Adeus, ‘Crefisão’? Palmeiras tem prejuízo com Arena Barueri e deve jogar semifinal no Allianz Parque


Em cinco jogos no estádio neste Paulistão, clube teve média de público de 16 mil torcedores e R$ 300 mil de renda, valor muito inferior ao que consegue em jogos em sua arena

Por Ricardo Magatti
Atualização:

O palmeirense insatisfeito com o fato de ter de assistir ao seu time na Arena Barueri nos últimos dois meses deve ganhar uma notícia boa nos próximos dias. A reforma no gramado sintético do Allianz Parque já foi concluída e a tendência é de que o Palmeiras volte à sua arena na semifinal do Paulistão, contra o Novorizontino, em duelo previsto para o dia 27, quarta-feira da próxima semana.

Retornar ao Allianz Parque após quase dois meses será um alívio para boa parte da torcida, que tem reclamado dos problemas que encontra na Arena Barueri, a maioria deles relacionados à estrutura e à logística, segundo constatou a reportagem do Estadão por meio de relatos dos palmeirenses. Acostumados com o estádio na Pompeia, situado na região central da capital paulista, muitos palmeirenses mostraram descontentamento em ter de percorrer uma longa distância para chegar em Barueri, arena administrada pela presidente do clube, Leila Pereira.

Há reclamação também com o acesso ruim ao estádio, as muitas filas, tumulto e lentidão na entrada para os setores, proibição de carros nas ruas do estorno da arena, ausência de sabonete e papel em alguns banheiros e a falta de vendedores ambulantes e de lanchonetes em operação na região. A Arena Barueri é, desde o ano passado, administrada pela Crefipar, empresa da presidente do Palmeiras, Leila Pereira. Por isso, alguns torcedores têm chamado o estádio de “Crefisão”. A dirigente não se manifestou sobre isso.

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Até mesmo pontos de alagamento na entrada do estádio os torcedores enfrentaram antes da partida contra o Mirassol, no fim do mês passado, por exemplo. O transtorno foi causado por chuvas durante a tarde que resultaram em enchentes nos acessos dos ônibus das equipes, nos corredores e até na sala de entrevistas coletivas. A delegação do Palmeiras teve de entrar por um portão alternativo. Questionada, Leila afirmou, na ocasião, que “o torcedor tem de ficar muito satisfeito por ter Barueri para jogar”.

Arena Barueri, batizada pelos palmeirenses de 'Crefisão', deu prejuízos ao clube e não foi bem aceita pela torcida. Foto: Fabio Menotti/Palmeiras

No ano passado, depois de um jogo em que o Palmeiras não teve o Allianz Parque à disposição em razão de um dos muitos eventos em que lá ocorre, Abel Ferreira endossou a revolta da torcida ao dizer que não se sentia confortável em estar na Arena Barueri. “Com todo respeito, esse não é o chiqueiro, não me sinto confortável, nem nos bancos me sinto confortável, não é a minha casa”, disse o técnico, chateado também com a acústica ruim do estádio. “Na nossa casa, teríamos 40 mil, 42 mil, e o barulho não foge”.

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Neste ano, depois de muitas vezes reclamar do gramado sintético do Allianz Parque, ele decidiu baixar o tom em relação à Arena Barueri, mas não sem elencar as dificuldades que os torcedores do Palmeiras enfrentam para acompanhar de perto o time longe da arena na Pompeia. “Sei que nossos torcedores fazem um esforço muito grande para vir aqui. Quando é (jogo) à noite, fica mais difícil porque sei que não há transportes e é duro às vezes viajar nesse horário”, constatou. “Essa não é a nossa casa. Nossa casa é o Allianz Parque”, enfatizou o treinador depois da vitória por 1 a 0 sobre o Botafogo-SP há dez dias.

Baixa média de público

A insatisfação da torcida com a Arena Barueri fica clara pela baixa adesão da torcida. A média de público dos cinco jogos que o Palmeiras mandou no estádio, todos válidos pelo Paulistão, foi de 16.003. Em comparação, o Palmeiras teve média de público de 36.374 no Allianz Parque em 2023.

