A confusão criada em torno dos Campeonatos Brasileiro das Séries A e B não é novidade. Em 1988 o Estado de São Paulo viveu um caso semelhante. Rebaixados para a segunda divisão do Paulistão no ano anterior, Ponte Preta e Bandeirante entraram na Justiça Comum para se manter na elite do futebol de São Paulo em virtude do regulamento ter sido alterado no transcorrer da competição e conseguiram uma liminar que permitiam suas participações no campeonato. Irritados, os demais times passaram a boicotar a competição e não entravam em campo. Ao todo, a Ponte venceu nove jogos por W.O. contra Portuguesa, São Bento, Ferroviária, Santo André, América, XV Piracicaba, Guarani, Palmeiras e São José que se recusaram a enfrentar os campineiros. Nos dois jogos em que a bola rolou, vitória sobre o Bandeirante por 5 a 1 e empate em um gol com o Corinthians. O boicote chegou ao fim no dia 29 de abril graças à insistência do presidente do Santos, Miguel Assad, que apelou para o bom senso. Em campo, a Ponte jogou nove vezes no segundo turno e saiu de campo invicta, garantindo assim a classificação ao quadrangular final. Mas o castigo dos pontepretanos e bandeirantes veio no dia 8 de junho de 1988. A liminar que havia ganho na Justiça foi julgada e, por nove votos a um, caçaram a decisão do ministro Edson Vidigal e confirmaram o rebaixamento dos dois clubes à Segunda Divisão. Mas, depois de tantas brigas na justiça e boicotes, os dois times voltaram para a disputar a competição em 1989.
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