Após estágio, estudos e visitas à Europa, Fernando Prass está pronto para ser gestor no futebol


Ex-goleiro do Palmeiras conclui nos próximos dias o curso de Administração e analisa propostas para ser dirigente em clubes brasileiros 

Por Ricardo Magatti

Quando Fernando Prass dava entrevistas lúcidas discutindo as mazelas do futebol brasileiro, como o desgastante calendário de jogos, ou liderava movimentos de atletas em defesa de seus direitos e dos colegas, já se via ali um perfil incomum em relação ao dos outros esportistas, avessos, no geral, a se envolver em problemas da profissão no País.

Imaginava-se, ao ver e ouvir Prass, que existiria no futuro um ex-jogador que se tornaria dirigente. E isso está perto de se tornar realidade. Gestor, diretor de futebol, executivo, supervisor ou CEO. A nomenclatura não importa. É de acordo com a estrutura de cada clube. O que interessa ao ex-goleiro do Palmeiras, de perfil analítico e pragmático, é que, segundo seus planos, ele estará em breve na área de gestão de um time de futebol. 

Ex-goleiro Fernando Prass se prepara para ser gestor esportivo Foto: Divulgação/Caio Henrique
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Prass está a um mês e meio de terminar o curso de Administração. No fim do ano passado, ele fez um estágio de três meses no Palmeiras, passando por todas as áreas do clube - jurídico, financeiro, recursos humanos, comunicação e marketing. Também viajou à Europa para ver o que fazem de diferente por lá. Visitou dois clubes, o Lyon, da França, e o Valladolid, da Espanha, de propriedade de Ronaldo Fenômeno e que tem o ex-zagueiro Paulo André como gerente.

"Fiquei quatro dias no Lyon por causa do Juninho Pernambucano e mais quatro no Valladolid porque conheço o Paulo André e o Enrico (Ambrogini), que são os gestores de lá. Visitei outros clubes também, mas os que pude conhecer, entrar na estrutura e saber dos processos foram o Valladolid e o Lyon", conta Prass ao Estadão

O ex-atleta e futuro gestor foi um dos homenageados do evento "Fala, Goleiro", organizado pela Poker, marca de materiais esportivos, no Museu do Futebol na última terça, dia 26, quando foi celebrado o Dia do Goleiro. O que mais viu mudar em sua posição desde o início da carreira até deixar os gramados foi a cobrança para os goleiros jogarem com os pés. Hoje, quase todos têm esse atributo. O posicionamento também é algo que ele destaca.

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"Atualmente, o goleiro joga sensivelmente 10, 15 metros à frente do que jogava antes. Os posicionamentos são muito ligados à parte tática. No passado, você se posicionava pelas suas necessidades. Hoje, tem de se posicionar de acordo com a maneira que o time joga", avalia Prass.

"O goleiro sempre ficou à parte. O treinador treinava a parte tática e o goleiro não participava disso. Hoje, ele tem de estar inserido", diz Prass, para o qual é obrigação o goleiro ter essa leitura para ser bem-sucedido no futebol. Weverton, do Palmeiras, é um dos que melhor fazem isso, ele diz. O ex-atleta aponta que a parte mental é o que mais tem de evoluir no futebol brasileiro. É preciso atenção e cuidado com o desgaste psicológico - não só físico - que a rotina de cobranças e pressão em meio a treinos e jogos provoca nos atletas.

O gestor Fernando Prass

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Prass esteve debaixo das traves como profissional durante 24 anos. Teve passagens por Grêmio, Coritiba e Vasco, tornou-se ídolo do Palmeiras e encerrou sua carreira no início de 2021 no Ceará, aos 42 anos. Orgulha-se de ter sido exemplo de liderança nas equipes em que jogou. Fez amigos em todas elas e era uma figura respeitada no vestiário.

Agora, sua ideia é aplicar como gestor o conhecimento empírico, adquirido em mais de 20 anos nos gramados, e também teórico. Na Espanha, por exemplo, achou interessante o uso das métricas no processo de avaliação de um atleta, algo que é feito também no Brasil, mas com menos frequência. "No Valladolid, eles usavam muitas métricas para mensurar a evolução do trabalho. Metas preestabelecidas sobre posse de bola, passes certos, errados, chances de gols criadas. São vários números que eles usam para fazer uma leitura melhor do que simplesmente dizer se o time jogou bem ou mal. Dados que dão suporte para a avaliação", explica.

