Manchester City busca título inédito e Inter de Milão tenta findar jejum italiano na Champions


Pep Guardiola e Simone Inzaghi se enfrentam neste sábado, em Istambul, pela glória máxima na Europa; italianos e ingleses se encontraram quatro vezes neste estágio, com duas vitórias para cada

Por Murillo César Alves
Atualização:

No ápice da temporada do futebol europeu, Manchester City e Inter de Milão se enfrentam neste sábado, em Istambul, pela final da Champions League. Caminhos diferentes no ano separaram as equipes até a decisão: os ingleses podem alcançar a tríplice coroa com a conquista inédita neste sábado; já a Inter busca seu segundo título no ano após tropeços no Campeonato Italiano e tenta “salvar” a campanha do país em competições continentais. A partida acontece às 16h (horário de Brasília) e tem transmissão da TNT, SBT e HBO Max.

Esse é o quinto encontro entre italianos e ingleses na decisão da principal competição de clubes do mundo. No retrospecto, duas vitórias para cada lado, sendo que em todas as ocasiões o representante inglês foi o Liverpool. Em 1984 e 2005, vitória sobre Roma e Milan, respectivamente; em 1985 e 2007, Juventus e Milan se vingaram dos Reds.

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Desde 2010, um clube italiano não conquista a Champions League. Na ocasião, a própria Inter de Milão realizou o feito, ao derrotar o Bayern de Munique na decisão. 13 anos depois, a equipe Nerazzurri tem mais uma oportunidade de colocar a Itália no topo da Europa, em uma temporada que colocou o país no centro das disputas.

Inter tenta encerrar jejum de títulos europeus dos clubes italianos. Foto: Fabio Ferrari/LaPresse via AP

Não é equivocado dizer que houve um “Renascimento Italiano”. Em 2023, todas as finais europeias (Champions, Europa e Conference League) tinham representantes do país na decisão, mas nenhum conseguiu alcançar a glória: na Liga Europa, a Roma foi derrotada nos pênaltis pelo Sevilla, enquanto a Fiorentina sucumbiu diante do West Ham. Em meio a esse cenário, a Inter tem a missão de, além de conquistar o tetracampeonato da Champions, evitar uma temporada sem conquistas europeias da Itália.

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Apesar de não ter participado das últimas duas Copas do Mundo (2018 e 2022), o momento da Itália no esporte permite com que a Inter sonhe com o título. Em 2021, a seleção masculina conquistou a Eurocopa, por exemplo. Mas assim como em 2010, a Inter chega como “azarão” na decisão. O próprio treinador, Simone Inzaghi, reconhece esse status da equipe.

“É normal o Manchester City ser favorito, é o melhor time do mundo e já o demonstrou. Também fizemos uma campanha fantástica. Queremos fazer história. Depois de 13 anos estamos na final e queremos aproveitar a oportunidade. Vamos precisar de muito coração e muita mente”, afirmou o técnico, em entrevista coletiva nesta semana.

Lautaro Martínez marcou o gol que garantiu a classificação da Inter à final da Champions League. Foto: Marco Bertorello/AFP
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A Inter sofreu com perdas ao longo do ano, até chegar à decisão. A principal, do então capitão Milan Skriniar, foi um momento de mudança para o time. No início do ano, o zagueiro se recusou a renovar o vínculo com a Inter e acertou um pré-contrato com o Paris Saint-Germain; além disso, foi afastado da equipe para tratar uma lesão nas costas em março. Desde as oitavas de final, contra o Porto, não entra em campo.

Lautaro Martínez, camisa 10, foi o escolhido por Inzaghi para assumir a braçadeira. Na Itália desde 2018, é o grande nome de uma equipe que também conta com Dzeko, Lukaku e Brozovic. Campeão com a seleção argentina no Catar, pode levantar a taça da Champions League após sofrer com lesões na metade da temporada.

