Arábia Saudita entra no mapa do futebol com investimento de mais de R$ 2 bi e transmissão no Brasil


País se consolida como campeonato mais rico do mundo após aporte histórico em contratações em 2023

Por Paulo Chacon
Atualização:

Todos os olhos do mundo do futebol estarão na Arábia Saudita nesta sexta-feira. Depois de gastar mais de R$ 2 bilhões em contratações, a Saudi Pro League terá início com as estrelas do futebol mundial. Se não bastasse Cristiano Ronaldo, que chegou ao Al-Nassr no início de 2023, a competição contará com nomes como Benzema, Kanté, Brozovic, Mendy, Koulibaly e outros. Além disso, pela primeira vez na história, a liga terá transmissão no Brasil.

Não foram poucas as vezes que uma oferta de um clube da Arábia Saudita assustou por causa dos valores. Seja pelo total oferecido pela compra ou pelo que era informado de salário, as quantias mostravam que a liga do país tinha como objetivo atrair os principais nomes do mercado para lá. A cada transferência concluída, a Saudi Pro League ganhava mais notoriedade e mais relevância.

O time que mais investiu até o momento, na atual janela, foi o Al-Hilal, comandado por Jorge Jesus, com cerca de 190 milhões de euros em três reforços de peso: Rúben Neves, que estava no Wolverhampton (55 milhões de euros), Milinkovic-Savic, ex-Lazio (40 milhões de euros) e Koulibaly, ex-Chelsea ( 23 milhões de euros). O mais recente deles é atacante brasileiro Malcom, que estava no Zenit, por 60 milhões de euros. Foi a maior venda da história da equipe e do futebol russo.

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Malcom foi para o Al-Hilal como a maior venda da história do Zenit Foto: FBL-ARAB-CLUB-CUP-HILAL-SHABAB

“É uma janela na qual é razoável pensar que um dos atletas mais relevantes do mundo na sua posição, pode prontamente abdicar de disputar a principal competição do planeta por conta de uma proposta que ele imaginava ser impossível ganhar até o fim de sua carreira. É um momento peculiar na história de nossa atividade, posso garantir. Um momento no qual o impossível e o absurdo foram substituídos por uma única palavra: irrecusável”, afirmou Thiago Freitas, COO da Roc Nation, empresa de entretenimento norte-americana, comandada pelo cantor Jay-Z.

“Indiscutivelmente, quando eles colocam uma competitividade financeira, ninguém ganha, mas ainda é muito precoce dizer que será um concorrente direto da Europa, no sentido do jogo. Se um jogador aspira pela qualidade e desenvolvimento de sua carreira, ele ainda está vinculado a uma das cinco principais ligas do mundo, que é França, Espanha, Inglaterra, Itália e Alemanha. Importante observar que parece uma estratégia como foi feita na China e na J.League, na década de 90, de investir em grandes estrelas para chamar a atenção da Liga, e depois se tornar autossustentável com os talentos”, disse Sandro Orlandelli, Membro da Uefa Academy e especialista na identificação de talentos pela FA, a federação inglesa de futebol, com formação em Harvard e scout de equipes importantes da Europa, como Arsenal, Manchester United e Saint-Éttienne, da França.

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Outro time que impressionou pelas contratações foi o Al-Ittihad. A equipe trouxe os astros Benzema e Kanté após fim de contrato com seus respectivos clubes, Real Madrid e Chelsea. Segundo o jornal Daily Express, os salários pagos para a dupla serão maiores do que de sete elencos da Premier League.

Além disso, investiu algo em torno de 67 milhões de euros pela jovem promessa portuguesa Jota, do Celtic, e anunciou a contratação do brasileiro Fabinho, meia que estava no Liverpool, por 40 milhões de libras (cerca de R$ 251 milhões).

