Dois gigantes do futebol sul-americano, Boca Juniors e River Plate, começam a decidir no caldeirão de La Bombonera, o título da Copa Libertadores em final histórica por inúmeros motivos. Um deles diz respeito ao ineditismo da partida. Pela primeira vez em 59 anos de disputa, os dois rivais argentinos vão se enfrentar em uma decisão - que estava originalmente marcada para às 18 horas de sábado, mas foi adiada por conta da chuva torrencial que caiu em Buenos Aires e será disputada às 17 horas deste domingo.
O chamado Superclássico marcará também a última vez em que o torneio será decidido com jogos de ida e volta. A Conmebol anunciou há alguns meses que, a partir de 2019, a luta pela taça ocorrerá em jogo único - no próximo ano, o campeão será conhecido em Santiago, no Chile. Desde que Boca e River eliminaram Palmeiras e Grêmio, respectivamente, nas semifinais, os argentinos “almoçam e jantam” comentando sobre o clássico. Será assim até o dia 24, quando o estádio Monumental de Núñez abrigará o confronto da volta.
A Argentina está dividida. O ex-presidente do Boca e hoje presidente argentino, Maurício Macri resumiu bem o sentimento que tomou conta do país. "O perdedor levará 20 anos para se recuperar. Acho que seria melhor que um dos dois finalistas seja brasileiro", admitiu.
Na sexta-feira, representantes das duas equipes e da Conmebol se reuniram para acertar os últimos detalhes. Como em São Paulo, os grandes jogos no país não contam com a presença de torcedores rivais na arena do mandante. Em entrevista nesta semana, o técnico do Boca, Guillermo Barros Schelotto, sintetizou com fidelidade o peso que a decisão tem para a nação. “Boca e River colocaram o futebol argentino em um lugar onde nunca antes ele havia chegado (na Libertadores). Um futebol argentino muito castigado em nível de seleção pelos resultados... mas hoje o mundo comenta esta final e é uma conquista importante.”
Punido pela Conmebol e sem poder dirigir o River na decisão por ter trabalhado de forma irregular no duelo de volta da semifinal com o Grêmio, pois estava suspenso, Marcelo Gallardo também ressaltou a importância do encontro. “Vamos jogar uma partida especial, histórica, e somos privilegiados de poder vivê-la.”
O Boca lutará pela sétima Libertadores. Tenta se igualar ao também argentino Independiente como maior campeão do torneio, que ganhou em 1977, 78, 2000, 2001, 2003 e 2007. O River buscará o tetra - ergueu a taça em 1986, 1996 e 2015
O ex-atacante Schelotto era jogador do Boca nas campanhas de três dos seis títulos do clube na Libertadores, enquanto o ex-meia Gallardo foi campeão pelo River em 1996 e depois como treinador em 2015. Agora, os dois colocarão presente e passado em jogo nesta decisão inédita.
TIMES - Para o confronto, o Boca estará completo, pois não tem jogadores lesionados ou suspensos. Pablo Pérez, que antes era tido como dúvida por causa de problemas físicos, está recuperado e será escalado como titular.
O River será comandado em campo pelo auxiliar Matías Biscay. Mas Marcelo Gallardo não será a única ausência de peso. O time não terá o seu capitão, Leonardo Ponzio, lesionado, que dará a lugar Bruno Zuculini ou Ignacio Fernández. O restante dos titulares estão à disposição para atuar, inclusive o meia Gonzalo Martínez, recuperado de uma gripe que o afetou durante esta semana.
Essa será a 11ª vez que o Boca jogará uma final da Libertadores, enquanto o River estará presente pela sexta ocasião na decisão. Serão nove títulos em campo. A Bombonera só terá os chamados torcedores "xeneizes" neste sábado e o Monumental contará apenas com os "millonarios" nas arquibancadas no dia 24 por medida de segurança.
FICHA TÉCNICA:
BOCA JUNIORS X RIVER PLATE
BOCA JUNIORS - Rossi; Jara, Izquierdoz, Magallán e Olaza; Nández, Barrios e Pablo Pérez; Pavón, Ábila e Villa. Técnico: Guillermo Barros Schelotto.
RIVER PLATE - Armani; Montiel, Maidana, Pinola e Casco; Palacios, Enzo Pérez e Zuculini (Fernández); Martínez; Lucas Pratto e Borré. Técnico: Matías Biscay (auxiliar).
ÁRBITRO - Roberto Tobar (Chile).
HORÁRIO - 18 horas (de Brasília).
LOCAL - La Bombonera, em Buenos Aires (ARG).