O Fortaleza tem uma folha salarial de R$ 7,2 milhões, bem abaixo dos R$ 35 milhões do Flamengo ou dos R$ 30 milhões do Palmeiras. Mesmo assim, está na liderança do Brasileirão, a 14 rodadas do fim do campeonato. O clube tricolor se transformou em Sociedade Anônima de Futebol (SAF) no final de 2023 e o então presidente Marcelo Paz se tornou CEO, mas as ações continuam 100% nas mãos da associação.
O plano é vender, em um primeiro momento, uma fatia de apenas 20%, quando o parceiro certo for encontrado. “Não é só o cheque, não é só o dinheiro. O ‘quem’ é mais importante que o ‘quanto’. Quem é a pessoa que quer ser nossa parceira, quem é a pessoa que quer fazer parte da nossa história?”, diz Paz.
A primeira colocação do Campeonato Brasileiro veio, portanto, independentemente de grandes injeções externas de dinheiro, ao contrário do que ocorreu com as SAFs de Botafogo, Vasco e Cruzeiro, por exemplo.
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Caso a competição termine com o Fortaleza na mesma classificação que está hoje, seria o primeiro caso de uma SAF campeã brasileira, feito pelo qual também briga o Botafogo. Em conversa com o Estadão, Marcelo Paz falou sobre sua visão de gestão no futebol e avaliou os fatores que considera fundamentais na escalada nacional do clube.
Embora veja méritos no trabalho feito até aqui e acredite na possibilidade de título, o CEO tricolor diz não acreditar em “milagre” e defende a implementação do fair play financeiro no futebol brasileiro, para “controlar clubes que são irresponsáveis no mercado”. Rejeita, contudo, a proposta citada por John Textor, acionista majoritário do Botafogo, de estabelecer um teto salarial igual para todos os clubes. “Se há um time que consegue pagar um pouco mais de salário, mérito dele.”
Ele também relembrou a proposta que recebeu para assumir o cargo de CEO do Corinthians e a convicção que teve para dizer não, mas reconhece que foi difícil rejeitar a oportunidade. O trabalho que fez para manter o técnico Juan Pablo Vojvoda no comando ao longo dos últimos três anos, mesmo recebendo propostas de gigantes do Brasil e até da seleção chilena, o influenciou a não interromper o atual ciclo.
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Marcelo Paz explica que clube pretende vender apenas 20% das ações de sua sociedade anônima e não tem pressa para encontrar parceria
Confira a entrevista de Marcelo Paz ao Estadão:
O Fortaleza começou o ano com o orçamento estimado de R$ 258 milhões e folha na casa dos R$ 7,2 milhões, números bem menores que de Flamengo, Botafogo e Palmeiras, por exemplo. Como um clube com investimento tão inferior consegue bater de frente e se colocar como candidato ao título brasileiro?
Eu entendo que esse resultado de agora é fruto de um trabalho de longo prazo, não é fruto do trabalho de 2024. De montagem de elenco, de manter uma comissão técnica pela quarta temporada, de entender cada vez mais como funciona a Série A em si, depois de seis anos disputando essa competição, desde que voltamos. Criamos uma casca de jogos grandes, também pelos jogos internacionais que temos feito. Tudo isso soma para ter um time competitivo, com condições menores. O elenco entende o que o Vojvoda quer, e o Vojvoda entende a competição e sabe o que tirar dos seus jogadores.
A direção sabe que tem de dar crédito ao trabalho quando a bola não entra, sabe que teve de investir um pouco mais em contratações, investir em logística para amenizar o desgaste, nossa logística é muito difícil. Essa soma de fatores de um trabalho contínuo faz com que a gente esteja disputando as primeiras posições mesmo com o orçamento menor. Não é milagre, nem um ajuste deste ano, algo excepcional, um grande jogador que veio e mudou tudo. É um trabalho sequenciado que dá força para chegar neste momento.
O Fortaleza é favorito ao título?