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Apenas em um desses cinco duelos houve lotação: o clássico com o Corinthians, disputado sob os olhares de 29.647 palmeirenses, recorde histórico do estádio. Em nenhuma das outras quatro partidas, porém, o público foi superior a 20 mil. O confronto com menos torcedores nas arquibancadas foi com o Ituano: somente 8.879 palmeirenses viram a equipe derrotar o rival de Itu por 2 a 0.

Prejuízo financeiro

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Para jogar em Barueri, o Palmeiras não paga o aluguel, já que o estádio pertence a uma das empresas de Leila, e arca somente com as despesas operacionais. Mesmo assim, não é vantajoso financeiramente jogar no local porque a arrecadação é significativamente menor do que consegue atuando no Allianz Parque.

O Palmeiras arrecadou R$ 394.580,43, R$ 505.471,66 e 501.797,84 nas partidas que fez contra Santos, Athletico-PR e Inter, respectivamente, na reta final do Brasileirão de 2023. Neste ano, somando as cinco partidas contra Ituano, Corinthians, Mirassol, Botafogo e Ponte Preta, obteve R$ 1.502.380,63 de renda líquida.

O valor que ganhou em cinco partidas é menor do que o clube arrecadou em seu último jogo que fez no Allianz Parque neste ano, o clássico com o Santos, quando registrou renda líquida de R$ 1.550.368,12.

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O clube estava ciente de que perderia receitas relevantes em razão da necessidade de atuar longe de casa, mas entendeu ter feito a melhor decisão ao pressionar a WTorre e a Soccer Grass, empresa com a qual rescindiu o contrato que mantinha para o fornecimento do gramado sintético na Academia de Futebol. Leila avisou que a Real Arenas, empresa que administra o Allianz, terá de arcar com “prejuízos milionários” causados pela fechamento do estádio, que continua interditado pela FPF.

Novo sintético do Allianz Parque

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O novo piso, cuja instalação terminou na semana passada, apresenta cortiças importadas de Portugal em vez do antigo composto termoplástico, que derreteu devido ao calor e virou uma espécie de pasta. A cortiça é um material orgânico, de origem vegetal, da casca dos sobreiros, leve e com grande poder isolante. Permite um bom amortecimento e é considerado a melhor opção no mercado para evitar que a grama superaqueça.

O novo gramado passou pelo primeiro teste após as reformas na segunda-feira, dia 18. A equipe sub-20 do Palmeiras fez treinamentos no estádio e nesta terça retorna para fazer uma nova atividade. A partir de quarta, os atletas não mais poderão usar o Allianz por causa da montagem do palco para um evento que ocorrerá no próximo sábado. Veja o vídeo do primeiro teste aqui.

Não se sabe se os atletas do time profissional também vão testar o novo gramado sintético, mas a tendência é de que a semifinal do Paulistão seja mesmo disputada na arena palmeirense. “Tendo todas as liberações dos órgãos competentes vamos jogar na nossa casa”, disse o vice-presidente do clube, Paulo Buosi, em entrevista antes do sorteio da Libertadores no Paraguai. “Vamos fazer todo o possível para isso, mas não é algo que dependa exclusivamente do Palmeiras”.

O palmeirense insatisfeito com o fato de ter de assistir ao seu time na Arena Barueri nos últimos dois meses deve ganhar uma notícia boa nos próximos dias. A reforma no gramado sintético do Allianz Parque já foi concluída e a tendência é de que o Palmeiras volte à sua arena na semifinal do Paulistão, contra o Novorizontino, em duelo previsto para o dia 27, quarta-feira da próxima semana.

Retornar ao Allianz Parque após quase dois meses será um alívio para boa parte da torcida, que tem reclamado dos problemas que encontra na Arena Barueri, a maioria deles relacionados à estrutura e à logística, segundo constatou a reportagem do Estadão por meio de relatos dos palmeirenses. Acostumados com o estádio na Pompeia, situado na região central da capital paulista, muitos palmeirenses mostraram descontentamento em ter de percorrer uma longa distância para chegar em Barueri, arena administrada pela presidente do clube, Leila Pereira.

