Palmeiras tem segundo elenco mais ‘velho’ do Brasileirão e São Paulo se rejuvenesce; veja ranking


Em levantamento do ‘Estadão’, Corinthians e Santos ficam próximos da média de idade da competição enquanto lutam contra o rebaixamento; RB Bragantino tem o time mais jovem

Por Murillo César Alves
Atualização:

A 16 rodadas do fim do Campeonato Brasileiro, a maioria dos times já utilizou mais de 25 jogadores cada um na competição. Em um modelo de disputa por pontos corridos, é necessário que os clubes tenham elencos que mesclem juventude e experiência para que possam atingir as metas no ano. Em levantamento do Estadão, os times paulistas têm cenários distintos em relação à media de idade de seus atletas: enquanto o Palmeiras possui o segundo grupo mais “velho” do Brasileirão, São Paulo e Red Bull Bragantino têm os elencos mais jovens.

Foram analisados os dados de todos os atletas que entraram ao menos um minuto em campo no Brasileirão deste ano e que continuam em seus respectivos times. Róger Guedes, vendido pelo Corinthians ao Al-Rayyan em agosto, não entra na média do clube, por exemplo. Nem os outros que deixaram suas respectivas equipes.

Com a base mantida desde a conquista da Libertadores de 2020, o Palmeiras é o segundo clube mais velho nesta edição. A média de idade palmeirense é de 28,76 anos. Marcelo Lomba, reserva de Weverton, é o jogador mais velho do elenco de Abel Ferreira. O treinador, inclusive, já chegou a comentar em entrevistas sobre a necessidade de reforçar a base da equipe, que tem Dudu, atualmente lesionado e com 31 anos, como um de seus pilares. O Palmeiras é o vice-líder da competição, atrás apenas do Botafogo.

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Marcos Rocha, de 34 anos, e o próprio Weverton, de 35, são outros jogadores que ajudam a elevar a média de idade alviverde. Dos 25 atletas utilizados por Abel e que estão no elenco, sete tem até 21 anos. “Eu posso estar enganado, mas acho que no Brasil não há outra equipe que lute pelos mesmos objetivos que lutamos que tenha tanto garotos na equipe principal”, disse o treinador, que exalta o poder de suas categorias de base.

Fortaleza tem o elenco mais velho

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Antes do Palmeiras na lista está o Fortaleza. Apesar disso, o time de Juan Pablo Vojvoda vai bem no cenário continental: está nas semifinais da Copa Sul-Americana, onde enfrentará o Corinthians. O time somou três vitórias nos últimos cinco jogos, está em oitavo lugar no Brasileirão e briga por uma das vagas na Libertadores do próximo ano. A média de idade do elenco do Nordeste é de 28,82 anos.

O Cuiabá, quarto elenco mais velho do País nesta temporada, é um exemplo do impacto que a média de idade elevada pode gerar sobre o time. Em 2023, a equipe teve uma sequência de seis partidas de invencibilidade – incluindo uma vitória por 3 a 0 sobre o Flamengo. No entanto, desde agosto, não vence e não marca gols. Deyverson, artilheiro da equipe, tem 32 anos; Uendel, de 34, é o mais velho. No Brasileirão, a média de idade, considerando todos os jogadores que entraram em campo e ainda disputam a competição, é de 26,72 anos. Além de Fortaleza, Palmeiras e Cuiabá, outros seis times estão acima desta linha: Internacional, Flamengo, América-MG, Atlético-MG, Goiás e Santos.

Elencos mais novos

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Dos elencos mais novos, há dois pontos importantes da análise: o Red Bull Bragantino, uma das “filiais” da rede de clubes da marca de energéticos, é o time com a menor média de idade do Brasileirão e destoa dos demais. Isso se deve à política de formar atletas e revender. Natan, zagueiro, foi negociado com o Napoli, enquanto Douglas Mendes foi cedido ao Salzburg.

Pedro Caixinha, treinador de Bragança Paulista, leva o Bragantino a ser um dos destaques do ano apesar do elenco mais jovem – pouco mais de 23 anos. O profissional teve experiência com as categorias de base em Portugal. Aderlan Silva, de 33 anos, é também o jogador mais novo entre os mais velhos de cada uma das 20 equipes, o que sinaliza um foco do clube em rejuvenescer sua base.

