O Brasileirão 2023 tem média de público histórica e já ultrapassa a marca de 7 milhões de torcedores nos estádios, além de manter uma média de 27,9 mil espectadores por partida. O número é superior à melhor proporção já registrada em outra edição na história, de 22,9 mil no campeonato de 1983. Em relação à mesma altura da competição no ano passado, o índice atual supera em 28% a média de 21,8 mil alcançada até a 28ª rodada em 2022.
Além disso, no momento, 12 das 20 equipes que disputam o campeonato levaram mais de 30 mil torcedores aos estádios por rodada. São elas: Flamengo (54,4 mil), São Paulo (46,6 mil), Corinthians (39,6 mil), Bahia (37 mil), Palmeiras (35,9 mil), Fluminense (33,7 mil), Atlético-MG (31,7 mil), Fortaleza (31,5 mil), Vasco (31,3 mil), Grêmio (30,7 mil), Cruzeiro (30,4 mil) e Botafogo (30,3 mil). Os números levam em consideração apenas os jogos com presença de público.
Bruno Brum, CMO da End to End, empresa que realiza ativações, indica que os caminhos para alcançar tais índices também devem levar em conta o desenvolvimento de ações que tenham como intuito aproximar ainda mais o torcedor do clube. “É preciso que os clubes continuem desenvolvendo ações criativas e idealizando ações estratégicas eficazes para além das perspectivas do campeonato apenas. Dessa forma, assim como a possibilidade de maior proximidade com os fãs, consolida-se ainda mais a marca da instituição”, afirma.
Um dos clubes que apostam em ações diferenciadas é o Flamengo, equipe que mais contou com o apoio de seu torcedor no Brasileirão desde ano. O Rubro-negro tem, por exemplo, experiência digital para sócios torcedores, turbinada por uma das empresas parceiras para a comercialização de bilhetes. “Há investimento em customização, blindagem antifraude, suportes, staff de bilheteria, inclusão de um QR Code dinâmico, como mais uma forma de acesso exclusiva ao sócio-torcedor em setores específicos do Maracanã. Tudo isso garante infraestrutura robusta e de alta performance, com estabilidade e segurança. E também atrai os torcedores para o estádio”, explica Tironi Paz Ortiz, CEO e fundador da Imply.
Já em receitas com bilheteria, o Flamengo também lidera, com média de arrecadação de R$ 3,4 milhões por partida. Na sequência, destacam-se São Paulo (R$ 2,6 milhões), Corinthians (R$ 2,5 milhões), Palmeiras (R$ 2,4 milhões) e Grêmio (R$ 2 milhões).
“Vários fatores colaboram para esses números tão expressivos. Não apenas a qualidade dos times e as estrelas que chegaram, mas também a excelência no serviço oferecido por programas de sócios torcedores até uma tecnologia eficiente que vai desde venda de ingressos até serviços objetivos dentro das arenas”, diz Henrique Borges, CEO da Somos Young, empresa especializada no atendimento de sócios torcedores e que atua em clubes como Bahia e Cruzeiro.
Com valores milionários em premiações, que em 2022 variou entre R$ 15 milhões e R$ 45 milhões e neste ano deve ser maior, o Brasileirão goza de diversos patrocinadores e parceiros que contribuem para tais valores, como Assaí Atacadista, Binance, Brahma, Konami, Galera.bet e GIROAgro. Além do aporte financeiro à competição, as patrocinadoras incentivam ações de engajamento com os torcedores. O Galera.bet, por exemplo, tem camarotes em dois importantes estádios da capital de São Paulo: Allianz Parque e Neo Química Arena. Na casa do Palmeiras, a empresa promoveu, em meados deste ano, um tour pelas arenas.
Os próprios camarotes são opções interessantes para, além de fornecer maior conforto aos torcedores, poder movimentar a economia de outra maneira em dias de jogos. A Soccer Hospitality, especializada na gestão desses locais nos estádios, possui espaços premium no campo do Botafogo e dos quatro principais clubes de São Paulo.
“Nossos camarotes oferecem diversos serviços que também garantem receitas às equipes em dias de jogos. Fornecemos aos torcedores um maior conforto e experiências únicas, como atrações musicais antes das partidas”, destaca Léo Rizzo, CEO da Soccer Hospitality, que opera no Camarote dos Ídolos no Morumbi, no FielZone na Neo Química Arena, no Fanzone no Allianz Parque, no Boteco Santista na Vila Belmiro, e no FireZone no Nílton Santos.
Para além do eixo Rio-SP, equipes do sul e do nordeste também se destacam fora das quatro linhas e figuram no top 5 de clubes com maior taxa de sócios torcedores nos estádios. Atrás do Corinthians, que lidera o ranking com proporção próxima aos 85%, aparecem, na sequência, Coritiba (78%), Athletico-PR (72%), Fortaleza (63%) e Bahia (53%).
Marcelo Paz, presidente do Fortaleza, destaca o crescimento do programa de associados do Leão e exalta a adesão da torcida Tricolor. “Desde o fim de 2017, no início de minha gestão, conseguimos sair da marca de 7 mil sócios para cerca de 42 mil, atualmente. Realizamos diversas ações para aumentar esse número, e temos como objetivos chegar aos 50 mil ainda em 2023″, pontua.