Cidade na Rússia vira reduto de brasileiros com o sonho de ser médico


Curso de Medicina em inglês atrai estudantes a universidade em Kursk, distante 500 quilômetros de Moscou

Por Gonçalo Junior e Kursk

Comer um PF com bife acebolado e batata frita, pedir cerveja gelada, gritar em dia de jogo e fazer uma balada dentro de um abrigo de guerra são hábitos que só passaram a fazer parte de Kursk, no interior da Rússia, com a chegada maciça dos brasileiros nos últimos anos. A cidade no sul da Rússia, distante 500 quilômetros de Moscou, sofre uma espécie de invasão. Dos 1.300 brasileiros que vivem hoje no país, de acordo com a embaixada russa, quase 400 estão por lá. É a cidade mais brasileira da Rússia. 

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Conheça o lado bom e as dificuldades de se viver no interior da Russia

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Todos vão para estudar Medicina. O curso é mais barato do que no Brasil, não tem vestibular e o diploma é aceito na Europa. Os brasileiros estão mudando a cara da cidade. 

Longe de casa.Grupo de estudantes brasileiros em universidade de Kursk Foto: Everton Oliveira/Estadão

Depois de cinco horas de trem, a partir de Moscou, o Estado chegou em Kursk na hora do almoço. O restaurante Natalia fica na avenida principal, a Karla Maksa. Com mesinhas de madeira escura do lado de fora e uma caixa de som tocando funk, o restaurante oferece pratos turcos, brasileiros e russos. Na quinta-feira, o PF tinha arroz, creme de milho e abobrinha. Foi uma volta ao Brasil. Só faltou o feijão. Como entrada, duas coxinhas. Delícia. 

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Quem assina o cardápio brasileiro é a chef de cozinha Phâmela Oliveira. Ao lado do marido Rodrigo Oliveira, ela vende 300 coxinhas por semana. Os russos se orientam pela propaganda boca a boca. Literalmente. “Um morador procurou a coxinha com uma foto no celular”, conta a goianiense Phâmela. 

Numa sexta-feira de feijoada, são servidos cem pratos. Cada um custa 280 rublos (R$ 15). Tem até couve, plantada em uma horta familiar. “São minhas joias preciosas”, diz Anton Alexander, o proprietário. Ele prevê uma expansão do restaurante para o segundo semestre. 

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O restaurante Natalia, em Kursk, fica na avenida principal, a Karla Maksa, e serve até coxinhas Foto: Everton Oliveira/Estadão

O cardápio foi dirigido para os brasileiros da Universidade Estatal de Medicina de Kursk (KMSU). Em 2013, eram 50 que se aventuravam pelo sul da Rússia. Hoje, são 400. Em número, eles só perdem para os indianos, mas ganham na influência. “Os vizinhos perguntaram se estava acontecendo alguma coisa por causa da gritaria. Mas era só o jogo do Brasil”, conta a estudante Gabriella Maccare, de 20 anos, que mora num apartamento perto da faculdade. 

'Os brasileiros conseguem se adaptar, mas a gente percebe preconceito com outras nacionalidades, principalmente dos mais velhos. De cor e religião', conta Gabriella Maccare Foto: Everton Oliveira/Estadão
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Foram os brasileiros que organizaram uma das festas mais animadas nos últimos anos. Eles conseguiram autorização para usar um bunker, um abrigo subterrâneo da Segunda Guerra. Foi a primeira comemoração da faculdade no local histórico. Até os russos elogiaram. 

Kursk é uma cidade com cerca de 500 mil habitantes - a capital Moscou tem 12 milhões. Um dos motores do crescimento é a presença dos estrangeiros, principalmente os estudantes. A KMSU está entre as 10 melhores da Rússia e foi a primeira com graduação em inglês. 

Kursk é uma cidade com cerca de 500 mil habitantes; um dos motores do crescimento é a presença dos estrangeiros, principalmente os estudantes Foto: Everton Oliveira/Estadão
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Custo baixo

Vários fatores atraem os brasileiros. O primeiro é o idioma, pois as outras universidades oferecem o curso em russo. Os custos são menores. Um semestre custa R$ 10 mil; no Brasil, a mensalidade custa R$ 7 mil. Por fim, não existe um vestibular tradicional. Há apenas uma prova classificatória. O curso tem seis anos, com carga horária de 11 mil horas/aula. O recém-formado pode trabalhar na Rússia e Europa. No Brasil, ele tem de fazer o Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos (Revalida). São 25 brasileiros formados por semestre.

Mas é duro pegar esse diploma. O ensino é rigoroso, quase militar. Por exemplo: os alunos se levantam quando o professor entra na sala. O Estado foi enxotado de uma sala durante a gravação em vídeo dos depoimentos dos alunos. Motivo: a inspetora precisava fechar a sala. “Não existe amizade entre professor e aluno como no Brasil”, conta Barbara Parente, natural de Porto Nacional (TO). O aluno Gabriel Neto, que tem sua foto exposta como um dos melhores da universidade, afirma que é preciso disciplina, perseverança e foco.

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“A gente tem de se encaixar. Os brasileiros conseguem se adaptar, mas a gente percebe preconceito com outras nacionalidades, principalmente dos mais velhos. De cor e religião”, conta Gabriella.

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Em busca de um diploma de Medicina, estudantes lotam a cidade e mudam a vida dos russos

“O primeiro ano é decisivo para a adaptação”, diz Barbara Ludmilla, outra de Tocantins. 

Para Gabriella, o contato com os pacientes torna mais fácil superar as adversidades. “Eles gostam de ser tratados pelos brasileiros. Dizem que se sentem acolhidos”, diz a estudante, citando outra influência brasileira em Kursk, talvez a mais importante de todas. 

Os pacientes gostam de ser tratados pelos brasileiros. Eles se sentem acolhidos.