São Paulo tem o segundo elenco mais jovem do Brasileirão. Foto: Rubens Chiri / São Paulo FC
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Rejuvenescimento é o cenário do São Paulo. Após anos sem título, o clube tem hoje o segundo grupo mais jovem do País e é finalista da Copa do Brasil. Talentos como Pablo Maia, Beraldo e Rodrigo Nestor já são peças titulares na equipe e se somam à experiência de outros nomes do elenco, como Rafinha e Rafael. O elenco se aproxima dos 25 anos de média.

O mesmo vale para o Corinthians, com apenas um ano a mais do que a média são-paulina. O clube vive uma temporada de altos e baixos. Apesar das saídas de Róger Guedes, Adson e Murillo, o time conseguiu manter seu elenco com uma idade abaixo da média geral do Brasileirão. Esta é, inclusive, uma das críticas da torcida pela opção da diretoria em preservar medalhões no elenco.

Apesar de preservar medalhões, jovens da base ajudam a mesclar média de idade do elenco corintiano. Foto: Rodrigo Coca/Corinthians
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Do time principal, Renato Augusto, Cássio, Fagner, Fábio Santos, Gil e Giuliano têm idades superiores a 33 anos. Para rejuvenescer seu elenco – e ter fôlego para se afastar da zona de rebaixamento –, Vanderlei Luxemburgo tem se utilizado das categorias de base: Biro, Wesley e Gabriel Moscardo ganham minutos com o treinador e se juntam a outros jovens do elenco, como Yuri Alberto, Fausto Vera e Maycon. Eles puxam a média para baixo. Moscardo, por exemplo, tem 17.

Próximo à média, Santos, Botafogo e Fluminense vivem momentos distintos na competição. Enquanto os paulistas tentam se afastar da zona de rebaixamento, os cariocas brigam diretamente por títulos nesta temporada. Líder do Brasileirão, os comandados de Bruno Lage tem dez pontos de vantagem sobre o Palmeiras, enquanto o Fluminense está na semifinal da Libertadores.

Resultados das SAFs

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No mesmo modelo do clube-empresa Red Bull Bragantino, as Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs) apresentam resultado semelhante na análise de seus elencos por idade. À exceção de Cuiabá e Atlético-MG – que teve seu modelo aprovado recentemente –, os demais tem médias inferiores à tendência do Brasileirão.

Bahia, Botafogo, Coritiba, Cruzeiro e Vasco são os demais clubes que aderiram ao modelo das SAFs nos últimos dois anos. Com planejamentos que se utilizam da compra de atletas jovens para reformular seus elencos, as médias de idade dessas equipes ficam abaixo das demais. “Enxergamos a SAF também como um investimento para as mudanças que o Vasco precisa, com melhorias em infraestrutura e aumento das receita”, afirmou Luiz Mello ao Estadão em abril, quando ainda era CEO da SAF do Vasco.

Impacto da idade

É uma tendência que jogadores estendam suas carreiras, chegando próximos dos 40 anos. No Brasileirão, Fábio, do Fluminense, é o atleta mais velho em atividade – e renovou seu contrato até dezembro de 2025. Aos 42, ele se junta a Wellington Paulista, do América-MG, e Felipe Melo, também do Fluminense, como os únicos atletas acima dos 40 em atividade na primeira divisão.

Além da parte física, que se torna uma dificuldade para os atletas com o passar dos anos, especialistas apontam a necessidade de um cuidado na preparação mental destes jogadores. “Atletas que levam em consideração a importância da mente e que desenvolvem um trabalho acerca do estado emocional têm, em média, uma carreira prolongada”, diz Lincoln Nunes, especialista em performance esportiva e preparador mental de atletas como Philippe Coutinho e Pedro Rocha.

Na psicologia esportiva, aqueles “que alinham a performance física ao trabalho mental apresentam resultados acima da média e se destacam nos aspectos de concentração, foco, além de lidar melhor com a pressão interna e externa do esporte”, cita Nunes, que conduziu artigos sobre o tema publicados na revista Cognitionis.