Há reclamação também com o acesso ruim ao estádio, as muitas filas, tumulto e lentidão na entrada para os setores, proibição de carros nas ruas do estorno da arena, ausência de sabonete e papel em alguns banheiros e a falta de vendedores ambulantes e de lanchonetes em operação na região. A Arena Barueri é, desde o ano passado, administrada pela Crefipar, empresa da presidente do Palmeiras, Leila Pereira. Por isso, alguns torcedores têm chamado o estádio de “Crefisão”. A dirigente não se manifestou sobre isso.

Até mesmo pontos de alagamento na entrada do estádio os torcedores enfrentaram antes da partida contra o Mirassol, no fim do mês passado, por exemplo. O transtorno foi causado por chuvas durante a tarde que resultaram em enchentes nos acessos dos ônibus das equipes, nos corredores e até na sala de entrevistas coletivas. A delegação do Palmeiras teve de entrar por um portão alternativo. Questionada, Leila afirmou, na ocasião, que “o torcedor tem de ficar muito satisfeito por ter Barueri para jogar”.

Arena Barueri, batizada pelos palmeirenses de 'Crefisão', deu prejuízos ao clube e não foi bem aceita pela torcida. Foto: Fabio Menotti/Palmeiras

No ano passado, depois de um jogo em que o Palmeiras não teve o Allianz Parque à disposição em razão de um dos muitos eventos em que lá ocorre, Abel Ferreira endossou a revolta da torcida ao dizer que não se sentia confortável em estar na Arena Barueri. “Com todo respeito, esse não é o chiqueiro, não me sinto confortável, nem nos bancos me sinto confortável, não é a minha casa”, disse o técnico, chateado também com a acústica ruim do estádio. “Na nossa casa, teríamos 40 mil, 42 mil, e o barulho não foge”.

Neste ano, depois de muitas vezes reclamar do gramado sintético do Allianz Parque, ele decidiu baixar o tom em relação à Arena Barueri, mas não sem elencar as dificuldades que os torcedores do Palmeiras enfrentam para acompanhar de perto o time longe da arena na Pompeia. “Sei que nossos torcedores fazem um esforço muito grande para vir aqui. Quando é (jogo) à noite, fica mais difícil porque sei que não há transportes e é duro às vezes viajar nesse horário”, constatou. “Essa não é a nossa casa. Nossa casa é o Allianz Parque”, enfatizou o treinador depois da vitória por 1 a 0 sobre o Botafogo-SP há dez dias.

Baixa média de público

A insatisfação da torcida com a Arena Barueri fica clara pela baixa adesão da torcida. A média de público dos cinco jogos que o Palmeiras mandou no estádio, todos válidos pelo Paulistão, foi de 16.003. Em comparação, o Palmeiras teve média de público de 36.374 no Allianz Parque em 2023.

Apenas em um desses cinco duelos houve lotação: o clássico com o Corinthians, disputado sob os olhares de 29.647 palmeirenses, recorde histórico do estádio. Em nenhuma das outras quatro partidas, porém, o público foi superior a 20 mil. O confronto com menos torcedores nas arquibancadas foi com o Ituano: somente 8.879 palmeirenses viram a equipe derrotar o rival de Itu por 2 a 0.

Prejuízo financeiro

Para jogar em Barueri, o Palmeiras não paga o aluguel, já que o estádio pertence a uma das empresas de Leila, e arca somente com as despesas operacionais. Mesmo assim, não é vantajoso financeiramente jogar no local porque a arrecadação é significativamente menor do que consegue atuando no Allianz Parque.

O Palmeiras arrecadou R$ 394.580,43, R$ 505.471,66 e 501.797,84 nas partidas que fez contra Santos, Athletico-PR e Inter, respectivamente, na reta final do Brasileirão de 2023. Neste ano, somando as cinco partidas contra Ituano, Corinthians, Mirassol, Botafogo e Ponte Preta, obteve R$ 1.502.380,63 de renda líquida.

