Análise|Botafoguenses salvam o Brasil, que arranca vitória suada no Chile e dá respiro a Dorival


Seleção brasileira repete futebol pobre em Santiago e consegue virada no fim graças a Igor Jesus e Luiz Henrique

Por Ricardo Magatti
Atualização:

Dois botafoguenses salvaram o Brasil de mais um vexame e foram decisivos para a vitória sobre o Chile, de virada, por 2 a 1 nesta quinta-feira. Igor Jesus e Luiz Henrique e evitaram o caos ao irem às às redes no triunfo em Santiago, conquistado com gol perto dos acréscimos, quando a partida apontava para um melancólico empate. O resultado pode dar confiança e faz a seleção brasileira do pressionado - e agora aliviado - Dorival Júnior saltar na tabela.

A apresentação não foi das melhores mais uma vez, mas foram importantes os três pontos que levaram o Brasil ao quarto lugar na tabela de classificação das Eliminatórias, com 13 pontos. Manteve-se o futebol pobre, com pouco repertório e sem soluções táticas. No entanto, o poder de decisão de Igor Jesus, em grande fase, e a ousadia de Luiz Henrique, salvaram a pragmática seleção.

As estrelas, como Rodrygo, decisivo em seu clube, o Real Madrid, se mantiveram apagadas - por responsabilidade própria e também por causa da pobreza tática e técnica dessa equipe.

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Em Santiago, foi previsível e improdutiva a seleção brasileira, repetindo atuações abaixo da média que havia feito sob o comando de Dorival e outros técnicos. O time, por vezes, acelerou muito e pensou pouco. Foi afoito e em alguns momentos desesperado, provavelmente pela necessidade do resultado positivo, que enfim veio e deu alívio aos jogadores e à comissão técnica.

Luiz Henrique saiu do banco para dar vitória à seleção com gol no fim Foto: Javier Torres/AFP

Diante do Chile, freguês histórico, o Brasil saiu vencedor, ainda que não tenha sido soberano. A seleção chilena atual é valente, mas bastante limitada, tanto que só ganhou uma vez nas Eliminatórias e tem a segunda pior campanha do torneio, com cinco pontos. Mesmo assim, segurou os brasileiros por algum tempo e até exerceu certo domínio em parte do duelo.

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Foi melancólico o início de jogo da seleção, que levou um gol no primeiro minuto e complicou o que já era difícil. O gol foi resultado de falhas em sequência na marcação e uma clara desatenção de jogadores como Danilo, que não se sabe se é zagueiro ou lateral. Certo é que joga mal nas duas posições, mas é considerado um líder por Dorival, que lhe concedeu a braçadeira de capitão. Ele não viu Vargas às suas costas. O chileno, atacante reserva do Atlético Mineiro, cabeceou por cima de Ederson, outro a falhar.

A pressão dos chilenos seguiu até perto dos 15 minutos, período depois do qual o Brasil passou a controlar a partida. Mas não foi um domínio tão claro. O time de Dorival teve a bola, procurou espaços e rondou a área do rival, só que, com um futebol burocrático, não levou perigo. Até que Savinho, um dos que mais tentou, driblou na ponta direita e cruzou na cabeça de Igor Jesus. O estreante mandou para as redes e comemorou efusivamente. Foi a primeira vez no século que um atleta do Botafogo marcou um gol pela seleção.

Dorival Júnior gesticula durante jogo do Brasil em Santiago Foto: Javier Torres/AFP
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Ninguém jogou tão mal como Lucas Paquetá. Investigado por suposta participação em esquema de apostas, o meio-campista levou cartão amarelo com um minuto de jogo. Depois, errou passes em profusão e mais reclamou do que correu. Foi justamente sacado no intervalo.