Gabriella Maccare, estudante de Medicina em Kursk

Em imagens, a história da seleção brasileira na Copa do Mundo da Rússia

1 | 81

Final

Foto: Fábio Motta / Estadão Conteúdo
2 | 81

Dor

Foto: Frank Ausgtein / AP
3 | 81

Vencedores

Foto: Robert Ghement / EFE
4 | 81

Há tempo

Foto: Luis Acosta / AFP
5 | 81

Marcado

Foto: Gleb Baranich / Reuters
6 | 81

Esperança

Foto: Manan Vatsayana / AFP
7 | 81

Mortal

Foto: Frank Augstein / AP
8 | 81

Azar

Foto: Saeed Khan / AFP
9 | 81

Reforço na torcida

Foto: Twitter Oficial / CBF
10 | 81

Atenção redobrada

Foto: Matthias Schrader / AP
11 | 81

Volta do Canário

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
12 | 81

Calor da torcida

Foto: Eduardo Nicolau / Estadão
13 | 81

Última vez

Foto: Nelson Almeida / AFP
14 | 81

Volta

Foto: Ronald Wittek / EFE
15 | 81

Bom humor

Foto: Ronald Wittek / EFE
16 | 81

Pra garantir

Foto: Michael Dalder / Reuters
17 | 81

Agressão?

Foto: David Gray / Reuters
18 | 81

Marca do craque

Foto: Fabrice Coffrini / AFP
19 | 81

Muro mexicano

Foto: Benjamin Cremel / AFP
20 | 81

Últimos ajustes

Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
21 | 81

Oitavas do PSG

Foto: David Gray/Reuters
22 | 81

Capitão repetido

Foto: Emmanuel Dunand/AFP
23 | 81

A volta de Marcelo

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
24 | 81

Treino fechado

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
25 | 81

Retorno e Ausência

Foto: Hannah McKay / Reuters
26 | 81

Voo da vitória

Foto: Reprodução Twitter CBF
27 | 81

Artilheiros

Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
28 | 81

Perdeu!

Foto: Wilton Junior/Estadão
29 | 81

Pelo alto

Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
30 | 81

Com estilo

Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
31 | 81

Habilidade

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
32 | 81

Visita

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
33 | 81

Sem alterações

Foto: Wilton Júnior / Estadão
34 | 81

Na capital

Foto: Yuri Kadobnov / AFP
35 | 81

Pistola

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
36 | 81

Alterações?

Foto: Wilton Junior/Estadão
37 | 81

Ainda não

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
38 | 81

Velho conhecido

Foto: Kai Pfaffenbach / Reuters
39 | 81

Obrigado

Foto: Wilton Junior/Estadão
40 | 81

Descontração

Foto: Wilton Junior / Estadão
41 | 81

'Gigantes por natureza'

Foto: Wilton Junior/Estadão
42 | 81

Preocupação

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
43 | 81

Regenerativo

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
44 | 81

Sofrimento

Foto: Juan Herrero / EFE
45 | 81

Iluminado

Foto: Lee Smith
46 | 81

Encenação

Foto: Michael Sohn / AP
47 | 81

Novo titular?

Foto: Olga Matseva / AFP
48 | 81

Manutenção

Foto: Dmitri Lovetsky / AP
49 | 81

Nova chance

Foto: Wilton Júnior / Estadão Conteúdo
50 | 81

Calor da torcida

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
51 | 81

Tudo bem

Foto: Twitter Oficial / CBF
52 | 81

Próximo

Foto: Tatyana Makeyeva / Reuters
53 | 81

Susto

Foto: Hannah McKay / Reuters
54 | 81

Treino regenerativo

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
55 | 81

Agora sim?

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
56 | 81

Mudança?

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
57 | 81

Caçado

Foto: Wilton Junior/Estadão
58 | 81

Cadê o VAR?

Foto: Wilton Junior/Estadão
59 | 81

Comemoração

Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
60 | 81

Nervosismo

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
61 | 81

Novo visual do craque

Foto: Wilton Junior/Estadão
62 | 81

Seleção 100% recuperada

Foto: Felipe Dana/AP
63 | 81

Olho no CR7

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
64 | 81

Volta

Foto: Nelson Almeida / AFP
65 | 81

Definido

Foto: Hassan Anmar / AP
66 | 81

Preparação

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
67 | 81

Enquanto isso...

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
68 | 81

Amado

69 | 81

Ausência

Foto: Nelson Almeida / AFP
70 | 81

Treino

Foto: Nelson Almeida / AFP
71 | 81

Comemorações

Foto: André Penner / AP
72 | 81

Invasão

Foto: Nelson Almeida / AFP
73 | 81

Pequeno susto

Foto: Andre Penner / AP
74 | 81

Recepção

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
75 | 81

Desembarque

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
76 | 81

Segundo amistoso

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
77 | 81

Viena

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
78 | 81

Primeiro amistoso

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
79 | 81

Liverpool

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
80 | 81

Londres

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
81 | 81

Teresópolis

Foto: Lucas Figueiredo / CBF

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O estudante Gabriel Hiray divide sua paixão entre o Santos e o time da cidade de Kursk

Salário baixo é empecilho para ficar

O casal Rodrigo e Phâmela de Oliveira é apaixonado pela Rússia. Eles vivem aqui há cinco anos e têm um filho, Rodrigo Jaime, que já se diz russo. É uma graça vê-lo falando bem os dois idiomas: português, com o pai, e russo, com a mãe. Rodrigo pai está terminando o curso de Medicina; Phâmela estuda russo e trabalha no restaurante Natalia. Tudo estaria perfeito se não fossem dois problemas. Eles não podem ter outro filho, como gostariam, porque ele não teria visto de permanência. Outra questão: o salário inicial de um médico na Rússia gira em torno de R$ 1 mil. 

A questão do visto é polêmica. Rodrigo tem visto como estudante; Phâmela, também. A entidade onde ela estuda abriu uma exceção e concedeu visto para o primeiro filho. Mas avisou: um segundo não teria o mesmo benefício. A instituição de ensino não permite que o visto de permanência se estenda aos familiares. Vale só para o aluno. Com isso, ela teria de voltar para o Brasil no espaço de três meses caso tivesse o segundo filho. “Represento mão de obra específica da área de saúde. Acho que meu visto deveria se estender à família. Em algumas cidades, os pais conseguiram a extensão na Justiça”, conta Rodrigo. 

Outro empecilho para o futuro na Rússia é a questão salarial. Como é grande a oferta de médicos em território russo, a remuneração é baixa no início da carreira. O salário inicial de um clínico-geral fica em torno de 18 mil rublos (R$ 1.100). Já um cirurgião da área privada, que começa a se fortalecer no mercado de saúde da Rússia, ganha 118 mil rublos (R$ 7.200). No Brasil, a remuneração do programa Mais Médicos, do Governo Federal, está em aproximadamente R$ 11 mil. 