Manchester City's Bernardo Silva, second left, celebrates scoring with teammates during the Champions League semi-final second leg match between Manchester City and Real Madrid, at Etihad Stadium, in Manchester, England, Wednesday May 17, 2023. (Nick Potts/PA via AP) Foto: AP / AP
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“A sensação é semelhante à da final da Copa do Mundo. O mérito vai para o trabalho de todo o ano. O trabalho em equipe é o mais importante para atingir as metas. Agora falta a última etapa, precisamos estar prontos para esta importante fase”, afirmou o atacante. Foi dos pés de Lautaro o gol que garantiu a Inter na decisão, após vencer o Milan na partida de volta das semifinais.

Tríplice coroa do Manchester City

A Champions League é a obsessão do Manchester City. A chegada de Pep Guardiola, após a equipe ter sido eliminada nas semifinais da competição na temporada 2015/2016, tinha como um dos objetivos permitir que o clube alçasse voos maiores na Europa. Na Inglaterra, conseguiu moldar uma equipe com a sua cara e conquistou cinco vezes o Campeonato Inglês.

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Mas ainda falta a Liga dos Campeões, onde segue invicto nesta temporada. Em diversas oportunidades, Pep e a diretoria do clube reiteraram que estão satisfeitos com o trabalho no City; o treinador, inclusive, já destacou que dá mais importância para o campeonato nacional, com 38 rodadas, do que a competição europeia. Para os torcedores, no entanto, a ausência da Champions na sala de troféu tem um peso.

Desde 2016, o City foi eliminado uma vez nas oitavas e três vezes seguidas, entre 2018 e 2020, nas quartas de final. Em 2021, chegou à sua primeira decisão com o City, mas foi derrotado pelo Chelsea. “Quantos clubes destruíram suas ideias por não conquistar a Champions League? E quantos se tornaram grandes por vencerem? Eu não concordo com essa visão, mas sei que nosso trabalho será validado se ganharmos; se não vencermos, não fará sentido (o nosso trabalho). É injusto, mas temos de aceitar”, disse Pep Guardiola, em entrevista ao canal oficial do City.

Manchester City pode conquistar a tríplice coroa neste ano caso vença a Inter de Milão na Champions League. Foto: Martin Rickett/PA via AP
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Campeão inglês e da Copa da Inglaterra nesta temporada, o City pode igualar o feito do rival United caso conquiste a Champions League; em 1998/1999, os Red Devils se tornaram o primeiro clube inglês – e, até hoje, o único – a conquistar a tríplice coroa. O City chegou perto em 2018/2019, quando conquistou todos os títulos domésticos. Faltou apenas a competição europeia.

Em comparação com 2021, quando foi vice-campeão, a base segue a mesma, mas com um diferencial: Erling Haaland. Artilheiro da Champions nesta temporada, o norueguês é um dos fatores para explicar o sucesso do City. Decisivo no confronto das oitavas, contra o RB Leipzig, e das quartas, diante do Bayern de Munique, o centroavante está entre os cotados a conquistar a Bola de Ouro neste ano.

Por outro lado, Haaland vive uma seca de gols em jogos decisivos. Passou em branco nas duas semifinais contra o Real Madrid na Champions League, na final da FA Cup contra o Manchester United e na Supercopa da Inglaterra, ainda em seu primeiro mês no City. Além disso, está há cinco jogos sem ir às redes.

Outros nomes também foram decisivos na campanha: De Bruyne, Gundogan – que erguerá o troféu caso o City seja campeão –, Jack Grealish e Rúben Dias são peças fundamentais de uma equipe que se reconstruiu durante a temporada. O time chegou a ficar oito pontos atrás do Arsenal, na liderança da Premier League, mas se recuperou nos confrontos diretos com o rival londrino (duas vitórias, por 3 a 1 e 4 a 1, na campanha).

Esquemas semelhantes

Ao longo da campanhas na Champions, Manchester City e Inter se adaptaram com esquemas táticos semelhantes. No papel, tanto Guardiola quanto Inzaghi montam suas equipes com três zagueiros, o que possibilita aos homens de frente exercer pressão sobre a saída de bola do adversário.

A tendência da partida é que o Manchester City mantenha a bola sob seus domínios a maior parte do tempo. Será um desafio para a Inter anular esse esquema, como reconheceu o próprio treinador Inzaghi antes do jogo. “Quanto mais você vê o City, mais você entende seus resultados. Eles têm técnica, fisicalidade, um time completo. Eles jogam de forma brilhante na posse de bola e no ataque. Equipe com poucos pontos fracos”, avaliou, em entrevista ao portal sempreinter.com.