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Benzema chegou na Arábia Saudita como grande reforço do Al-Ittihad para a temporada  Foto: AP Photo/File

Para além do futebol

Um fator que está claro é que o alto investimento em craques do futebol mundial vão muito além de interesses técnicos e que se restringem apenas ao que acontece dentro de campo. Além do interesse em ser sede da Copa do Mundo de 2030, os saudistas almejam construir um grande pólo esportivo no país, e para isso já estão despejando milhões em outros eventos, como o Grande Prêmio de Fórmula 1 e Fórmula E, circuito de golfe, ATP Tour de tênis e e-Sports.

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Além disso, todo esse poder financeiro dos árabes, como é de conhecimento geral, vem de atividades petrolíferas. Administrado pelo príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, o Fundo de Investimento Público (PIF) da Arábia Saudita adquiriu 80% das ações do Newcastle, da Inglaterra, por 300 milhões de libras R$ 2,2 bilhões) e fez a compra dos quatro principais clubes do país - Al-Nassr, Al-Ittihad, Al-Hilal e Al-Ahly - e daí uma explicação para a mudança repentina de contratações nos últimos meses.

“A Arábia Saudita entrou com toda a força no mercado do futebol e vai despejar nos próximos anos quantias que ainda não havíamos visto para criar uma liga nacional forte. O passo inicial foi o contrato estratosférico com o Cristiano Ronaldo. Mas não vai parar por aí. Grandes jogadores estão sendo contratados e outros mais chegarão. O governo local está fazendo uma privatização dos clubes e colocou os quatro principais sobre o guarda-chuva do seu fundo soberano, que tem 600 bilhões de dólares em caixa. Portanto, ainda vamos ver muita ação dos Sauditas nos próximos anos, já que o projeto que pretendem estabelecer no futebol é grandioso”, analisa Eduardo Carlezzo, que é especialista em direito desportivo e sócio do Carlezzo Advogados.

Onde assistir o Campeonato Saudita no Brasil

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Pela primeira vez na história, o Campeonato Saudita terá transmissão no Brasil. Recentemente, o canal GOAT, do YouTube, adquiriu os direitos para passar partidas do torneio pela internet. Além disso, a TV Bandeirantes e o Bandsports também vão transmitir as partidas.

O canal na TV aberta vai passar um jogo por semana, aos fins de semana, e a TV fechada vai passar outra partida. A primeira transmissão é nesta sexta-feira, 11. A partida de estreia no canal é o confronto entre Al-Ahli e Al-Hazem, às 15h (horário de Brasília). O campeonato conta com 34 rodadas, que vão ocorrer entre 11 de agosto e 27 de maio do ano que vem.

Top 10 das contratações mais caras da Arábia Saudita:

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  • Malcom (Al Hilal) - 60 milhões de euros.
  • Rúben Neves (Al Hilal) - 55 milhões de euros.
  • Fabinho (Al Ittihad) - 46 milhões de euros.
  • Milinkovic-Savic (Al Hilal) - 40 milhões de euros.
  • Mané (Al Nassr) - 37 milhões de euros.
  • Mahrez (Al Ahli) - 35 milhões de euros.
  • Jota (Al Ittihad) - 29 milhões de euros.
  • Ibañez (Al-Ahli_ - 28 milhões de euros.
  • Saint-Maximin (Al Ahli) - 27 milhões de euros.
  • Fofana (Al Nassr) - 25 milhões de euros.

Todos os olhos do mundo do futebol estarão na Arábia Saudita nesta sexta-feira. Depois de gastar mais de R$ 2 bilhões em contratações, a Saudi Pro League terá início com as estrelas do futebol mundial. Se não bastasse Cristiano Ronaldo, que chegou ao Al-Nassr no início de 2023, a competição contará com nomes como Benzema, Kanté, Brozovic, Mendy, Koulibaly e outros. Além disso, pela primeira vez na história, a liga terá transmissão no Brasil.

Não foram poucas as vezes que uma oferta de um clube da Arábia Saudita assustou por causa dos valores. Seja pelo total oferecido pela compra ou pelo que era informado de salário, as quantias mostravam que a liga do país tinha como objetivo atrair os principais nomes do mercado para lá. A cada transferência concluída, a Saudi Pro League ganhava mais notoriedade e mais relevância.