Rodrigo, Phâmela e o filho Rodrigo Jaime são apaixonados pela Rússia Foto: Everton Oliveira/Estadão

Por essas razões, o casal decidiu que não vai continuar na Rússia após a conquista do diploma. Essa também é a postura da maioria dos estudantes que o Estado ouviu em Kursk. “Se a remuneração fosse melhor, a gente ficaria aqui. Se eu decidir ficar mais um tempo pela especialização será apenas pelo meu filho, que já está adaptado”, afirma. 

“Pretendo voltar para o Brasil, pegar o CRM (registro no Conselho Regional de Medicina), conseguir me estabilizar na carreira e fazer uma especialização fora do País. Ainda não sei se fico na Rússia”, diz Bárbara Ludmilla, que vai se formar no ano que vem.

Comer um PF com bife acebolado e batata frita, pedir cerveja gelada, gritar em dia de jogo e fazer uma balada dentro de um abrigo de guerra são hábitos que só passaram a fazer parte de Kursk, no interior da Rússia, com a chegada maciça dos brasileiros nos últimos anos. A cidade no sul da Rússia, distante 500 quilômetros de Moscou, sofre uma espécie de invasão. Dos 1.300 brasileiros que vivem hoje no país, de acordo com a embaixada russa, quase 400 estão por lá. É a cidade mais brasileira da Rússia. 

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Conheça o lado bom e as dificuldades de se viver no interior da Russia

Todos vão para estudar Medicina. O curso é mais barato do que no Brasil, não tem vestibular e o diploma é aceito na Europa. Os brasileiros estão mudando a cara da cidade. 

Longe de casa.Grupo de estudantes brasileiros em universidade de Kursk Foto: Everton Oliveira/Estadão

Depois de cinco horas de trem, a partir de Moscou, o Estado chegou em Kursk na hora do almoço. O restaurante Natalia fica na avenida principal, a Karla Maksa. Com mesinhas de madeira escura do lado de fora e uma caixa de som tocando funk, o restaurante oferece pratos turcos, brasileiros e russos. Na quinta-feira, o PF tinha arroz, creme de milho e abobrinha. Foi uma volta ao Brasil. Só faltou o feijão. Como entrada, duas coxinhas. Delícia. 

Quem assina o cardápio brasileiro é a chef de cozinha Phâmela Oliveira. Ao lado do marido Rodrigo Oliveira, ela vende 300 coxinhas por semana. Os russos se orientam pela propaganda boca a boca. Literalmente. “Um morador procurou a coxinha com uma foto no celular”, conta a goianiense Phâmela. 

Numa sexta-feira de feijoada, são servidos cem pratos. Cada um custa 280 rublos (R$ 15). Tem até couve, plantada em uma horta familiar. “São minhas joias preciosas”, diz Anton Alexander, o proprietário. Ele prevê uma expansão do restaurante para o segundo semestre. 

O restaurante Natalia, em Kursk, fica na avenida principal, a Karla Maksa, e serve até coxinhas Foto: Everton Oliveira/Estadão

O cardápio foi dirigido para os brasileiros da Universidade Estatal de Medicina de Kursk (KMSU). Em 2013, eram 50 que se aventuravam pelo sul da Rússia. Hoje, são 400. Em número, eles só perdem para os indianos, mas ganham na influência. “Os vizinhos perguntaram se estava acontecendo alguma coisa por causa da gritaria. Mas era só o jogo do Brasil”, conta a estudante Gabriella Maccare, de 20 anos, que mora num apartamento perto da faculdade. 

'Os brasileiros conseguem se adaptar, mas a gente percebe preconceito com outras nacionalidades, principalmente dos mais velhos. De cor e religião', conta Gabriella Maccare Foto: Everton Oliveira/Estadão

Foram os brasileiros que organizaram uma das festas mais animadas nos últimos anos. Eles conseguiram autorização para usar um bunker, um abrigo subterrâneo da Segunda Guerra. Foi a primeira comemoração da faculdade no local histórico. Até os russos elogiaram. 

Kursk é uma cidade com cerca de 500 mil habitantes - a capital Moscou tem 12 milhões. Um dos motores do crescimento é a presença dos estrangeiros, principalmente os estudantes. A KMSU está entre as 10 melhores da Rússia e foi a primeira com graduação em inglês. 

Kursk é uma cidade com cerca de 500 mil habitantes; um dos motores do crescimento é a presença dos estrangeiros, principalmente os estudantes Foto: Everton Oliveira/Estadão

Custo baixo

Vários fatores atraem os brasileiros. O primeiro é o idioma, pois as outras universidades oferecem o curso em russo. Os custos são menores. Um semestre custa R$ 10 mil; no Brasil, a mensalidade custa R$ 7 mil. Por fim, não existe um vestibular tradicional. Há apenas uma prova classificatória. O curso tem seis anos, com carga horária de 11 mil horas/aula. O recém-formado pode trabalhar na Rússia e Europa. No Brasil, ele tem de fazer o Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos (Revalida). São 25 brasileiros formados por semestre.

Mas é duro pegar esse diploma. O ensino é rigoroso, quase militar. Por exemplo: os alunos se levantam quando o professor entra na sala. O Estado foi enxotado de uma sala durante a gravação em vídeo dos depoimentos dos alunos. Motivo: a inspetora precisava fechar a sala. “Não existe amizade entre professor e aluno como no Brasil”, conta Barbara Parente, natural de Porto Nacional (TO). O aluno Gabriel Neto, que tem sua foto exposta como um dos melhores da universidade, afirma que é preciso disciplina, perseverança e foco.

“A gente tem de se encaixar. Os brasileiros conseguem se adaptar, mas a gente percebe preconceito com outras nacionalidades, principalmente dos mais velhos. De cor e religião”, conta Gabriella.

Seu navegador não suporta esse video.

Em busca de um diploma de Medicina, estudantes lotam a cidade e mudam a vida dos russos

“O primeiro ano é decisivo para a adaptação”, diz Barbara Ludmilla, outra de Tocantins. 

Para Gabriella, o contato com os pacientes torna mais fácil superar as adversidades. “Eles gostam de ser tratados pelos brasileiros. Dizem que se sentem acolhidos”, diz a estudante, citando outra influência brasileira em Kursk, talvez a mais importante de todas. 

Os pacientes gostam de ser tratados pelos brasileiros. Eles se sentem acolhidos.