No papel, a diferença nos planos de jogo está no meio-campo e ataque. O City tem Haaland à frente, como o único homem de referência, que é utilizado nos jogos como uma “distração” para o setor defensivo adversário. Contra o Real Madrid e Manchester United, serviu para esse propósito. A Inter tem dois homens de referência, Lautaro e Lukaku, e um meio-campo com cinco jogadores.

Na última final do City, este segundo terço do campo congestionado foi um fator para a derrota diante do Chelsea. Sem o domínio no setor, Pep Guardiola perdeu o controle da partida desde o início ao não escalar volantes. Ao longo do ano ele relembrou o erro em algumas oportunidades e chegou a afirmar que não iria “pensar demais” novamente antes da escalação.

MANCHESTER CITY X INTER DE MILÃO

  • MANCHESTER CITY: Ederson; Walker, Rúben Dias e Akanji; Stones e Rodri; Bernardo Silva, De Bruyne, Gundogan e Grealish; Haaland. Técnico: Pep Guardiola.
  • INTER DE MILÃO: Onana; D’Ambrosio, Acerbi e Bastoni; Dumfries, Barella, Calhanoglu, Brozovic e Dimarco; Lautaro Martínez e Lukaku. Técnico: Simone Inzaghi.
  • Árbitro: Szymon Marciniak (POL).
  • Horário: 16h.
  • Local: Estádio Olímpico Atatürk.
  • TV: SBT, TNT e HBO Max.

No ápice da temporada do futebol europeu, Manchester City e Inter de Milão se enfrentam neste sábado, em Istambul, pela final da Champions League. Caminhos diferentes no ano separaram as equipes até a decisão: os ingleses podem alcançar a tríplice coroa com a conquista inédita neste sábado; já a Inter busca seu segundo título no ano após tropeços no Campeonato Italiano e tenta “salvar” a campanha do país em competições continentais. A partida acontece às 16h (horário de Brasília) e tem transmissão da TNT, SBT e HBO Max.

Esse é o quinto encontro entre italianos e ingleses na decisão da principal competição de clubes do mundo. No retrospecto, duas vitórias para cada lado, sendo que em todas as ocasiões o representante inglês foi o Liverpool. Em 1984 e 2005, vitória sobre Roma e Milan, respectivamente; em 1985 e 2007, Juventus e Milan se vingaram dos Reds.

Desde 2010, um clube italiano não conquista a Champions League. Na ocasião, a própria Inter de Milão realizou o feito, ao derrotar o Bayern de Munique na decisão. 13 anos depois, a equipe Nerazzurri tem mais uma oportunidade de colocar a Itália no topo da Europa, em uma temporada que colocou o país no centro das disputas.

Inter tenta encerrar jejum de títulos europeus dos clubes italianos. Foto: Fabio Ferrari/LaPresse via AP

Não é equivocado dizer que houve um “Renascimento Italiano”. Em 2023, todas as finais europeias (Champions, Europa e Conference League) tinham representantes do país na decisão, mas nenhum conseguiu alcançar a glória: na Liga Europa, a Roma foi derrotada nos pênaltis pelo Sevilla, enquanto a Fiorentina sucumbiu diante do West Ham. Em meio a esse cenário, a Inter tem a missão de, além de conquistar o tetracampeonato da Champions, evitar uma temporada sem conquistas europeias da Itália.

Apesar de não ter participado das últimas duas Copas do Mundo (2018 e 2022), o momento da Itália no esporte permite com que a Inter sonhe com o título. Em 2021, a seleção masculina conquistou a Eurocopa, por exemplo. Mas assim como em 2010, a Inter chega como “azarão” na decisão. O próprio treinador, Simone Inzaghi, reconhece esse status da equipe.

“É normal o Manchester City ser favorito, é o melhor time do mundo e já o demonstrou. Também fizemos uma campanha fantástica. Queremos fazer história. Depois de 13 anos estamos na final e queremos aproveitar a oportunidade. Vamos precisar de muito coração e muita mente”, afirmou o técnico, em entrevista coletiva nesta semana.

