberá consultas de gigantes europeus.
“Se eu como treinador e vocês da imprensa fizermos nosso trabalho de forma correta, o futebol brasileiro, em cinco ou seis anos, vai ter coisas boas. O problema é que a crítica aqui é agressiva e esses moleques ainda precisam escutar os conselhos do pai. O que digo a eles digo às minhas filhas. Tudo no tempo deles, sejam felizes. Vão à Disney por que o outro foi e foi vendido ao Real Madrid”, brincou Abel, referindo-se a Endrick, que, de fato foi à Disney, mas de Paris, antes de se consolidar como a maior estrela do futebol brasileiro.
Sobre o jogo, o técnico reclamou da postura inicial da equipe, mas elogiou o desempenho no segundo tempo, quando o time conquistou a virada, com gols de Flaco López e do garoto Estêvão. “Entramos um pouco desligados, não podemos perder a bola em três passes, dando chance ao contra-ataque para o adversário, que é o que ele queria. Na segunda parte fomos melhores, tocamos mais a bola para ultrapassar a defesa bem postada com uma linha de cinco e outra de três. Entraram três bolas, mas poderia ter sido mais.”