‘Até o momento, jogadores não integram a organização criminosa’, diz promotor do caso das apostas


“Mas fizeram corrupção desportiva”, completa: escândalo do esquema de manipulação de jogos de futebol é investigado pelo Ministério Público de Goiás; ao todo, 25 pessoas já foram denunciadas à Justiça; em única rodada, grupo movimentou R$ 2 milhões

Por Vinícius Valfré
Atualização:
Foto: Vinícius Valfré
Entrevista comFernando Cesconettopromotor público

GOIÂNIA - As investigações sobre o esquema das apostas esportivas com manipulações de partidas de futebol buscam nomes de novos intermediários da quadrilha e tenta esclarecer o alcance do grupo sobre jogadores das principais competições no País. Em entrevista exclusiva ao Estadão, dois responsáveis pela apuração no Ministério Público de Goiás (MP-GO) avaliam ser pouco provável que o esquema se restrinja ao grupo de aliciadores já denunciados.

A quadrilha desmantelada, segundo as investigações, chegou a lucrar cerca de R$ 2 milhões em uma única rodada da Série A do Campeonato Brasileiro do ano passado. Como o Estadão antecipou, a investigação vai se aprofundar agora nos indícios de lavagem de dinheiro em pagamentos a jogadores e no rateio dos lucros.

Os promotores Fernando Cesconetto e Gabriella Clementino destacam, porém, que os jogadores envolvidos representam uma minoria dos atletas e que a quantidade e identidade de todos eles ainda dependem de mais investigações. O trabalho é conduzido sem avançar sinais. Confira a entrevista:

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Esse pode ser o maior esquema de manipulação de partidas de futebol no Brasil?

Acho que ainda é prematuro dizer. Sabemos que já tiveram investigações pretéritas sobre esse tema, com operações deflagradas também. Infelizmente, o desfecho do Judiciário não foi o esperado. Há outras com certeza em andamento. Então ainda não dá para cravar nada nesse sentido.

Gabriella Clemente e Fernando Cesconetto, do Ministério Público de Goiás, promotores da Operação Penalidade Máxima Foto: Vinícius Valfré
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Quantos jogadores da Série A foram cooptados e de quais clubes? A lista vai aumentar?

Não conseguimos precisar quantos jogadores ou quantos são atletas de elite. Não podemos ser levianos e parecer que estamos promovendo uma caça às bruxas aqui. A gente vai avançando em etapas para tratar com maior responsabilidade possível as informações que temos. O que não muda é nossa certeza de que a gente trata de uma minoria de atletas que se prestam a esse papel. Tivemos aqui vários casos de atletas que, independentemente da série e do clube em que atuam, recusaram absolutamente qualquer conversa nesse sentido, independentemente de quanto a pessoa ganha no fim do mês.

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Haverá novas fases da Penalidade Máxima?

O que dá para dizer é que, certamente, a investigação está em andamento e prosseguirá. Se isso vai redundar em uma outra fase para cumprimento de mandados, é prematuro dizer. Mas o que a gente afirma categoricamente é que, desde o oferecimento da segunda denúncia, foi instaurada uma investigação em continuidade, um terceiro procedimento investigatório criminal, para continuar apurando o farto material probatório que temos aqui.

Há pessoas acima do núcleo que hoje é considerado o de líderes do esquema?

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Não sabemos se poderíamos dizer acima, mas podem ser pessoas que atuam em outro núcleo, por exemplo um núcleo de intermediadores que até o momento não tiveram identidades confirmadas, mas a gente sabe que há uma atuação em prol do grupo criminoso. Têm ainda vários dados bancários pendentes de encaminhamento ao MPGO para que a gente possa fazer essa análise com mais mais dados e verificar se há outros financiadores ou se há outra função com hierarquia diferente dentro desse grupo.

Quais outros crimes foram vislumbrados para além dos de promoção de organização criminosa e contra o Estatuto do Torcedor?

