Em partidas de Copa do Mundo, é comum que as equipes titulares de cada país posem para fotos antes do início de cada jogo. A seleção alemã, no entanto, aproveitou o momento em sua estreia contra o Japão para protestar contra a decisão da Fifa de proibir o uso da braçadeira de capitão “One Love” em partidas do Mundial.
Na foto oficial, todos os jogadores alemães levaram uma das mãos à boca, um gesto que busca simbolizar a censura que eles entendem ter sido imposta pela Fifa. A faixa, que prega por diversidade e defende a comunidade LGBT+, vem sendo motivo de disputa entre a entidade máxima do futebol. Enquanto a Fifa busca coibir protestos, algumas seleções desejam se manifestar em favor da diversidade.
Em seu perfil oficial no Twitter, a equipe alemã afirmou que a utilização da faixa de capitão buscava reproduzir os valores que a seleção prega: diversidade e respeito mútuo. “Não se tratava de uma declaração política - direitos humanos são inegociáveis. Isso deveria ser dado como certo, mas ainda não é o caso. Por isso esta mensagem é tão importante para nós.” Ainda na postagem, a seleção afirma que proibir o uso da faixa é como proibir o uso da voz dos atletas.
Havia grande expectativa de que o capitão da Alemanha, o goleiro Manuel Neuer, entrasse em campo com a faixa, mas o jogador do Bayern de Munique não foi visto com a braçadeira “One Love”. Utilizando um uniforme amarelo, Neuer entrou com uma faixa de capitão padrão da Fifa escondida por debaixo da manga da camisa. Antes do início da partida, o bandeirinha foi de encontro ao goleiro alemão e verificou se ele estava utilizando a braçadeira, liberando o goleiro após obter a confirmação.
Esse não deve ser o único protesto contra a proibição da Fifa. Sete seleções - Alemanha, Bélgica, Dinamarca, Holanda, Inglaterra, País de Gales e Suíça - demonstraram interesse em utilizar a faixa “One Love” nas partidas do Mundial, o que motivou a Fifa a ameaçar as equipes que desejavam utilizá-la.
A punição seria um cartão amarelo para o jogador que utilizasse a faixa, algo visto como absurdo pelas federações. Apesar da discordância, as sete equipes redigiram um documento onde pediam para os jogadores acatarem a decisão do Torneio.
“A Fifa tem deixado muito claro que imporá sanções esportivas se nossos capitães usarem as braçadeiras no campo de jogo. Como federações nacionais, não podemos colocar nossos jogadores em uma posição em que possam enfrentar sanções esportivas, incluindo cartões amarelos, por isso pedimos aos capitães que não tentem usar as braçadeiras nos jogos da Copa do Mundo”, afirmaram as seleções, em comunicado.
O técnico da Dinamarca, Kasper Hjulmand, afirmou em entrevista coletiva na última terça-feira, 22, que a seleção dinamarquesa pensa em realizar protestos após a proibição da Fifa. “É uma situação extremamente difícil porque seria algo que defendemos. Os jogadores defendem, eu defendo. Talvez haja outras possibilidades, vamos esperar para ver. Defender a diversidade não pode e não deve ser uma declaração política”, comentou.