Análise|Brasil leva baile da Argentina no Monumental e vê goleada ficar barata pelas Eliminatórias


Seleção brasileira ouve ‘olé' com apenas sete minutos de jogo e não cria em baile argentino

Por Leonardo Catto
Atualização:

BUENOS AIRES - A derrota da seleção brasileira por 4 a 1 para a Argentina poderia ter sido por mais. O time de Dorival Júnior foi engolido pelo adversário na partida, no Estádio Monumental, em Buenos Aires pela 14ª rodada das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2026. No jogo inteiro, o fato de os torcedores cantarem olé já com sete minutos simbolizou a discrepância entre um time e outro.

A Argentina demonstrou vontade desde cedo. Mais do que isso, foi superior tática e tecnicamente, enquanto a bola parecia queimar nos pés brasileiros. O gol cedo os abalou e eles até viram uma chance de se recolocar na partida, mas não aproveitaram.

O time de Lionel Scaloni, já classificado para o Mundial, após o Uruguai empatar contra a Bolívia mais cedo, ganha vantagem na liderança, com 31 pontos. Já o Brasil é o quinto, com 21. A próxima Data Fifa será entre 2 e 10 de junho. No primeiro compromisso brasileiro, o adversário é o Equador, vice-líder, fora de casa. Depois, a seleção brasileira receberá o Paraguai.

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Julián Álvarez abriu o placar logo aos quatro minutos de jogo, para delírio do Monumental. Foto: Juan Mabromata/AFP

Com três minutos de jogo, dois terços da partida teve a Argentina com a bola no pé. Nesse mesmo tempo, o Brasil fez duas faltas. Prestes a fechar o quarto minuto, uma bola invertida para Almada permitiu que o camisa 11 encontrasse Julián Álvarez dentro da área brasileira. O atacante passou entre Murilo e Arana e tirou de Bento para abrir o placar.

Junto dos erros dos brasileiros, no pouco tempo que eles tinham a bola, isso foi suficiente para que as arquibancadas já cantassem “olé”, logo aos sete minutos de jogo. Tinham razão. O Brasil apenas assistia ao adversário jogar.

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Em jogada semelhante ao primeiro gol, os argentinos inverteram a bola de lado novamente. De Paul abriu na direita, e o cruzamento encontrou Enzo Fernández, um dos muitos jogadores de azul e branco que ocupavam a área brasileira e que ampliou.

Com um gol e uma assistência, Enzo Fernández foi um dos melhores em campo, mas dividiu responsabilidade criativa com companheiros. Foto: Gustavo Garello/AP

Após o gol, os brasileiros fizeram uma “reunião expressa” antes de sair com a bola novamente. A segunda conferência foi quando todos os jogadores de linha foram até a casamata ouvir Dorival, graças a uma queda de Bento para receber atendimento médico em campo.

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Não houve mudança. Enquanto Scaloni tinha construção com De Paul, MacAllister, Enzo e Almada, o Brasil apresentava quatro jogadores de frente sem conseguir sequer trocar passes, assim como André e Joelinton, presos no círculo central. Era um baile, e os brasileiros não sabiam dançar.

O desconto de Matheus Cunha foi quando os defensores erraram o passo. O atacante pôde conduzir e bater no canto de Dibu Martínez e recolocou o Brasil no jogo. A marcação brasileira encaixou um pouco melhor e complicou a saída da Argentina, mas não impediu que os argentinos chegassem. Almada obrigou Bento a saltar para grande defesa.

Pouco depois, contudo, Enzo Fernández que fez o lançamento, buscando pelo menos um dos quatro companheiros dentro da área. Quem finalizou, na verdade, foi o quinto argentino, MacAllister, ao infiltrar e fazer o terceiro.

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Dorival Júnior se viu desalentado por jogadores que se apresentaram atônitos em campo. Foto: Luis Robayo/AFP

A volta do intervalo, com três mudanças, fez o time melhorar. Entraram, em uma fogueira, Endrick, João Gomes e Léo Ortiz. Mas a melhora ainda era pouco e se resumia a apenas não tomar sufoco da Argentina.

O adversário, aliás, não precisava mais ter pressa. Foi com tranquilidade que encontraram espaço nas costas da defesa brasileira e, mesmo com o cruzamento errado, a bola recompensou, encontrando Giuliano Simeone, que fez o quarto.