Fernando Prass fez sucesso no Palmeiras e se tornou idolo da torcida Foto: Valéria Gonçalvez/Estadão
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"Aqui no Brasil é muito no 'feeling', da observação olho no olho. Os números auxiliam a ter uma visão mais clara. Você nunca vai conseguir não errar numa avaliação, mas quanto mais você se cercar de dados, vai ser mais fácil tomar as decisões", entende.

Prass iniciaria sua jornada como cartola no Vasco, mas dívidas do clube carioca impediram o acerto no fim do ano passado. Já recebeu outras propostas também e não tem preferência de agremiação. Espera, só, que tenha autonomia para expor suas ideias. "Eu estou tentando ver onde posso me encaixar e onde posso agregar mais. O mercado está me conhecendo porque parei de jogar há um ano apenas", afirma o ex-goleiro. Desde que aposentou as luvas, o ídolo palmeirense também já se aventurou nas transmissões ao comentar jogos do Paulistão pela HBO Max. 

"Foi algo que surgiu. Curti bastante, mas me preparo para a gestão", salienta, deixando claro que ser gestor esportivo é seu foco. Não está e nunca esteve no horizonte ser auxiliar ou técnico. "Acho muito legal a parte de campo, mas gosto de planejamento, do processo todo. O técnico é a parte final do processo".

Quando Fernando Prass dava entrevistas lúcidas discutindo as mazelas do futebol brasileiro, como o desgastante calendário de jogos, ou liderava movimentos de atletas em defesa de seus direitos e dos colegas, já se via ali um perfil incomum em relação ao dos outros esportistas, avessos, no geral, a se envolver em problemas da profissão no País.

Imaginava-se, ao ver e ouvir Prass, que existiria no futuro um ex-jogador que se tornaria dirigente. E isso está perto de se tornar realidade. Gestor, diretor de futebol, executivo, supervisor ou CEO. A nomenclatura não importa. É de acordo com a estrutura de cada clube. O que interessa ao ex-goleiro do Palmeiras, de perfil analítico e pragmático, é que, segundo seus planos, ele estará em breve na área de gestão de um time de futebol. 

Ex-goleiro Fernando Prass se prepara para ser gestor esportivo Foto: Divulgação/Caio Henrique

Prass está a um mês e meio de terminar o curso de Administração. No fim do ano passado, ele fez um estágio de três meses no Palmeiras, passando por todas as áreas do clube - jurídico, financeiro, recursos humanos, comunicação e marketing. Também viajou à Europa para ver o que fazem de diferente por lá. Visitou dois clubes, o Lyon, da França, e o Valladolid, da Espanha, de propriedade de Ronaldo Fenômeno e que tem o ex-zagueiro Paulo André como gerente.

"Fiquei quatro dias no Lyon por causa do Juninho Pernambucano e mais quatro no Valladolid porque conheço o Paulo André e o Enrico (Ambrogini), que são os gestores de lá. Visitei outros clubes também, mas os que pude conhecer, entrar na estrutura e saber dos processos foram o Valladolid e o Lyon", conta Prass ao Estadão

O ex-atleta e futuro gestor foi um dos homenageados do evento "Fala, Goleiro", organizado pela Poker, marca de materiais esportivos, no Museu do Futebol na última terça, dia 26, quando foi celebrado o Dia do Goleiro. O que mais viu mudar em sua posição desde o início da carreira até deixar os gramados foi a cobrança para os goleiros jogarem com os pés. Hoje, quase todos têm esse atributo. O posicionamento também é algo que ele destaca.

"Atualmente, o goleiro joga sensivelmente 10, 15 metros à frente do que jogava antes. Os posicionamentos são muito ligados à parte tática. No passado, você se posicionava pelas suas necessidades. Hoje, tem de se posicionar de acordo com a maneira que o time joga", avalia Prass.

"O goleiro sempre ficou à parte. O treinador treinava a parte tática e o goleiro não participava disso. Hoje, ele tem de estar inserido", diz Prass, para o qual é obrigação o goleiro ter essa leitura para ser bem-sucedido no futebol. Weverton, do Palmeiras, é um dos que melhor fazem isso, ele diz. O ex-atleta aponta que a parte mental é o que mais tem de evoluir no futebol brasileiro. É preciso atenção e cuidado com o desgaste psicológico - não só físico - que a rotina de cobranças e pressão em meio a treinos e jogos provoca nos atletas.