As presenças de Gerson na vaga de Paquetá e Bruno Guimarães no lugar de André deram qualidade ao meio de campo da formação brasileira, mas outros jogadores, como Raphinha e Rodrygo, pouco apareceram. A “estratégia” por muitas vezes foi bola em Savinho e o ponta do Manchester City que se vire. Ele tentou, mas, na maioria das vezes sozinho, não progrediu.

Até o melhor jogador do time ser sacado por Dorival, que resolveu por Luiz Henrique em campo. Sem Savinho, ninguém conseguiu ao menos acertar dribles e encontrar espaços. O meio de campo trocou passes com lentidão. Quando tentava acelerar, errava. Foi grande a posse de bola, mas inócua.

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Até que Luiz Henrique resolveu chamar a responsabilidade e fazer o que ninguém vinha fazendo: arriscar. Perto dos acréscimos, o meia-atacante limpou a marcação e acertou o canto direito do goleiro para Salvar o Brasil e garantir a sofrida vitória na capital chilena.

Igor Jesus comemora como kamehameha após marcar primeiro gol pela seleção brasileira Foto: Rodrigo Arangua/AFP

CHILE 1 X 2 BRASIL

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  • CHILE: Cortés; Loyola, Kuscevic, Maripán e Galdames (Marcelo Morales); Echeverría, Diego Valdés e Pavez (Alarcón); Darío Osorio (Tápia), Dávila (Cepeda) e Vargas (Palacios). Técnico: Ricardo Gareca.
  • BRASIL: Ederson; Danilo, Marquinhos, Gabriel Magalhães e Abner (Gabriel Martinelli); André (Bruno Guimarães) e Lucas Paquetá (Gerson); Savinho (Luiz Henrique), Raphinha, Rodrygo e Igor Jesus (Endrick). Técnico: Dorival Júnior.
  • GOLS: Vargas, a 1, e Igor Jesus, aos 44 minutos do primeiro tempo. Luiz Henrique, aos 43 do segundo tempo.
  • ÁRBITRO: Dario Herrera (Argentina).
  • CARTÕES AMARELOS: Lucas Paquetá, Galdames, Danilo.
  • PÚBLICO E RENDA: Não divulgados.
  • LOCAL: Estádio Nacional de Santiago, no Chile.

Dois botafoguenses salvaram o Brasil de mais um vexame e foram decisivos para a vitória sobre o Chile, de virada, por 2 a 1 nesta quinta-feira. Igor Jesus e Luiz Henrique e evitaram o caos ao irem às às redes no triunfo em Santiago, conquistado com gol perto dos acréscimos, quando a partida apontava para um melancólico empate. O resultado pode dar confiança e faz a seleção brasileira do pressionado - e agora aliviado - Dorival Júnior saltar na tabela.

A apresentação não foi das melhores mais uma vez, mas foram importantes os três pontos que levaram o Brasil ao quarto lugar na tabela de classificação das Eliminatórias, com 13 pontos. Manteve-se o futebol pobre, com pouco repertório e sem soluções táticas. No entanto, o poder de decisão de Igor Jesus, em grande fase, e a ousadia de Luiz Henrique, salvaram a pragmática seleção.

As estrelas, como Rodrygo, decisivo em seu clube, o Real Madrid, se mantiveram apagadas - por responsabilidade própria e também por causa da pobreza tática e técnica dessa equipe.

Em Santiago, foi previsível e improdutiva a seleção brasileira, repetindo atuações abaixo da média que havia feito sob o comando de Dorival e outros técnicos. O time, por vezes, acelerou muito e pensou pouco. Foi afoito e em alguns momentos desesperado, provavelmente pela necessidade do resultado positivo, que enfim veio e deu alívio aos jogadores e à comissão técnica.

Luiz Henrique saiu do banco para dar vitória à seleção com gol no fim Foto: Javier Torres/AFP

Diante do Chile, freguês histórico, o Brasil saiu vencedor, ainda que não tenha sido soberano. A seleção chilena atual é valente, mas bastante limitada, tanto que só ganhou uma vez nas Eliminatórias e tem a segunda pior campanha do torneio, com cinco pontos. Mesmo assim, segurou os brasileiros por algum tempo e até exerceu certo domínio em parte do duelo.