Eu acho que a gente está com uma pontuação muito boa, assumimos a liderança nesta semana, temos grandes concorrentes acostumados a brigar lá em cima, com poder financeiro maior. Eu posso garantir que a gente vai brigar até o final. A gente vai querer chegar nas últimas rodadas brigando por posições acima da tabela. Não vou criar expectativa de título no momento, até porque nunca aconteceu, então é muito difícil. Se a gente diz que vai ser campeão e ficar em segundo, há frustração. Então, vamos brigar lá em cima, terminar entre os primeiros. Vamos ver o que Deus tem de bênção para a gente na rodada 38.
Você considera que o que está sendo feito no Fortaleza é um trabalho revolucionário dentro do futebol brasileiro ou acredita que só estão fazendo o simples? Acha que a gestão do clube trouxe algo de novo?
Eu acho que a gente traz algo novo no sentido de resiliência, dentro e fora de campo. Eu não sucumbi à tentação de gastar muito mais do que temos para gerar um time competitivo e depois não conseguir arcar com a folha desse time, tendo queda de performance. Não sucumbir à tentação nos momentos difíceis. A gente já foi eliminado de competição, já perdeu clássico, já não atingiu determinado objetivo, já ficou na zona de rebaixamento por 20 rodadas em 2022 e manteve o trabalho.
Revolucionário é ter resiliência nos momentos mais difíceis, é saber trafegar por esses momentos difíceis. É, depois de perder por 5 a 0 para o Cuiabá neste ano, levantar a cabeça, ganhar do Grêmio três dias depois no sufoco e voltar a ganhar, porque a gente sabia que nosso time não era aquele que levou a goleada. Não deixar nada externo entrar no clube porque teve um jogo fora da curva negativamente. Eu acho que o principal é a resiliência. Vejo, em outros trabalhos, muito clube organizado, com boas pessoas, mas no momento de pressão muda o caminho, muda a rota, demite o treinador. E aí tem que recomeçar. A gente conseguiu manter o trabalho dentro das turbulências, dentro dos bons momentos também ao longo desses últimos anos. Mas não é fácil, não estou dizendo que é fácil.
O John Textor, dono da SAF do Botafogo, levantou recentemente o debate sobre a necessidade de determinar um teto salarial para os clubes brasileiros, o que significa colocar um limite nos gastos de cada um, independentemente do faturamento. Você concorda com essa ideia?
Eu acho que tem de ter o fair play financeiro da seguinte forma: um time que está devendo salários, devendo jogadores que comprou e não pagou, ele não pode seguir contratando. Isso é doping financeiro. O fair play eu acho que é controlar quem age irresponsavelmente no mercado e ainda assim segue gastando, contratando, mesmo devendo. Para mim, o fair play financeiro é esse. Se tem um determinado time que consegue pagar um pouco mais de salário, mérito dele.
Se tem um time que consegue contratar mais e paga suas contratações, aí eu cito positivamente o Flamengo, que investe muito e paga tudo rigorosamente em dia, para jogadores, clubes e empresários. Está de parabéns por fazer isso. Acho que o pedido de fair play financeiro não pode ser de ocasião. Ou seja: ‘Se eu tenho mais dinheiro, não tem fair play financeiro. Na hora que aparece alguém com mais dinheiro que eu, opa, fair play financeiro!’. Aí eu discordo. Acho que fair play é regular os clubes que devem e ainda assim continuam contratando, desfalcando adversários, tendo um ganho desportivo através de um atleta com o qual ele não honrou a contratação. Tem de ter esse tipo de controle.
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Marcelo Paz entende que existem clubes que se tornam mais competitivos por gastar o que não podem
O Fortaleza é o time que mais joga e que faz viagens mais longas, em um cenário em que a gente vê nomes relevantes do futebol constantemente reclamando do calendário. Mesmo assim, o Fortaleza tem conseguido lidar bem com essa situação. Há um trabalho específico de logística no clube? O que explica os bons resultados em meio a essa maratona de jogos?