O gestor Fernando Prass

Prass esteve debaixo das traves como profissional durante 24 anos. Teve passagens por Grêmio, Coritiba e Vasco, tornou-se ídolo do Palmeiras e encerrou sua carreira no início de 2021 no Ceará, aos 42 anos. Orgulha-se de ter sido exemplo de liderança nas equipes em que jogou. Fez amigos em todas elas e era uma figura respeitada no vestiário.

Agora, sua ideia é aplicar como gestor o conhecimento empírico, adquirido em mais de 20 anos nos gramados, e também teórico. Na Espanha, por exemplo, achou interessante o uso das métricas no processo de avaliação de um atleta, algo que é feito também no Brasil, mas com menos frequência. "No Valladolid, eles usavam muitas métricas para mensurar a evolução do trabalho. Metas preestabelecidas sobre posse de bola, passes certos, errados, chances de gols criadas. São vários números que eles usam para fazer uma leitura melhor do que simplesmente dizer se o time jogou bem ou mal. Dados que dão suporte para a avaliação", explica.

Fernando Prass fez sucesso no Palmeiras e se tornou idolo da torcida Foto: Valéria Gonçalvez/Estadão

"Aqui no Brasil é muito no 'feeling', da observação olho no olho. Os números auxiliam a ter uma visão mais clara. Você nunca vai conseguir não errar numa avaliação, mas quanto mais você se cercar de dados, vai ser mais fácil tomar as decisões", entende.

Prass iniciaria sua jornada como cartola no Vasco, mas dívidas do clube carioca impediram o acerto no fim do ano passado. Já recebeu outras propostas também e não tem preferência de agremiação. Espera, só, que tenha autonomia para expor suas ideias. "Eu estou tentando ver onde posso me encaixar e onde posso agregar mais. O mercado está me conhecendo porque parei de jogar há um ano apenas", afirma o ex-goleiro. Desde que aposentou as luvas, o ídolo palmeirense também já se aventurou nas transmissões ao comentar jogos do Paulistão pela HBO Max. 

"Foi algo que surgiu. Curti bastante, mas me preparo para a gestão", salienta, deixando claro que ser gestor esportivo é seu foco. Não está e nunca esteve no horizonte ser auxiliar ou técnico. "Acho muito legal a parte de campo, mas gosto de planejamento, do processo todo. O técnico é a parte final do processo".

Quando Fernando Prass dava entrevistas lúcidas discutindo as mazelas do futebol brasileiro, como o desgastante calendário de jogos, ou liderava movimentos de atletas em defesa de seus direitos e dos colegas, já se via ali um perfil incomum em relação ao dos outros esportistas, avessos, no geral, a se envolver em problemas da profissão no País.

Imaginava-se, ao ver e ouvir Prass, que existiria no futuro um ex-jogador que se tornaria dirigente. E isso está perto de se tornar realidade. Gestor, diretor de futebol, executivo, supervisor ou CEO. A nomenclatura não importa. É de acordo com a estrutura de cada clube. O que interessa ao ex-goleiro do Palmeiras, de perfil analítico e pragmático, é que, segundo seus planos, ele estará em breve na área de gestão de um time de futebol. 

Ex-goleiro Fernando Prass se prepara para ser gestor esportivo Foto: Divulgação/Caio Henrique

Prass está a um mês e meio de terminar o curso de Administração. No fim do ano passado, ele fez um estágio de três meses no Palmeiras, passando por todas as áreas do clube - jurídico, financeiro, recursos humanos, comunicação e marketing. Também viajou à Europa para ver o que fazem de diferente por lá. Visitou dois clubes, o Lyon, da França, e o Valladolid, da Espanha, de propriedade de Ronaldo Fenômeno e que tem o ex-zagueiro Paulo André como gerente.

"Fiquei quatro dias no Lyon por causa do Juninho Pernambucano e mais quatro no Valladolid porque conheço o Paulo André e o Enrico (Ambrogini), que são os gestores de lá. Visitei outros clubes também, mas os que pude conhecer, entrar na estrutura e saber dos processos foram o Valladolid e o Lyon", conta Prass ao Estadão

O ex-atleta e futuro gestor foi um dos homenageados do evento "Fala, Goleiro", organizado pela Poker, marca de materiais esportivos, no Museu do Futebol na última terça, dia 26, quando foi celebrado o Dia do Goleiro. O que mais viu mudar em sua posição desde o início da carreira até deixar os gramados foi a cobrança para os goleiros jogarem com os pés. Hoje, quase todos têm esse atributo. O posicionamento também é algo que ele destaca.