Lautaro Martínez marcou o gol que garantiu a classificação da Inter à final da Champions League. Foto: Marco Bertorello/AFP

A Inter sofreu com perdas ao longo do ano, até chegar à decisão. A principal, do então capitão Milan Skriniar, foi um momento de mudança para o time. No início do ano, o zagueiro se recusou a renovar o vínculo com a Inter e acertou um pré-contrato com o Paris Saint-Germain; além disso, foi afastado da equipe para tratar uma lesão nas costas em março. Desde as oitavas de final, contra o Porto, não entra em campo.

Lautaro Martínez, camisa 10, foi o escolhido por Inzaghi para assumir a braçadeira. Na Itália desde 2018, é o grande nome de uma equipe que também conta com Dzeko, Lukaku e Brozovic. Campeão com a seleção argentina no Catar, pode levantar a taça da Champions League após sofrer com lesões na metade da temporada.

Manchester City's Bernardo Silva, second left, celebrates scoring with teammates during the Champions League semi-final second leg match between Manchester City and Real Madrid, at Etihad Stadium, in Manchester, England, Wednesday May 17, 2023. (Nick Potts/PA via AP) Foto: AP / AP

“A sensação é semelhante à da final da Copa do Mundo. O mérito vai para o trabalho de todo o ano. O trabalho em equipe é o mais importante para atingir as metas. Agora falta a última etapa, precisamos estar prontos para esta importante fase”, afirmou o atacante. Foi dos pés de Lautaro o gol que garantiu a Inter na decisão, após vencer o Milan na partida de volta das semifinais.

Tríplice coroa do Manchester City

A Champions League é a obsessão do Manchester City. A chegada de Pep Guardiola, após a equipe ter sido eliminada nas semifinais da competição na temporada 2015/2016, tinha como um dos objetivos permitir que o clube alçasse voos maiores na Europa. Na Inglaterra, conseguiu moldar uma equipe com a sua cara e conquistou cinco vezes o Campeonato Inglês.

Mas ainda falta a Liga dos Campeões, onde segue invicto nesta temporada. Em diversas oportunidades, Pep e a diretoria do clube reiteraram que estão satisfeitos com o trabalho no City; o treinador, inclusive, já destacou que dá mais importância para o campeonato nacional, com 38 rodadas, do que a competição europeia. Para os torcedores, no entanto, a ausência da Champions na sala de troféu tem um peso.

Desde 2016, o City foi eliminado uma vez nas oitavas e três vezes seguidas, entre 2018 e 2020, nas quartas de final. Em 2021, chegou à sua primeira decisão com o City, mas foi derrotado pelo Chelsea. “Quantos clubes destruíram suas ideias por não conquistar a Champions League? E quantos se tornaram grandes por vencerem? Eu não concordo com essa visão, mas sei que nosso trabalho será validado se ganharmos; se não vencermos, não fará sentido (o nosso trabalho). É injusto, mas temos de aceitar”, disse Pep Guardiola, em entrevista ao canal oficial do City.

Manchester City pode conquistar a tríplice coroa neste ano caso vença a Inter de Milão na Champions League. Foto: Martin Rickett/PA via AP

Campeão inglês e da Copa da Inglaterra nesta temporada, o City pode igualar o feito do rival United caso conquiste a Champions League; em 1998/1999, os Red Devils se tornaram o primeiro clube inglês – e, até hoje, o único – a conquistar a tríplice coroa. O City chegou perto em 2018/2019, quando conquistou todos os títulos domésticos. Faltou apenas a competição europeia.

Em comparação com 2021, quando foi vice-campeão, a base segue a mesma, mas com um diferencial: Erling Haaland. Artilheiro da Champions nesta temporada, o norueguês é um dos fatores para explicar o sucesso do City. Decisivo no confronto das oitavas, contra o RB Leipzig, e das quartas, diante do Bayern de Munique, o centroavante está entre os cotados a conquistar a Bola de Ouro neste ano.