O time que mais investiu até o momento, na atual janela, foi o Al-Hilal, comandado por Jorge Jesus, com cerca de 190 milhões de euros em três reforços de peso: Rúben Neves, que estava no Wolverhampton (55 milhões de euros), Milinkovic-Savic, ex-Lazio (40 milhões de euros) e Koulibaly, ex-Chelsea ( 23 milhões de euros). O mais recente deles é atacante brasileiro Malcom, que estava no Zenit, por 60 milhões de euros. Foi a maior venda da história da equipe e do futebol russo.

Malcom foi para o Al-Hilal como a maior venda da história do Zenit Foto: FBL-ARAB-CLUB-CUP-HILAL-SHABAB

“É uma janela na qual é razoável pensar que um dos atletas mais relevantes do mundo na sua posição, pode prontamente abdicar de disputar a principal competição do planeta por conta de uma proposta que ele imaginava ser impossível ganhar até o fim de sua carreira. É um momento peculiar na história de nossa atividade, posso garantir. Um momento no qual o impossível e o absurdo foram substituídos por uma única palavra: irrecusável”, afirmou Thiago Freitas, COO da Roc Nation, empresa de entretenimento norte-americana, comandada pelo cantor Jay-Z.

“Indiscutivelmente, quando eles colocam uma competitividade financeira, ninguém ganha, mas ainda é muito precoce dizer que será um concorrente direto da Europa, no sentido do jogo. Se um jogador aspira pela qualidade e desenvolvimento de sua carreira, ele ainda está vinculado a uma das cinco principais ligas do mundo, que é França, Espanha, Inglaterra, Itália e Alemanha. Importante observar que parece uma estratégia como foi feita na China e na J.League, na década de 90, de investir em grandes estrelas para chamar a atenção da Liga, e depois se tornar autossustentável com os talentos”, disse Sandro Orlandelli, Membro da Uefa Academy e especialista na identificação de talentos pela FA, a federação inglesa de futebol, com formação em Harvard e scout de equipes importantes da Europa, como Arsenal, Manchester United e Saint-Éttienne, da França.

Outro time que impressionou pelas contratações foi o Al-Ittihad. A equipe trouxe os astros Benzema e Kanté após fim de contrato com seus respectivos clubes, Real Madrid e Chelsea. Segundo o jornal Daily Express, os salários pagos para a dupla serão maiores do que de sete elencos da Premier League.

Além disso, investiu algo em torno de 67 milhões de euros pela jovem promessa portuguesa Jota, do Celtic, e anunciou a contratação do brasileiro Fabinho, meia que estava no Liverpool, por 40 milhões de libras (cerca de R$ 251 milhões).

Benzema chegou na Arábia Saudita como grande reforço do Al-Ittihad para a temporada  Foto: AP Photo/File

Para além do futebol

Um fator que está claro é que o alto investimento em craques do futebol mundial vão muito além de interesses técnicos e que se restringem apenas ao que acontece dentro de campo. Além do interesse em ser sede da Copa do Mundo de 2030, os saudistas almejam construir um grande pólo esportivo no país, e para isso já estão despejando milhões em outros eventos, como o Grande Prêmio de Fórmula 1 e Fórmula E, circuito de golfe, ATP Tour de tênis e e-Sports.

Além disso, todo esse poder financeiro dos árabes, como é de conhecimento geral, vem de atividades petrolíferas. Administrado pelo príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, o Fundo de Investimento Público (PIF) da Arábia Saudita adquiriu 80% das ações do Newcastle, da Inglaterra, por 300 milhões de libras R$ 2,2 bilhões) e fez a compra dos quatro principais clubes do país - Al-Nassr, Al-Ittihad, Al-Hilal e Al-Ahly - e daí uma explicação para a mudança repentina de contratações nos últimos meses.