A Investigação que prossegue agora busca também apurar crimes de lavagem de dinheiro por conta dessa movimentação financeira do grupo, passando para contas de terceiros ou “laranjas” o ganho das apostas ou o pagamentos espúrios para os atletas. A gente tem um indicativo de crise de lavagem de capitais.

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Já sabem quanto esse grupo movimentou?

O montante total não. Até por conta dessa pendência de análise de dados bancários. A gente tem indicativos de que em determinadas rodadas era para ter R$ 2 milhões de lucro, em outras, R$ 1 milhão, em outras ainda R$ 700 mil. Mas ainda não fizemos o somatório de quanto foi pago ou aferido.

Qual deve ser o impacto dessa investigação sobre o futebol brasileiro como um todo?

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Talvez seja um momento propício para fortalecer os mecanismos de fiscalização e ter ideia de que somente a atuação com viés repressivo não vai resolver. Tem de ter discussão sobre o aspecto preventivo. Evidentemente que já tinha muito debate sobre a regulamentação do setor. E acho que há necessidade de ter setor de compliance efetivo nas casas de apostas, discutir patrocínios e fazer com que informações cheguem ao conhecimento das autoridades para investigação célere. Isso seria muito importante.

Já há notícias de que núcleos como esse identificado na investigação de Goiás já foram detectados também em outros Estados?

Na nossa investigação não, mas acho que é ingenuidade supor que só exista esse grupo atuando dessa forma, tentando manipular os eventos. Mas a nossa atuação se concentra nessa organização criminosa e ramificações dela conexas a esses integrantes.

Existem colaborações entre os MPs de outros Estados e de outros clubes?

Sim, tem aumentado a procura dos clubes interessados em contribuir com a investigação. Não só para se colocar à disposição, mas para oferecer informações. Eles estão preocupados. Também houve compartilhamento com a Justiça Desportiva.

Alguns jogadores já foram punidos por seus clubes, mas não figuram em denúncias. É possível que haja uma denúncia focada em jogadores?

Até o momento os jogadores não integram a organização criminosa. Eles são, vamos dizer assim, objeto de interesse da organização criminosa porque ela precisa necessariamente da colaboração dos atletas para manipular resultados. Então, eles praticam corrupção no âmbito desportivo, mas não integram a organização criminosa. Tanto é que das nove denunciadas como integrantes da organização, nenhuma é de atleta profissional de futebol.

O que não significa de forma alguma que os jogadores envolvidos seriam vítimas.

Não. Os que são denunciados são partícipes do esquema na medida do que fizeram, que é a corrupção desportiva.

Juridicamente, o que significa eles não serem enquadrados como membros da organização criminosa?

A nossa análise jurídica é a de que não há uma estabilidade de atuação desses jogadores em relação à organização criminosa. Eles não fazem parte do cerne de toda a organização, do planejamento das ações. Por isso que, juridicamente, eles não são membros dessa organização criminosa. É por isso que aqueles que vêm confessar têm sido beneficiados pelo acordo de não persecução penal (não são processados como os demais). Se eles fossem membros da organização criminosa, não caberia esse acordo.

GOIÂNIA - As investigações sobre o esquema das apostas esportivas com manipulações de partidas de futebol buscam nomes de novos intermediários da quadrilha e tenta esclarecer o alcance do grupo sobre jogadores das principais competições no País. Em entrevista exclusiva ao Estadão, dois responsáveis pela apuração no Ministério Público de Goiás (MP-GO) avaliam ser pouco provável que o esquema se restrinja ao grupo de aliciadores já denunciados.

A quadrilha desmantelada, segundo as investigações, chegou a lucrar cerca de R$ 2 milhões em uma única rodada da Série A do Campeonato Brasileiro do ano passado. Como o Estadão antecipou, a investigação vai se aprofundar agora nos indícios de lavagem de dinheiro em pagamentos a jogadores e no rateio dos lucros.

Os promotores Fernando Cesconetto e Gabriella Clementino destacam, porém, que os jogadores envolvidos representam uma minoria dos atletas e que a quantidade e identidade de todos eles ainda dependem de mais investigações. O trabalho é conduzido sem avançar sinais. Confira a entrevista:

Esse pode ser o maior esquema de manipulação de partidas de futebol no Brasil?