Foi melancólico o início de jogo da seleção, que levou um gol no primeiro minuto e complicou o que já era difícil. O gol foi resultado de falhas em sequência na marcação e uma clara desatenção de jogadores como Danilo, que não se sabe se é zagueiro ou lateral. Certo é que joga mal nas duas posições, mas é considerado um líder por Dorival, que lhe concedeu a braçadeira de capitão. Ele não viu Vargas às suas costas. O chileno, atacante reserva do Atlético Mineiro, cabeceou por cima de Ederson, outro a falhar.

A pressão dos chilenos seguiu até perto dos 15 minutos, período depois do qual o Brasil passou a controlar a partida. Mas não foi um domínio tão claro. O time de Dorival teve a bola, procurou espaços e rondou a área do rival, só que, com um futebol burocrático, não levou perigo. Até que Savinho, um dos que mais tentou, driblou na ponta direita e cruzou na cabeça de Igor Jesus. O estreante mandou para as redes e comemorou efusivamente. Foi a primeira vez no século que um atleta do Botafogo marcou um gol pela seleção.

Dorival Júnior gesticula durante jogo do Brasil em Santiago Foto: Javier Torres/AFP

Ninguém jogou tão mal como Lucas Paquetá. Investigado por suposta participação em esquema de apostas, o meio-campista levou cartão amarelo com um minuto de jogo. Depois, errou passes em profusão e mais reclamou do que correu. Foi justamente sacado no intervalo.

As presenças de Gerson na vaga de Paquetá e Bruno Guimarães no lugar de André deram qualidade ao meio de campo da formação brasileira, mas outros jogadores, como Raphinha e Rodrygo, pouco apareceram. A “estratégia” por muitas vezes foi bola em Savinho e o ponta do Manchester City que se vire. Ele tentou, mas, na maioria das vezes sozinho, não progrediu.

Até o melhor jogador do time ser sacado por Dorival, que resolveu por Luiz Henrique em campo. Sem Savinho, ninguém conseguiu ao menos acertar dribles e encontrar espaços. O meio de campo trocou passes com lentidão. Quando tentava acelerar, errava. Foi grande a posse de bola, mas inócua.

Até que Luiz Henrique resolveu chamar a responsabilidade e fazer o que ninguém vinha fazendo: arriscar. Perto dos acréscimos, o meia-atacante limpou a marcação e acertou o canto direito do goleiro para Salvar o Brasil e garantir a sofrida vitória na capital chilena.

Igor Jesus comemora como kamehameha após marcar primeiro gol pela seleção brasileira Foto: Rodrigo Arangua/AFP

CHILE 1 X 2 BRASIL

  • CHILE: Cortés; Loyola, Kuscevic, Maripán e Galdames (Marcelo Morales); Echeverría, Diego Valdés e Pavez (Alarcón); Darío Osorio (Tápia), Dávila (Cepeda) e Vargas (Palacios). Técnico: Ricardo Gareca.
  • BRASIL: Ederson; Danilo, Marquinhos, Gabriel Magalhães e Abner (Gabriel Martinelli); André (Bruno Guimarães) e Lucas Paquetá (Gerson); Savinho (Luiz Henrique), Raphinha, Rodrygo e Igor Jesus (Endrick). Técnico: Dorival Júnior.
  • GOLS: Vargas, a 1, e Igor Jesus, aos 44 minutos do primeiro tempo. Luiz Henrique, aos 43 do segundo tempo.
  • ÁRBITRO: Dario Herrera (Argentina).
  • CARTÕES AMARELOS: Lucas Paquetá, Galdames, Danilo.
  • PÚBLICO E RENDA: Não divulgados.
  • LOCAL: Estádio Nacional de Santiago, no Chile.

