Brasileirão tem Palmeiras e Botafogo com apenas 8ª e 10ª melhores médias de público; veja ranking


Atual edição do maior campeonato do País registra 7,5 milhões de torcedores nos estádios até a 30ª rodada

Por Ricardo Magatti e Leonardo Catto

O interesse da torcida pelo Brasileirão continua em crescimento, tanto que tem aumentado o volume de público aos estádios em 2024. Neste ano, são mais de 7,5 milhões de torcedores nas arquibancadas e pouco mais de 25,8 mil por partida, o que representa a segunda maior média de público na história da competição, atrás apenas da edição do ano passado, que registrou índices acima dos 26 mil e bateu um recorde de público que durava 40 anos. Ao final da 30ª rodada, o indicativo é de que é grande a chance de a edição deste ano superar à de 2023.

Para as duas melhores equipes da competição, entretanto, a situação é diferente. Líder e vice-líder do campeonato, Botafogo e Palmeiras apresentam, respectivamente, apenas a décima e a oitava melhor média de público da primeira divisão nacional. Enquanto a equipe carioca levou cerca de 27 mil torcedores por jogo nas partidas como mandante, a média alviverde está na casa dos 30,5 mil. Ambos estão atrás de clubes como Bahia (36,4 mil), Cruzeiro (35 mil), Atlético-MG (33,2 mil) e Fluminense (31,7 mil).

O Botafogo não está entre os que mais levam torcida ao estádio, mas é dono do maior público do campeonato em uma única partida, registrado justamente na 30ª rodada. No Maracanã, 64.727 torcedores assistiram ao empate por 1 a 1 com o Criciúma na última sexta-feira.

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No top-3, Flamengo, Corinthians e São Paulo são as únicas equipes que levaram, até aqui, mais de 40 mil torcedores por partida. Enquanto o rubro-negro apresenta público médio de 52 mil, o time alvinegro registra média de 42,9 mil e a equipe tricolor leva 41 mil torcedores ao estádio por jogo na competição.

Torcida do Palmeiras no Allianz Parque, que, indisponível em alguns jogos, foi determinante para reduzir média de público do time Foto: Felipe Rau/Estadão

A marca atingida pelo Corinthians, inclusive, supera em mais de 11% a registrada durante a edição anterior, na casa dos 38 mil. Esse apoio foi fundamental para o time de Ramón Diaz escapar da zona de rebaixamento. No último jogo, mais de 44 mil corintianos assistiram na Neo Química Arena à vitória sobre o Athletico-PR por 5 a 2. Será necessário manter esses números, já que o Vitória venceu, no sábado, e colocou os paulistas de novo no Z-4.

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“Para ser honesto, você não pode comparar a atmosfera com nenhum outro estádio. Então, um grande elogio aos torcedores”, disse Memphis Depay na última quinta-feira, minutos depois de marcar seu primeiro gol pelo Corinthians. “Acho que para nós, como jogadores, jogar aqui é muito especial, ter uma torcida assim em todos os jogos porque isso nos empurra para frente. E acho que, neste momento, precisamos disso”, acrescentou o astro holandês.

Torcedores são parte importante também da excelente campanha do Fortaleza, que briga com Palmeiras e Botafogo pela ponta. O time cearense, exemplo de administração, é o terceiro colocado, com 56 pontos.

“Nossa torcida, em geral, tem sido muito importante dentro desse momento especial que vivemos. No programa de associados, também temos tido uma crescente. É o que costumo dizer: essa adesão é potencializada quando mantemos um elenco competitivo e que desperte o interesse do torcedor em estar no estádio e contribuir mensalmente”, considera Marcelo Paz, CEO da SAF do Fortaleza.

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Allianz Parque indisponível prejudicou o Palmeiras

Não ter tido o Allianz Parque em quatro das 15 partidas que já fez na condição de mandante foi crucial para o Palmeiras ter registrado redução na média de público até a 30ª rodada. No ano passado, o campeão brasileiro terminou o torneio com média de 33.167, estatística que o deixou o quinto no ranking. Neste ano, por enquanto, a marca é de 30,5 mil, graças aos jogos fora da arena palmeirense e também às eliminações precoces das Copas, para Flamengo e Botafogo, o que afugentou o torcedor do estádio por um período.

