‘Marta e Cristiane foram convocadas por merecimento, e não pelo passado’, diz técnico da seleção


Arthur Elias diz que que ambas, aos 38 anos, podem somar ao grupo, apesar de já não serem uma sumidade na equipe e fala em objetivo ‘passo a passo’ para buscar o ouro em Paris

Por Rodrigo Sampaio
Atualização:
Foto: MAURO PIMENTEL
Entrevista comArthur EliasTécnico da seleção brasileira feminina de futebol

Após o bom desempenho na Copa Ouro, que terminou com um vice-campeonato para o poderoso time dos Estados Unidos, a seleção brasileira feminina de futebol se prepara para a SheBelievesCup, último desafio antes da Olimpíada de Paris-2024 — a estreia acontece no sábado, dia 6, contra o Canadá. O técnico Arthur Elias convocou novamente Marta e Cristiane, que ficaram fora da convocação anterior. Apesar de as duas, aos 38 anos, não serem mais uma sumidade na equipe, ele afirma que ambas foram convocadas por merecimento, e não somente pela importância que têm na história do futebol feminino brasileiro.

Arthur Elias afirma ainda não ter definido as convocadas para os Jogos Olímpicos, e vê o Brasil com chances de conseguir o ouro, apesar de ter caído em um grupo difícil, com a atual campeã mundial Espanha e o Japão, campeão mundial em 2011. Para isso, o treinador fala em objetivo “passo a passo”, para chegar confiante na briga pela medalha. Cinco vezes campeão brasileiro, Arthur Elias assumiu a seleção em setembro no lugar da sueca Pia Sundhage, que ficou quatro anos no cargo.

O Brasil caiu em um grupo considerado difícil na Olimpíada. Qual é a sua avaliação sobre os confrontos na primeira fase?

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Já era esperado uma primeira fase bastante difícil porque, como são apenas 12 seleções nos Jogos Olímpicos, todas são de alto nível. Sabemos que o futebol feminino hoje está nivelado em termos de clubes e, principalmente, de seleções. A Copa do Mundo mostrou isso... Jogamos recentemente contra o Japão, fizeram uma grande Copa, fazem o adversário correr bastante e trabalham muito a posse de bola. A Espanha é campeã mundial. Dispensa comentários o seu nível de jogo e qualidade das suas jogadoras. Mas, a gente vai ter o objetivo de se impor na partida independentemente do adversário.

O que a seleção precisar fazer de diferente dos rivais em Paris?

Olimpíada é sempre uma competição com muitas seleções que podem ser campeãs. O sistema de disputa contribui para isso, com uma partida para decidir uma passagem de fase ou um título. Então, para isso, além de uma equipe sempre muito bem sincronizada e com muita atitude dentro do campo, você precisa ter eficiência.

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Onde o time ainda precisa melhorar?

Em tudo. Precisamos melhorar em todos os aspectos do nosso jogo. Acho que a gente vem evoluindo e a Copa Ouro foi um momento importante, onde o trabalho que as pessoas não veem, dentro do grupo, conseguimos fortalecer bastante a seleção. A gente tem demonstrado um desempenho cada vez melhor, mas, nos aspectos de conceito de jogo, entendimento e execução, a gente precisa melhorar bastante, como mostrou o jogo com os Estados Unidos. Mas, isso é um processo. Tenho certeza de que vamos chegar melhor nas Olimpíadas.

A seleção brasileira dificilmente é colocada entre as favoritas. Acredita que o ouro é realmente alcançável?

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Todas as seleções que passarem para a segunda fase vão ter chances de serem campeãs. Nosso objetivo é passo a passo. O que a gente precisa fazer é pensar com ambição, pensar grande, mas saber que, durante a competição, a história é construída a cada jogo.

A seleção quase não foi vazada na Copa Ouro. Foi uma preocupação sua iniciar o trabalho dando mais atenção à parte defensiva?

Não, pelo contrário. Desde que eu cheguei dei uma ênfase no trabalho com a posse de bola para a seleção brasileira voltar a ter um jogo mais ofensivo, com objetividade, e que a gente conseguisse sempre fazer um jogo de imposição. Mudamos bastante a característica da seleção. A parte defensiva está sempre junto, claro, mas priorizo treinar aquilo que é mais difícil de se fazer, que é construir o jogo, criar oportunidades de gol e rapidamente transitar bem defensivamente.