“A Arábia Saudita entrou com toda a força no mercado do futebol e vai despejar nos próximos anos quantias que ainda não havíamos visto para criar uma liga nacional forte. O passo inicial foi o contrato estratosférico com o Cristiano Ronaldo. Mas não vai parar por aí. Grandes jogadores estão sendo contratados e outros mais chegarão. O governo local está fazendo uma privatização dos clubes e colocou os quatro principais sobre o guarda-chuva do seu fundo soberano, que tem 600 bilhões de dólares em caixa. Portanto, ainda vamos ver muita ação dos Sauditas nos próximos anos, já que o projeto que pretendem estabelecer no futebol é grandioso”, analisa Eduardo Carlezzo, que é especialista em direito desportivo e sócio do Carlezzo Advogados.

Onde assistir o Campeonato Saudita no Brasil

Pela primeira vez na história, o Campeonato Saudita terá transmissão no Brasil. Recentemente, o canal GOAT, do YouTube, adquiriu os direitos para passar partidas do torneio pela internet. Além disso, a TV Bandeirantes e o Bandsports também vão transmitir as partidas.

O canal na TV aberta vai passar um jogo por semana, aos fins de semana, e a TV fechada vai passar outra partida. A primeira transmissão é nesta sexta-feira, 11. A partida de estreia no canal é o confronto entre Al-Ahli e Al-Hazem, às 15h (horário de Brasília). O campeonato conta com 34 rodadas, que vão ocorrer entre 11 de agosto e 27 de maio do ano que vem.

Top 10 das contratações mais caras da Arábia Saudita:

  • Malcom (Al Hilal) - 60 milhões de euros.
  • Rúben Neves (Al Hilal) - 55 milhões de euros.
  • Fabinho (Al Ittihad) - 46 milhões de euros.
  • Milinkovic-Savic (Al Hilal) - 40 milhões de euros.
  • Mané (Al Nassr) - 37 milhões de euros.
  • Mahrez (Al Ahli) - 35 milhões de euros.
  • Jota (Al Ittihad) - 29 milhões de euros.
  • Ibañez (Al-Ahli_ - 28 milhões de euros.
  • Saint-Maximin (Al Ahli) - 27 milhões de euros.
  • Fofana (Al Nassr) - 25 milhões de euros.

Todos os olhos do mundo do futebol estarão na Arábia Saudita nesta sexta-feira. Depois de gastar mais de R$ 2 bilhões em contratações, a Saudi Pro League terá início com as estrelas do futebol mundial. Se não bastasse Cristiano Ronaldo, que chegou ao Al-Nassr no início de 2023, a competição contará com nomes como Benzema, Kanté, Brozovic, Mendy, Koulibaly e outros. Além disso, pela primeira vez na história, a liga terá transmissão no Brasil.

Não foram poucas as vezes que uma oferta de um clube da Arábia Saudita assustou por causa dos valores. Seja pelo total oferecido pela compra ou pelo que era informado de salário, as quantias mostravam que a liga do país tinha como objetivo atrair os principais nomes do mercado para lá. A cada transferência concluída, a Saudi Pro League ganhava mais notoriedade e mais relevância.

O time que mais investiu até o momento, na atual janela, foi o Al-Hilal, comandado por Jorge Jesus, com cerca de 190 milhões de euros em três reforços de peso: Rúben Neves, que estava no Wolverhampton (55 milhões de euros), Milinkovic-Savic, ex-Lazio (40 milhões de euros) e Koulibaly, ex-Chelsea ( 23 milhões de euros). O mais recente deles é atacante brasileiro Malcom, que estava no Zenit, por 60 milhões de euros. Foi a maior venda da história da equipe e do futebol russo.

Malcom foi para o Al-Hilal como a maior venda da história do Zenit Foto: FBL-ARAB-CLUB-CUP-HILAL-SHABAB

“É uma janela na qual é razoável pensar que um dos atletas mais relevantes do mundo na sua posição, pode prontamente abdicar de disputar a principal competição do planeta por conta de uma proposta que ele imaginava ser impossível ganhar até o fim de sua carreira. É um momento peculiar na história de nossa atividade, posso garantir. Um momento no qual o impossível e o absurdo foram substituídos por uma única palavra: irrecusável”, afirmou Thiago Freitas, COO da Roc Nation, empresa de entretenimento norte-americana, comandada pelo cantor Jay-Z.