Por outro lado, Haaland vive uma seca de gols em jogos decisivos. Passou em branco nas duas semifinais contra o Real Madrid na Champions League, na final da FA Cup contra o Manchester United e na Supercopa da Inglaterra, ainda em seu primeiro mês no City. Além disso, está há cinco jogos sem ir às redes.

Outros nomes também foram decisivos na campanha: De Bruyne, Gundogan – que erguerá o troféu caso o City seja campeão –, Jack Grealish e Rúben Dias são peças fundamentais de uma equipe que se reconstruiu durante a temporada. O time chegou a ficar oito pontos atrás do Arsenal, na liderança da Premier League, mas se recuperou nos confrontos diretos com o rival londrino (duas vitórias, por 3 a 1 e 4 a 1, na campanha).

Esquemas semelhantes

Ao longo da campanhas na Champions, Manchester City e Inter se adaptaram com esquemas táticos semelhantes. No papel, tanto Guardiola quanto Inzaghi montam suas equipes com três zagueiros, o que possibilita aos homens de frente exercer pressão sobre a saída de bola do adversário.

A tendência da partida é que o Manchester City mantenha a bola sob seus domínios a maior parte do tempo. Será um desafio para a Inter anular esse esquema, como reconheceu o próprio treinador Inzaghi antes do jogo. “Quanto mais você vê o City, mais você entende seus resultados. Eles têm técnica, fisicalidade, um time completo. Eles jogam de forma brilhante na posse de bola e no ataque. Equipe com poucos pontos fracos”, avaliou, em entrevista ao portal sempreinter.com.

No papel, a diferença nos planos de jogo está no meio-campo e ataque. O City tem Haaland à frente, como o único homem de referência, que é utilizado nos jogos como uma “distração” para o setor defensivo adversário. Contra o Real Madrid e Manchester United, serviu para esse propósito. A Inter tem dois homens de referência, Lautaro e Lukaku, e um meio-campo com cinco jogadores.

Na última final do City, este segundo terço do campo congestionado foi um fator para a derrota diante do Chelsea. Sem o domínio no setor, Pep Guardiola perdeu o controle da partida desde o início ao não escalar volantes. Ao longo do ano ele relembrou o erro em algumas oportunidades e chegou a afirmar que não iria “pensar demais” novamente antes da escalação.

MANCHESTER CITY X INTER DE MILÃO

  • MANCHESTER CITY: Ederson; Walker, Rúben Dias e Akanji; Stones e Rodri; Bernardo Silva, De Bruyne, Gundogan e Grealish; Haaland. Técnico: Pep Guardiola.
  • INTER DE MILÃO: Onana; D’Ambrosio, Acerbi e Bastoni; Dumfries, Barella, Calhanoglu, Brozovic e Dimarco; Lautaro Martínez e Lukaku. Técnico: Simone Inzaghi.
  • Árbitro: Szymon Marciniak (POL).
  • Horário: 16h.
  • Local: Estádio Olímpico Atatürk.
  • TV: SBT, TNT e HBO Max.

No ápice da temporada do futebol europeu, Manchester City e Inter de Milão se enfrentam neste sábado, em Istambul, pela final da Champions League. Caminhos diferentes no ano separaram as equipes até a decisão: os ingleses podem alcançar a tríplice coroa com a conquista inédita neste sábado; já a Inter busca seu segundo título no ano após tropeços no Campeonato Italiano e tenta “salvar” a campanha do país em competições continentais. A partida acontece às 16h (horário de Brasília) e tem transmissão da TNT, SBT e HBO Max.

Esse é o quinto encontro entre italianos e ingleses na decisão da principal competição de clubes do mundo. No retrospecto, duas vitórias para cada lado, sendo que em todas as ocasiões o representante inglês foi o Liverpool. Em 1984 e 2005, vitória sobre Roma e Milan, respectivamente; em 1985 e 2007, Juventus e Milan se vingaram dos Reds.

Desde 2010, um clube italiano não conquista a Champions League. Na ocasião, a própria Inter de Milão realizou o feito, ao derrotar o Bayern de Munique na decisão. 13 anos depois, a equipe Nerazzurri tem mais uma oportunidade de colocar a Itália no topo da Europa, em uma temporada que colocou o país no centro das disputas.