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No Brasileirão deste ano, o Palmeiras não pôde jogar no Allianz Parque em quatro partidas: derrotas para Inter (0 a 1) e Athletico-PR (0 a 2), contra os quais atuou na Arena Barueri, e vitórias sobre Cuiabá (5 a 0) e Atlético-MG (2 a 1), com o Brinco de Ouro como palco. O estádio em Campinas passou a ser a segunda casa palmeirense depois que começaram as obras no estádio em Barueri, de propriedade de uma das empresas da presidente Leila Pereira.

Em cada um dos quatro confrontos, o time paulista jogou com menos da metade do público que costuma ir à arena: 13.464 (Inter); 12.108 (Athletico-PR, 16.566 (Cuiabá); e 16.040 (Atlético-MG).

Sem Allianz Parque, Palmeiras teve redução em média de público Foto: J. F. Diorio/Estadão
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Sócios-torcedores

Outro dado que chama atenção, até o momento, é a proporção de sócios-torcedores em relação ao público geral presente nos estádios. Clubes como Criciúma (88,3%), Vitória (81,8%) e Athletico-PR (78,6%) lideram a métrica.

O Criciúma tem parceira com o Recicla Junto, projeto que nasceu em 2019 e recolhia resíduos recicláveis da torcida em troca de ingressos para os jogos. No Heriberto Hülse, estádio do time catarinense, os torcedores são conscientizados da importância do descarte correto e da reciclagem. “A torcida tem feito a sua parte na sustentabilidade, participando do recolhimento dos resíduos em todas as partidas deste ano”, afirma Augusto Freitas, CEO da Cristalcopo e idealizador do Recicla Junto.

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Entre as equipes de mais tradição, a mais bem colocada no ranking é o Corinthians, com 67,4% do público presente sendo composto por sócios-torcedores. O Bahia, com 64%, completa o top-5. Jorge Duarte, gerente de marketing e esportes da Somos Young, empresa que realiza o atendimento a sócios-torcedores dos clubes, vê a alta presença dos associados nos estádios como um bom sinal, sobretudo no caso das equipes de menor expressão, em que as fontes de receitas costumam ser mais escassas.

Corinthians tem segunda maior média de público do Brasileirão Foto: Rodrigo Coca/Ag. Corinthians

Seguindo entre as formas de geração de receitas, até o momento, os 20 clubes da elite do futebol brasileiro somam, juntos, quase R$ 370 milhões arrecadados somente em bilheteria nesta edição. Semelhante ao ranking de público, o Flamengo lidera (com R$ 2,9 milhões), sendo seguido por Corinthians (R$ 2,564 milhões) e São Paulo (R$ 2,563 milhões).

O Palmeiras aparece na quarta colocação (R$ 2,25 milhões), seguido pelo Atlético-MG (R$ 1,8 milhão). O Inter se destaca pelo volume de sócios. Desde 2006, o clube possui mais sócios que a capacidade do Beira-Rio, segundo André Dalto, vice-presidente de administração.

“Hoje, temos cerca de 150 mil sócios, e o estádio suporta em torno de 50 mil torcedores, o que faz com que em grandes jogos, como o Gre-Nal do último sábado, o Beira-Rio seja ocupado exclusivamente por sócios. O clube vem, ao longo dos anos, aprimorando benefícios e promovendo experiências para atrair mais torcedores para o quadro social”, afirma Dalto.

Algumas das formas de receita que impulsionam essa arrecadação se dão a partir da venda de espaços Vip, como camarotes especiais. É o caso de clubes como o trio de ferro paulista, todos com parcerias com a Soccer Hospitality para o gerenciamento dos camarotes Fiel Zone – na Neo Química Arena, com piscina e shows em dias sem jogos –, o Camarote dos Ídolos – no MorumBis, onde os torcedores podem acompanhar as partidas ao lado de importantes personagens da história do clube – e o Fanzone – no Allianz Parque, com áreas privilegiadas.

“Esses ambientes possibilitam que os fãs tenham experiências que vão muito além dos 90 minutos de jogo. Nossa busca é por trazer novas ideias aos estádios, como a instalação de barbearias e estúdios de tatuagem. É algo diferente, mas que tem se difundido entre aqueles que procuram assistir ao jogo em um ambiente mais descontraído”, diz Léo Rizzo, CEO da companhia.