Gabriella Maccare, estudante de Medicina em Kursk

Em imagens, a história da seleção brasileira na Copa do Mundo da Rússia

1 | 81

Final

Foto: Fábio Motta / Estadão Conteúdo
2 | 81

Dor

Foto: Frank Ausgtein / AP
3 | 81

Vencedores

Foto: Robert Ghement / EFE
4 | 81

Há tempo

Foto: Luis Acosta / AFP
5 | 81

Marcado

Foto: Gleb Baranich / Reuters
6 | 81

Esperança

Foto: Manan Vatsayana / AFP
7 | 81

Mortal

Foto: Frank Augstein / AP
8 | 81

Azar

Foto: Saeed Khan / AFP
9 | 81

Reforço na torcida

Foto: Twitter Oficial / CBF
10 | 81

Atenção redobrada

Foto: Matthias Schrader / AP
11 | 81

Volta do Canário

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
12 | 81

Calor da torcida

Foto: Eduardo Nicolau / Estadão
13 | 81

Última vez

Foto: Nelson Almeida / AFP
14 | 81

Volta

Foto: Ronald Wittek / EFE
15 | 81

Bom humor

Foto: Ronald Wittek / EFE
16 | 81

Pra garantir

Foto: Michael Dalder / Reuters
17 | 81

Agressão?

Foto: David Gray / Reuters
18 | 81

Marca do craque

Foto: Fabrice Coffrini / AFP
19 | 81

Muro mexicano

Foto: Benjamin Cremel / AFP
20 | 81

Últimos ajustes

Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
21 | 81

Oitavas do PSG

Foto: David Gray/Reuters
22 | 81

Capitão repetido

Foto: Emmanuel Dunand/AFP
23 | 81

A volta de Marcelo

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
24 | 81

Treino fechado

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
25 | 81

Retorno e Ausência

Foto: Hannah McKay / Reuters
26 | 81

Voo da vitória

Foto: Reprodução Twitter CBF
27 | 81

Artilheiros

Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
28 | 81

Perdeu!

Foto: Wilton Junior/Estadão
29 | 81

Pelo alto

Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
30 | 81

Com estilo

Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
31 | 81

Habilidade

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
32 | 81

Visita

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
33 | 81

Sem alterações

Foto: Wilton Júnior / Estadão
34 | 81

Na capital

Foto: Yuri Kadobnov / AFP
35 | 81

Pistola

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
36 | 81

Alterações?

Foto: Wilton Junior/Estadão
37 | 81

Ainda não

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
38 | 81

Velho conhecido

Foto: Kai Pfaffenbach / Reuters
39 | 81

Obrigado

Foto: Wilton Junior/Estadão
40 | 81

Descontração

Foto: Wilton Junior / Estadão
41 | 81

'Gigantes por natureza'

Foto: Wilton Junior/Estadão
42 | 81

Preocupação

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
43 | 81

Regenerativo

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
44 | 81

Sofrimento

Foto: Juan Herrero / EFE
45 | 81

Iluminado

Foto: Lee Smith
46 | 81

Encenação

Foto: Michael Sohn / AP
47 | 81

Novo titular?

Foto: Olga Matseva / AFP
48 | 81

Manutenção

Foto: Dmitri Lovetsky / AP
49 | 81

Nova chance

Foto: Wilton Júnior / Estadão Conteúdo
50 | 81

Calor da torcida

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
51 | 81

Tudo bem

Foto: Twitter Oficial / CBF
52 | 81

Próximo

Foto: Tatyana Makeyeva / Reuters
53 | 81

Susto

Foto: Hannah McKay / Reuters
54 | 81

Treino regenerativo

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
55 | 81

Agora sim?

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
56 | 81

Mudança?

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
57 | 81

Caçado

Foto: Wilton Junior/Estadão
58 | 81

Cadê o VAR?

Foto: Wilton Junior/Estadão
59 | 81

Comemoração

Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
60 | 81

Nervosismo

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
61 | 81

Novo visual do craque

Foto: Wilton Junior/Estadão
62 | 81

Seleção 100% recuperada

Foto: Felipe Dana/AP
63 | 81

Olho no CR7

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
64 | 81

Volta

Foto: Nelson Almeida / AFP
65 | 81

Definido

Foto: Hassan Anmar / AP
66 | 81

Preparação

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
67 | 81

Enquanto isso...

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
68 | 81

Amado

69 | 81

Ausência

Foto: Nelson Almeida / AFP
70 | 81

Treino

Foto: Nelson Almeida / AFP
71 | 81

Comemorações

Foto: André Penner / AP
72 | 81

Invasão

Foto: Nelson Almeida / AFP
73 | 81

Pequeno susto

Foto: Andre Penner / AP
74 | 81

Recepção

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
75 | 81

Desembarque

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
76 | 81

Segundo amistoso

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
77 | 81

Viena

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
78 | 81

Primeiro amistoso

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
79 | 81

Liverpool

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
80 | 81

Londres

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
81 | 81

Teresópolis

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O estudante Gabriel Hiray divide sua paixão entre o Santos e o time da cidade de Kursk

Salário baixo é empecilho para ficar

O casal Rodrigo e Phâmela de Oliveira é apaixonado pela Rússia. Eles vivem aqui há cinco anos e têm um filho, Rodrigo Jaime, que já se diz russo. É uma graça vê-lo falando bem os dois idiomas: português, com o pai, e russo, com a mãe. Rodrigo pai está terminando o curso de Medicina; Phâmela estuda russo e trabalha no restaurante Natalia. Tudo estaria perfeito se não fossem dois problemas. Eles não podem ter outro filho, como gostariam, porque ele não teria visto de permanência. Outra questão: o salário inicial de um médico na Rússia gira em torno de R$ 1 mil. 

A questão do visto é polêmica. Rodrigo tem visto como estudante; Phâmela, também. A entidade onde ela estuda abriu uma exceção e concedeu visto para o primeiro filho. Mas avisou: um segundo não teria o mesmo benefício. A instituição de ensino não permite que o visto de permanência se estenda aos familiares. Vale só para o aluno. Com isso, ela teria de voltar para o Brasil no espaço de três meses caso tivesse o segundo filho. “Represento mão de obra específica da área de saúde. Acho que meu visto deveria se estender à família. Em algumas cidades, os pais conseguiram a extensão na Justiça”, conta Rodrigo. 