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Você já tem os nomes definidos de quem vai para a Olimpíada ou ainda pretende fazer testes na SheBelievesCup?

Ainda não tenho os nomes. Adotei o critério de colocar muitas jogadoras para atuar com bastante minutos, sempre que possível como titulares, para a avaliação ser justa. A preocupação está na escolha das 18 atletas certas para nos representar e paralelamente aprimorando as ideias de jogo. Após a SheBelieves, na outra Data Fifa, teremos uma seleção muito mais próxima da que vai estar nas Olimpíadas.

Cristiane e Marta estão de volta à seleção brasileira feminina. Foto: Dilvulgação/CBF
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Você está tendo a oportunidade de trabalhar pela primeira vez com Marta e Cristiane, que apesar de não serem mais titulares absolutas, são referências técnicas. Qual a importância delas para a seleção atualmente?

Duas das maiores atletas do futebol mundial. A Marta, a maior atleta da história. E a Cris, a maior goleadora das Olimpíadas. É um privilégio elas ainda representarem a seleção pelo merecimento. Elas não estão na seleção por história ou pelo que fizeram no passado. Essa experiência toda elas fazem muito bem em dividir com as jogadoras mais jovens, que às vezes não disputaram uma competição importante, como a Olimpíada. É um orgulho para mim como treinador ainda poder estar na seleção na companhia delas. Em relação às decisões (de escalação) que vão ser tomadas, vão ser sempre com muito critério e pensando no que é melhor para a seleção. Nesta convocação, achamos que o melhor era ter elas e outras jogadoras no setor ofensivo, entendendo que podemos, assim, mostrar uma sequência de evolução do que apresentamos na Copa Ouro.

Você acredita que já conseguiu dar a sua cara para a seleção brasileira?

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Na verdade não é a cara do Arthur Elias, mas de um novo trabalho, construído junto à comissão técnica e as atletas que estão no grupo. Meu trabalho como liderança é dar um caminho e estou bastante satisfeito porque as atletas têm correspondido bem.

Recentemente a CBF anunciou Cris Gambaré como coordenadora de seleções femininas. O que podemos esperar dessa parceria, que foi vitoriosa no Corinthians, agora na seleção?

A Cris é uma uma gestora que conhece muito o cenário do futebol feminino. É claro que a gente tem uma sintonia muito grande por muitos anos em que trabalhamos juntos. Mas, também sabemos que é um outro desafio, com uma característica e processo diferente, tentando contribuir para futebol brasileiro como um todo. Prometo muito comprometimento e respeito para colocar a seleção brasileira em um cenário de protagonismo internacional.

Após o bom desempenho na Copa Ouro, que terminou com um vice-campeonato para o poderoso time dos Estados Unidos, a seleção brasileira feminina de futebol se prepara para a SheBelievesCup, último desafio antes da Olimpíada de Paris-2024 — a estreia acontece no sábado, dia 6, contra o Canadá. O técnico Arthur Elias convocou novamente Marta e Cristiane, que ficaram fora da convocação anterior. Apesar de as duas, aos 38 anos, não serem mais uma sumidade na equipe, ele afirma que ambas foram convocadas por merecimento, e não somente pela importância que têm na história do futebol feminino brasileiro.

Arthur Elias afirma ainda não ter definido as convocadas para os Jogos Olímpicos, e vê o Brasil com chances de conseguir o ouro, apesar de ter caído em um grupo difícil, com a atual campeã mundial Espanha e o Japão, campeão mundial em 2011. Para isso, o treinador fala em objetivo “passo a passo”, para chegar confiante na briga pela medalha. Cinco vezes campeão brasileiro, Arthur Elias assumiu a seleção em setembro no lugar da sueca Pia Sundhage, que ficou quatro anos no cargo.

O Brasil caiu em um grupo considerado difícil na Olimpíada. Qual é a sua avaliação sobre os confrontos na primeira fase?