“O atleta tem uma preocupação em seguir performando em alto nível. É preciso aliar o cuidado da mente com o do corpo. Ter essa atenção irá fazer com que ele possa atuar além da maioria em determinada modalidade”, afirma Luiz Felipe Carvalho, ortopedista especialista em medicina regenerativa e que já tratou atletas do Grêmio. Com o passar da idade, joelho e coluna são as partes que precisam de mais atenção devido aos desgastes e choques físicos.

A 16 rodadas do fim do Campeonato Brasileiro, a maioria dos times já utilizou mais de 25 jogadores cada um na competição. Em um modelo de disputa por pontos corridos, é necessário que os clubes tenham elencos que mesclem juventude e experiência para que possam atingir as metas no ano. Em levantamento do Estadão, os times paulistas têm cenários distintos em relação à media de idade de seus atletas: enquanto o Palmeiras possui o segundo grupo mais “velho” do Brasileirão, São Paulo e Red Bull Bragantino têm os elencos mais jovens.

Foram analisados os dados de todos os atletas que entraram ao menos um minuto em campo no Brasileirão deste ano e que continuam em seus respectivos times. Róger Guedes, vendido pelo Corinthians ao Al-Rayyan em agosto, não entra na média do clube, por exemplo. Nem os outros que deixaram suas respectivas equipes.

Com a base mantida desde a conquista da Libertadores de 2020, o Palmeiras é o segundo clube mais velho nesta edição. A média de idade palmeirense é de 28,76 anos. Marcelo Lomba, reserva de Weverton, é o jogador mais velho do elenco de Abel Ferreira. O treinador, inclusive, já chegou a comentar em entrevistas sobre a necessidade de reforçar a base da equipe, que tem Dudu, atualmente lesionado e com 31 anos, como um de seus pilares. O Palmeiras é o vice-líder da competição, atrás apenas do Botafogo.

Marcos Rocha, de 34 anos, e o próprio Weverton, de 35, são outros jogadores que ajudam a elevar a média de idade alviverde. Dos 25 atletas utilizados por Abel e que estão no elenco, sete tem até 21 anos. “Eu posso estar enganado, mas acho que no Brasil não há outra equipe que lute pelos mesmos objetivos que lutamos que tenha tanto garotos na equipe principal”, disse o treinador, que exalta o poder de suas categorias de base.

Fortaleza tem o elenco mais velho

Antes do Palmeiras na lista está o Fortaleza. Apesar disso, o time de Juan Pablo Vojvoda vai bem no cenário continental: está nas semifinais da Copa Sul-Americana, onde enfrentará o Corinthians. O time somou três vitórias nos últimos cinco jogos, está em oitavo lugar no Brasileirão e briga por uma das vagas na Libertadores do próximo ano. A média de idade do elenco do Nordeste é de 28,82 anos.

O Cuiabá, quarto elenco mais velho do País nesta temporada, é um exemplo do impacto que a média de idade elevada pode gerar sobre o time. Em 2023, a equipe teve uma sequência de seis partidas de invencibilidade – incluindo uma vitória por 3 a 0 sobre o Flamengo. No entanto, desde agosto, não vence e não marca gols. Deyverson, artilheiro da equipe, tem 32 anos; Uendel, de 34, é o mais velho. No Brasileirão, a média de idade, considerando todos os jogadores que entraram em campo e ainda disputam a competição, é de 26,72 anos. Além de Fortaleza, Palmeiras e Cuiabá, outros seis times estão acima desta linha: Internacional, Flamengo, América-MG, Atlético-MG, Goiás e Santos.

Elencos mais novos

Dos elencos mais novos, há dois pontos importantes da análise: o Red Bull Bragantino, uma das “filiais” da rede de clubes da marca de energéticos, é o time com a menor média de idade do Brasileirão e destoa dos demais. Isso se deve à política de formar atletas e revender. Natan, zagueiro, foi negociado com o Napoli, enquanto Douglas Mendes foi cedido ao Salzburg.

Pedro Caixinha, treinador de Bragança Paulista, leva o Bragantino a ser um dos destaques do ano apesar do elenco mais jovem – pouco mais de 23 anos. O profissional teve experiência com as categorias de base em Portugal. Aderlan Silva, de 33 anos, é também o jogador mais novo entre os mais velhos de cada uma das 20 equipes, o que sinaliza um foco do clube em rejuvenescer sua base.