Acho que ainda é prematuro dizer. Sabemos que já tiveram investigações pretéritas sobre esse tema, com operações deflagradas também. Infelizmente, o desfecho do Judiciário não foi o esperado. Há outras com certeza em andamento. Então ainda não dá para cravar nada nesse sentido.

Gabriella Clemente e Fernando Cesconetto, do Ministério Público de Goiás, promotores da Operação Penalidade Máxima Foto: Vinícius Valfré

Quantos jogadores da Série A foram cooptados e de quais clubes? A lista vai aumentar?

Não conseguimos precisar quantos jogadores ou quantos são atletas de elite. Não podemos ser levianos e parecer que estamos promovendo uma caça às bruxas aqui. A gente vai avançando em etapas para tratar com maior responsabilidade possível as informações que temos. O que não muda é nossa certeza de que a gente trata de uma minoria de atletas que se prestam a esse papel. Tivemos aqui vários casos de atletas que, independentemente da série e do clube em que atuam, recusaram absolutamente qualquer conversa nesse sentido, independentemente de quanto a pessoa ganha no fim do mês.

Haverá novas fases da Penalidade Máxima?

O que dá para dizer é que, certamente, a investigação está em andamento e prosseguirá. Se isso vai redundar em uma outra fase para cumprimento de mandados, é prematuro dizer. Mas o que a gente afirma categoricamente é que, desde o oferecimento da segunda denúncia, foi instaurada uma investigação em continuidade, um terceiro procedimento investigatório criminal, para continuar apurando o farto material probatório que temos aqui.

Há pessoas acima do núcleo que hoje é considerado o de líderes do esquema?

Não sabemos se poderíamos dizer acima, mas podem ser pessoas que atuam em outro núcleo, por exemplo um núcleo de intermediadores que até o momento não tiveram identidades confirmadas, mas a gente sabe que há uma atuação em prol do grupo criminoso. Têm ainda vários dados bancários pendentes de encaminhamento ao MPGO para que a gente possa fazer essa análise com mais mais dados e verificar se há outros financiadores ou se há outra função com hierarquia diferente dentro desse grupo.

Quais outros crimes foram vislumbrados para além dos de promoção de organização criminosa e contra o Estatuto do Torcedor?

A Investigação que prossegue agora busca também apurar crimes de lavagem de dinheiro por conta dessa movimentação financeira do grupo, passando para contas de terceiros ou “laranjas” o ganho das apostas ou o pagamentos espúrios para os atletas. A gente tem um indicativo de crise de lavagem de capitais.

Já sabem quanto esse grupo movimentou?

O montante total não. Até por conta dessa pendência de análise de dados bancários. A gente tem indicativos de que em determinadas rodadas era para ter R$ 2 milhões de lucro, em outras, R$ 1 milhão, em outras ainda R$ 700 mil. Mas ainda não fizemos o somatório de quanto foi pago ou aferido.

Qual deve ser o impacto dessa investigação sobre o futebol brasileiro como um todo?

Talvez seja um momento propício para fortalecer os mecanismos de fiscalização e ter ideia de que somente a atuação com viés repressivo não vai resolver. Tem de ter discussão sobre o aspecto preventivo. Evidentemente que já tinha muito debate sobre a regulamentação do setor. E acho que há necessidade de ter setor de compliance efetivo nas casas de apostas, discutir patrocínios e fazer com que informações cheguem ao conhecimento das autoridades para investigação célere. Isso seria muito importante.

Já há notícias de que núcleos como esse identificado na investigação de Goiás já foram detectados também em outros Estados?

Na nossa investigação não, mas acho que é ingenuidade supor que só exista esse grupo atuando dessa forma, tentando manipular os eventos. Mas a nossa atuação se concentra nessa organização criminosa e ramificações dela conexas a esses integrantes.

Existem colaborações entre os MPs de outros Estados e de outros clubes?