Acho que o calendário é um problema para os times brasileiros que jogam as competições sul-americanas. Todos os times brasileiros que jogam e avançam em competições sul-americanas têm uma sobrecarga no calendário. Por exemplo, este ano o Vasco não está jogando competição sul-americana, então não tem um calendário ruim, não reclama de calendário. O Santos não reclama de calendário, o Bahia não está reclamando de calendário. Mas os times que jogam e avançam reclamam.
Eu sugiro que os times que participam de competições sul-americanas joguem menos datas nos Estaduais e entrem na terceira fase da Copa do Brasil, já reduz um pouco, melhora um pouco e poupa viagem. O que o Fortaleza tem feito, entendendo isso, é rodar o elenco. Desde o começo do ano, o Vojvoda joga um jogo com alguns jogadores e no outro já muda seis, sete, para que a minutagem desses jogadores seja menor que a quantidade de jogos que o Fortaleza fez. O Fortaleza está com 57 jogos se eu não me engano, mas a gente tentou girar bem o nosso elenco para que eles não tenham essa fadiga acumulada de 57 jogos, e sim de menos jogos, de menos minutos.
Para isso, você tem de montar o elenco com essa qualidade e ser um elenco homogêneo, para que na hora do giro você não tenha tanta perda técnica, você consiga ser competitivo. É isso que a gente faz, e, claro, investindo um pouco mais em logística, em voos fretados, que é muito caro e afeta o orçamento. Mas o principal feito nosso é buscar ter um elenco homogêneo para girar e diminuir desgaste e lesão. Mesmo assim, tem lesão. Marinho, Pochettino, Lucero, Tinga, muitos tiveram em algum momento. Como tinha reposição, a gente foi conseguindo dosar isso e manter a performance, mas teve momentos do campeonato com cinco, seis jogadores ausentes por lesão, ou casou com data de Copa América, aí tivemos convocados e lesionados. Foi difícil gerenciar, mas a gente tem conseguido.
O trabalho de Juan Pablo Vojvoda como treinador no Fortaleza tem despertado o interesse de outros clubes e até de seleções, como a do Chile, que tentou contratá-lo. Como têm sido as conversas para convencê-lo a ficar? Qual foi a última vez que tentaram tirá-lo do clube?
Eu não sei qual foi a última vez que tentaram tirar ele, porque muitas vezes procuram ele diretamente. Ele ou o empresário. Então, pode ter sido na semana passada. Não sei dizer, estou colocando como hipótese, não como um chute. A última vez que eu tive de conversar com ele foi justamente quando ele recebeu a proposta da seleção chilena. Nós conversamos e houve uma ampliação do contrato dele. Foi a última vez que nós conversamos sobre isso, mas o que decide a permanência dele não é uma conversa, é o trabalho, o que ele já sabe que tem aqui, as pessoas em que ele confia, que ele gosta e sabe que estiveram com ele nos momentos difíceis, nos momentos de derrota, de crise.
A gente abraçou, a gente empoderou, buscou dar mais recursos para sair da dificuldade. Então, esse dia a dia, esse projeto que a gente trabalha junto, decide junto os jogadores que vão vir, os que vão encerrar o ciclo, a gente decide junto a logística, isso é muito mais importante para a permanência dele. Ele tem a ambição de vencer no Fortaleza. Conseguir algo grandioso pelo Fortaleza é o que move a carreira dele, o que move o coração dele como futebolista.
O Vojvoda é apaixonado por futebol. O Vojvoda se sente realizado quando vai para o Castelão e tem 50 mil pessoas torcendo dentro do estádio. Isso para ele é muito motivador, um garoto lá atrás que sonhou em ser jogador de futebol, foi jogador de futebol e virou treinador. Isso está na raiz dele, no coração dele. Viver o Fortaleza nessa crescente para ele é muito motivador. Tem respaldo, tem apoio e tem conseguido entregar coisas grandes.
Em abril, você recebeu proposta para tornar-se CEO do Corinthians e recusou. Naquele momento, o que passou por sua cabeça e como você tomou essa decisão? Apesar da recusa, você se vê trabalhando em outros clubes no futuro?