Já era esperado uma primeira fase bastante difícil porque, como são apenas 12 seleções nos Jogos Olímpicos, todas são de alto nível. Sabemos que o futebol feminino hoje está nivelado em termos de clubes e, principalmente, de seleções. A Copa do Mundo mostrou isso... Jogamos recentemente contra o Japão, fizeram uma grande Copa, fazem o adversário correr bastante e trabalham muito a posse de bola. A Espanha é campeã mundial. Dispensa comentários o seu nível de jogo e qualidade das suas jogadoras. Mas, a gente vai ter o objetivo de se impor na partida independentemente do adversário.

O que a seleção precisar fazer de diferente dos rivais em Paris?

Olimpíada é sempre uma competição com muitas seleções que podem ser campeãs. O sistema de disputa contribui para isso, com uma partida para decidir uma passagem de fase ou um título. Então, para isso, além de uma equipe sempre muito bem sincronizada e com muita atitude dentro do campo, você precisa ter eficiência.

Onde o time ainda precisa melhorar?

Em tudo. Precisamos melhorar em todos os aspectos do nosso jogo. Acho que a gente vem evoluindo e a Copa Ouro foi um momento importante, onde o trabalho que as pessoas não veem, dentro do grupo, conseguimos fortalecer bastante a seleção. A gente tem demonstrado um desempenho cada vez melhor, mas, nos aspectos de conceito de jogo, entendimento e execução, a gente precisa melhorar bastante, como mostrou o jogo com os Estados Unidos. Mas, isso é um processo. Tenho certeza de que vamos chegar melhor nas Olimpíadas.

A seleção brasileira dificilmente é colocada entre as favoritas. Acredita que o ouro é realmente alcançável?

Todas as seleções que passarem para a segunda fase vão ter chances de serem campeãs. Nosso objetivo é passo a passo. O que a gente precisa fazer é pensar com ambição, pensar grande, mas saber que, durante a competição, a história é construída a cada jogo.

A seleção quase não foi vazada na Copa Ouro. Foi uma preocupação sua iniciar o trabalho dando mais atenção à parte defensiva?

Não, pelo contrário. Desde que eu cheguei dei uma ênfase no trabalho com a posse de bola para a seleção brasileira voltar a ter um jogo mais ofensivo, com objetividade, e que a gente conseguisse sempre fazer um jogo de imposição. Mudamos bastante a característica da seleção. A parte defensiva está sempre junto, claro, mas priorizo treinar aquilo que é mais difícil de se fazer, que é construir o jogo, criar oportunidades de gol e rapidamente transitar bem defensivamente.

Você já tem os nomes definidos de quem vai para a Olimpíada ou ainda pretende fazer testes na SheBelievesCup?

Ainda não tenho os nomes. Adotei o critério de colocar muitas jogadoras para atuar com bastante minutos, sempre que possível como titulares, para a avaliação ser justa. A preocupação está na escolha das 18 atletas certas para nos representar e paralelamente aprimorando as ideias de jogo. Após a SheBelieves, na outra Data Fifa, teremos uma seleção muito mais próxima da que vai estar nas Olimpíadas.

Cristiane e Marta estão de volta à seleção brasileira feminina. Foto: Dilvulgação/CBF

Você está tendo a oportunidade de trabalhar pela primeira vez com Marta e Cristiane, que apesar de não serem mais titulares absolutas, são referências técnicas. Qual a importância delas para a seleção atualmente?

Duas das maiores atletas do futebol mundial. A Marta, a maior atleta da história. E a Cris, a maior goleadora das Olimpíadas. É um privilégio elas ainda representarem a seleção pelo merecimento. Elas não estão na seleção por história ou pelo que fizeram no passado. Essa experiência toda elas fazem muito bem em dividir com as jogadoras mais jovens, que às vezes não disputaram uma competição importante, como a Olimpíada. É um orgulho para mim como treinador ainda poder estar na seleção na companhia delas. Em relação às decisões (de escalação) que vão ser tomadas, vão ser sempre com muito critério e pensando no que é melhor para a seleção. Nesta convocação, achamos que o melhor era ter elas e outras jogadoras no setor ofensivo, entendendo que podemos, assim, mostrar uma sequência de evolução do que apresentamos na Copa Ouro.