No caso do estádio do Palmeiras, além dos camarotes VIP, o local também oferece diversidade de opções de alta gastronomia, como os restaurantes Nagairo, Braza e La Coppa, geridos pela GSH.

O interesse da torcida pelo Brasileirão continua em crescimento, tanto que tem aumentado o volume de público aos estádios em 2024. Neste ano, são mais de 7,5 milhões de torcedores nas arquibancadas e pouco mais de 25,8 mil por partida, o que representa a segunda maior média de público na história da competição, atrás apenas da edição do ano passado, que registrou índices acima dos 26 mil e bateu um recorde de público que durava 40 anos. Ao final da 30ª rodada, o indicativo é de que é grande a chance de a edição deste ano superar à de 2023.

Para as duas melhores equipes da competição, entretanto, a situação é diferente. Líder e vice-líder do campeonato, Botafogo e Palmeiras apresentam, respectivamente, apenas a décima e a oitava melhor média de público da primeira divisão nacional. Enquanto a equipe carioca levou cerca de 27 mil torcedores por jogo nas partidas como mandante, a média alviverde está na casa dos 30,5 mil. Ambos estão atrás de clubes como Bahia (36,4 mil), Cruzeiro (35 mil), Atlético-MG (33,2 mil) e Fluminense (31,7 mil).

O Botafogo não está entre os que mais levam torcida ao estádio, mas é dono do maior público do campeonato em uma única partida, registrado justamente na 30ª rodada. No Maracanã, 64.727 torcedores assistiram ao empate por 1 a 1 com o Criciúma na última sexta-feira.

No top-3, Flamengo, Corinthians e São Paulo são as únicas equipes que levaram, até aqui, mais de 40 mil torcedores por partida. Enquanto o rubro-negro apresenta público médio de 52 mil, o time alvinegro registra média de 42,9 mil e a equipe tricolor leva 41 mil torcedores ao estádio por jogo na competição.

Torcida do Palmeiras no Allianz Parque, que, indisponível em alguns jogos, foi determinante para reduzir média de público do time Foto: Felipe Rau/Estadão

A marca atingida pelo Corinthians, inclusive, supera em mais de 11% a registrada durante a edição anterior, na casa dos 38 mil. Esse apoio foi fundamental para o time de Ramón Diaz escapar da zona de rebaixamento. No último jogo, mais de 44 mil corintianos assistiram na Neo Química Arena à vitória sobre o Athletico-PR por 5 a 2. Será necessário manter esses números, já que o Vitória venceu, no sábado, e colocou os paulistas de novo no Z-4.

“Para ser honesto, você não pode comparar a atmosfera com nenhum outro estádio. Então, um grande elogio aos torcedores”, disse Memphis Depay na última quinta-feira, minutos depois de marcar seu primeiro gol pelo Corinthians. “Acho que para nós, como jogadores, jogar aqui é muito especial, ter uma torcida assim em todos os jogos porque isso nos empurra para frente. E acho que, neste momento, precisamos disso”, acrescentou o astro holandês.

Torcedores são parte importante também da excelente campanha do Fortaleza, que briga com Palmeiras e Botafogo pela ponta. O time cearense, exemplo de administração, é o terceiro colocado, com 56 pontos.

“Nossa torcida, em geral, tem sido muito importante dentro desse momento especial que vivemos. No programa de associados, também temos tido uma crescente. É o que costumo dizer: essa adesão é potencializada quando mantemos um elenco competitivo e que desperte o interesse do torcedor em estar no estádio e contribuir mensalmente”, considera Marcelo Paz, CEO da SAF do Fortaleza.

Allianz Parque indisponível prejudicou o Palmeiras

Não ter tido o Allianz Parque em quatro das 15 partidas que já fez na condição de mandante foi crucial para o Palmeiras ter registrado redução na média de público até a 30ª rodada. No ano passado, o campeão brasileiro terminou o torneio com média de 33.167, estatística que o deixou o quinto no ranking. Neste ano, por enquanto, a marca é de 30,5 mil, graças aos jogos fora da arena palmeirense e também às eliminações precoces das Copas, para Flamengo e Botafogo, o que afugentou o torcedor do estádio por um período.