Fiquei feliz, fiquei honrado pelo convite. O Corinthians é um grande clube, pelo qual eu tenho grande admiração, um clube que qualquer profissional do futebol desejaria trabalhar em qualquer momento da carreira. Foi difícil de negar, no sentido de que às vezes é uma oportunidade que não surge em outro momento, mas foi convicta a escolha pela permanência no Fortaleza, porque tem um projeto aqui dentro, o clube virou SAF no final do ano, eu virei o CEO da SAF, eu sei que dentro desse projeto eu tenho uma certa importância. Era meio de temporada, eu acho que seria muito ruim deixar o trabalho no meio da temporada.
O fato de o Vojvoda ter permanecido aqui também, muito pela nossas conversas de fica mais um ano, fica mais um tempo... se eu tivesse saído no meio do trabalho seria incoerente da minha parte. Então, esses fatores me fizeram decidir. Gosto do que eu faço, gosto da cidade de Fortaleza, mas sei também que meu ciclo aqui vai acabar, isso é natural. Ciclos começam e terminam. Às vezes, é positivo que termine para que se oxigenem as ideias.
Se nesse momento que acabar o mercado do futebol quiser me absorver, eu vou ter interesse, porque o que eu mais gosto de fazer a nível profissional é gestão esportiva. Eu me vejo, em algum momento, trabalhando em outro clube no dia que meu ciclo se encerrar no Fortaleza. Eu tenho só 41 anos e tenho tempo para desenvolver, ter uma carreira. Uma hora eu sei que o ciclo vai acabar, estou falando de uma forma muito racional, porque é a ordem natural das coisas.
O Corinthians te procurou para ser CEO depois que foi entendido internamente que a criação deste cargo seria um passo importante na profissionalização da gestão do clube. Buscar um profissional desse tipo é um primeiro passo para a reorganização de um clube que vive situação delicada como o Corinthians?
Acho que os clubes de futebol precisam ter craques também fora de campo. E, para ter craques fora de campo, tem de procurar bons profissionais no mercado e remunerar bem esses profissionais. Futebol trabalha com paixões e milhões. É o orçamento dos clubes de futebol da Série A são orçamentos milionários de R$ 300 milhões, R$ 500 milhões, o do Flamengo é de R$ 1 bilhão. Tem de ter gente qualificada para tocar isso, para gerar receita, para gerenciar essa complexidade que é o futebol, que tem muitas variáveis. Acho que os clubes têm acordado para isso, têm olhado para a necessidade de ter bons profissionais também fora de campo, seja um CEO, um CFO, executivo de futebol, sejam consultorias externas que ajudem a apontar caminhos.
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Dirigente preferiu continuar trabalho no clube tricolor em vez de ir para São Paulo
Não é a figura de um CEO, especificamente, que muda um clube para melhor ou para pior. São várias pessoas competentes juntas e de conhecimento reconhecido. Gente que tenha qualidade profissional para, dentro do ambiente difícil que é o futebol, poder entregar resultado, poder gerar receita, gerenciar os recursos da forma mais correta possível, evitar desperdício, gerar dinheiro novo. Alguns profissionais podem fazer isso, não é só um. Nunca é só uma pessoa, tem de ter uma equipe competente ao lado. Os clubes acordaram para isso. Não sei se o termo é acordar, acho que os clubes perceberam essa necessidade e têm investido também neste tipo de profissional.
Ao virar SAF, o Fortaleza optou por adotar um modelo em que não pretende deixar de ser o sócio majoritário, mas considera vender fatias menores das ações. Existem negociações, neste momento, com potenciais acionistas?
São processos de passo a passo, que se iniciou no ano passado, quando a gente aprovou a criação da SAF no Conselho Deliberativo, na Assembleia Geral de Sócios. Depois, fizemos o processo de formalizar a criação da SAF, com CNPJ, conta bancária, transferência de ativos da associação para a SAF, para operar como a SAF. Agora, o momento é de ouvir um pouco o mercado, ver o que o mercado tem para o Fortaleza, escutar possíveis parceiros, sempre naquela premissa inicial de a gente vender uma fatia minoritária do clube, no máximo 20% neste primeiro momento. É um momento de escutar, ouvir quem tem interesse, o que se pode contribuir para o clube.