São Paulo tem o segundo elenco mais jovem do Brasileirão. Foto: Rubens Chiri / São Paulo FC

Rejuvenescimento é o cenário do São Paulo. Após anos sem título, o clube tem hoje o segundo grupo mais jovem do País e é finalista da Copa do Brasil. Talentos como Pablo Maia, Beraldo e Rodrigo Nestor já são peças titulares na equipe e se somam à experiência de outros nomes do elenco, como Rafinha e Rafael. O elenco se aproxima dos 25 anos de média.

O mesmo vale para o Corinthians, com apenas um ano a mais do que a média são-paulina. O clube vive uma temporada de altos e baixos. Apesar das saídas de Róger Guedes, Adson e Murillo, o time conseguiu manter seu elenco com uma idade abaixo da média geral do Brasileirão. Esta é, inclusive, uma das críticas da torcida pela opção da diretoria em preservar medalhões no elenco.

Apesar de preservar medalhões, jovens da base ajudam a mesclar média de idade do elenco corintiano. Foto: Rodrigo Coca/Corinthians

Do time principal, Renato Augusto, Cássio, Fagner, Fábio Santos, Gil e Giuliano têm idades superiores a 33 anos. Para rejuvenescer seu elenco – e ter fôlego para se afastar da zona de rebaixamento –, Vanderlei Luxemburgo tem se utilizado das categorias de base: Biro, Wesley e Gabriel Moscardo ganham minutos com o treinador e se juntam a outros jovens do elenco, como Yuri Alberto, Fausto Vera e Maycon. Eles puxam a média para baixo. Moscardo, por exemplo, tem 17.

Próximo à média, Santos, Botafogo e Fluminense vivem momentos distintos na competição. Enquanto os paulistas tentam se afastar da zona de rebaixamento, os cariocas brigam diretamente por títulos nesta temporada. Líder do Brasileirão, os comandados de Bruno Lage tem dez pontos de vantagem sobre o Palmeiras, enquanto o Fluminense está na semifinal da Libertadores.

Resultados das SAFs

No mesmo modelo do clube-empresa Red Bull Bragantino, as Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs) apresentam resultado semelhante na análise de seus elencos por idade. À exceção de Cuiabá e Atlético-MG – que teve seu modelo aprovado recentemente –, os demais tem médias inferiores à tendência do Brasileirão.

Bahia, Botafogo, Coritiba, Cruzeiro e Vasco são os demais clubes que aderiram ao modelo das SAFs nos últimos dois anos. Com planejamentos que se utilizam da compra de atletas jovens para reformular seus elencos, as médias de idade dessas equipes ficam abaixo das demais. “Enxergamos a SAF também como um investimento para as mudanças que o Vasco precisa, com melhorias em infraestrutura e aumento das receita”, afirmou Luiz Mello ao Estadão em abril, quando ainda era CEO da SAF do Vasco.

Impacto da idade

É uma tendência que jogadores estendam suas carreiras, chegando próximos dos 40 anos. No Brasileirão, Fábio, do Fluminense, é o atleta mais velho em atividade – e renovou seu contrato até dezembro de 2025. Aos 42, ele se junta a Wellington Paulista, do América-MG, e Felipe Melo, também do Fluminense, como os únicos atletas acima dos 40 em atividade na primeira divisão.

Além da parte física, que se torna uma dificuldade para os atletas com o passar dos anos, especialistas apontam a necessidade de um cuidado na preparação mental destes jogadores. “Atletas que levam em consideração a importância da mente e que desenvolvem um trabalho acerca do estado emocional têm, em média, uma carreira prolongada”, diz Lincoln Nunes, especialista em performance esportiva e preparador mental de atletas como Philippe Coutinho e Pedro Rocha.

Na psicologia esportiva, aqueles “que alinham a performance física ao trabalho mental apresentam resultados acima da média e se destacam nos aspectos de concentração, foco, além de lidar melhor com a pressão interna e externa do esporte”, cita Nunes, que conduziu artigos sobre o tema publicados na revista Cognitionis.

“O atleta tem uma preocupação em seguir performando em alto nível. É preciso aliar o cuidado da mente com o do corpo. Ter essa atenção irá fazer com que ele possa atuar além da maioria em determinada modalidade”, afirma Luiz Felipe Carvalho, ortopedista especialista em medicina regenerativa e que já tratou atletas do Grêmio. Com o passar da idade, joelho e coluna são as partes que precisam de mais atenção devido aos desgastes e choques físicos.