Você acredita que já conseguiu dar a sua cara para a seleção brasileira?

Na verdade não é a cara do Arthur Elias, mas de um novo trabalho, construído junto à comissão técnica e as atletas que estão no grupo. Meu trabalho como liderança é dar um caminho e estou bastante satisfeito porque as atletas têm correspondido bem.

Recentemente a CBF anunciou Cris Gambaré como coordenadora de seleções femininas. O que podemos esperar dessa parceria, que foi vitoriosa no Corinthians, agora na seleção?

A Cris é uma uma gestora que conhece muito o cenário do futebol feminino. É claro que a gente tem uma sintonia muito grande por muitos anos em que trabalhamos juntos. Mas, também sabemos que é um outro desafio, com uma característica e processo diferente, tentando contribuir para futebol brasileiro como um todo. Prometo muito comprometimento e respeito para colocar a seleção brasileira em um cenário de protagonismo internacional.

Após o bom desempenho na Copa Ouro, que terminou com um vice-campeonato para o poderoso time dos Estados Unidos, a seleção brasileira feminina de futebol se prepara para a SheBelievesCup, último desafio antes da Olimpíada de Paris-2024 — a estreia acontece no sábado, dia 6, contra o Canadá. O técnico Arthur Elias convocou novamente Marta e Cristiane, que ficaram fora da convocação anterior. Apesar de as duas, aos 38 anos, não serem mais uma sumidade na equipe, ele afirma que ambas foram convocadas por merecimento, e não somente pela importância que têm na história do futebol feminino brasileiro.

Arthur Elias afirma ainda não ter definido as convocadas para os Jogos Olímpicos, e vê o Brasil com chances de conseguir o ouro, apesar de ter caído em um grupo difícil, com a atual campeã mundial Espanha e o Japão, campeão mundial em 2011. Para isso, o treinador fala em objetivo “passo a passo”, para chegar confiante na briga pela medalha. Cinco vezes campeão brasileiro, Arthur Elias assumiu a seleção em setembro no lugar da sueca Pia Sundhage, que ficou quatro anos no cargo.

O Brasil caiu em um grupo considerado difícil na Olimpíada. Qual é a sua avaliação sobre os confrontos na primeira fase?

Já era esperado uma primeira fase bastante difícil porque, como são apenas 12 seleções nos Jogos Olímpicos, todas são de alto nível. Sabemos que o futebol feminino hoje está nivelado em termos de clubes e, principalmente, de seleções. A Copa do Mundo mostrou isso... Jogamos recentemente contra o Japão, fizeram uma grande Copa, fazem o adversário correr bastante e trabalham muito a posse de bola. A Espanha é campeã mundial. Dispensa comentários o seu nível de jogo e qualidade das suas jogadoras. Mas, a gente vai ter o objetivo de se impor na partida independentemente do adversário.

O que a seleção precisar fazer de diferente dos rivais em Paris?

Olimpíada é sempre uma competição com muitas seleções que podem ser campeãs. O sistema de disputa contribui para isso, com uma partida para decidir uma passagem de fase ou um título. Então, para isso, além de uma equipe sempre muito bem sincronizada e com muita atitude dentro do campo, você precisa ter eficiência.

Onde o time ainda precisa melhorar?

Em tudo. Precisamos melhorar em todos os aspectos do nosso jogo. Acho que a gente vem evoluindo e a Copa Ouro foi um momento importante, onde o trabalho que as pessoas não veem, dentro do grupo, conseguimos fortalecer bastante a seleção. A gente tem demonstrado um desempenho cada vez melhor, mas, nos aspectos de conceito de jogo, entendimento e execução, a gente precisa melhorar bastante, como mostrou o jogo com os Estados Unidos. Mas, isso é um processo. Tenho certeza de que vamos chegar melhor nas Olimpíadas.

A seleção brasileira dificilmente é colocada entre as favoritas. Acredita que o ouro é realmente alcançável?

Todas as seleções que passarem para a segunda fase vão ter chances de serem campeãs. Nosso objetivo é passo a passo. O que a gente precisa fazer é pensar com ambição, pensar grande, mas saber que, durante a competição, a história é construída a cada jogo.

