Arnaldo Cezar Coelho detona VAR no Brasil: 'É um desastre'


Ex-árbitro diz ser favorável ao uso da tecnologia para 'falha humana gritante', mas critica como tem sido a utilização do vídeo atualmente

Por Guilherme Amaro e Renan Fernandes

Primeiro árbitro brasileiro a apitar uma final de Copa do Mundo, em 1982, Arnaldo Cezar Coelho detonou o uso do árbitro de vídeo no Brasil. O ex-juiz disse ser a favor da utilização da tecnologia para lances com "falha gritante", mas criticou os métodos que têm sido adotados. Veja abaixo a análise:

"Sou a favor da tecnologia para esclarecer algumas dúvidas, mas da forma como está sendo empregado o VAR é um desastre para o futebol em vários aspectos. Primeiro porque contraria tudo que a regra determina. A regra determina que um jogo jogado de forma dinâmica, de não se perder tempo. Antigamente, o goleiro poderia ficar com a bola nas mãos após recuo e não tinha tempo limite, por exemplo. Essas modificações demonstram interesse em que o futebol se torne dinâmico. Na hora que cria um negócio que deixa o jogo paralisado, já é conflitante. O pior é que o futebol perdeu sua essência. O gol não é comemorado por jogadores, torcida e muito menos narradores. O torcedor que está assistindo ao jogo não sabe se comemora ou não. No fundo, para mim, é um desastre. 

Arnaldo Cezar Coelho, árbitro nas Copas de 1978 e 1982. Foto: Paula Giandalia/Estadão
continua após a publicidade

A presença de um árbitro de vídeo muda completamente o espírito do jogo, ele não está lá dentro para sentir a temperatura. Sou a favor de interferência em lances com equívocos com falha humana gritante, como gol de mão do Maradona (na Copa do Mundo de 1986 sobre a Inglaterra).Não pode um lance de mão que o árbitro mandou chamar e ele mudou a opinião. Ele está se isentando da responsabilidade. A maioria muda a opinião, transfere a responsabilidade. E outra coisa: o VAR criou um hábito de as reclamações terem aumentado. Os próprios jogadores sentem que ganham o jogo no VAR. Dessa forma que está sendo utilizado o VAR em impedimento, pode-se colocar um sorveteiro de bandeirinha.

Nos outros países, o respeito pela autoridade é muito maior. Não se pode comparar o futebol de lá com o brasileiro. O VAR é um coadjuvante, assim como o bandeirinha e o quarto árbitro, como o auxiliar técnico do treinador da equipe. Mas imagina quando se tem um árbitro Fifa no VAR e outro que não é Fifa em campo. É difícil.

O erro do árbitro é o erro humano. A regra é difícil de ser interpretada, você pode interpretar da forma errada. Ninguém quer aceitar esse erro, mas aceitam os erros dos jogadores."

Primeiro árbitro brasileiro a apitar uma final de Copa do Mundo, em 1982, Arnaldo Cezar Coelho detonou o uso do árbitro de vídeo no Brasil. O ex-juiz disse ser a favor da utilização da tecnologia para lances com "falha gritante", mas criticou os métodos que têm sido adotados. Veja abaixo a análise:

"Sou a favor da tecnologia para esclarecer algumas dúvidas, mas da forma como está sendo empregado o VAR é um desastre para o futebol em vários aspectos. Primeiro porque contraria tudo que a regra determina. A regra determina que um jogo jogado de forma dinâmica, de não se perder tempo. Antigamente, o goleiro poderia ficar com a bola nas mãos após recuo e não tinha tempo limite, por exemplo. Essas modificações demonstram interesse em que o futebol se torne dinâmico. Na hora que cria um negócio que deixa o jogo paralisado, já é conflitante. O pior é que o futebol perdeu sua essência. O gol não é comemorado por jogadores, torcida e muito menos narradores. O torcedor que está assistindo ao jogo não sabe se comemora ou não. No fundo, para mim, é um desastre. 

Arnaldo Cezar Coelho, árbitro nas Copas de 1978 e 1982. Foto: Paula Giandalia/Estadão

A presença de um árbitro de vídeo muda completamente o espírito do jogo, ele não está lá dentro para sentir a temperatura. Sou a favor de interferência em lances com equívocos com falha humana gritante, como gol de mão do Maradona (na Copa do Mundo de 1986 sobre a Inglaterra).Não pode um lance de mão que o árbitro mandou chamar e ele mudou a opinião. Ele está se isentando da responsabilidade. A maioria muda a opinião, transfere a responsabilidade. E outra coisa: o VAR criou um hábito de as reclamações terem aumentado. Os próprios jogadores sentem que ganham o jogo no VAR. Dessa forma que está sendo utilizado o VAR em impedimento, pode-se colocar um sorveteiro de bandeirinha.

Nos outros países, o respeito pela autoridade é muito maior. Não se pode comparar o futebol de lá com o brasileiro. O VAR é um coadjuvante, assim como o bandeirinha e o quarto árbitro, como o auxiliar técnico do treinador da equipe. Mas imagina quando se tem um árbitro Fifa no VAR e outro que não é Fifa em campo. É difícil.

