Uma das sensações da Copa do Mundo de 2018, a Bélgica protagonizou nesta quinta-feira uma das maiores decepções do Mundial do Catar. O algoz do Brasil na Rússia empatou sem gols com a Croácia, no Ahmad Bin Ali Stadium, em Al Rayyan, e se despediu de forma precoce, ainda na fase de grupos.
O time belga precisava da vitória para ficar com uma das duas vagas do Grupo F, que terá Croácia e o surpreendente Marrocos como seu representante nas oitavas de final. Chances para a Bélgica não faltaram nesta quinta, principalmente com Romelu Lukaku. O atacante desperdiçou três chances incríveis na reta final da partida e não conseguiu liderar a famosa “geração belga” ao mata-mata no Catar.
Marrocos terminou na liderança da chave, com sete pontos, dois à frente dos croatas, atuais vice-campeões mundiais. A Bélgica, com quatro, ficou em terceiro, enquanto o Canadá terminou em quarto, sem pontuar.
Com apenas uma vitória em três jogos na fase de grupos, a seleção belga se tornou uma das maiores decepções desta Copa. A queda precoce surpreendeu porque a equipe europeia havia obtido sua melhor campanha da história dos Mundiais na Rússia, com o terceiro lugar - pelo caminho, eliminara o Brasil nas quartas de final. Além disso, o time belga ocupou a liderança do ranking da Fifa durante a maior parte do ciclo desta Copa.
Para o jogo em clima de final, o técnico da Bélgica resolveu surpreender. Mandou Hazard e Batshuayi para o banco e escalou o ataque com Mertens e Trossard. Lukaku, que entrou no segundo tempo na derrota contra Marrocos, seguiu entre os reservas, ainda sem estar 100% fisicamente. Do outro lado, a Croácia manteve a escalação das partidas anteriores.
Em situação mais complicada na chave, a Bélgica tinha tudo para imprimir forte ritmo ao jogo desde o apito inicial. Mas não foi o que aconteceu. Coube à Croácia assumir as rédeas do jogo logo no primeiro minuto, incluindo uma boa chance de começar o jogo com gol relâmpago.
O lance ditou o ritmo do primeiro tempo, um dos melhores e mais intensos desta Copa. O duelo acelerado e aberto tinha a seleção croata mais bem organizada em campo e os belgas, um tanto perdidos, jogando na base do contra-ataque. De Bruyne, referência do time, com frequência, não sabia com quem jogar no setor ofensivo.
Esbanjando volume de jogo, a Croácia assustou aos 14, quando o árbitro marcou pênalti de Carrasco na área belga. Modric já se preparava para a cobrança quando o juiz foi chamado pelo VAR e assinalou impedimento no início do lance. Os belgas praticamente só levaram perigo numa investida isolada, com passe de De Bruyne e conclusão perigosa do Mertens, por cima do travessão.
As duas seleções foram para o intervalo com a Croácia assegurando o segundo lugar da chave, atrás de Marrocos, que vencia o Canadá, no outro jogo do grupo, no mesmo horário. A Bélgica figurava em terceiro, se despedindo de forma precoce da Copa do Catar. Só uma vitória salvaria o time belga.
Por isso, Martínez colocou Lukaku em campo. Pela primeira vez no Catar, o atacante teria um tempo inteiro para mostrar serviço. E não faltou chance para o grandalhão decidir. Aos 14, ele quase “quebrou” a trave ao encher o pé quase da marca do pênalti, após jogada de De Bruyne e Carrasco.
Lá atrás, Courtois fazia a sua parte. Ele fez duas defesas decisivas aos 8 minutos, parando até uma finalização perigosa de Modric. O problema belga era do meio-campo para a frente. Mesmo contando com um dos melhores meio-campistas do mundo, o time não tinha articulação e apostava em lampejos de Lukaku.
O atacante contou com outras duas boas chances de gol na reta final da partida. Em uma delas, pegou mal na pequena área e mandou rente à trave. Nos acréscimos, escorou cruzamento de peito, novamente na pequena área, e desperdiçou oportunidade incrível, diante da já batida defesa croata. As chances perdidas em série acabaram custando a eliminação belga.
FICHA TÉCNICA:
CROÁCIA 0 X 0 BÉLGICA
CROÁCIA - Livakovic; Juranovic, Lovren, Gvardiol e Sosa; Modric, Brozovic e Kovacic (Majer); Kramaric (Pasalic), Perisic e Livaja (Petkovic). Técnico: Zlatko Dalic.
BÉLGICA - Courtois; Dendoncker (Tielemans), Alderweireld e Vertonghen; Meunier (Eden Hazard), Castagne, Witsel, De Bruyne; Carrasco (Doku), Mertens (Lukaku) e Trossard (Thorgan Hazard). Técnico: Roberto Martinez.
CARTÃO AMARELO - Dendoncker.
ÁRBITRO - Anthony Taylor (Inglaterra).
RENDA - Não disponível.
PÚBLICO - 43.984 pagantes.
LOCAL - Ahmad Bin Ali Stadium, em Al Rayyan, no Catar.