“Indiscutivelmente, quando eles colocam uma competitividade financeira, ninguém ganha, mas ainda é muito precoce dizer que será um concorrente direto da Europa, no sentido do jogo. Se um jogador aspira pela qualidade e desenvolvimento de sua carreira, ele ainda está vinculado a uma das cinco principais ligas do mundo, que é França, Espanha, Inglaterra, Itália e Alemanha. Importante observar que parece uma estratégia como foi feita na China e na J.League, na década de 90, de investir em grandes estrelas para chamar a atenção da Liga, e depois se tornar autossustentável com os talentos”, disse Sandro Orlandelli, Membro da Uefa Academy e especialista na identificação de talentos pela FA, a federação inglesa de futebol, com formação em Harvard e scout de equipes importantes da Europa, como Arsenal, Manchester United e Saint-Éttienne, da França.

Outro time que impressionou pelas contratações foi o Al-Ittihad. A equipe trouxe os astros Benzema e Kanté após fim de contrato com seus respectivos clubes, Real Madrid e Chelsea. Segundo o jornal Daily Express, os salários pagos para a dupla serão maiores do que de sete elencos da Premier League.

Além disso, investiu algo em torno de 67 milhões de euros pela jovem promessa portuguesa Jota, do Celtic, e anunciou a contratação do brasileiro Fabinho, meia que estava no Liverpool, por 40 milhões de libras (cerca de R$ 251 milhões).

Benzema chegou na Arábia Saudita como grande reforço do Al-Ittihad para a temporada  Foto: AP Photo/File

Para além do futebol

Um fator que está claro é que o alto investimento em craques do futebol mundial vão muito além de interesses técnicos e que se restringem apenas ao que acontece dentro de campo. Além do interesse em ser sede da Copa do Mundo de 2030, os saudistas almejam construir um grande pólo esportivo no país, e para isso já estão despejando milhões em outros eventos, como o Grande Prêmio de Fórmula 1 e Fórmula E, circuito de golfe, ATP Tour de tênis e e-Sports.

Além disso, todo esse poder financeiro dos árabes, como é de conhecimento geral, vem de atividades petrolíferas. Administrado pelo príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, o Fundo de Investimento Público (PIF) da Arábia Saudita adquiriu 80% das ações do Newcastle, da Inglaterra, por 300 milhões de libras R$ 2,2 bilhões) e fez a compra dos quatro principais clubes do país - Al-Nassr, Al-Ittihad, Al-Hilal e Al-Ahly - e daí uma explicação para a mudança repentina de contratações nos últimos meses.

“A Arábia Saudita entrou com toda a força no mercado do futebol e vai despejar nos próximos anos quantias que ainda não havíamos visto para criar uma liga nacional forte. O passo inicial foi o contrato estratosférico com o Cristiano Ronaldo. Mas não vai parar por aí. Grandes jogadores estão sendo contratados e outros mais chegarão. O governo local está fazendo uma privatização dos clubes e colocou os quatro principais sobre o guarda-chuva do seu fundo soberano, que tem 600 bilhões de dólares em caixa. Portanto, ainda vamos ver muita ação dos Sauditas nos próximos anos, já que o projeto que pretendem estabelecer no futebol é grandioso”, analisa Eduardo Carlezzo, que é especialista em direito desportivo e sócio do Carlezzo Advogados.

Onde assistir o Campeonato Saudita no Brasil

Pela primeira vez na história, o Campeonato Saudita terá transmissão no Brasil. Recentemente, o canal GOAT, do YouTube, adquiriu os direitos para passar partidas do torneio pela internet. Além disso, a TV Bandeirantes e o Bandsports também vão transmitir as partidas.