Sim, tem aumentado a procura dos clubes interessados em contribuir com a investigação. Não só para se colocar à disposição, mas para oferecer informações. Eles estão preocupados. Também houve compartilhamento com a Justiça Desportiva.

Alguns jogadores já foram punidos por seus clubes, mas não figuram em denúncias. É possível que haja uma denúncia focada em jogadores?

Até o momento os jogadores não integram a organização criminosa. Eles são, vamos dizer assim, objeto de interesse da organização criminosa porque ela precisa necessariamente da colaboração dos atletas para manipular resultados. Então, eles praticam corrupção no âmbito desportivo, mas não integram a organização criminosa. Tanto é que das nove denunciadas como integrantes da organização, nenhuma é de atleta profissional de futebol.

O que não significa de forma alguma que os jogadores envolvidos seriam vítimas.

Não. Os que são denunciados são partícipes do esquema na medida do que fizeram, que é a corrupção desportiva.

Juridicamente, o que significa eles não serem enquadrados como membros da organização criminosa?

A nossa análise jurídica é a de que não há uma estabilidade de atuação desses jogadores em relação à organização criminosa. Eles não fazem parte do cerne de toda a organização, do planejamento das ações. Por isso que, juridicamente, eles não são membros dessa organização criminosa. É por isso que aqueles que vêm confessar têm sido beneficiados pelo acordo de não persecução penal (não são processados como os demais). Se eles fossem membros da organização criminosa, não caberia esse acordo.

GOIÂNIA - As investigações sobre o esquema das apostas esportivas com manipulações de partidas de futebol buscam nomes de novos intermediários da quadrilha e tenta esclarecer o alcance do grupo sobre jogadores das principais competições no País. Em entrevista exclusiva ao Estadão, dois responsáveis pela apuração no Ministério Público de Goiás (MP-GO) avaliam ser pouco provável que o esquema se restrinja ao grupo de aliciadores já denunciados.

A quadrilha desmantelada, segundo as investigações, chegou a lucrar cerca de R$ 2 milhões em uma única rodada da Série A do Campeonato Brasileiro do ano passado. Como o Estadão antecipou, a investigação vai se aprofundar agora nos indícios de lavagem de dinheiro em pagamentos a jogadores e no rateio dos lucros.

Os promotores Fernando Cesconetto e Gabriella Clementino destacam, porém, que os jogadores envolvidos representam uma minoria dos atletas e que a quantidade e identidade de todos eles ainda dependem de mais investigações. O trabalho é conduzido sem avançar sinais. Confira a entrevista:

Esse pode ser o maior esquema de manipulação de partidas de futebol no Brasil?

Acho que ainda é prematuro dizer. Sabemos que já tiveram investigações pretéritas sobre esse tema, com operações deflagradas também. Infelizmente, o desfecho do Judiciário não foi o esperado. Há outras com certeza em andamento. Então ainda não dá para cravar nada nesse sentido.

Gabriella Clemente e Fernando Cesconetto, do Ministério Público de Goiás, promotores da Operação Penalidade Máxima Foto: Vinícius Valfré

Quantos jogadores da Série A foram cooptados e de quais clubes? A lista vai aumentar?

Não conseguimos precisar quantos jogadores ou quantos são atletas de elite. Não podemos ser levianos e parecer que estamos promovendo uma caça às bruxas aqui. A gente vai avançando em etapas para tratar com maior responsabilidade possível as informações que temos. O que não muda é nossa certeza de que a gente trata de uma minoria de atletas que se prestam a esse papel. Tivemos aqui vários casos de atletas que, independentemente da série e do clube em que atuam, recusaram absolutamente qualquer conversa nesse sentido, independentemente de quanto a pessoa ganha no fim do mês.

Haverá novas fases da Penalidade Máxima?

O que dá para dizer é que, certamente, a investigação está em andamento e prosseguirá. Se isso vai redundar em uma outra fase para cumprimento de mandados, é prematuro dizer. Mas o que a gente afirma categoricamente é que, desde o oferecimento da segunda denúncia, foi instaurada uma investigação em continuidade, um terceiro procedimento investigatório criminal, para continuar apurando o farto material probatório que temos aqui.