Outro empecilho para o futuro na Rússia é a questão salarial. Como é grande a oferta de médicos em território russo, a remuneração é baixa no início da carreira. O salário inicial de um clínico-geral fica em torno de 18 mil rublos (R$ 1.100). Já um cirurgião da área privada, que começa a se fortalecer no mercado de saúde da Rússia, ganha 118 mil rublos (R$ 7.200). No Brasil, a remuneração do programa Mais Médicos, do Governo Federal, está em aproximadamente R$ 11 mil. 

Rodrigo, Phâmela e o filho Rodrigo Jaime são apaixonados pela Rússia Foto: Everton Oliveira/Estadão

Por essas razões, o casal decidiu que não vai continuar na Rússia após a conquista do diploma. Essa também é a postura da maioria dos estudantes que o Estado ouviu em Kursk. “Se a remuneração fosse melhor, a gente ficaria aqui. Se eu decidir ficar mais um tempo pela especialização será apenas pelo meu filho, que já está adaptado”, afirma. 

“Pretendo voltar para o Brasil, pegar o CRM (registro no Conselho Regional de Medicina), conseguir me estabilizar na carreira e fazer uma especialização fora do País. Ainda não sei se fico na Rússia”, diz Bárbara Ludmilla, que vai se formar no ano que vem.

Comer um PF com bife acebolado e batata frita, pedir cerveja gelada, gritar em dia de jogo e fazer uma balada dentro de um abrigo de guerra são hábitos que só passaram a fazer parte de Kursk, no interior da Rússia, com a chegada maciça dos brasileiros nos últimos anos. A cidade no sul da Rússia, distante 500 quilômetros de Moscou, sofre uma espécie de invasão. Dos 1.300 brasileiros que vivem hoje no país, de acordo com a embaixada russa, quase 400 estão por lá. É a cidade mais brasileira da Rússia. 

Seu navegador não suporta esse video.

Conheça o lado bom e as dificuldades de se viver no interior da Russia

Todos vão para estudar Medicina. O curso é mais barato do que no Brasil, não tem vestibular e o diploma é aceito na Europa. Os brasileiros estão mudando a cara da cidade. 

Longe de casa.Grupo de estudantes brasileiros em universidade de Kursk Foto: Everton Oliveira/Estadão

Depois de cinco horas de trem, a partir de Moscou, o Estado chegou em Kursk na hora do almoço. O restaurante Natalia fica na avenida principal, a Karla Maksa. Com mesinhas de madeira escura do lado de fora e uma caixa de som tocando funk, o restaurante oferece pratos turcos, brasileiros e russos. Na quinta-feira, o PF tinha arroz, creme de milho e abobrinha. Foi uma volta ao Brasil. Só faltou o feijão. Como entrada, duas coxinhas. Delícia. 

Quem assina o cardápio brasileiro é a chef de cozinha Phâmela Oliveira. Ao lado do marido Rodrigo Oliveira, ela vende 300 coxinhas por semana. Os russos se orientam pela propaganda boca a boca. Literalmente. “Um morador procurou a coxinha com uma foto no celular”, conta a goianiense Phâmela. 

Numa sexta-feira de feijoada, são servidos cem pratos. Cada um custa 280 rublos (R$ 15). Tem até couve, plantada em uma horta familiar. “São minhas joias preciosas”, diz Anton Alexander, o proprietário. Ele prevê uma expansão do restaurante para o segundo semestre. 

O restaurante Natalia, em Kursk, fica na avenida principal, a Karla Maksa, e serve até coxinhas Foto: Everton Oliveira/Estadão

O cardápio foi dirigido para os brasileiros da Universidade Estatal de Medicina de Kursk (KMSU). Em 2013, eram 50 que se aventuravam pelo sul da Rússia. Hoje, são 400. Em número, eles só perdem para os indianos, mas ganham na influência. “Os vizinhos perguntaram se estava acontecendo alguma coisa por causa da gritaria. Mas era só o jogo do Brasil”, conta a estudante Gabriella Maccare, de 20 anos, que mora num apartamento perto da faculdade. 

'Os brasileiros conseguem se adaptar, mas a gente percebe preconceito com outras nacionalidades, principalmente dos mais velhos. De cor e religião', conta Gabriella Maccare Foto: Everton Oliveira/Estadão

Foram os brasileiros que organizaram uma das festas mais animadas nos últimos anos. Eles conseguiram autorização para usar um bunker, um abrigo subterrâneo da Segunda Guerra. Foi a primeira comemoração da faculdade no local histórico. Até os russos elogiaram. 

Kursk é uma cidade com cerca de 500 mil habitantes - a capital Moscou tem 12 milhões. Um dos motores do crescimento é a presença dos estrangeiros, principalmente os estudantes. A KMSU está entre as 10 melhores da Rússia e foi a primeira com graduação em inglês. 

Kursk é uma cidade com cerca de 500 mil habitantes; um dos motores do crescimento é a presença dos estrangeiros, principalmente os estudantes Foto: Everton Oliveira/Estadão

Custo baixo

Vários fatores atraem os brasileiros. O primeiro é o idioma, pois as outras universidades oferecem o curso em russo. Os custos são menores. Um semestre custa R$ 10 mil; no Brasil, a mensalidade custa R$ 7 mil. Por fim, não existe um vestibular tradicional. Há apenas uma prova classificatória. O curso tem seis anos, com carga horária de 11 mil horas/aula. O recém-formado pode trabalhar na Rússia e Europa. No Brasil, ele tem de fazer o Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos (Revalida). São 25 brasileiros formados por semestre.

Mas é duro pegar esse diploma. O ensino é rigoroso, quase militar. Por exemplo: os alunos se levantam quando o professor entra na sala. O Estado foi enxotado de uma sala durante a gravação em vídeo dos depoimentos dos alunos. Motivo: a inspetora precisava fechar a sala. “Não existe amizade entre professor e aluno como no Brasil”, conta Barbara Parente, natural de Porto Nacional (TO). O aluno Gabriel Neto, que tem sua foto exposta como um dos melhores da universidade, afirma que é preciso disciplina, perseverança e foco.

“A gente tem de se encaixar. Os brasileiros conseguem se adaptar, mas a gente percebe preconceito com outras nacionalidades, principalmente dos mais velhos. De cor e religião”, conta Gabriella.

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Em busca de um diploma de Medicina, estudantes lotam a cidade e mudam a vida dos russos

“O primeiro ano é decisivo para a adaptação”, diz Barbara Ludmilla, outra de Tocantins. 