Dois botafoguenses salvaram o Brasil de mais um vexame e foram decisivos para a vitória sobre o Chile, de virada, por 2 a 1 nesta quinta-feira. Igor Jesus e Luiz Henrique e evitaram o caos ao irem às às redes no triunfo em Santiago, conquistado com gol perto dos acréscimos, quando a partida apontava para um melancólico empate. O resultado pode dar confiança e faz a seleção brasileira do pressionado - e agora aliviado - Dorival Júnior saltar na tabela.

A apresentação não foi das melhores mais uma vez, mas foram importantes os três pontos que levaram o Brasil ao quarto lugar na tabela de classificação das Eliminatórias, com 13 pontos. Manteve-se o futebol pobre, com pouco repertório e sem soluções táticas. No entanto, o poder de decisão de Igor Jesus, em grande fase, e a ousadia de Luiz Henrique, salvaram a pragmática seleção.

As estrelas, como Rodrygo, decisivo em seu clube, o Real Madrid, se mantiveram apagadas - por responsabilidade própria e também por causa da pobreza tática e técnica dessa equipe.

Em Santiago, foi previsível e improdutiva a seleção brasileira, repetindo atuações abaixo da média que havia feito sob o comando de Dorival e outros técnicos. O time, por vezes, acelerou muito e pensou pouco. Foi afoito e em alguns momentos desesperado, provavelmente pela necessidade do resultado positivo, que enfim veio e deu alívio aos jogadores e à comissão técnica.

Luiz Henrique saiu do banco para dar vitória à seleção com gol no fim Foto: Javier Torres/AFP

Diante do Chile, freguês histórico, o Brasil saiu vencedor, ainda que não tenha sido soberano. A seleção chilena atual é valente, mas bastante limitada, tanto que só ganhou uma vez nas Eliminatórias e tem a segunda pior campanha do torneio, com cinco pontos. Mesmo assim, segurou os brasileiros por algum tempo e até exerceu certo domínio em parte do duelo.

Foi melancólico o início de jogo da seleção, que levou um gol no primeiro minuto e complicou o que já era difícil. O gol foi resultado de falhas em sequência na marcação e uma clara desatenção de jogadores como Danilo, que não se sabe se é zagueiro ou lateral. Certo é que joga mal nas duas posições, mas é considerado um líder por Dorival, que lhe concedeu a braçadeira de capitão. Ele não viu Vargas às suas costas. O chileno, atacante reserva do Atlético Mineiro, cabeceou por cima de Ederson, outro a falhar.

A pressão dos chilenos seguiu até perto dos 15 minutos, período depois do qual o Brasil passou a controlar a partida. Mas não foi um domínio tão claro. O time de Dorival teve a bola, procurou espaços e rondou a área do rival, só que, com um futebol burocrático, não levou perigo. Até que Savinho, um dos que mais tentou, driblou na ponta direita e cruzou na cabeça de Igor Jesus. O estreante mandou para as redes e comemorou efusivamente. Foi a primeira vez no século que um atleta do Botafogo marcou um gol pela seleção.

Dorival Júnior gesticula durante jogo do Brasil em Santiago Foto: Javier Torres/AFP

Ninguém jogou tão mal como Lucas Paquetá. Investigado por suposta participação em esquema de apostas, o meio-campista levou cartão amarelo com um minuto de jogo. Depois, errou passes em profusão e mais reclamou do que correu. Foi justamente sacado no intervalo.

As presenças de Gerson na vaga de Paquetá e Bruno Guimarães no lugar de André deram qualidade ao meio de campo da formação brasileira, mas outros jogadores, como Raphinha e Rodrygo, pouco apareceram. A “estratégia” por muitas vezes foi bola em Savinho e o ponta do Manchester City que se vire. Ele tentou, mas, na maioria das vezes sozinho, não progrediu.