"Atualmente, o goleiro joga sensivelmente 10, 15 metros à frente do que jogava antes. Os posicionamentos são muito ligados à parte tática. No passado, você se posicionava pelas suas necessidades. Hoje, tem de se posicionar de acordo com a maneira que o time joga", avalia Prass.

"O goleiro sempre ficou à parte. O treinador treinava a parte tática e o goleiro não participava disso. Hoje, ele tem de estar inserido", diz Prass, para o qual é obrigação o goleiro ter essa leitura para ser bem-sucedido no futebol. Weverton, do Palmeiras, é um dos que melhor fazem isso, ele diz. O ex-atleta aponta que a parte mental é o que mais tem de evoluir no futebol brasileiro. É preciso atenção e cuidado com o desgaste psicológico - não só físico - que a rotina de cobranças e pressão em meio a treinos e jogos provoca nos atletas.

O gestor Fernando Prass

Prass esteve debaixo das traves como profissional durante 24 anos. Teve passagens por Grêmio, Coritiba e Vasco, tornou-se ídolo do Palmeiras e encerrou sua carreira no início de 2021 no Ceará, aos 42 anos. Orgulha-se de ter sido exemplo de liderança nas equipes em que jogou. Fez amigos em todas elas e era uma figura respeitada no vestiário.

Agora, sua ideia é aplicar como gestor o conhecimento empírico, adquirido em mais de 20 anos nos gramados, e também teórico. Na Espanha, por exemplo, achou interessante o uso das métricas no processo de avaliação de um atleta, algo que é feito também no Brasil, mas com menos frequência. "No Valladolid, eles usavam muitas métricas para mensurar a evolução do trabalho. Metas preestabelecidas sobre posse de bola, passes certos, errados, chances de gols criadas. São vários números que eles usam para fazer uma leitura melhor do que simplesmente dizer se o time jogou bem ou mal. Dados que dão suporte para a avaliação", explica.

Fernando Prass fez sucesso no Palmeiras e se tornou idolo da torcida Foto: Valéria Gonçalvez/Estadão

"Aqui no Brasil é muito no 'feeling', da observação olho no olho. Os números auxiliam a ter uma visão mais clara. Você nunca vai conseguir não errar numa avaliação, mas quanto mais você se cercar de dados, vai ser mais fácil tomar as decisões", entende.

Prass iniciaria sua jornada como cartola no Vasco, mas dívidas do clube carioca impediram o acerto no fim do ano passado. Já recebeu outras propostas também e não tem preferência de agremiação. Espera, só, que tenha autonomia para expor suas ideias. "Eu estou tentando ver onde posso me encaixar e onde posso agregar mais. O mercado está me conhecendo porque parei de jogar há um ano apenas", afirma o ex-goleiro. Desde que aposentou as luvas, o ídolo palmeirense também já se aventurou nas transmissões ao comentar jogos do Paulistão pela HBO Max. 

"Foi algo que surgiu. Curti bastante, mas me preparo para a gestão", salienta, deixando claro que ser gestor esportivo é seu foco. Não está e nunca esteve no horizonte ser auxiliar ou técnico. "Acho muito legal a parte de campo, mas gosto de planejamento, do processo todo. O técnico é a parte final do processo".

Quando Fernando Prass dava entrevistas lúcidas discutindo as mazelas do futebol brasileiro, como o desgastante calendário de jogos, ou liderava movimentos de atletas em defesa de seus direitos e dos colegas, já se via ali um perfil incomum em relação ao dos outros esportistas, avessos, no geral, a se envolver em problemas da profissão no País.

Imaginava-se, ao ver e ouvir Prass, que existiria no futuro um ex-jogador que se tornaria dirigente. E isso está perto de se tornar realidade. Gestor, diretor de futebol, executivo, supervisor ou CEO. A nomenclatura não importa. É de acordo com a estrutura de cada clube. O que interessa ao ex-goleiro do Palmeiras, de perfil analítico e pragmático, é que, segundo seus planos, ele estará em breve na área de gestão de um time de futebol. 