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A embaixadinha de Dibu Martínez quando recebeu um recuo completou uma humilhação, que já ia além do placar. O “olé” voltou a ser cantado, ainda com mais propriedade. Os argentinos foram, até o fim, donos do jogo.

ARGENTINA 4 X 1 BRASIL

  • ARGENTINA - Dibu Martínez; Nahuel Molina, Cristian Romero, Otamendi e Tagliafico (Facundo Medina); Paredes (Ángel Correa), De Paul, MacAllister (Nico Páz) e Enzo Fernández; Thiago Almada (Giuliano Simeone) e Julián Álvarez (Facundo Palacios); Técnico: Lionel Scaloni.
  • BRASIL - Bento; Wesley, Murilo (Léo Ortiz), Marquinhos e Guilherme Arana; André (Ederson) e Joelinton (João Gomes); Raphinha, Rodrygo (Endrick) e Vini Jr; Matheus Cunha (Savinho). Técnico: Dorival Júnior.
  • GOLS - Julián Álvarez, aos 4, e Enzo Fernández, aos 12, Matheus Cunha, aos 26, e MacAllister, aos 36 minutos do primeiro tempo; Giuliano Simeone, aos 26 minutos do segundo tempo.
  • ÁRBITRO - Andrés Rojas (COL).
  • CARTÕES AMARELOS - Tagliafico, Thiago Almada, De Paul, Otamendi e Enzo Fernández (Argentina) e Murilo, Raphinha, André, Endrick e Léo Ortiz (Brasil).
  • PÚBLICO E RENDA - Não divulgados.
  • LOCAL - Estádio Monumental, em Buenos Aires.

BUENOS AIRES - A derrota da seleção brasileira por 4 a 1 para a Argentina poderia ter sido por mais. O time de Dorival Júnior foi engolido pelo adversário na partida, no Estádio Monumental, em Buenos Aires pela 14ª rodada das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2026. No jogo inteiro, o fato de os torcedores cantarem olé já com sete minutos simbolizou a discrepância entre um time e outro.

A Argentina demonstrou vontade desde cedo. Mais do que isso, foi superior tática e tecnicamente, enquanto a bola parecia queimar nos pés brasileiros. O gol cedo os abalou e eles até viram uma chance de se recolocar na partida, mas não aproveitaram.

O time de Lionel Scaloni, já classificado para o Mundial, após o Uruguai empatar contra a Bolívia mais cedo, ganha vantagem na liderança, com 31 pontos. Já o Brasil é o quinto, com 21. A próxima Data Fifa será entre 2 e 10 de junho. No primeiro compromisso brasileiro, o adversário é o Equador, vice-líder, fora de casa. Depois, a seleção brasileira receberá o Paraguai.

Julián Álvarez abriu o placar logo aos quatro minutos de jogo, para delírio do Monumental. Foto: Juan Mabromata/AFP

Com três minutos de jogo, dois terços da partida teve a Argentina com a bola no pé. Nesse mesmo tempo, o Brasil fez duas faltas. Prestes a fechar o quarto minuto, uma bola invertida para Almada permitiu que o camisa 11 encontrasse Julián Álvarez dentro da área brasileira. O atacante passou entre Murilo e Arana e tirou de Bento para abrir o placar.

Junto dos erros dos brasileiros, no pouco tempo que eles tinham a bola, isso foi suficiente para que as arquibancadas já cantassem “olé”, logo aos sete minutos de jogo. Tinham razão. O Brasil apenas assistia ao adversário jogar.

Em jogada semelhante ao primeiro gol, os argentinos inverteram a bola de lado novamente. De Paul abriu na direita, e o cruzamento encontrou Enzo Fernández, um dos muitos jogadores de azul e branco que ocupavam a área brasileira e que ampliou.

Com um gol e uma assistência, Enzo Fernández foi um dos melhores em campo, mas dividiu responsabilidade criativa com companheiros. Foto: Gustavo Garello/AP

Após o gol, os brasileiros fizeram uma “reunião expressa” antes de sair com a bola novamente. A segunda conferência foi quando todos os jogadores de linha foram até a casamata ouvir Dorival, graças a uma queda de Bento para receber atendimento médico em campo.

Não houve mudança. Enquanto Scaloni tinha construção com De Paul, MacAllister, Enzo e Almada, o Brasil apresentava quatro jogadores de frente sem conseguir sequer trocar passes, assim como André e Joelinton, presos no círculo central. Era um baile, e os brasileiros não sabiam dançar.