Para Gabriella, o contato com os pacientes torna mais fácil superar as adversidades. “Eles gostam de ser tratados pelos brasileiros. Dizem que se sentem acolhidos”, diz a estudante, citando outra influência brasileira em Kursk, talvez a mais importante de todas. 

Os pacientes gostam de ser tratados pelos brasileiros. Eles se sentem acolhidos.

Gabriella Maccare, estudante de Medicina em Kursk

Em imagens, a história da seleção brasileira na Copa do Mundo da Rússia

1 | 81

Final

Foto: Fábio Motta / Estadão Conteúdo
2 | 81

Dor

Foto: Frank Ausgtein / AP
3 | 81

Vencedores

Foto: Robert Ghement / EFE
4 | 81

Há tempo

Foto: Luis Acosta / AFP
5 | 81

Marcado

Foto: Gleb Baranich / Reuters
6 | 81

Esperança

Foto: Manan Vatsayana / AFP
7 | 81

Mortal

Foto: Frank Augstein / AP
8 | 81

Azar

Foto: Saeed Khan / AFP
9 | 81

Reforço na torcida

Foto: Twitter Oficial / CBF
10 | 81

Atenção redobrada

Foto: Matthias Schrader / AP
11 | 81

Volta do Canário

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
12 | 81

Calor da torcida

Foto: Eduardo Nicolau / Estadão
13 | 81

Última vez

Foto: Nelson Almeida / AFP
14 | 81

Volta

Foto: Ronald Wittek / EFE
15 | 81

Bom humor

Foto: Ronald Wittek / EFE
16 | 81

Pra garantir

Foto: Michael Dalder / Reuters
17 | 81

Agressão?

Foto: David Gray / Reuters
18 | 81

Marca do craque

Foto: Fabrice Coffrini / AFP
19 | 81

Muro mexicano

Foto: Benjamin Cremel / AFP
20 | 81

Últimos ajustes

Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
21 | 81

Oitavas do PSG

Foto: David Gray/Reuters
22 | 81

Capitão repetido

Foto: Emmanuel Dunand/AFP
23 | 81

A volta de Marcelo

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
24 | 81

Treino fechado

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
25 | 81

Retorno e Ausência

Foto: Hannah McKay / Reuters
26 | 81

Voo da vitória

Foto: Reprodução Twitter CBF
27 | 81

Artilheiros

Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
28 | 81

Perdeu!

Foto: Wilton Junior/Estadão
29 | 81

Pelo alto

Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
30 | 81

Com estilo

Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
31 | 81

Habilidade

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
32 | 81

Visita

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
33 | 81

Sem alterações

Foto: Wilton Júnior / Estadão
34 | 81

Na capital

Foto: Yuri Kadobnov / AFP
35 | 81

Pistola

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
36 | 81

Alterações?

Foto: Wilton Junior/Estadão
37 | 81

Ainda não

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
38 | 81

Velho conhecido

Foto: Kai Pfaffenbach / Reuters
39 | 81

Obrigado

Foto: Wilton Junior/Estadão
40 | 81

Descontração

Foto: Wilton Junior / Estadão
41 | 81

'Gigantes por natureza'

Foto: Wilton Junior/Estadão
42 | 81

Preocupação

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
43 | 81

Regenerativo

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
44 | 81

Sofrimento

Foto: Juan Herrero / EFE
45 | 81

Iluminado

Foto: Lee Smith
46 | 81

Encenação

Foto: Michael Sohn / AP
47 | 81

Novo titular?

Foto: Olga Matseva / AFP
48 | 81

Manutenção

Foto: Dmitri Lovetsky / AP
49 | 81

Nova chance

Foto: Wilton Júnior / Estadão Conteúdo
50 | 81

Calor da torcida

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
51 | 81

Tudo bem

Foto: Twitter Oficial / CBF
52 | 81

Próximo

Foto: Tatyana Makeyeva / Reuters
53 | 81

Susto

Foto: Hannah McKay / Reuters
54 | 81

Treino regenerativo

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
55 | 81

Agora sim?

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
56 | 81

Mudança?

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
57 | 81

Caçado

Foto: Wilton Junior/Estadão
58 | 81

Cadê o VAR?

Foto: Wilton Junior/Estadão
59 | 81

Comemoração

Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
60 | 81

Nervosismo

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
61 | 81

Novo visual do craque

Foto: Wilton Junior/Estadão
62 | 81

Seleção 100% recuperada

Foto: Felipe Dana/AP
63 | 81

Olho no CR7

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
64 | 81

Volta

Foto: Nelson Almeida / AFP
65 | 81

Definido

Foto: Hassan Anmar / AP
66 | 81

Preparação

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
67 | 81

Enquanto isso...

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
68 | 81

Amado

69 | 81

Ausência

Foto: Nelson Almeida / AFP
70 | 81

Treino

Foto: Nelson Almeida / AFP
71 | 81

Comemorações

Foto: André Penner / AP
72 | 81

Invasão

Foto: Nelson Almeida / AFP
73 | 81

Pequeno susto

Foto: Andre Penner / AP
74 | 81

Recepção

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
75 | 81

Desembarque

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
76 | 81

Segundo amistoso

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
77 | 81

Viena

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
78 | 81

Primeiro amistoso

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
79 | 81

Liverpool

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
80 | 81

Londres

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
81 | 81

Teresópolis

Foto: Lucas Figueiredo / CBF

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O estudante Gabriel Hiray divide sua paixão entre o Santos e o time da cidade de Kursk

Salário baixo é empecilho para ficar

O casal Rodrigo e Phâmela de Oliveira é apaixonado pela Rússia. Eles vivem aqui há cinco anos e têm um filho, Rodrigo Jaime, que já se diz russo. É uma graça vê-lo falando bem os dois idiomas: português, com o pai, e russo, com a mãe. Rodrigo pai está terminando o curso de Medicina; Phâmela estuda russo e trabalha no restaurante Natalia. Tudo estaria perfeito se não fossem dois problemas. Eles não podem ter outro filho, como gostariam, porque ele não teria visto de permanência. Outra questão: o salário inicial de um médico na Rússia gira em torno de R$ 1 mil. 

A questão do visto é polêmica. Rodrigo tem visto como estudante; Phâmela, também. A entidade onde ela estuda abriu uma exceção e concedeu visto para o primeiro filho. Mas avisou: um segundo não teria o mesmo benefício. A instituição de ensino não permite que o visto de permanência se estenda aos familiares. Vale só para o aluno. Com isso, ela teria de voltar para o Brasil no espaço de três meses caso tivesse o segundo filho. “Represento mão de obra específica da área de saúde. Acho que meu visto deveria se estender à família. Em algumas cidades, os pais conseguiram a extensão na Justiça”, conta Rodrigo. 