Inter tenta encerrar jejum de títulos europeus dos clubes italianos. Foto: Fabio Ferrari/LaPresse via AP

Não é equivocado dizer que houve um “Renascimento Italiano”. Em 2023, todas as finais europeias (Champions, Europa e Conference League) tinham representantes do país na decisão, mas nenhum conseguiu alcançar a glória: na Liga Europa, a Roma foi derrotada nos pênaltis pelo Sevilla, enquanto a Fiorentina sucumbiu diante do West Ham. Em meio a esse cenário, a Inter tem a missão de, além de conquistar o tetracampeonato da Champions, evitar uma temporada sem conquistas europeias da Itália.

Apesar de não ter participado das últimas duas Copas do Mundo (2018 e 2022), o momento da Itália no esporte permite com que a Inter sonhe com o título. Em 2021, a seleção masculina conquistou a Eurocopa, por exemplo. Mas assim como em 2010, a Inter chega como “azarão” na decisão. O próprio treinador, Simone Inzaghi, reconhece esse status da equipe.

“É normal o Manchester City ser favorito, é o melhor time do mundo e já o demonstrou. Também fizemos uma campanha fantástica. Queremos fazer história. Depois de 13 anos estamos na final e queremos aproveitar a oportunidade. Vamos precisar de muito coração e muita mente”, afirmou o técnico, em entrevista coletiva nesta semana.

Lautaro Martínez marcou o gol que garantiu a classificação da Inter à final da Champions League. Foto: Marco Bertorello/AFP

A Inter sofreu com perdas ao longo do ano, até chegar à decisão. A principal, do então capitão Milan Skriniar, foi um momento de mudança para o time. No início do ano, o zagueiro se recusou a renovar o vínculo com a Inter e acertou um pré-contrato com o Paris Saint-Germain; além disso, foi afastado da equipe para tratar uma lesão nas costas em março. Desde as oitavas de final, contra o Porto, não entra em campo.

Lautaro Martínez, camisa 10, foi o escolhido por Inzaghi para assumir a braçadeira. Na Itália desde 2018, é o grande nome de uma equipe que também conta com Dzeko, Lukaku e Brozovic. Campeão com a seleção argentina no Catar, pode levantar a taça da Champions League após sofrer com lesões na metade da temporada.

Manchester City's Bernardo Silva, second left, celebrates scoring with teammates during the Champions League semi-final second leg match between Manchester City and Real Madrid, at Etihad Stadium, in Manchester, England, Wednesday May 17, 2023. (Nick Potts/PA via AP) Foto: AP / AP

“A sensação é semelhante à da final da Copa do Mundo. O mérito vai para o trabalho de todo o ano. O trabalho em equipe é o mais importante para atingir as metas. Agora falta a última etapa, precisamos estar prontos para esta importante fase”, afirmou o atacante. Foi dos pés de Lautaro o gol que garantiu a Inter na decisão, após vencer o Milan na partida de volta das semifinais.

Tríplice coroa do Manchester City

A Champions League é a obsessão do Manchester City. A chegada de Pep Guardiola, após a equipe ter sido eliminada nas semifinais da competição na temporada 2015/2016, tinha como um dos objetivos permitir que o clube alçasse voos maiores na Europa. Na Inglaterra, conseguiu moldar uma equipe com a sua cara e conquistou cinco vezes o Campeonato Inglês.

Mas ainda falta a Liga dos Campeões, onde segue invicto nesta temporada. Em diversas oportunidades, Pep e a diretoria do clube reiteraram que estão satisfeitos com o trabalho no City; o treinador, inclusive, já destacou que dá mais importância para o campeonato nacional, com 38 rodadas, do que a competição europeia. Para os torcedores, no entanto, a ausência da Champions na sala de troféu tem um peso.

Desde 2016, o City foi eliminado uma vez nas oitavas e três vezes seguidas, entre 2018 e 2020, nas quartas de final. Em 2021, chegou à sua primeira decisão com o City, mas foi derrotado pelo Chelsea. “Quantos clubes destruíram suas ideias por não conquistar a Champions League? E quantos se tornaram grandes por vencerem? Eu não concordo com essa visão, mas sei que nosso trabalho será validado se ganharmos; se não vencermos, não fará sentido (o nosso trabalho). É injusto, mas temos de aceitar”, disse Pep Guardiola, em entrevista ao canal oficial do City.