A 16 rodadas do fim do Campeonato Brasileiro, a maioria dos times já utilizou mais de 25 jogadores cada um na competição. Em um modelo de disputa por pontos corridos, é necessário que os clubes tenham elencos que mesclem juventude e experiência para que possam atingir as metas no ano. Em levantamento do Estadão, os times paulistas têm cenários distintos em relação à media de idade de seus atletas: enquanto o Palmeiras possui o segundo grupo mais “velho” do Brasileirão, São Paulo e Red Bull Bragantino têm os elencos mais jovens.

Foram analisados os dados de todos os atletas que entraram ao menos um minuto em campo no Brasileirão deste ano e que continuam em seus respectivos times. Róger Guedes, vendido pelo Corinthians ao Al-Rayyan em agosto, não entra na média do clube, por exemplo. Nem os outros que deixaram suas respectivas equipes.

Com a base mantida desde a conquista da Libertadores de 2020, o Palmeiras é o segundo clube mais velho nesta edição. A média de idade palmeirense é de 28,76 anos. Marcelo Lomba, reserva de Weverton, é o jogador mais velho do elenco de Abel Ferreira. O treinador, inclusive, já chegou a comentar em entrevistas sobre a necessidade de reforçar a base da equipe, que tem Dudu, atualmente lesionado e com 31 anos, como um de seus pilares. O Palmeiras é o vice-líder da competição, atrás apenas do Botafogo.

Marcos Rocha, de 34 anos, e o próprio Weverton, de 35, são outros jogadores que ajudam a elevar a média de idade alviverde. Dos 25 atletas utilizados por Abel e que estão no elenco, sete tem até 21 anos. “Eu posso estar enganado, mas acho que no Brasil não há outra equipe que lute pelos mesmos objetivos que lutamos que tenha tanto garotos na equipe principal”, disse o treinador, que exalta o poder de suas categorias de base.

Fortaleza tem o elenco mais velho

Antes do Palmeiras na lista está o Fortaleza. Apesar disso, o time de Juan Pablo Vojvoda vai bem no cenário continental: está nas semifinais da Copa Sul-Americana, onde enfrentará o Corinthians. O time somou três vitórias nos últimos cinco jogos, está em oitavo lugar no Brasileirão e briga por uma das vagas na Libertadores do próximo ano. A média de idade do elenco do Nordeste é de 28,82 anos.

O Cuiabá, quarto elenco mais velho do País nesta temporada, é um exemplo do impacto que a média de idade elevada pode gerar sobre o time. Em 2023, a equipe teve uma sequência de seis partidas de invencibilidade – incluindo uma vitória por 3 a 0 sobre o Flamengo. No entanto, desde agosto, não vence e não marca gols. Deyverson, artilheiro da equipe, tem 32 anos; Uendel, de 34, é o mais velho. No Brasileirão, a média de idade, considerando todos os jogadores que entraram em campo e ainda disputam a competição, é de 26,72 anos. Além de Fortaleza, Palmeiras e Cuiabá, outros seis times estão acima desta linha: Internacional, Flamengo, América-MG, Atlético-MG, Goiás e Santos.

Elencos mais novos

Dos elencos mais novos, há dois pontos importantes da análise: o Red Bull Bragantino, uma das “filiais” da rede de clubes da marca de energéticos, é o time com a menor média de idade do Brasileirão e destoa dos demais. Isso se deve à política de formar atletas e revender. Natan, zagueiro, foi negociado com o Napoli, enquanto Douglas Mendes foi cedido ao Salzburg.

Pedro Caixinha, treinador de Bragança Paulista, leva o Bragantino a ser um dos destaques do ano apesar do elenco mais jovem – pouco mais de 23 anos. O profissional teve experiência com as categorias de base em Portugal. Aderlan Silva, de 33 anos, é também o jogador mais novo entre os mais velhos de cada uma das 20 equipes, o que sinaliza um foco do clube em rejuvenescer sua base.