No Brasileirão deste ano, o Palmeiras não pôde jogar no Allianz Parque em quatro partidas: derrotas para Inter (0 a 1) e Athletico-PR (0 a 2), contra os quais atuou na Arena Barueri, e vitórias sobre Cuiabá (5 a 0) e Atlético-MG (2 a 1), com o Brinco de Ouro como palco. O estádio em Campinas passou a ser a segunda casa palmeirense depois que começaram as obras no estádio em Barueri, de propriedade de uma das empresas da presidente Leila Pereira.

Em cada um dos quatro confrontos, o time paulista jogou com menos da metade do público que costuma ir à arena: 13.464 (Inter); 12.108 (Athletico-PR, 16.566 (Cuiabá); e 16.040 (Atlético-MG).

Sem Allianz Parque, Palmeiras teve redução em média de público Foto: J. F. Diorio/Estadão

Sócios-torcedores

Outro dado que chama atenção, até o momento, é a proporção de sócios-torcedores em relação ao público geral presente nos estádios. Clubes como Criciúma (88,3%), Vitória (81,8%) e Athletico-PR (78,6%) lideram a métrica.

O Criciúma tem parceira com o Recicla Junto, projeto que nasceu em 2019 e recolhia resíduos recicláveis da torcida em troca de ingressos para os jogos. No Heriberto Hülse, estádio do time catarinense, os torcedores são conscientizados da importância do descarte correto e da reciclagem. “A torcida tem feito a sua parte na sustentabilidade, participando do recolhimento dos resíduos em todas as partidas deste ano”, afirma Augusto Freitas, CEO da Cristalcopo e idealizador do Recicla Junto.

Entre as equipes de mais tradição, a mais bem colocada no ranking é o Corinthians, com 67,4% do público presente sendo composto por sócios-torcedores. O Bahia, com 64%, completa o top-5. Jorge Duarte, gerente de marketing e esportes da Somos Young, empresa que realiza o atendimento a sócios-torcedores dos clubes, vê a alta presença dos associados nos estádios como um bom sinal, sobretudo no caso das equipes de menor expressão, em que as fontes de receitas costumam ser mais escassas.

Corinthians tem segunda maior média de público do Brasileirão Foto: Rodrigo Coca/Ag. Corinthians

Seguindo entre as formas de geração de receitas, até o momento, os 20 clubes da elite do futebol brasileiro somam, juntos, quase R$ 370 milhões arrecadados somente em bilheteria nesta edição. Semelhante ao ranking de público, o Flamengo lidera (com R$ 2,9 milhões), sendo seguido por Corinthians (R$ 2,564 milhões) e São Paulo (R$ 2,563 milhões).

O Palmeiras aparece na quarta colocação (R$ 2,25 milhões), seguido pelo Atlético-MG (R$ 1,8 milhão). O Inter se destaca pelo volume de sócios. Desde 2006, o clube possui mais sócios que a capacidade do Beira-Rio, segundo André Dalto, vice-presidente de administração.

“Hoje, temos cerca de 150 mil sócios, e o estádio suporta em torno de 50 mil torcedores, o que faz com que em grandes jogos, como o Gre-Nal do último sábado, o Beira-Rio seja ocupado exclusivamente por sócios. O clube vem, ao longo dos anos, aprimorando benefícios e promovendo experiências para atrair mais torcedores para o quadro social”, afirma Dalto.

Algumas das formas de receita que impulsionam essa arrecadação se dão a partir da venda de espaços Vip, como camarotes especiais. É o caso de clubes como o trio de ferro paulista, todos com parcerias com a Soccer Hospitality para o gerenciamento dos camarotes Fiel Zone – na Neo Química Arena, com piscina e shows em dias sem jogos –, o Camarote dos Ídolos – no MorumBis, onde os torcedores podem acompanhar as partidas ao lado de importantes personagens da história do clube – e o Fanzone – no Allianz Parque, com áreas privilegiadas.

“Esses ambientes possibilitam que os fãs tenham experiências que vão muito além dos 90 minutos de jogo. Nossa busca é por trazer novas ideias aos estádios, como a instalação de barbearias e estúdios de tatuagem. É algo diferente, mas que tem se difundido entre aqueles que procuram assistir ao jogo em um ambiente mais descontraído”, diz Léo Rizzo, CEO da companhia.

No caso do estádio do Palmeiras, além dos camarotes VIP, o local também oferece diversidade de opções de alta gastronomia, como os restaurantes Nagairo, Braza e La Coppa, geridos pela GSH.