Manchester City pode conquistar a tríplice coroa neste ano caso vença a Inter de Milão na Champions League. Foto: Martin Rickett/PA via AP

Campeão inglês e da Copa da Inglaterra nesta temporada, o City pode igualar o feito do rival United caso conquiste a Champions League; em 1998/1999, os Red Devils se tornaram o primeiro clube inglês – e, até hoje, o único – a conquistar a tríplice coroa. O City chegou perto em 2018/2019, quando conquistou todos os títulos domésticos. Faltou apenas a competição europeia.

Em comparação com 2021, quando foi vice-campeão, a base segue a mesma, mas com um diferencial: Erling Haaland. Artilheiro da Champions nesta temporada, o norueguês é um dos fatores para explicar o sucesso do City. Decisivo no confronto das oitavas, contra o RB Leipzig, e das quartas, diante do Bayern de Munique, o centroavante está entre os cotados a conquistar a Bola de Ouro neste ano.

Por outro lado, Haaland vive uma seca de gols em jogos decisivos. Passou em branco nas duas semifinais contra o Real Madrid na Champions League, na final da FA Cup contra o Manchester United e na Supercopa da Inglaterra, ainda em seu primeiro mês no City. Além disso, está há cinco jogos sem ir às redes.

Outros nomes também foram decisivos na campanha: De Bruyne, Gundogan – que erguerá o troféu caso o City seja campeão –, Jack Grealish e Rúben Dias são peças fundamentais de uma equipe que se reconstruiu durante a temporada. O time chegou a ficar oito pontos atrás do Arsenal, na liderança da Premier League, mas se recuperou nos confrontos diretos com o rival londrino (duas vitórias, por 3 a 1 e 4 a 1, na campanha).

Esquemas semelhantes

Ao longo da campanhas na Champions, Manchester City e Inter se adaptaram com esquemas táticos semelhantes. No papel, tanto Guardiola quanto Inzaghi montam suas equipes com três zagueiros, o que possibilita aos homens de frente exercer pressão sobre a saída de bola do adversário.

A tendência da partida é que o Manchester City mantenha a bola sob seus domínios a maior parte do tempo. Será um desafio para a Inter anular esse esquema, como reconheceu o próprio treinador Inzaghi antes do jogo. “Quanto mais você vê o City, mais você entende seus resultados. Eles têm técnica, fisicalidade, um time completo. Eles jogam de forma brilhante na posse de bola e no ataque. Equipe com poucos pontos fracos”, avaliou, em entrevista ao portal sempreinter.com.

No papel, a diferença nos planos de jogo está no meio-campo e ataque. O City tem Haaland à frente, como o único homem de referência, que é utilizado nos jogos como uma “distração” para o setor defensivo adversário. Contra o Real Madrid e Manchester United, serviu para esse propósito. A Inter tem dois homens de referência, Lautaro e Lukaku, e um meio-campo com cinco jogadores.

Na última final do City, este segundo terço do campo congestionado foi um fator para a derrota diante do Chelsea. Sem o domínio no setor, Pep Guardiola perdeu o controle da partida desde o início ao não escalar volantes. Ao longo do ano ele relembrou o erro em algumas oportunidades e chegou a afirmar que não iria “pensar demais” novamente antes da escalação.

MANCHESTER CITY X INTER DE MILÃO

  • MANCHESTER CITY: Ederson; Walker, Rúben Dias e Akanji; Stones e Rodri; Bernardo Silva, De Bruyne, Gundogan e Grealish; Haaland. Técnico: Pep Guardiola.
  • INTER DE MILÃO: Onana; D’Ambrosio, Acerbi e Bastoni; Dumfries, Barella, Calhanoglu, Brozovic e Dimarco; Lautaro Martínez e Lukaku. Técnico: Simone Inzaghi.
  • Árbitro: Szymon Marciniak (POL).
  • Horário: 16h.
  • Local: Estádio Olímpico Atatürk.
  • TV: SBT, TNT e HBO Max.

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