São Paulo tem o segundo elenco mais jovem do Brasileirão. Foto: Rubens Chiri / São Paulo FC

Rejuvenescimento é o cenário do São Paulo. Após anos sem título, o clube tem hoje o segundo grupo mais jovem do País e é finalista da Copa do Brasil. Talentos como Pablo Maia, Beraldo e Rodrigo Nestor já são peças titulares na equipe e se somam à experiência de outros nomes do elenco, como Rafinha e Rafael. O elenco se aproxima dos 25 anos de média.

O mesmo vale para o Corinthians, com apenas um ano a mais do que a média são-paulina. O clube vive uma temporada de altos e baixos. Apesar das saídas de Róger Guedes, Adson e Murillo, o time conseguiu manter seu elenco com uma idade abaixo da média geral do Brasileirão. Esta é, inclusive, uma das críticas da torcida pela opção da diretoria em preservar medalhões no elenco.

Apesar de preservar medalhões, jovens da base ajudam a mesclar média de idade do elenco corintiano. Foto: Rodrigo Coca/Corinthians

Do time principal, Renato Augusto, Cássio, Fagner, Fábio Santos, Gil e Giuliano têm idades superiores a 33 anos. Para rejuvenescer seu elenco – e ter fôlego para se afastar da zona de rebaixamento –, Vanderlei Luxemburgo tem se utilizado das categorias de base: Biro, Wesley e Gabriel Moscardo ganham minutos com o treinador e se juntam a outros jovens do elenco, como Yuri Alberto, Fausto Vera e Maycon. Eles puxam a média para baixo. Moscardo, por exemplo, tem 17.

Próximo à média, Santos, Botafogo e Fluminense vivem momentos distintos na competição. Enquanto os paulistas tentam se afastar da zona de rebaixamento, os cariocas brigam diretamente por títulos nesta temporada. Líder do Brasileirão, os comandados de Bruno Lage tem dez pontos de vantagem sobre o Palmeiras, enquanto o Fluminense está na semifinal da Libertadores.

Resultados das SAFs

No mesmo modelo do clube-empresa Red Bull Bragantino, as Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs) apresentam resultado semelhante na análise de seus elencos por idade. À exceção de Cuiabá e Atlético-MG – que teve seu modelo aprovado recentemente –, os demais tem médias inferiores à tendência do Brasileirão.

Bahia, Botafogo, Coritiba, Cruzeiro e Vasco são os demais clubes que aderiram ao modelo das SAFs nos últimos dois anos. Com planejamentos que se utilizam da compra de atletas jovens para reformular seus elencos, as médias de idade dessas equipes ficam abaixo das demais. “Enxergamos a SAF também como um investimento para as mudanças que o Vasco precisa, com melhorias em infraestrutura e aumento das receita”, afirmou Luiz Mello ao Estadão em abril, quando ainda era CEO da SAF do Vasco.

Impacto da idade

É uma tendência que jogadores estendam suas carreiras, chegando próximos dos 40 anos. No Brasileirão, Fábio, do Fluminense, é o atleta mais velho em atividade – e renovou seu contrato até dezembro de 2025. Aos 42, ele se junta a Wellington Paulista, do América-MG, e Felipe Melo, também do Fluminense, como os únicos atletas acima dos 40 em atividade na primeira divisão.

Além da parte física, que se torna uma dificuldade para os atletas com o passar dos anos, especialistas apontam a necessidade de um cuidado na preparação mental destes jogadores. “Atletas que levam em consideração a importância da mente e que desenvolvem um trabalho acerca do estado emocional têm, em média, uma carreira prolongada”, diz Lincoln Nunes, especialista em performance esportiva e preparador mental de atletas como Philippe Coutinho e Pedro Rocha.

Na psicologia esportiva, aqueles “que alinham a performance física ao trabalho mental apresentam resultados acima da média e se destacam nos aspectos de concentração, foco, além de lidar melhor com a pressão interna e externa do esporte”, cita Nunes, que conduziu artigos sobre o tema publicados na revista Cognitionis.

“O atleta tem uma preocupação em seguir performando em alto nível. É preciso aliar o cuidado da mente com o do corpo. Ter essa atenção irá fazer com que ele possa atuar além da maioria em determinada modalidade”, afirma Luiz Felipe Carvalho, ortopedista especialista em medicina regenerativa e que já tratou atletas do Grêmio. Com o passar da idade, joelho e coluna são as partes que precisam de mais atenção devido aos desgastes e choques físicos.