Ex-goleiro Fernando Prass se prepara para ser gestor esportivo Foto: Divulgação/Caio Henrique

Prass está a um mês e meio de terminar o curso de Administração. No fim do ano passado, ele fez um estágio de três meses no Palmeiras, passando por todas as áreas do clube - jurídico, financeiro, recursos humanos, comunicação e marketing. Também viajou à Europa para ver o que fazem de diferente por lá. Visitou dois clubes, o Lyon, da França, e o Valladolid, da Espanha, de propriedade de Ronaldo Fenômeno e que tem o ex-zagueiro Paulo André como gerente.

"Fiquei quatro dias no Lyon por causa do Juninho Pernambucano e mais quatro no Valladolid porque conheço o Paulo André e o Enrico (Ambrogini), que são os gestores de lá. Visitei outros clubes também, mas os que pude conhecer, entrar na estrutura e saber dos processos foram o Valladolid e o Lyon", conta Prass ao Estadão

O ex-atleta e futuro gestor foi um dos homenageados do evento "Fala, Goleiro", organizado pela Poker, marca de materiais esportivos, no Museu do Futebol na última terça, dia 26, quando foi celebrado o Dia do Goleiro. O que mais viu mudar em sua posição desde o início da carreira até deixar os gramados foi a cobrança para os goleiros jogarem com os pés. Hoje, quase todos têm esse atributo. O posicionamento também é algo que ele destaca.

"Atualmente, o goleiro joga sensivelmente 10, 15 metros à frente do que jogava antes. Os posicionamentos são muito ligados à parte tática. No passado, você se posicionava pelas suas necessidades. Hoje, tem de se posicionar de acordo com a maneira que o time joga", avalia Prass.

"O goleiro sempre ficou à parte. O treinador treinava a parte tática e o goleiro não participava disso. Hoje, ele tem de estar inserido", diz Prass, para o qual é obrigação o goleiro ter essa leitura para ser bem-sucedido no futebol. Weverton, do Palmeiras, é um dos que melhor fazem isso, ele diz. O ex-atleta aponta que a parte mental é o que mais tem de evoluir no futebol brasileiro. É preciso atenção e cuidado com o desgaste psicológico - não só físico - que a rotina de cobranças e pressão em meio a treinos e jogos provoca nos atletas.

O gestor Fernando Prass

Prass esteve debaixo das traves como profissional durante 24 anos. Teve passagens por Grêmio, Coritiba e Vasco, tornou-se ídolo do Palmeiras e encerrou sua carreira no início de 2021 no Ceará, aos 42 anos. Orgulha-se de ter sido exemplo de liderança nas equipes em que jogou. Fez amigos em todas elas e era uma figura respeitada no vestiário.

Agora, sua ideia é aplicar como gestor o conhecimento empírico, adquirido em mais de 20 anos nos gramados, e também teórico. Na Espanha, por exemplo, achou interessante o uso das métricas no processo de avaliação de um atleta, algo que é feito também no Brasil, mas com menos frequência. "No Valladolid, eles usavam muitas métricas para mensurar a evolução do trabalho. Metas preestabelecidas sobre posse de bola, passes certos, errados, chances de gols criadas. São vários números que eles usam para fazer uma leitura melhor do que simplesmente dizer se o time jogou bem ou mal. Dados que dão suporte para a avaliação", explica.

Fernando Prass fez sucesso no Palmeiras e se tornou idolo da torcida Foto: Valéria Gonçalvez/Estadão

"Aqui no Brasil é muito no 'feeling', da observação olho no olho. Os números auxiliam a ter uma visão mais clara. Você nunca vai conseguir não errar numa avaliação, mas quanto mais você se cercar de dados, vai ser mais fácil tomar as decisões", entende.

Prass iniciaria sua jornada como cartola no Vasco, mas dívidas do clube carioca impediram o acerto no fim do ano passado. Já recebeu outras propostas também e não tem preferência de agremiação. Espera, só, que tenha autonomia para expor suas ideias. "Eu estou tentando ver onde posso me encaixar e onde posso agregar mais. O mercado está me conhecendo porque parei de jogar há um ano apenas", afirma o ex-goleiro. Desde que aposentou as luvas, o ídolo palmeirense também já se aventurou nas transmissões ao comentar jogos do Paulistão pela HBO Max. 

"Foi algo que surgiu. Curti bastante, mas me preparo para a gestão", salienta, deixando claro que ser gestor esportivo é seu foco. Não está e nunca esteve no horizonte ser auxiliar ou técnico. "Acho muito legal a parte de campo, mas gosto de planejamento, do processo todo. O técnico é a parte final do processo".

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