O canal na TV aberta vai passar um jogo por semana, aos fins de semana, e a TV fechada vai passar outra partida. A primeira transmissão é nesta sexta-feira, 11. A partida de estreia no canal é o confronto entre Al-Ahli e Al-Hazem, às 15h (horário de Brasília). O campeonato conta com 34 rodadas, que vão ocorrer entre 11 de agosto e 27 de maio do ano que vem.

Top 10 das contratações mais caras da Arábia Saudita:

  • Malcom (Al Hilal) - 60 milhões de euros.
  • Rúben Neves (Al Hilal) - 55 milhões de euros.
  • Fabinho (Al Ittihad) - 46 milhões de euros.
  • Milinkovic-Savic (Al Hilal) - 40 milhões de euros.
  • Mané (Al Nassr) - 37 milhões de euros.
  • Mahrez (Al Ahli) - 35 milhões de euros.
  • Jota (Al Ittihad) - 29 milhões de euros.
  • Ibañez (Al-Ahli_ - 28 milhões de euros.
  • Saint-Maximin (Al Ahli) - 27 milhões de euros.
  • Fofana (Al Nassr) - 25 milhões de euros.

Todos os olhos do mundo do futebol estarão na Arábia Saudita nesta sexta-feira. Depois de gastar mais de R$ 2 bilhões em contratações, a Saudi Pro League terá início com as estrelas do futebol mundial. Se não bastasse Cristiano Ronaldo, que chegou ao Al-Nassr no início de 2023, a competição contará com nomes como Benzema, Kanté, Brozovic, Mendy, Koulibaly e outros. Além disso, pela primeira vez na história, a liga terá transmissão no Brasil.

Não foram poucas as vezes que uma oferta de um clube da Arábia Saudita assustou por causa dos valores. Seja pelo total oferecido pela compra ou pelo que era informado de salário, as quantias mostravam que a liga do país tinha como objetivo atrair os principais nomes do mercado para lá. A cada transferência concluída, a Saudi Pro League ganhava mais notoriedade e mais relevância.

O time que mais investiu até o momento, na atual janela, foi o Al-Hilal, comandado por Jorge Jesus, com cerca de 190 milhões de euros em três reforços de peso: Rúben Neves, que estava no Wolverhampton (55 milhões de euros), Milinkovic-Savic, ex-Lazio (40 milhões de euros) e Koulibaly, ex-Chelsea ( 23 milhões de euros). O mais recente deles é atacante brasileiro Malcom, que estava no Zenit, por 60 milhões de euros. Foi a maior venda da história da equipe e do futebol russo.

Malcom foi para o Al-Hilal como a maior venda da história do Zenit Foto: FBL-ARAB-CLUB-CUP-HILAL-SHABAB

“É uma janela na qual é razoável pensar que um dos atletas mais relevantes do mundo na sua posição, pode prontamente abdicar de disputar a principal competição do planeta por conta de uma proposta que ele imaginava ser impossível ganhar até o fim de sua carreira. É um momento peculiar na história de nossa atividade, posso garantir. Um momento no qual o impossível e o absurdo foram substituídos por uma única palavra: irrecusável”, afirmou Thiago Freitas, COO da Roc Nation, empresa de entretenimento norte-americana, comandada pelo cantor Jay-Z.

“Indiscutivelmente, quando eles colocam uma competitividade financeira, ninguém ganha, mas ainda é muito precoce dizer que será um concorrente direto da Europa, no sentido do jogo. Se um jogador aspira pela qualidade e desenvolvimento de sua carreira, ele ainda está vinculado a uma das cinco principais ligas do mundo, que é França, Espanha, Inglaterra, Itália e Alemanha. Importante observar que parece uma estratégia como foi feita na China e na J.League, na década de 90, de investir em grandes estrelas para chamar a atenção da Liga, e depois se tornar autossustentável com os talentos”, disse Sandro Orlandelli, Membro da Uefa Academy e especialista na identificação de talentos pela FA, a federação inglesa de futebol, com formação em Harvard e scout de equipes importantes da Europa, como Arsenal, Manchester United e Saint-Éttienne, da França.