O erro do árbitro é o erro humano. A regra é difícil de ser interpretada, você pode interpretar da forma errada. Ninguém quer aceitar esse erro, mas aceitam os erros dos jogadores."

Primeiro árbitro brasileiro a apitar uma final de Copa do Mundo, em 1982, Arnaldo Cezar Coelho detonou o uso do árbitro de vídeo no Brasil. O ex-juiz disse ser a favor da utilização da tecnologia para lances com "falha gritante", mas criticou os métodos que têm sido adotados. Veja abaixo a análise:

"Sou a favor da tecnologia para esclarecer algumas dúvidas, mas da forma como está sendo empregado o VAR é um desastre para o futebol em vários aspectos. Primeiro porque contraria tudo que a regra determina. A regra determina que um jogo jogado de forma dinâmica, de não se perder tempo. Antigamente, o goleiro poderia ficar com a bola nas mãos após recuo e não tinha tempo limite, por exemplo. Essas modificações demonstram interesse em que o futebol se torne dinâmico. Na hora que cria um negócio que deixa o jogo paralisado, já é conflitante. O pior é que o futebol perdeu sua essência. O gol não é comemorado por jogadores, torcida e muito menos narradores. O torcedor que está assistindo ao jogo não sabe se comemora ou não. No fundo, para mim, é um desastre. 

Arnaldo Cezar Coelho, árbitro nas Copas de 1978 e 1982. Foto: Paula Giandalia/Estadão

A presença de um árbitro de vídeo muda completamente o espírito do jogo, ele não está lá dentro para sentir a temperatura. Sou a favor de interferência em lances com equívocos com falha humana gritante, como gol de mão do Maradona (na Copa do Mundo de 1986 sobre a Inglaterra).Não pode um lance de mão que o árbitro mandou chamar e ele mudou a opinião. Ele está se isentando da responsabilidade. A maioria muda a opinião, transfere a responsabilidade. E outra coisa: o VAR criou um hábito de as reclamações terem aumentado. Os próprios jogadores sentem que ganham o jogo no VAR. Dessa forma que está sendo utilizado o VAR em impedimento, pode-se colocar um sorveteiro de bandeirinha.

Nos outros países, o respeito pela autoridade é muito maior. Não se pode comparar o futebol de lá com o brasileiro. O VAR é um coadjuvante, assim como o bandeirinha e o quarto árbitro, como o auxiliar técnico do treinador da equipe. Mas imagina quando se tem um árbitro Fifa no VAR e outro que não é Fifa em campo. É difícil.

O erro do árbitro é o erro humano. A regra é difícil de ser interpretada, você pode interpretar da forma errada. Ninguém quer aceitar esse erro, mas aceitam os erros dos jogadores."

Primeiro árbitro brasileiro a apitar uma final de Copa do Mundo, em 1982, Arnaldo Cezar Coelho detonou o uso do árbitro de vídeo no Brasil. O ex-juiz disse ser a favor da utilização da tecnologia para lances com "falha gritante", mas criticou os métodos que têm sido adotados. Veja abaixo a análise:

"Sou a favor da tecnologia para esclarecer algumas dúvidas, mas da forma como está sendo empregado o VAR é um desastre para o futebol em vários aspectos. Primeiro porque contraria tudo que a regra determina. A regra determina que um jogo jogado de forma dinâmica, de não se perder tempo. Antigamente, o goleiro poderia ficar com a bola nas mãos após recuo e não tinha tempo limite, por exemplo. Essas modificações demonstram interesse em que o futebol se torne dinâmico. Na hora que cria um negócio que deixa o jogo paralisado, já é conflitante. O pior é que o futebol perdeu sua essência. O gol não é comemorado por jogadores, torcida e muito menos narradores. O torcedor que está assistindo ao jogo não sabe se comemora ou não. No fundo, para mim, é um desastre. 

Arnaldo Cezar Coelho, árbitro nas Copas de 1978 e 1982. Foto: Paula Giandalia/Estadão

A presença de um árbitro de vídeo muda completamente o espírito do jogo, ele não está lá dentro para sentir a temperatura. Sou a favor de interferência em lances com equívocos com falha humana gritante, como gol de mão do Maradona (na Copa do Mundo de 1986 sobre a Inglaterra).Não pode um lance de mão que o árbitro mandou chamar e ele mudou a opinião. Ele está se isentando da responsabilidade. A maioria muda a opinião, transfere a responsabilidade. E outra coisa: o VAR criou um hábito de as reclamações terem aumentado. Os próprios jogadores sentem que ganham o jogo no VAR. Dessa forma que está sendo utilizado o VAR em impedimento, pode-se colocar um sorveteiro de bandeirinha.

Nos outros países, o respeito pela autoridade é muito maior. Não se pode comparar o futebol de lá com o brasileiro. O VAR é um coadjuvante, assim como o bandeirinha e o quarto árbitro, como o auxiliar técnico do treinador da equipe. Mas imagina quando se tem um árbitro Fifa no VAR e outro que não é Fifa em campo. É difícil.

O erro do árbitro é o erro humano. A regra é difícil de ser interpretada, você pode interpretar da forma errada. Ninguém quer aceitar esse erro, mas aceitam os erros dos jogadores."

Atualizamos nossa política de cookies

Ao utilizar nossos serviços, você aceita a política de monitoramento de cookies.