O desconto de Matheus Cunha foi quando os defensores erraram o passo. O atacante pôde conduzir e bater no canto de Dibu Martínez e recolocou o Brasil no jogo. A marcação brasileira encaixou um pouco melhor e complicou a saída da Argentina, mas não impediu que os argentinos chegassem. Almada obrigou Bento a saltar para grande defesa.

Pouco depois, contudo, Enzo Fernández que fez o lançamento, buscando pelo menos um dos quatro companheiros dentro da área. Quem finalizou, na verdade, foi o quinto argentino, MacAllister, ao infiltrar e fazer o terceiro.

Dorival Júnior se viu desalentado por jogadores que se apresentaram atônitos em campo. Foto: Luis Robayo/AFP

A volta do intervalo, com três mudanças, fez o time melhorar. Entraram, em uma fogueira, Endrick, João Gomes e Léo Ortiz. Mas a melhora ainda era pouco e se resumia a apenas não tomar sufoco da Argentina.

O adversário, aliás, não precisava mais ter pressa. Foi com tranquilidade que encontraram espaço nas costas da defesa brasileira e, mesmo com o cruzamento errado, a bola recompensou, encontrando Giuliano Simeone, que fez o quarto.

A embaixadinha de Dibu Martínez quando recebeu um recuo completou uma humilhação, que já ia além do placar. O “olé” voltou a ser cantado, ainda com mais propriedade. Os argentinos foram, até o fim, donos do jogo.

ARGENTINA 4 X 1 BRASIL

  • ARGENTINA - Dibu Martínez; Nahuel Molina, Cristian Romero, Otamendi e Tagliafico (Facundo Medina); Paredes (Ángel Correa), De Paul, MacAllister (Nico Páz) e Enzo Fernández; Thiago Almada (Giuliano Simeone) e Julián Álvarez (Facundo Palacios); Técnico: Lionel Scaloni.
  • BRASIL - Bento; Wesley, Murilo (Léo Ortiz), Marquinhos e Guilherme Arana; André (Ederson) e Joelinton (João Gomes); Raphinha, Rodrygo (Endrick) e Vini Jr; Matheus Cunha (Savinho). Técnico: Dorival Júnior.
  • GOLS - Julián Álvarez, aos 4, e Enzo Fernández, aos 12, Matheus Cunha, aos 26, e MacAllister, aos 36 minutos do primeiro tempo; Giuliano Simeone, aos 26 minutos do segundo tempo.
  • ÁRBITRO - Andrés Rojas (COL).
  • CARTÕES AMARELOS - Tagliafico, Thiago Almada, De Paul, Otamendi e Enzo Fernández (Argentina) e Murilo, Raphinha, André, Endrick e Léo Ortiz (Brasil).
  • PÚBLICO E RENDA - Não divulgados.
  • LOCAL - Estádio Monumental, em Buenos Aires.

BUENOS AIRES - A derrota da seleção brasileira por 4 a 1 para a Argentina poderia ter sido por mais. O time de Dorival Júnior foi engolido pelo adversário na partida, no Estádio Monumental, em Buenos Aires pela 14ª rodada das Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo de 2026. No jogo inteiro, o fato de os torcedores cantarem olé já com sete minutos simbolizou a discrepância entre um time e outro.

A Argentina demonstrou vontade desde cedo. Mais do que isso, foi superior tática e tecnicamente, enquanto a bola parecia queimar nos pés brasileiros. O gol cedo os abalou e eles até viram uma chance de se recolocar na partida, mas não aproveitaram.

O time de Lionel Scaloni, já classificado para o Mundial, após o Uruguai empatar contra a Bolívia mais cedo, ganha vantagem na liderança, com 31 pontos. Já o Brasil é o quinto, com 21. A próxima Data Fifa será entre 2 e 10 de junho. No primeiro compromisso brasileiro, o adversário é o Equador, vice-líder, fora de casa. Depois, a seleção brasileira receberá o Paraguai.

Julián Álvarez abriu o placar logo aos quatro minutos de jogo, para delírio do Monumental. Foto: Juan Mabromata/AFP

Com três minutos de jogo, dois terços da partida teve a Argentina com a bola no pé. Nesse mesmo tempo, o Brasil fez duas faltas. Prestes a fechar o quarto minuto, uma bola invertida para Almada permitiu que o camisa 11 encontrasse Julián Álvarez dentro da área brasileira. O atacante passou entre Murilo e Arana e tirou de Bento para abrir o placar.