Outro time que impressionou pelas contratações foi o Al-Ittihad. A equipe trouxe os astros Benzema e Kanté após fim de contrato com seus respectivos clubes, Real Madrid e Chelsea. Segundo o jornal Daily Express, os salários pagos para a dupla serão maiores do que de sete elencos da Premier League.

Além disso, investiu algo em torno de 67 milhões de euros pela jovem promessa portuguesa Jota, do Celtic, e anunciou a contratação do brasileiro Fabinho, meia que estava no Liverpool, por 40 milhões de libras (cerca de R$ 251 milhões).

Benzema chegou na Arábia Saudita como grande reforço do Al-Ittihad para a temporada  Foto: AP Photo/File

Para além do futebol

Um fator que está claro é que o alto investimento em craques do futebol mundial vão muito além de interesses técnicos e que se restringem apenas ao que acontece dentro de campo. Além do interesse em ser sede da Copa do Mundo de 2030, os saudistas almejam construir um grande pólo esportivo no país, e para isso já estão despejando milhões em outros eventos, como o Grande Prêmio de Fórmula 1 e Fórmula E, circuito de golfe, ATP Tour de tênis e e-Sports.

Além disso, todo esse poder financeiro dos árabes, como é de conhecimento geral, vem de atividades petrolíferas. Administrado pelo príncipe herdeiro Mohammed bin Salman, o Fundo de Investimento Público (PIF) da Arábia Saudita adquiriu 80% das ações do Newcastle, da Inglaterra, por 300 milhões de libras R$ 2,2 bilhões) e fez a compra dos quatro principais clubes do país - Al-Nassr, Al-Ittihad, Al-Hilal e Al-Ahly - e daí uma explicação para a mudança repentina de contratações nos últimos meses.

“A Arábia Saudita entrou com toda a força no mercado do futebol e vai despejar nos próximos anos quantias que ainda não havíamos visto para criar uma liga nacional forte. O passo inicial foi o contrato estratosférico com o Cristiano Ronaldo. Mas não vai parar por aí. Grandes jogadores estão sendo contratados e outros mais chegarão. O governo local está fazendo uma privatização dos clubes e colocou os quatro principais sobre o guarda-chuva do seu fundo soberano, que tem 600 bilhões de dólares em caixa. Portanto, ainda vamos ver muita ação dos Sauditas nos próximos anos, já que o projeto que pretendem estabelecer no futebol é grandioso”, analisa Eduardo Carlezzo, que é especialista em direito desportivo e sócio do Carlezzo Advogados.

Onde assistir o Campeonato Saudita no Brasil

Pela primeira vez na história, o Campeonato Saudita terá transmissão no Brasil. Recentemente, o canal GOAT, do YouTube, adquiriu os direitos para passar partidas do torneio pela internet. Além disso, a TV Bandeirantes e o Bandsports também vão transmitir as partidas.

O canal na TV aberta vai passar um jogo por semana, aos fins de semana, e a TV fechada vai passar outra partida. A primeira transmissão é nesta sexta-feira, 11. A partida de estreia no canal é o confronto entre Al-Ahli e Al-Hazem, às 15h (horário de Brasília). O campeonato conta com 34 rodadas, que vão ocorrer entre 11 de agosto e 27 de maio do ano que vem.

Top 10 das contratações mais caras da Arábia Saudita:

  • Malcom (Al Hilal) - 60 milhões de euros.
  • Rúben Neves (Al Hilal) - 55 milhões de euros.
  • Fabinho (Al Ittihad) - 46 milhões de euros.
  • Milinkovic-Savic (Al Hilal) - 40 milhões de euros.
  • Mané (Al Nassr) - 37 milhões de euros.
  • Mahrez (Al Ahli) - 35 milhões de euros.
  • Jota (Al Ittihad) - 29 milhões de euros.
  • Ibañez (Al-Ahli_ - 28 milhões de euros.
  • Saint-Maximin (Al Ahli) - 27 milhões de euros.
  • Fofana (Al Nassr) - 25 milhões de euros.

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