Outro empecilho para o futuro na Rússia é a questão salarial. Como é grande a oferta de médicos em território russo, a remuneração é baixa no início da carreira. O salário inicial de um clínico-geral fica em torno de 18 mil rublos (R$ 1.100). Já um cirurgião da área privada, que começa a se fortalecer no mercado de saúde da Rússia, ganha 118 mil rublos (R$ 7.200). No Brasil, a remuneração do programa Mais Médicos, do Governo Federal, está em aproximadamente R$ 11 mil. 

Rodrigo, Phâmela e o filho Rodrigo Jaime são apaixonados pela Rússia Foto: Everton Oliveira/Estadão

Por essas razões, o casal decidiu que não vai continuar na Rússia após a conquista do diploma. Essa também é a postura da maioria dos estudantes que o Estado ouviu em Kursk. “Se a remuneração fosse melhor, a gente ficaria aqui. Se eu decidir ficar mais um tempo pela especialização será apenas pelo meu filho, que já está adaptado”, afirma. 

“Pretendo voltar para o Brasil, pegar o CRM (registro no Conselho Regional de Medicina), conseguir me estabilizar na carreira e fazer uma especialização fora do País. Ainda não sei se fico na Rússia”, diz Bárbara Ludmilla, que vai se formar no ano que vem.

Comer um PF com bife acebolado e batata frita, pedir cerveja gelada, gritar em dia de jogo e fazer uma balada dentro de um abrigo de guerra são hábitos que só passaram a fazer parte de Kursk, no interior da Rússia, com a chegada maciça dos brasileiros nos últimos anos. A cidade no sul da Rússia, distante 500 quilômetros de Moscou, sofre uma espécie de invasão. Dos 1.300 brasileiros que vivem hoje no país, de acordo com a embaixada russa, quase 400 estão por lá. É a cidade mais brasileira da Rússia. 

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Conheça o lado bom e as dificuldades de se viver no interior da Russia

Todos vão para estudar Medicina. O curso é mais barato do que no Brasil, não tem vestibular e o diploma é aceito na Europa. Os brasileiros estão mudando a cara da cidade. 

Longe de casa.Grupo de estudantes brasileiros em universidade de Kursk Foto: Everton Oliveira/Estadão

Depois de cinco horas de trem, a partir de Moscou, o Estado chegou em Kursk na hora do almoço. O restaurante Natalia fica na avenida principal, a Karla Maksa. Com mesinhas de madeira escura do lado de fora e uma caixa de som tocando funk, o restaurante oferece pratos turcos, brasileiros e russos. Na quinta-feira, o PF tinha arroz, creme de milho e abobrinha. Foi uma volta ao Brasil. Só faltou o feijão. Como entrada, duas coxinhas. Delícia. 

Quem assina o cardápio brasileiro é a chef de cozinha Phâmela Oliveira. Ao lado do marido Rodrigo Oliveira, ela vende 300 coxinhas por semana. Os russos se orientam pela propaganda boca a boca. Literalmente. “Um morador procurou a coxinha com uma foto no celular”, conta a goianiense Phâmela. 

Numa sexta-feira de feijoada, são servidos cem pratos. Cada um custa 280 rublos (R$ 15). Tem até couve, plantada em uma horta familiar. “São minhas joias preciosas”, diz Anton Alexander, o proprietário. Ele prevê uma expansão do restaurante para o segundo semestre. 

O restaurante Natalia, em Kursk, fica na avenida principal, a Karla Maksa, e serve até coxinhas Foto: Everton Oliveira/Estadão

O cardápio foi dirigido para os brasileiros da Universidade Estatal de Medicina de Kursk (KMSU). Em 2013, eram 50 que se aventuravam pelo sul da Rússia. Hoje, são 400. Em número, eles só perdem para os indianos, mas ganham na influência. “Os vizinhos perguntaram se estava acontecendo alguma coisa por causa da gritaria. Mas era só o jogo do Brasil”, conta a estudante Gabriella Maccare, de 20 anos, que mora num apartamento perto da faculdade. 

'Os brasileiros conseguem se adaptar, mas a gente percebe preconceito com outras nacionalidades, principalmente dos mais velhos. De cor e religião', conta Gabriella Maccare Foto: Everton Oliveira/Estadão

Foram os brasileiros que organizaram uma das festas mais animadas nos últimos anos. Eles conseguiram autorização para usar um bunker, um abrigo subterrâneo da Segunda Guerra. Foi a primeira comemoração da faculdade no local histórico. Até os russos elogiaram. 

Kursk é uma cidade com cerca de 500 mil habitantes - a capital Moscou tem 12 milhões. Um dos motores do crescimento é a presença dos estrangeiros, principalmente os estudantes. A KMSU está entre as 10 melhores da Rússia e foi a primeira com graduação em inglês. 

Kursk é uma cidade com cerca de 500 mil habitantes; um dos motores do crescimento é a presença dos estrangeiros, principalmente os estudantes Foto: Everton Oliveira/Estadão

Custo baixo

Vários fatores atraem os brasileiros. O primeiro é o idioma, pois as outras universidades oferecem o curso em russo. Os custos são menores. Um semestre custa R$ 10 mil; no Brasil, a mensalidade custa R$ 7 mil. Por fim, não existe um vestibular tradicional. Há apenas uma prova classificatória. O curso tem seis anos, com carga horária de 11 mil horas/aula. O recém-formado pode trabalhar na Rússia e Europa. No Brasil, ele tem de fazer o Exame Nacional de Revalidação de Diplomas Médicos (Revalida). São 25 brasileiros formados por semestre.

Mas é duro pegar esse diploma. O ensino é rigoroso, quase militar. Por exemplo: os alunos se levantam quando o professor entra na sala. O Estado foi enxotado de uma sala durante a gravação em vídeo dos depoimentos dos alunos. Motivo: a inspetora precisava fechar a sala. “Não existe amizade entre professor e aluno como no Brasil”, conta Barbara Parente, natural de Porto Nacional (TO). O aluno Gabriel Neto, que tem sua foto exposta como um dos melhores da universidade, afirma que é preciso disciplina, perseverança e foco.