A 16 rodadas do fim do Campeonato Brasileiro, a maioria dos times já utilizou mais de 25 jogadores cada um na competição. Em um modelo de disputa por pontos corridos, é necessário que os clubes tenham elencos que mesclem juventude e experiência para que possam atingir as metas no ano. Em levantamento do Estadão, os times paulistas têm cenários distintos em relação à media de idade de seus atletas: enquanto o Palmeiras possui o segundo grupo mais “velho” do Brasileirão, São Paulo e Red Bull Bragantino têm os elencos mais jovens.

Foram analisados os dados de todos os atletas que entraram ao menos um minuto em campo no Brasileirão deste ano e que continuam em seus respectivos times. Róger Guedes, vendido pelo Corinthians ao Al-Rayyan em agosto, não entra na média do clube, por exemplo. Nem os outros que deixaram suas respectivas equipes.

Com a base mantida desde a conquista da Libertadores de 2020, o Palmeiras é o segundo clube mais velho nesta edição. A média de idade palmeirense é de 28,76 anos. Marcelo Lomba, reserva de Weverton, é o jogador mais velho do elenco de Abel Ferreira. O treinador, inclusive, já chegou a comentar em entrevistas sobre a necessidade de reforçar a base da equipe, que tem Dudu, atualmente lesionado e com 31 anos, como um de seus pilares. O Palmeiras é o vice-líder da competição, atrás apenas do Botafogo.

Marcos Rocha, de 34 anos, e o próprio Weverton, de 35, são outros jogadores que ajudam a elevar a média de idade alviverde. Dos 25 atletas utilizados por Abel e que estão no elenco, sete tem até 21 anos. “Eu posso estar enganado, mas acho que no Brasil não há outra equipe que lute pelos mesmos objetivos que lutamos que tenha tanto garotos na equipe principal”, disse o treinador, que exalta o poder de suas categorias de base.

Fortaleza tem o elenco mais velho

Antes do Palmeiras na lista está o Fortaleza. Apesar disso, o time de Juan Pablo Vojvoda vai bem no cenário continental: está nas semifinais da Copa Sul-Americana, onde enfrentará o Corinthians. O time somou três vitórias nos últimos cinco jogos, está em oitavo lugar no Brasileirão e briga por uma das vagas na Libertadores do próximo ano. A média de idade do elenco do Nordeste é de 28,82 anos.

O Cuiabá, quarto elenco mais velho do País nesta temporada, é um exemplo do impacto que a média de idade elevada pode gerar sobre o time. Em 2023, a equipe teve uma sequência de seis partidas de invencibilidade – incluindo uma vitória por 3 a 0 sobre o Flamengo. No entanto, desde agosto, não vence e não marca gols. Deyverson, artilheiro da equipe, tem 32 anos; Uendel, de 34, é o mais velho. No Brasileirão, a média de idade, considerando todos os jogadores que entraram em campo e ainda disputam a competição, é de 26,72 anos. Além de Fortaleza, Palmeiras e Cuiabá, outros seis times estão acima desta linha: Internacional, Flamengo, América-MG, Atlético-MG, Goiás e Santos.

Elencos mais novos

Dos elencos mais novos, há dois pontos importantes da análise: o Red Bull Bragantino, uma das “filiais” da rede de clubes da marca de energéticos, é o time com a menor média de idade do Brasileirão e destoa dos demais. Isso se deve à política de formar atletas e revender. Natan, zagueiro, foi negociado com o Napoli, enquanto Douglas Mendes foi cedido ao Salzburg.

Pedro Caixinha, treinador de Bragança Paulista, leva o Bragantino a ser um dos destaques do ano apesar do elenco mais jovem – pouco mais de 23 anos. O profissional teve experiência com as categorias de base em Portugal. Aderlan Silva, de 33 anos, é também o jogador mais novo entre os mais velhos de cada uma das 20 equipes, o que sinaliza um foco do clube em rejuvenescer sua base.

São Paulo tem o segundo elenco mais jovem do Brasileirão. Foto: Rubens Chiri / São Paulo FC

Rejuvenescimento é o cenário do São Paulo. Após anos sem título, o clube tem hoje o segundo grupo mais jovem do País e é finalista da Copa do Brasil. Talentos como Pablo Maia, Beraldo e Rodrigo Nestor já são peças titulares na equipe e se somam à experiência de outros nomes do elenco, como Rafinha e Rafael. O elenco se aproxima dos 25 anos de média.