O interesse da torcida pelo Brasileirão continua em crescimento, tanto que tem aumentado o volume de público aos estádios em 2024. Neste ano, são mais de 7,5 milhões de torcedores nas arquibancadas e pouco mais de 25,8 mil por partida, o que representa a segunda maior média de público na história da competição, atrás apenas da edição do ano passado, que registrou índices acima dos 26 mil e bateu um recorde de público que durava 40 anos. Ao final da 30ª rodada, o indicativo é de que é grande a chance de a edição deste ano superar à de 2023.

Para as duas melhores equipes da competição, entretanto, a situação é diferente. Líder e vice-líder do campeonato, Botafogo e Palmeiras apresentam, respectivamente, apenas a décima e a oitava melhor média de público da primeira divisão nacional. Enquanto a equipe carioca levou cerca de 27 mil torcedores por jogo nas partidas como mandante, a média alviverde está na casa dos 30,5 mil. Ambos estão atrás de clubes como Bahia (36,4 mil), Cruzeiro (35 mil), Atlético-MG (33,2 mil) e Fluminense (31,7 mil).

O Botafogo não está entre os que mais levam torcida ao estádio, mas é dono do maior público do campeonato em uma única partida, registrado justamente na 30ª rodada. No Maracanã, 64.727 torcedores assistiram ao empate por 1 a 1 com o Criciúma na última sexta-feira.

No top-3, Flamengo, Corinthians e São Paulo são as únicas equipes que levaram, até aqui, mais de 40 mil torcedores por partida. Enquanto o rubro-negro apresenta público médio de 52 mil, o time alvinegro registra média de 42,9 mil e a equipe tricolor leva 41 mil torcedores ao estádio por jogo na competição.

Torcida do Palmeiras no Allianz Parque, que, indisponível em alguns jogos, foi determinante para reduzir média de público do time Foto: Felipe Rau/Estadão

A marca atingida pelo Corinthians, inclusive, supera em mais de 11% a registrada durante a edição anterior, na casa dos 38 mil. Esse apoio foi fundamental para o time de Ramón Diaz escapar da zona de rebaixamento. No último jogo, mais de 44 mil corintianos assistiram na Neo Química Arena à vitória sobre o Athletico-PR por 5 a 2. Será necessário manter esses números, já que o Vitória venceu, no sábado, e colocou os paulistas de novo no Z-4.

“Para ser honesto, você não pode comparar a atmosfera com nenhum outro estádio. Então, um grande elogio aos torcedores”, disse Memphis Depay na última quinta-feira, minutos depois de marcar seu primeiro gol pelo Corinthians. “Acho que para nós, como jogadores, jogar aqui é muito especial, ter uma torcida assim em todos os jogos porque isso nos empurra para frente. E acho que, neste momento, precisamos disso”, acrescentou o astro holandês.

Torcedores são parte importante também da excelente campanha do Fortaleza, que briga com Palmeiras e Botafogo pela ponta. O time cearense, exemplo de administração, é o terceiro colocado, com 56 pontos.

“Nossa torcida, em geral, tem sido muito importante dentro desse momento especial que vivemos. No programa de associados, também temos tido uma crescente. É o que costumo dizer: essa adesão é potencializada quando mantemos um elenco competitivo e que desperte o interesse do torcedor em estar no estádio e contribuir mensalmente”, considera Marcelo Paz, CEO da SAF do Fortaleza.

Allianz Parque indisponível prejudicou o Palmeiras

Não ter tido o Allianz Parque em quatro das 15 partidas que já fez na condição de mandante foi crucial para o Palmeiras ter registrado redução na média de público até a 30ª rodada. No ano passado, o campeão brasileiro terminou o torneio com média de 33.167, estatística que o deixou o quinto no ranking. Neste ano, por enquanto, a marca é de 30,5 mil, graças aos jogos fora da arena palmeirense e também às eliminações precoces das Copas, para Flamengo e Botafogo, o que afugentou o torcedor do estádio por um período.