Há pessoas acima do núcleo que hoje é considerado o de líderes do esquema?

Não sabemos se poderíamos dizer acima, mas podem ser pessoas que atuam em outro núcleo, por exemplo um núcleo de intermediadores que até o momento não tiveram identidades confirmadas, mas a gente sabe que há uma atuação em prol do grupo criminoso. Têm ainda vários dados bancários pendentes de encaminhamento ao MPGO para que a gente possa fazer essa análise com mais mais dados e verificar se há outros financiadores ou se há outra função com hierarquia diferente dentro desse grupo.

Quais outros crimes foram vislumbrados para além dos de promoção de organização criminosa e contra o Estatuto do Torcedor?

A Investigação que prossegue agora busca também apurar crimes de lavagem de dinheiro por conta dessa movimentação financeira do grupo, passando para contas de terceiros ou “laranjas” o ganho das apostas ou o pagamentos espúrios para os atletas. A gente tem um indicativo de crise de lavagem de capitais.

Já sabem quanto esse grupo movimentou?

O montante total não. Até por conta dessa pendência de análise de dados bancários. A gente tem indicativos de que em determinadas rodadas era para ter R$ 2 milhões de lucro, em outras, R$ 1 milhão, em outras ainda R$ 700 mil. Mas ainda não fizemos o somatório de quanto foi pago ou aferido.

Qual deve ser o impacto dessa investigação sobre o futebol brasileiro como um todo?

Talvez seja um momento propício para fortalecer os mecanismos de fiscalização e ter ideia de que somente a atuação com viés repressivo não vai resolver. Tem de ter discussão sobre o aspecto preventivo. Evidentemente que já tinha muito debate sobre a regulamentação do setor. E acho que há necessidade de ter setor de compliance efetivo nas casas de apostas, discutir patrocínios e fazer com que informações cheguem ao conhecimento das autoridades para investigação célere. Isso seria muito importante.

Já há notícias de que núcleos como esse identificado na investigação de Goiás já foram detectados também em outros Estados?

Na nossa investigação não, mas acho que é ingenuidade supor que só exista esse grupo atuando dessa forma, tentando manipular os eventos. Mas a nossa atuação se concentra nessa organização criminosa e ramificações dela conexas a esses integrantes.

Existem colaborações entre os MPs de outros Estados e de outros clubes?

Sim, tem aumentado a procura dos clubes interessados em contribuir com a investigação. Não só para se colocar à disposição, mas para oferecer informações. Eles estão preocupados. Também houve compartilhamento com a Justiça Desportiva.

Alguns jogadores já foram punidos por seus clubes, mas não figuram em denúncias. É possível que haja uma denúncia focada em jogadores?

Até o momento os jogadores não integram a organização criminosa. Eles são, vamos dizer assim, objeto de interesse da organização criminosa porque ela precisa necessariamente da colaboração dos atletas para manipular resultados. Então, eles praticam corrupção no âmbito desportivo, mas não integram a organização criminosa. Tanto é que das nove denunciadas como integrantes da organização, nenhuma é de atleta profissional de futebol.

O que não significa de forma alguma que os jogadores envolvidos seriam vítimas.

Não. Os que são denunciados são partícipes do esquema na medida do que fizeram, que é a corrupção desportiva.

Juridicamente, o que significa eles não serem enquadrados como membros da organização criminosa?

A nossa análise jurídica é a de que não há uma estabilidade de atuação desses jogadores em relação à organização criminosa. Eles não fazem parte do cerne de toda a organização, do planejamento das ações. Por isso que, juridicamente, eles não são membros dessa organização criminosa. É por isso que aqueles que vêm confessar têm sido beneficiados pelo acordo de não persecução penal (não são processados como os demais). Se eles fossem membros da organização criminosa, não caberia esse acordo.

Entrevista por Vinícius Valfré

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