O mesmo vale para o Corinthians, com apenas um ano a mais do que a média são-paulina. O clube vive uma temporada de altos e baixos. Apesar das saídas de Róger Guedes, Adson e Murillo, o time conseguiu manter seu elenco com uma idade abaixo da média geral do Brasileirão. Esta é, inclusive, uma das críticas da torcida pela opção da diretoria em preservar medalhões no elenco.

Apesar de preservar medalhões, jovens da base ajudam a mesclar média de idade do elenco corintiano. Foto: Rodrigo Coca/Corinthians

Do time principal, Renato Augusto, Cássio, Fagner, Fábio Santos, Gil e Giuliano têm idades superiores a 33 anos. Para rejuvenescer seu elenco – e ter fôlego para se afastar da zona de rebaixamento –, Vanderlei Luxemburgo tem se utilizado das categorias de base: Biro, Wesley e Gabriel Moscardo ganham minutos com o treinador e se juntam a outros jovens do elenco, como Yuri Alberto, Fausto Vera e Maycon. Eles puxam a média para baixo. Moscardo, por exemplo, tem 17.

Próximo à média, Santos, Botafogo e Fluminense vivem momentos distintos na competição. Enquanto os paulistas tentam se afastar da zona de rebaixamento, os cariocas brigam diretamente por títulos nesta temporada. Líder do Brasileirão, os comandados de Bruno Lage tem dez pontos de vantagem sobre o Palmeiras, enquanto o Fluminense está na semifinal da Libertadores.

Resultados das SAFs

No mesmo modelo do clube-empresa Red Bull Bragantino, as Sociedades Anônimas do Futebol (SAFs) apresentam resultado semelhante na análise de seus elencos por idade. À exceção de Cuiabá e Atlético-MG – que teve seu modelo aprovado recentemente –, os demais tem médias inferiores à tendência do Brasileirão.

Bahia, Botafogo, Coritiba, Cruzeiro e Vasco são os demais clubes que aderiram ao modelo das SAFs nos últimos dois anos. Com planejamentos que se utilizam da compra de atletas jovens para reformular seus elencos, as médias de idade dessas equipes ficam abaixo das demais. “Enxergamos a SAF também como um investimento para as mudanças que o Vasco precisa, com melhorias em infraestrutura e aumento das receita”, afirmou Luiz Mello ao Estadão em abril, quando ainda era CEO da SAF do Vasco.

Impacto da idade

É uma tendência que jogadores estendam suas carreiras, chegando próximos dos 40 anos. No Brasileirão, Fábio, do Fluminense, é o atleta mais velho em atividade – e renovou seu contrato até dezembro de 2025. Aos 42, ele se junta a Wellington Paulista, do América-MG, e Felipe Melo, também do Fluminense, como os únicos atletas acima dos 40 em atividade na primeira divisão.

Além da parte física, que se torna uma dificuldade para os atletas com o passar dos anos, especialistas apontam a necessidade de um cuidado na preparação mental destes jogadores. “Atletas que levam em consideração a importância da mente e que desenvolvem um trabalho acerca do estado emocional têm, em média, uma carreira prolongada”, diz Lincoln Nunes, especialista em performance esportiva e preparador mental de atletas como Philippe Coutinho e Pedro Rocha.

Na psicologia esportiva, aqueles “que alinham a performance física ao trabalho mental apresentam resultados acima da média e se destacam nos aspectos de concentração, foco, além de lidar melhor com a pressão interna e externa do esporte”, cita Nunes, que conduziu artigos sobre o tema publicados na revista Cognitionis.

“O atleta tem uma preocupação em seguir performando em alto nível. É preciso aliar o cuidado da mente com o do corpo. Ter essa atenção irá fazer com que ele possa atuar além da maioria em determinada modalidade”, afirma Luiz Felipe Carvalho, ortopedista especialista em medicina regenerativa e que já tratou atletas do Grêmio. Com o passar da idade, joelho e coluna são as partes que precisam de mais atenção devido aos desgastes e choques físicos.

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