No Brasileirão deste ano, o Palmeiras não pôde jogar no Allianz Parque em quatro partidas: derrotas para Inter (0 a 1) e Athletico-PR (0 a 2), contra os quais atuou na Arena Barueri, e vitórias sobre Cuiabá (5 a 0) e Atlético-MG (2 a 1), com o Brinco de Ouro como palco. O estádio em Campinas passou a ser a segunda casa palmeirense depois que começaram as obras no estádio em Barueri, de propriedade de uma das empresas da presidente Leila Pereira.

Em cada um dos quatro confrontos, o time paulista jogou com menos da metade do público que costuma ir à arena: 13.464 (Inter); 12.108 (Athletico-PR, 16.566 (Cuiabá); e 16.040 (Atlético-MG).

Sem Allianz Parque, Palmeiras teve redução em média de público Foto: J. F. Diorio/Estadão

Sócios-torcedores

Outro dado que chama atenção, até o momento, é a proporção de sócios-torcedores em relação ao público geral presente nos estádios. Clubes como Criciúma (88,3%), Vitória (81,8%) e Athletico-PR (78,6%) lideram a métrica.

O Criciúma tem parceira com o Recicla Junto, projeto que nasceu em 2019 e recolhia resíduos recicláveis da torcida em troca de ingressos para os jogos. No Heriberto Hülse, estádio do time catarinense, os torcedores são conscientizados da importância do descarte correto e da reciclagem. “A torcida tem feito a sua parte na sustentabilidade, participando do recolhimento dos resíduos em todas as partidas deste ano”, afirma Augusto Freitas, CEO da Cristalcopo e idealizador do Recicla Junto.

Entre as equipes de mais tradição, a mais bem colocada no ranking é o Corinthians, com 67,4% do público presente sendo composto por sócios-torcedores. O Bahia, com 64%, completa o top-5. Jorge Duarte, gerente de marketing e esportes da Somos Young, empresa que realiza o atendimento a sócios-torcedores dos clubes, vê a alta presença dos associados nos estádios como um bom sinal, sobretudo no caso das equipes de menor expressão, em que as fontes de receitas costumam ser mais escassas.

Corinthians tem segunda maior média de público do Brasileirão Foto: Rodrigo Coca/Ag. Corinthians

Seguindo entre as formas de geração de receitas, até o momento, os 20 clubes da elite do futebol brasileiro somam, juntos, quase R$ 370 milhões arrecadados somente em bilheteria nesta edição. Semelhante ao ranking de público, o Flamengo lidera (com R$ 2,9 milhões), sendo seguido por Corinthians (R$ 2,564 milhões) e São Paulo (R$ 2,563 milhões).

O Palmeiras aparece na quarta colocação (R$ 2,25 milhões), seguido pelo Atlético-MG (R$ 1,8 milhão). O Inter se destaca pelo volume de sócios. Desde 2006, o clube possui mais sócios que a capacidade do Beira-Rio, segundo André Dalto, vice-presidente de administração.

“Hoje, temos cerca de 150 mil sócios, e o estádio suporta em torno de 50 mil torcedores, o que faz com que em grandes jogos, como o Gre-Nal do último sábado, o Beira-Rio seja ocupado exclusivamente por sócios. O clube vem, ao longo dos anos, aprimorando benefícios e promovendo experiências para atrair mais torcedores para o quadro social”, afirma Dalto.

Algumas das formas de receita que impulsionam essa arrecadação se dão a partir da venda de espaços Vip, como camarotes especiais. É o caso de clubes como o trio de ferro paulista, todos com parcerias com a Soccer Hospitality para o gerenciamento dos camarotes Fiel Zone – na Neo Química Arena, com piscina e shows em dias sem jogos –, o Camarote dos Ídolos – no MorumBis, onde os torcedores podem acompanhar as partidas ao lado de importantes personagens da história do clube – e o Fanzone – no Allianz Parque, com áreas privilegiadas.

“Esses ambientes possibilitam que os fãs tenham experiências que vão muito além dos 90 minutos de jogo. Nossa busca é por trazer novas ideias aos estádios, como a instalação de barbearias e estúdios de tatuagem. É algo diferente, mas que tem se difundido entre aqueles que procuram assistir ao jogo em um ambiente mais descontraído”, diz Léo Rizzo, CEO da companhia.

No caso do estádio do Palmeiras, além dos camarotes VIP, o local também oferece diversidade de opções de alta gastronomia, como os restaurantes Nagairo, Braza e La Coppa, geridos pela GSH.

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