Não é só o cheque, não é só o dinheiro. O ‘quem’ é mais importante que o ‘quanto’. Quem é a pessoa que quer ser nossa parceira, quem é a pessoa que quer fazer parte da nossa história. Quando digo pessoa, digo o grupo que está por trás. Que esse grupo possa, por exemplo, agregar além do dinheiro, agregar em conhecimento, em gestão, em uma área que domine. Hoje tem diversos grupos ao redor do mundo que trabalham com futebol, mas têm uma veia mais do entretenimento, da relação com fã ou do futebol em si. Acho que a gente tem de buscar equalizar a necessidade de investimento com um parceiro idôneo, correto e que possa agregar alguma coisa à gestão.
O modelo de SAF cabe em todos os clubes ou depende do perfil de cada um?
Depende do perfil de cada clube. Acho que não existe uma só forma de fazer as coisas, tem várias formas de fazer a mesma coisa e ter resultado. Existem outras formas de gerenciar um clube de futebol, de montar o time, de definir tática, de tudo. Tudo existe várias formas de fazer, e algumas dessas formas podem ter sucesso mesmo que diferentes. Tem treinador que é propositivo, tem treinador que é reativo, ambos podem ser campeões e entregar resultado. O modelo associativo também funciona.
Hoje o Palmeiras é um clube associativo, o Athletico-PR, o Flamengo. O Fortaleza mudou agora para SAF, mas foi associativo por muito tempo. Esses clubes conseguiram entregar resultado sendo associativos. Não coloco que seja a única saída virar SAF. A SAF é bem-vinda para o mercado brasileiro, agrega possibilidade, amplia o leque dentro do mercado para que se escolha o caminho, se vai ser SAF, se vai ser associativo, se vai ser SAF vendendo o controle ou vendendo parte das ações. Então, acho que cada clube tem seu momento, sua necessidade para escolher o melhor caminho a seguir.
O Fortaleza é um espelho para outros clubes do Nordeste e fora do eixo de maneira geral?
O case do Fortaleza inspira. O case do Fortaleza mostra que é possível um clube que estava na Série C de Campeonato Brasileiro, que sofria, tinha problemas estruturais e financeiros, mas tinha torcida. A gente sempre teve torcida, sempre teve massa. No Nordeste, principalmente, nas grandes capitais, sempre teve clube. Na Paraíba, o Botafogo é um grande clube, como é o Treze e o Campinense em Campina Grande. Em Sergipe, tem o Confiança e o Sergipe. No Alagoas, o CSA e o CRBA. No Maranhão, o Sampaio Corrêa, o Moto. Tem esperança que se pode fazer um caminho.
Onde tem público consumidor é possível fazer um trabalho e crescer. O Fortaleza cresceu de forma orgânica, cresceu como clube associativo, está dando passo de SAF agora e não recebeu nada de investimento. Foi na gestão mesmo, no dia a dia, com pessoas qualificadas, mantendo trabalho, buscando gerar dinheiro novo, conseguindo resultado esportivo, participando das competições. Foi o processo que nós vivemos, e esse processo inspira outros clubes a seguir esse caminho, fazer igual ou até melhor.
Você é presidente da Liga Forte União (LFU) e está comandado a negociação dos direitos televisivos do grupo. Em que pé estão as negociações?
Este é um assunto que a gente busca tratar com muito sigilo, porque é uma negociação que envolve muitos clubes, envolve um período de venda de direitos, uma concorrência super saudável para que se possa maximizar esses direitos e dar o retorno para os clubes. Então, o que eu posso dizer é que está sendo feito um trabalho muito profissional, que a gente acredita que muito em breve vai ser divulgado um acordo para o primeiro pacote e, na intenção de maximizar, gerar mais receitas do que foi gerado no ciclo anterior. Acredito que isso vai ser alcançado e vai ser um bem para os que estão neste caminho.