A seleção quase não foi vazada na Copa Ouro. Foi uma preocupação sua iniciar o trabalho dando mais atenção à parte defensiva?

Não, pelo contrário. Desde que eu cheguei dei uma ênfase no trabalho com a posse de bola para a seleção brasileira voltar a ter um jogo mais ofensivo, com objetividade, e que a gente conseguisse sempre fazer um jogo de imposição. Mudamos bastante a característica da seleção. A parte defensiva está sempre junto, claro, mas priorizo treinar aquilo que é mais difícil de se fazer, que é construir o jogo, criar oportunidades de gol e rapidamente transitar bem defensivamente.

Você já tem os nomes definidos de quem vai para a Olimpíada ou ainda pretende fazer testes na SheBelievesCup?

Ainda não tenho os nomes. Adotei o critério de colocar muitas jogadoras para atuar com bastante minutos, sempre que possível como titulares, para a avaliação ser justa. A preocupação está na escolha das 18 atletas certas para nos representar e paralelamente aprimorando as ideias de jogo. Após a SheBelieves, na outra Data Fifa, teremos uma seleção muito mais próxima da que vai estar nas Olimpíadas.

Cristiane e Marta estão de volta à seleção brasileira feminina. Foto: Dilvulgação/CBF

Você está tendo a oportunidade de trabalhar pela primeira vez com Marta e Cristiane, que apesar de não serem mais titulares absolutas, são referências técnicas. Qual a importância delas para a seleção atualmente?

Duas das maiores atletas do futebol mundial. A Marta, a maior atleta da história. E a Cris, a maior goleadora das Olimpíadas. É um privilégio elas ainda representarem a seleção pelo merecimento. Elas não estão na seleção por história ou pelo que fizeram no passado. Essa experiência toda elas fazem muito bem em dividir com as jogadoras mais jovens, que às vezes não disputaram uma competição importante, como a Olimpíada. É um orgulho para mim como treinador ainda poder estar na seleção na companhia delas. Em relação às decisões (de escalação) que vão ser tomadas, vão ser sempre com muito critério e pensando no que é melhor para a seleção. Nesta convocação, achamos que o melhor era ter elas e outras jogadoras no setor ofensivo, entendendo que podemos, assim, mostrar uma sequência de evolução do que apresentamos na Copa Ouro.

Você acredita que já conseguiu dar a sua cara para a seleção brasileira?

Na verdade não é a cara do Arthur Elias, mas de um novo trabalho, construído junto à comissão técnica e as atletas que estão no grupo. Meu trabalho como liderança é dar um caminho e estou bastante satisfeito porque as atletas têm correspondido bem.

Recentemente a CBF anunciou Cris Gambaré como coordenadora de seleções femininas. O que podemos esperar dessa parceria, que foi vitoriosa no Corinthians, agora na seleção?

A Cris é uma uma gestora que conhece muito o cenário do futebol feminino. É claro que a gente tem uma sintonia muito grande por muitos anos em que trabalhamos juntos. Mas, também sabemos que é um outro desafio, com uma característica e processo diferente, tentando contribuir para futebol brasileiro como um todo. Prometo muito comprometimento e respeito para colocar a seleção brasileira em um cenário de protagonismo internacional.

Após o bom desempenho na Copa Ouro, que terminou com um vice-campeonato para o poderoso time dos Estados Unidos, a seleção brasileira feminina de futebol se prepara para a SheBelievesCup, último desafio antes da Olimpíada de Paris-2024 — a estreia acontece no sábado, dia 6, contra o Canadá. O técnico Arthur Elias convocou novamente Marta e Cristiane, que ficaram fora da convocação anterior. Apesar de as duas, aos 38 anos, não serem mais uma sumidade na equipe, ele afirma que ambas foram convocadas por merecimento, e não somente pela importância que têm na história do futebol feminino brasileiro.