O valor que ganhou em cinco partidas é menor do que o clube arrecadou em seu último jogo que fez no Allianz Parque neste ano, o clássico com o Santos, quando registrou renda líquida de R$ 1.550.368,12.

O clube estava ciente de que perderia receitas relevantes em razão da necessidade de atuar longe de casa, mas entendeu ter feito a melhor decisão ao pressionar a WTorre e a Soccer Grass, empresa com a qual rescindiu o contrato que mantinha para o fornecimento do gramado sintético na Academia de Futebol. Leila avisou que a Real Arenas, empresa que administra o Allianz, terá de arcar com “prejuízos milionários” causados pela fechamento do estádio, que continua interditado pela FPF.

Novo sintético do Allianz Parque

O novo piso, cuja instalação terminou na semana passada, apresenta cortiças importadas de Portugal em vez do antigo composto termoplástico, que derreteu devido ao calor e virou uma espécie de pasta. A cortiça é um material orgânico, de origem vegetal, da casca dos sobreiros, leve e com grande poder isolante. Permite um bom amortecimento e é considerado a melhor opção no mercado para evitar que a grama superaqueça.

O novo gramado passou pelo primeiro teste após as reformas na segunda-feira, dia 18. A equipe sub-20 do Palmeiras fez treinamentos no estádio e nesta terça retorna para fazer uma nova atividade. A partir de quarta, os atletas não mais poderão usar o Allianz por causa da montagem do palco para um evento que ocorrerá no próximo sábado. Veja o vídeo do primeiro teste aqui.

Não se sabe se os atletas do time profissional também vão testar o novo gramado sintético, mas a tendência é de que a semifinal do Paulistão seja mesmo disputada na arena palmeirense. “Tendo todas as liberações dos órgãos competentes vamos jogar na nossa casa”, disse o vice-presidente do clube, Paulo Buosi, em entrevista antes do sorteio da Libertadores no Paraguai. “Vamos fazer todo o possível para isso, mas não é algo que dependa exclusivamente do Palmeiras”.

O palmeirense insatisfeito com o fato de ter de assistir ao seu time na Arena Barueri nos últimos dois meses deve ganhar uma notícia boa nos próximos dias. A reforma no gramado sintético do Allianz Parque já foi concluída e a tendência é de que o Palmeiras volte à sua arena na semifinal do Paulistão, contra o Novorizontino, em duelo previsto para o dia 27, quarta-feira da próxima semana.

Retornar ao Allianz Parque após quase dois meses será um alívio para boa parte da torcida, que tem reclamado dos problemas que encontra na Arena Barueri, a maioria deles relacionados à estrutura e à logística, segundo constatou a reportagem do Estadão por meio de relatos dos palmeirenses. Acostumados com o estádio na Pompeia, situado na região central da capital paulista, muitos palmeirenses mostraram descontentamento em ter de percorrer uma longa distância para chegar em Barueri, arena administrada pela presidente do clube, Leila Pereira.

Há reclamação também com o acesso ruim ao estádio, as muitas filas, tumulto e lentidão na entrada para os setores, proibição de carros nas ruas do estorno da arena, ausência de sabonete e papel em alguns banheiros e a falta de vendedores ambulantes e de lanchonetes em operação na região. A Arena Barueri é, desde o ano passado, administrada pela Crefipar, empresa da presidente do Palmeiras, Leila Pereira. Por isso, alguns torcedores têm chamado o estádio de “Crefisão”. A dirigente não se manifestou sobre isso.

Até mesmo pontos de alagamento na entrada do estádio os torcedores enfrentaram antes da partida contra o Mirassol, no fim do mês passado, por exemplo. O transtorno foi causado por chuvas durante a tarde que resultaram em enchentes nos acessos dos ônibus das equipes, nos corredores e até na sala de entrevistas coletivas. A delegação do Palmeiras teve de entrar por um portão alternativo. Questionada, Leila afirmou, na ocasião, que “o torcedor tem de ficar muito satisfeito por ter Barueri para jogar”.