Até o melhor jogador do time ser sacado por Dorival, que resolveu por Luiz Henrique em campo. Sem Savinho, ninguém conseguiu ao menos acertar dribles e encontrar espaços. O meio de campo trocou passes com lentidão. Quando tentava acelerar, errava. Foi grande a posse de bola, mas inócua.

Até que Luiz Henrique resolveu chamar a responsabilidade e fazer o que ninguém vinha fazendo: arriscar. Perto dos acréscimos, o meia-atacante limpou a marcação e acertou o canto direito do goleiro para Salvar o Brasil e garantir a sofrida vitória na capital chilena.

Igor Jesus comemora como kamehameha após marcar primeiro gol pela seleção brasileira Foto: Rodrigo Arangua/AFP

CHILE 1 X 2 BRASIL

  • CHILE: Cortés; Loyola, Kuscevic, Maripán e Galdames (Marcelo Morales); Echeverría, Diego Valdés e Pavez (Alarcón); Darío Osorio (Tápia), Dávila (Cepeda) e Vargas (Palacios). Técnico: Ricardo Gareca.
  • BRASIL: Ederson; Danilo, Marquinhos, Gabriel Magalhães e Abner (Gabriel Martinelli); André (Bruno Guimarães) e Lucas Paquetá (Gerson); Savinho (Luiz Henrique), Raphinha, Rodrygo e Igor Jesus (Endrick). Técnico: Dorival Júnior.
  • GOLS: Vargas, a 1, e Igor Jesus, aos 44 minutos do primeiro tempo. Luiz Henrique, aos 43 do segundo tempo.
  • ÁRBITRO: Dario Herrera (Argentina).
  • CARTÕES AMARELOS: Lucas Paquetá, Galdames, Danilo.
  • PÚBLICO E RENDA: Não divulgados.
  • LOCAL: Estádio Nacional de Santiago, no Chile.

Dois botafoguenses salvaram o Brasil de mais um vexame e foram decisivos para a vitória sobre o Chile, de virada, por 2 a 1 nesta quinta-feira. Igor Jesus e Luiz Henrique e evitaram o caos ao irem às às redes no triunfo em Santiago, conquistado com gol perto dos acréscimos, quando a partida apontava para um melancólico empate. O resultado pode dar confiança e faz a seleção brasileira do pressionado - e agora aliviado - Dorival Júnior saltar na tabela.

A apresentação não foi das melhores mais uma vez, mas foram importantes os três pontos que levaram o Brasil ao quarto lugar na tabela de classificação das Eliminatórias, com 13 pontos. Manteve-se o futebol pobre, com pouco repertório e sem soluções táticas. No entanto, o poder de decisão de Igor Jesus, em grande fase, e a ousadia de Luiz Henrique, salvaram a pragmática seleção.

As estrelas, como Rodrygo, decisivo em seu clube, o Real Madrid, se mantiveram apagadas - por responsabilidade própria e também por causa da pobreza tática e técnica dessa equipe.

Em Santiago, foi previsível e improdutiva a seleção brasileira, repetindo atuações abaixo da média que havia feito sob o comando de Dorival e outros técnicos. O time, por vezes, acelerou muito e pensou pouco. Foi afoito e em alguns momentos desesperado, provavelmente pela necessidade do resultado positivo, que enfim veio e deu alívio aos jogadores e à comissão técnica.

Luiz Henrique saiu do banco para dar vitória à seleção com gol no fim Foto: Javier Torres/AFP

Diante do Chile, freguês histórico, o Brasil saiu vencedor, ainda que não tenha sido soberano. A seleção chilena atual é valente, mas bastante limitada, tanto que só ganhou uma vez nas Eliminatórias e tem a segunda pior campanha do torneio, com cinco pontos. Mesmo assim, segurou os brasileiros por algum tempo e até exerceu certo domínio em parte do duelo.