Arthur Elias afirma ainda não ter definido as convocadas para os Jogos Olímpicos, e vê o Brasil com chances de conseguir o ouro, apesar de ter caído em um grupo difícil, com a atual campeã mundial Espanha e o Japão, campeão mundial em 2011. Para isso, o treinador fala em objetivo “passo a passo”, para chegar confiante na briga pela medalha. Cinco vezes campeão brasileiro, Arthur Elias assumiu a seleção em setembro no lugar da sueca Pia Sundhage, que ficou quatro anos no cargo.

O Brasil caiu em um grupo considerado difícil na Olimpíada. Qual é a sua avaliação sobre os confrontos na primeira fase?

Já era esperado uma primeira fase bastante difícil porque, como são apenas 12 seleções nos Jogos Olímpicos, todas são de alto nível. Sabemos que o futebol feminino hoje está nivelado em termos de clubes e, principalmente, de seleções. A Copa do Mundo mostrou isso... Jogamos recentemente contra o Japão, fizeram uma grande Copa, fazem o adversário correr bastante e trabalham muito a posse de bola. A Espanha é campeã mundial. Dispensa comentários o seu nível de jogo e qualidade das suas jogadoras. Mas, a gente vai ter o objetivo de se impor na partida independentemente do adversário.

O que a seleção precisar fazer de diferente dos rivais em Paris?

Olimpíada é sempre uma competição com muitas seleções que podem ser campeãs. O sistema de disputa contribui para isso, com uma partida para decidir uma passagem de fase ou um título. Então, para isso, além de uma equipe sempre muito bem sincronizada e com muita atitude dentro do campo, você precisa ter eficiência.

Onde o time ainda precisa melhorar?

Em tudo. Precisamos melhorar em todos os aspectos do nosso jogo. Acho que a gente vem evoluindo e a Copa Ouro foi um momento importante, onde o trabalho que as pessoas não veem, dentro do grupo, conseguimos fortalecer bastante a seleção. A gente tem demonstrado um desempenho cada vez melhor, mas, nos aspectos de conceito de jogo, entendimento e execução, a gente precisa melhorar bastante, como mostrou o jogo com os Estados Unidos. Mas, isso é um processo. Tenho certeza de que vamos chegar melhor nas Olimpíadas.

A seleção brasileira dificilmente é colocada entre as favoritas. Acredita que o ouro é realmente alcançável?

Todas as seleções que passarem para a segunda fase vão ter chances de serem campeãs. Nosso objetivo é passo a passo. O que a gente precisa fazer é pensar com ambição, pensar grande, mas saber que, durante a competição, a história é construída a cada jogo.

A seleção quase não foi vazada na Copa Ouro. Foi uma preocupação sua iniciar o trabalho dando mais atenção à parte defensiva?

Não, pelo contrário. Desde que eu cheguei dei uma ênfase no trabalho com a posse de bola para a seleção brasileira voltar a ter um jogo mais ofensivo, com objetividade, e que a gente conseguisse sempre fazer um jogo de imposição. Mudamos bastante a característica da seleção. A parte defensiva está sempre junto, claro, mas priorizo treinar aquilo que é mais difícil de se fazer, que é construir o jogo, criar oportunidades de gol e rapidamente transitar bem defensivamente.

Você já tem os nomes definidos de quem vai para a Olimpíada ou ainda pretende fazer testes na SheBelievesCup?

Ainda não tenho os nomes. Adotei o critério de colocar muitas jogadoras para atuar com bastante minutos, sempre que possível como titulares, para a avaliação ser justa. A preocupação está na escolha das 18 atletas certas para nos representar e paralelamente aprimorando as ideias de jogo. Após a SheBelieves, na outra Data Fifa, teremos uma seleção muito mais próxima da que vai estar nas Olimpíadas.

Cristiane e Marta estão de volta à seleção brasileira feminina. Foto: Dilvulgação/CBF

Você está tendo a oportunidade de trabalhar pela primeira vez com Marta e Cristiane, que apesar de não serem mais titulares absolutas, são referências técnicas. Qual a importância delas para a seleção atualmente?