Arena Barueri, batizada pelos palmeirenses de 'Crefisão', deu prejuízos ao clube e não foi bem aceita pela torcida. Foto: Fabio Menotti/Palmeiras

No ano passado, depois de um jogo em que o Palmeiras não teve o Allianz Parque à disposição em razão de um dos muitos eventos em que lá ocorre, Abel Ferreira endossou a revolta da torcida ao dizer que não se sentia confortável em estar na Arena Barueri. “Com todo respeito, esse não é o chiqueiro, não me sinto confortável, nem nos bancos me sinto confortável, não é a minha casa”, disse o técnico, chateado também com a acústica ruim do estádio. “Na nossa casa, teríamos 40 mil, 42 mil, e o barulho não foge”.

Neste ano, depois de muitas vezes reclamar do gramado sintético do Allianz Parque, ele decidiu baixar o tom em relação à Arena Barueri, mas não sem elencar as dificuldades que os torcedores do Palmeiras enfrentam para acompanhar de perto o time longe da arena na Pompeia. “Sei que nossos torcedores fazem um esforço muito grande para vir aqui. Quando é (jogo) à noite, fica mais difícil porque sei que não há transportes e é duro às vezes viajar nesse horário”, constatou. “Essa não é a nossa casa. Nossa casa é o Allianz Parque”, enfatizou o treinador depois da vitória por 1 a 0 sobre o Botafogo-SP há dez dias.

Baixa média de público

A insatisfação da torcida com a Arena Barueri fica clara pela baixa adesão da torcida. A média de público dos cinco jogos que o Palmeiras mandou no estádio, todos válidos pelo Paulistão, foi de 16.003. Em comparação, o Palmeiras teve média de público de 36.374 no Allianz Parque em 2023.

Apenas em um desses cinco duelos houve lotação: o clássico com o Corinthians, disputado sob os olhares de 29.647 palmeirenses, recorde histórico do estádio. Em nenhuma das outras quatro partidas, porém, o público foi superior a 20 mil. O confronto com menos torcedores nas arquibancadas foi com o Ituano: somente 8.879 palmeirenses viram a equipe derrotar o rival de Itu por 2 a 0.

Prejuízo financeiro

Para jogar em Barueri, o Palmeiras não paga o aluguel, já que o estádio pertence a uma das empresas de Leila, e arca somente com as despesas operacionais. Mesmo assim, não é vantajoso financeiramente jogar no local porque a arrecadação é significativamente menor do que consegue atuando no Allianz Parque.

O Palmeiras arrecadou R$ 394.580,43, R$ 505.471,66 e 501.797,84 nas partidas que fez contra Santos, Athletico-PR e Inter, respectivamente, na reta final do Brasileirão de 2023. Neste ano, somando as cinco partidas contra Ituano, Corinthians, Mirassol, Botafogo e Ponte Preta, obteve R$ 1.502.380,63 de renda líquida.

O valor que ganhou em cinco partidas é menor do que o clube arrecadou em seu último jogo que fez no Allianz Parque neste ano, o clássico com o Santos, quando registrou renda líquida de R$ 1.550.368,12.

O clube estava ciente de que perderia receitas relevantes em razão da necessidade de atuar longe de casa, mas entendeu ter feito a melhor decisão ao pressionar a WTorre e a Soccer Grass, empresa com a qual rescindiu o contrato que mantinha para o fornecimento do gramado sintético na Academia de Futebol. Leila avisou que a Real Arenas, empresa que administra o Allianz, terá de arcar com “prejuízos milionários” causados pela fechamento do estádio, que continua interditado pela FPF.

Novo sintético do Allianz Parque

O novo piso, cuja instalação terminou na semana passada, apresenta cortiças importadas de Portugal em vez do antigo composto termoplástico, que derreteu devido ao calor e virou uma espécie de pasta. A cortiça é um material orgânico, de origem vegetal, da casca dos sobreiros, leve e com grande poder isolante. Permite um bom amortecimento e é considerado a melhor opção no mercado para evitar que a grama superaqueça.