Foi melancólico o início de jogo da seleção, que levou um gol no primeiro minuto e complicou o que já era difícil. O gol foi resultado de falhas em sequência na marcação e uma clara desatenção de jogadores como Danilo, que não se sabe se é zagueiro ou lateral. Certo é que joga mal nas duas posições, mas é considerado um líder por Dorival, que lhe concedeu a braçadeira de capitão. Ele não viu Vargas às suas costas. O chileno, atacante reserva do Atlético Mineiro, cabeceou por cima de Ederson, outro a falhar.

A pressão dos chilenos seguiu até perto dos 15 minutos, período depois do qual o Brasil passou a controlar a partida. Mas não foi um domínio tão claro. O time de Dorival teve a bola, procurou espaços e rondou a área do rival, só que, com um futebol burocrático, não levou perigo. Até que Savinho, um dos que mais tentou, driblou na ponta direita e cruzou na cabeça de Igor Jesus. O estreante mandou para as redes e comemorou efusivamente. Foi a primeira vez no século que um atleta do Botafogo marcou um gol pela seleção.

Dorival Júnior gesticula durante jogo do Brasil em Santiago Foto: Javier Torres/AFP

Ninguém jogou tão mal como Lucas Paquetá. Investigado por suposta participação em esquema de apostas, o meio-campista levou cartão amarelo com um minuto de jogo. Depois, errou passes em profusão e mais reclamou do que correu. Foi justamente sacado no intervalo.

As presenças de Gerson na vaga de Paquetá e Bruno Guimarães no lugar de André deram qualidade ao meio de campo da formação brasileira, mas outros jogadores, como Raphinha e Rodrygo, pouco apareceram. A “estratégia” por muitas vezes foi bola em Savinho e o ponta do Manchester City que se vire. Ele tentou, mas, na maioria das vezes sozinho, não progrediu.

Até o melhor jogador do time ser sacado por Dorival, que resolveu por Luiz Henrique em campo. Sem Savinho, ninguém conseguiu ao menos acertar dribles e encontrar espaços. O meio de campo trocou passes com lentidão. Quando tentava acelerar, errava. Foi grande a posse de bola, mas inócua.

Até que Luiz Henrique resolveu chamar a responsabilidade e fazer o que ninguém vinha fazendo: arriscar. Perto dos acréscimos, o meia-atacante limpou a marcação e acertou o canto direito do goleiro para Salvar o Brasil e garantir a sofrida vitória na capital chilena.

Igor Jesus comemora como kamehameha após marcar primeiro gol pela seleção brasileira Foto: Rodrigo Arangua/AFP

CHILE 1 X 2 BRASIL

  • CHILE: Cortés; Loyola, Kuscevic, Maripán e Galdames (Marcelo Morales); Echeverría, Diego Valdés e Pavez (Alarcón); Darío Osorio (Tápia), Dávila (Cepeda) e Vargas (Palacios). Técnico: Ricardo Gareca.
  • BRASIL: Ederson; Danilo, Marquinhos, Gabriel Magalhães e Abner (Gabriel Martinelli); André (Bruno Guimarães) e Lucas Paquetá (Gerson); Savinho (Luiz Henrique), Raphinha, Rodrygo e Igor Jesus (Endrick). Técnico: Dorival Júnior.
  • GOLS: Vargas, a 1, e Igor Jesus, aos 44 minutos do primeiro tempo. Luiz Henrique, aos 43 do segundo tempo.
  • ÁRBITRO: Dario Herrera (Argentina).
  • CARTÕES AMARELOS: Lucas Paquetá, Galdames, Danilo.
  • PÚBLICO E RENDA: Não divulgados.
  • LOCAL: Estádio Nacional de Santiago, no Chile.
Análise por Ricardo Magatti

Repórter da editoria de Esportes desde 2018. Formado em Jornalismo pela Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC-Campinas), com pós-graduação em Jornalismo Esportivo e Multimídias pela Universidade Anhembi Morumbi. Cobriu a Copa do Mundo do Catar, em 2022, e a Olimpíada de Paris, em 2024.

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