Duas das maiores atletas do futebol mundial. A Marta, a maior atleta da história. E a Cris, a maior goleadora das Olimpíadas. É um privilégio elas ainda representarem a seleção pelo merecimento. Elas não estão na seleção por história ou pelo que fizeram no passado. Essa experiência toda elas fazem muito bem em dividir com as jogadoras mais jovens, que às vezes não disputaram uma competição importante, como a Olimpíada. É um orgulho para mim como treinador ainda poder estar na seleção na companhia delas. Em relação às decisões (de escalação) que vão ser tomadas, vão ser sempre com muito critério e pensando no que é melhor para a seleção. Nesta convocação, achamos que o melhor era ter elas e outras jogadoras no setor ofensivo, entendendo que podemos, assim, mostrar uma sequência de evolução do que apresentamos na Copa Ouro.

Você acredita que já conseguiu dar a sua cara para a seleção brasileira?

Na verdade não é a cara do Arthur Elias, mas de um novo trabalho, construído junto à comissão técnica e as atletas que estão no grupo. Meu trabalho como liderança é dar um caminho e estou bastante satisfeito porque as atletas têm correspondido bem.

Recentemente a CBF anunciou Cris Gambaré como coordenadora de seleções femininas. O que podemos esperar dessa parceria, que foi vitoriosa no Corinthians, agora na seleção?

A Cris é uma uma gestora que conhece muito o cenário do futebol feminino. É claro que a gente tem uma sintonia muito grande por muitos anos em que trabalhamos juntos. Mas, também sabemos que é um outro desafio, com uma característica e processo diferente, tentando contribuir para futebol brasileiro como um todo. Prometo muito comprometimento e respeito para colocar a seleção brasileira em um cenário de protagonismo internacional.

Após o bom desempenho na Copa Ouro, que terminou com um vice-campeonato para o poderoso time dos Estados Unidos, a seleção brasileira feminina de futebol se prepara para a SheBelievesCup, último desafio antes da Olimpíada de Paris-2024 — a estreia acontece no sábado, dia 6, contra o Canadá. O técnico Arthur Elias convocou novamente Marta e Cristiane, que ficaram fora da convocação anterior. Apesar de as duas, aos 38 anos, não serem mais uma sumidade na equipe, ele afirma que ambas foram convocadas por merecimento, e não somente pela importância que têm na história do futebol feminino brasileiro.

Arthur Elias afirma ainda não ter definido as convocadas para os Jogos Olímpicos, e vê o Brasil com chances de conseguir o ouro, apesar de ter caído em um grupo difícil, com a atual campeã mundial Espanha e o Japão, campeão mundial em 2011. Para isso, o treinador fala em objetivo “passo a passo”, para chegar confiante na briga pela medalha. Cinco vezes campeão brasileiro, Arthur Elias assumiu a seleção em setembro no lugar da sueca Pia Sundhage, que ficou quatro anos no cargo.

O Brasil caiu em um grupo considerado difícil na Olimpíada. Qual é a sua avaliação sobre os confrontos na primeira fase?

Já era esperado uma primeira fase bastante difícil porque, como são apenas 12 seleções nos Jogos Olímpicos, todas são de alto nível. Sabemos que o futebol feminino hoje está nivelado em termos de clubes e, principalmente, de seleções. A Copa do Mundo mostrou isso... Jogamos recentemente contra o Japão, fizeram uma grande Copa, fazem o adversário correr bastante e trabalham muito a posse de bola. A Espanha é campeã mundial. Dispensa comentários o seu nível de jogo e qualidade das suas jogadoras. Mas, a gente vai ter o objetivo de se impor na partida independentemente do adversário.

O que a seleção precisar fazer de diferente dos rivais em Paris?

Olimpíada é sempre uma competição com muitas seleções que podem ser campeãs. O sistema de disputa contribui para isso, com uma partida para decidir uma passagem de fase ou um título. Então, para isso, além de uma equipe sempre muito bem sincronizada e com muita atitude dentro do campo, você precisa ter eficiência.

Onde o time ainda precisa melhorar?

Em tudo. Precisamos melhorar em todos os aspectos do nosso jogo. Acho que a gente vem evoluindo e a Copa Ouro foi um momento importante, onde o trabalho que as pessoas não veem, dentro do grupo, conseguimos fortalecer bastante a seleção. A gente tem demonstrado um desempenho cada vez melhor, mas, nos aspectos de conceito de jogo, entendimento e execução, a gente precisa melhorar bastante, como mostrou o jogo com os Estados Unidos. Mas, isso é um processo. Tenho certeza de que vamos chegar melhor nas Olimpíadas.