O novo gramado passou pelo primeiro teste após as reformas na segunda-feira, dia 18. A equipe sub-20 do Palmeiras fez treinamentos no estádio e nesta terça retorna para fazer uma nova atividade. A partir de quarta, os atletas não mais poderão usar o Allianz por causa da montagem do palco para um evento que ocorrerá no próximo sábado. Veja o vídeo do primeiro teste aqui.

Não se sabe se os atletas do time profissional também vão testar o novo gramado sintético, mas a tendência é de que a semifinal do Paulistão seja mesmo disputada na arena palmeirense. “Tendo todas as liberações dos órgãos competentes vamos jogar na nossa casa”, disse o vice-presidente do clube, Paulo Buosi, em entrevista antes do sorteio da Libertadores no Paraguai. “Vamos fazer todo o possível para isso, mas não é algo que dependa exclusivamente do Palmeiras”.

O palmeirense insatisfeito com o fato de ter de assistir ao seu time na Arena Barueri nos últimos dois meses deve ganhar uma notícia boa nos próximos dias. A reforma no gramado sintético do Allianz Parque já foi concluída e a tendência é de que o Palmeiras volte à sua arena na semifinal do Paulistão, contra o Novorizontino, em duelo previsto para o dia 27, quarta-feira da próxima semana.

Retornar ao Allianz Parque após quase dois meses será um alívio para boa parte da torcida, que tem reclamado dos problemas que encontra na Arena Barueri, a maioria deles relacionados à estrutura e à logística, segundo constatou a reportagem do Estadão por meio de relatos dos palmeirenses. Acostumados com o estádio na Pompeia, situado na região central da capital paulista, muitos palmeirenses mostraram descontentamento em ter de percorrer uma longa distância para chegar em Barueri, arena administrada pela presidente do clube, Leila Pereira.

Há reclamação também com o acesso ruim ao estádio, as muitas filas, tumulto e lentidão na entrada para os setores, proibição de carros nas ruas do estorno da arena, ausência de sabonete e papel em alguns banheiros e a falta de vendedores ambulantes e de lanchonetes em operação na região. A Arena Barueri é, desde o ano passado, administrada pela Crefipar, empresa da presidente do Palmeiras, Leila Pereira. Por isso, alguns torcedores têm chamado o estádio de “Crefisão”. A dirigente não se manifestou sobre isso.

Até mesmo pontos de alagamento na entrada do estádio os torcedores enfrentaram antes da partida contra o Mirassol, no fim do mês passado, por exemplo. O transtorno foi causado por chuvas durante a tarde que resultaram em enchentes nos acessos dos ônibus das equipes, nos corredores e até na sala de entrevistas coletivas. A delegação do Palmeiras teve de entrar por um portão alternativo. Questionada, Leila afirmou, na ocasião, que “o torcedor tem de ficar muito satisfeito por ter Barueri para jogar”.

Arena Barueri, batizada pelos palmeirenses de 'Crefisão', deu prejuízos ao clube e não foi bem aceita pela torcida. Foto: Fabio Menotti/Palmeiras

No ano passado, depois de um jogo em que o Palmeiras não teve o Allianz Parque à disposição em razão de um dos muitos eventos em que lá ocorre, Abel Ferreira endossou a revolta da torcida ao dizer que não se sentia confortável em estar na Arena Barueri. “Com todo respeito, esse não é o chiqueiro, não me sinto confortável, nem nos bancos me sinto confortável, não é a minha casa”, disse o técnico, chateado também com a acústica ruim do estádio. “Na nossa casa, teríamos 40 mil, 42 mil, e o barulho não foge”.