Junto dos erros dos brasileiros, no pouco tempo que eles tinham a bola, isso foi suficiente para que as arquibancadas já cantassem “olé”, logo aos sete minutos de jogo. Tinham razão. O Brasil apenas assistia ao adversário jogar.

Em jogada semelhante ao primeiro gol, os argentinos inverteram a bola de lado novamente. De Paul abriu na direita, e o cruzamento encontrou Enzo Fernández, um dos muitos jogadores de azul e branco que ocupavam a área brasileira e que ampliou.

Com um gol e uma assistência, Enzo Fernández foi um dos melhores em campo, mas dividiu responsabilidade criativa com companheiros. Foto: Gustavo Garello/AP

Após o gol, os brasileiros fizeram uma “reunião expressa” antes de sair com a bola novamente. A segunda conferência foi quando todos os jogadores de linha foram até a casamata ouvir Dorival, graças a uma queda de Bento para receber atendimento médico em campo.

Não houve mudança. Enquanto Scaloni tinha construção com De Paul, MacAllister, Enzo e Almada, o Brasil apresentava quatro jogadores de frente sem conseguir sequer trocar passes, assim como André e Joelinton, presos no círculo central. Era um baile, e os brasileiros não sabiam dançar.

O desconto de Matheus Cunha foi quando os defensores erraram o passo. O atacante pôde conduzir e bater no canto de Dibu Martínez e recolocou o Brasil no jogo. A marcação brasileira encaixou um pouco melhor e complicou a saída da Argentina, mas não impediu que os argentinos chegassem. Almada obrigou Bento a saltar para grande defesa.

Pouco depois, contudo, Enzo Fernández que fez o lançamento, buscando pelo menos um dos quatro companheiros dentro da área. Quem finalizou, na verdade, foi o quinto argentino, MacAllister, ao infiltrar e fazer o terceiro.

Dorival Júnior se viu desalentado por jogadores que se apresentaram atônitos em campo. Foto: Luis Robayo/AFP

A volta do intervalo, com três mudanças, fez o time melhorar. Entraram, em uma fogueira, Endrick, João Gomes e Léo Ortiz. Mas a melhora ainda era pouco e se resumia a apenas não tomar sufoco da Argentina.

O adversário, aliás, não precisava mais ter pressa. Foi com tranquilidade que encontraram espaço nas costas da defesa brasileira e, mesmo com o cruzamento errado, a bola recompensou, encontrando Giuliano Simeone, que fez o quarto.

A embaixadinha de Dibu Martínez quando recebeu um recuo completou uma humilhação, que já ia além do placar. O “olé” voltou a ser cantado, ainda com mais propriedade. Os argentinos foram, até o fim, donos do jogo.

ARGENTINA 4 X 1 BRASIL

  • ARGENTINA - Dibu Martínez; Nahuel Molina, Cristian Romero, Otamendi e Tagliafico (Facundo Medina); Paredes (Ángel Correa), De Paul, MacAllister (Nico Páz) e Enzo Fernández; Thiago Almada (Giuliano Simeone) e Julián Álvarez (Facundo Palacios); Técnico: Lionel Scaloni.
  • BRASIL - Bento; Wesley, Murilo (Léo Ortiz), Marquinhos e Guilherme Arana; André (Ederson) e Joelinton (João Gomes); Raphinha, Rodrygo (Endrick) e Vini Jr; Matheus Cunha (Savinho). Técnico: Dorival Júnior.
  • GOLS - Julián Álvarez, aos 4, e Enzo Fernández, aos 12, Matheus Cunha, aos 26, e MacAllister, aos 36 minutos do primeiro tempo; Giuliano Simeone, aos 26 minutos do segundo tempo.
  • ÁRBITRO - Andrés Rojas (COL).
  • CARTÕES AMARELOS - Tagliafico, Thiago Almada, De Paul, Otamendi e Enzo Fernández (Argentina) e Murilo, Raphinha, André, Endrick e Léo Ortiz (Brasil).
  • PÚBLICO E RENDA - Não divulgados.
  • LOCAL - Estádio Monumental, em Buenos Aires.
Análise por Leonardo Catto

Jornalista natural de Santa Maria (RS), bacharel em Comunicação Social - Jornalismo pela Universidade Federal de Santa Maria (UFSM). Repórter de Esportes do Estadão. Antes, fez parte do 32º Curso Estado de Jornalismo.

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