A seleção brasileira dificilmente é colocada entre as favoritas. Acredita que o ouro é realmente alcançável?

Todas as seleções que passarem para a segunda fase vão ter chances de serem campeãs. Nosso objetivo é passo a passo. O que a gente precisa fazer é pensar com ambição, pensar grande, mas saber que, durante a competição, a história é construída a cada jogo.

A seleção quase não foi vazada na Copa Ouro. Foi uma preocupação sua iniciar o trabalho dando mais atenção à parte defensiva?

Não, pelo contrário. Desde que eu cheguei dei uma ênfase no trabalho com a posse de bola para a seleção brasileira voltar a ter um jogo mais ofensivo, com objetividade, e que a gente conseguisse sempre fazer um jogo de imposição. Mudamos bastante a característica da seleção. A parte defensiva está sempre junto, claro, mas priorizo treinar aquilo que é mais difícil de se fazer, que é construir o jogo, criar oportunidades de gol e rapidamente transitar bem defensivamente.

Você já tem os nomes definidos de quem vai para a Olimpíada ou ainda pretende fazer testes na SheBelievesCup?

Ainda não tenho os nomes. Adotei o critério de colocar muitas jogadoras para atuar com bastante minutos, sempre que possível como titulares, para a avaliação ser justa. A preocupação está na escolha das 18 atletas certas para nos representar e paralelamente aprimorando as ideias de jogo. Após a SheBelieves, na outra Data Fifa, teremos uma seleção muito mais próxima da que vai estar nas Olimpíadas.

Cristiane e Marta estão de volta à seleção brasileira feminina. Foto: Dilvulgação/CBF

Você está tendo a oportunidade de trabalhar pela primeira vez com Marta e Cristiane, que apesar de não serem mais titulares absolutas, são referências técnicas. Qual a importância delas para a seleção atualmente?

Duas das maiores atletas do futebol mundial. A Marta, a maior atleta da história. E a Cris, a maior goleadora das Olimpíadas. É um privilégio elas ainda representarem a seleção pelo merecimento. Elas não estão na seleção por história ou pelo que fizeram no passado. Essa experiência toda elas fazem muito bem em dividir com as jogadoras mais jovens, que às vezes não disputaram uma competição importante, como a Olimpíada. É um orgulho para mim como treinador ainda poder estar na seleção na companhia delas. Em relação às decisões (de escalação) que vão ser tomadas, vão ser sempre com muito critério e pensando no que é melhor para a seleção. Nesta convocação, achamos que o melhor era ter elas e outras jogadoras no setor ofensivo, entendendo que podemos, assim, mostrar uma sequência de evolução do que apresentamos na Copa Ouro.

Você acredita que já conseguiu dar a sua cara para a seleção brasileira?

Na verdade não é a cara do Arthur Elias, mas de um novo trabalho, construído junto à comissão técnica e as atletas que estão no grupo. Meu trabalho como liderança é dar um caminho e estou bastante satisfeito porque as atletas têm correspondido bem.

Recentemente a CBF anunciou Cris Gambaré como coordenadora de seleções femininas. O que podemos esperar dessa parceria, que foi vitoriosa no Corinthians, agora na seleção?

A Cris é uma uma gestora que conhece muito o cenário do futebol feminino. É claro que a gente tem uma sintonia muito grande por muitos anos em que trabalhamos juntos. Mas, também sabemos que é um outro desafio, com uma característica e processo diferente, tentando contribuir para futebol brasileiro como um todo. Prometo muito comprometimento e respeito para colocar a seleção brasileira em um cenário de protagonismo internacional.

Entrevista por Rodrigo Sampaio

Jornalista natural do Rio de Janeiro (RJ) em São Paulo. Repórter de Esportes do Estadão desde 2021. Antes, passagens por TV Globo e Jornal O Dia, com experiência na cobertura da Metrópole, Cultura, Política e Judiciário. Fez parte da 30ª turma do Curso Estado de Jornalismo.

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