Neste ano, depois de muitas vezes reclamar do gramado sintético do Allianz Parque, ele decidiu baixar o tom em relação à Arena Barueri, mas não sem elencar as dificuldades que os torcedores do Palmeiras enfrentam para acompanhar de perto o time longe da arena na Pompeia. “Sei que nossos torcedores fazem um esforço muito grande para vir aqui. Quando é (jogo) à noite, fica mais difícil porque sei que não há transportes e é duro às vezes viajar nesse horário”, constatou. “Essa não é a nossa casa. Nossa casa é o Allianz Parque”, enfatizou o treinador depois da vitória por 1 a 0 sobre o Botafogo-SP há dez dias.

Baixa média de público

A insatisfação da torcida com a Arena Barueri fica clara pela baixa adesão da torcida. A média de público dos cinco jogos que o Palmeiras mandou no estádio, todos válidos pelo Paulistão, foi de 16.003. Em comparação, o Palmeiras teve média de público de 36.374 no Allianz Parque em 2023.

Apenas em um desses cinco duelos houve lotação: o clássico com o Corinthians, disputado sob os olhares de 29.647 palmeirenses, recorde histórico do estádio. Em nenhuma das outras quatro partidas, porém, o público foi superior a 20 mil. O confronto com menos torcedores nas arquibancadas foi com o Ituano: somente 8.879 palmeirenses viram a equipe derrotar o rival de Itu por 2 a 0.

Prejuízo financeiro

Para jogar em Barueri, o Palmeiras não paga o aluguel, já que o estádio pertence a uma das empresas de Leila, e arca somente com as despesas operacionais. Mesmo assim, não é vantajoso financeiramente jogar no local porque a arrecadação é significativamente menor do que consegue atuando no Allianz Parque.

O Palmeiras arrecadou R$ 394.580,43, R$ 505.471,66 e 501.797,84 nas partidas que fez contra Santos, Athletico-PR e Inter, respectivamente, na reta final do Brasileirão de 2023. Neste ano, somando as cinco partidas contra Ituano, Corinthians, Mirassol, Botafogo e Ponte Preta, obteve R$ 1.502.380,63 de renda líquida.

O valor que ganhou em cinco partidas é menor do que o clube arrecadou em seu último jogo que fez no Allianz Parque neste ano, o clássico com o Santos, quando registrou renda líquida de R$ 1.550.368,12.

O clube estava ciente de que perderia receitas relevantes em razão da necessidade de atuar longe de casa, mas entendeu ter feito a melhor decisão ao pressionar a WTorre e a Soccer Grass, empresa com a qual rescindiu o contrato que mantinha para o fornecimento do gramado sintético na Academia de Futebol. Leila avisou que a Real Arenas, empresa que administra o Allianz, terá de arcar com “prejuízos milionários” causados pela fechamento do estádio, que continua interditado pela FPF.

Novo sintético do Allianz Parque

O novo piso, cuja instalação terminou na semana passada, apresenta cortiças importadas de Portugal em vez do antigo composto termoplástico, que derreteu devido ao calor e virou uma espécie de pasta. A cortiça é um material orgânico, de origem vegetal, da casca dos sobreiros, leve e com grande poder isolante. Permite um bom amortecimento e é considerado a melhor opção no mercado para evitar que a grama superaqueça.

O novo gramado passou pelo primeiro teste após as reformas na segunda-feira, dia 18. A equipe sub-20 do Palmeiras fez treinamentos no estádio e nesta terça retorna para fazer uma nova atividade. A partir de quarta, os atletas não mais poderão usar o Allianz por causa da montagem do palco para um evento que ocorrerá no próximo sábado. Veja o vídeo do primeiro teste aqui.

Não se sabe se os atletas do time profissional também vão testar o novo gramado sintético, mas a tendência é de que a semifinal do Paulistão seja mesmo disputada na arena palmeirense. “Tendo todas as liberações dos órgãos competentes vamos jogar na nossa casa”, disse o vice-presidente do clube, Paulo Buosi, em entrevista antes do sorteio da Libertadores no Paraguai. “Vamos fazer todo o possível para isso, mas não é algo que dependa exclusivamente do Palmeiras”.

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