“A gente tem de se encaixar. Os brasileiros conseguem se adaptar, mas a gente percebe preconceito com outras nacionalidades, principalmente dos mais velhos. De cor e religião”, conta Gabriella.

Seu navegador não suporta esse video.

Em busca de um diploma de Medicina, estudantes lotam a cidade e mudam a vida dos russos

“O primeiro ano é decisivo para a adaptação”, diz Barbara Ludmilla, outra de Tocantins. 

Para Gabriella, o contato com os pacientes torna mais fácil superar as adversidades. “Eles gostam de ser tratados pelos brasileiros. Dizem que se sentem acolhidos”, diz a estudante, citando outra influência brasileira em Kursk, talvez a mais importante de todas. 

Os pacientes gostam de ser tratados pelos brasileiros. Eles se sentem acolhidos.

Gabriella Maccare, estudante de Medicina em Kursk

Em imagens, a história da seleção brasileira na Copa do Mundo da Rússia

1 | 81

Final

Foto: Fábio Motta / Estadão Conteúdo
2 | 81

Dor

Foto: Frank Ausgtein / AP
3 | 81

Vencedores

Foto: Robert Ghement / EFE
4 | 81

Há tempo

Foto: Luis Acosta / AFP
5 | 81

Marcado

Foto: Gleb Baranich / Reuters
6 | 81

Esperança

Foto: Manan Vatsayana / AFP
7 | 81

Mortal

Foto: Frank Augstein / AP
8 | 81

Azar

Foto: Saeed Khan / AFP
9 | 81

Reforço na torcida

Foto: Twitter Oficial / CBF
10 | 81

Atenção redobrada

Foto: Matthias Schrader / AP
11 | 81

Volta do Canário

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
12 | 81

Calor da torcida

Foto: Eduardo Nicolau / Estadão
13 | 81

Última vez

Foto: Nelson Almeida / AFP
14 | 81

Volta

Foto: Ronald Wittek / EFE
15 | 81

Bom humor

Foto: Ronald Wittek / EFE
16 | 81

Pra garantir

Foto: Michael Dalder / Reuters
17 | 81

Agressão?

Foto: David Gray / Reuters
18 | 81

Marca do craque

Foto: Fabrice Coffrini / AFP
19 | 81

Muro mexicano

Foto: Benjamin Cremel / AFP
20 | 81

Últimos ajustes

Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
21 | 81

Oitavas do PSG

Foto: David Gray/Reuters
22 | 81

Capitão repetido

Foto: Emmanuel Dunand/AFP
23 | 81

A volta de Marcelo

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
24 | 81

Treino fechado

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
25 | 81

Retorno e Ausência

Foto: Hannah McKay / Reuters
26 | 81

Voo da vitória

Foto: Reprodução Twitter CBF
27 | 81

Artilheiros

Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
28 | 81

Perdeu!

Foto: Wilton Junior/Estadão
29 | 81

Pelo alto

Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
30 | 81

Com estilo

Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
31 | 81

Habilidade

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
32 | 81

Visita

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
33 | 81

Sem alterações

Foto: Wilton Júnior / Estadão
34 | 81

Na capital

Foto: Yuri Kadobnov / AFP
35 | 81

Pistola

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
36 | 81

Alterações?

Foto: Wilton Junior/Estadão
37 | 81

Ainda não

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
38 | 81

Velho conhecido

Foto: Kai Pfaffenbach / Reuters
39 | 81

Obrigado

Foto: Wilton Junior/Estadão
40 | 81

Descontração

Foto: Wilton Junior / Estadão
41 | 81

'Gigantes por natureza'

Foto: Wilton Junior/Estadão
42 | 81

Preocupação

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
43 | 81

Regenerativo

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
44 | 81

Sofrimento

Foto: Juan Herrero / EFE
45 | 81

Iluminado

Foto: Lee Smith
46 | 81

Encenação

Foto: Michael Sohn / AP
47 | 81

Novo titular?

Foto: Olga Matseva / AFP
48 | 81

Manutenção

Foto: Dmitri Lovetsky / AP
49 | 81

Nova chance

Foto: Wilton Júnior / Estadão Conteúdo
50 | 81

Calor da torcida

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
51 | 81

Tudo bem

Foto: Twitter Oficial / CBF
52 | 81

Próximo

Foto: Tatyana Makeyeva / Reuters
53 | 81

Susto

Foto: Hannah McKay / Reuters
54 | 81

Treino regenerativo

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
55 | 81

Agora sim?

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
56 | 81

Mudança?

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
57 | 81

Caçado

Foto: Wilton Junior/Estadão
58 | 81

Cadê o VAR?

Foto: Wilton Junior/Estadão
59 | 81

Comemoração

Foto: Eduardo Nicolau/Estadão
60 | 81

Nervosismo

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
61 | 81

Novo visual do craque

Foto: Wilton Junior/Estadão
62 | 81

Seleção 100% recuperada

Foto: Felipe Dana/AP
63 | 81

Olho no CR7

Foto: Lucas Figueiredo/CBF
64 | 81

Volta

Foto: Nelson Almeida / AFP
65 | 81

Definido

Foto: Hassan Anmar / AP
66 | 81

Preparação

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
67 | 81

Enquanto isso...

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
68 | 81

Amado

69 | 81

Ausência

Foto: Nelson Almeida / AFP
70 | 81

Treino

Foto: Nelson Almeida / AFP
71 | 81

Comemorações

Foto: André Penner / AP
72 | 81

Invasão

Foto: Nelson Almeida / AFP
73 | 81

Pequeno susto

Foto: Andre Penner / AP
74 | 81

Recepção

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
75 | 81

Desembarque

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
76 | 81

Segundo amistoso

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
77 | 81

Viena

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
78 | 81

Primeiro amistoso

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
79 | 81

Liverpool

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
80 | 81

Londres

Foto: Lucas Figueiredo / CBF
81 | 81

Teresópolis

Foto: Lucas Figueiredo / CBF

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O estudante Gabriel Hiray divide sua paixão entre o Santos e o time da cidade de Kursk

Salário baixo é empecilho para ficar

O casal Rodrigo e Phâmela de Oliveira é apaixonado pela Rússia. Eles vivem aqui há cinco anos e têm um filho, Rodrigo Jaime, que já se diz russo. É uma graça vê-lo falando bem os dois idiomas: português, com o pai, e russo, com a mãe. Rodrigo pai está terminando o curso de Medicina; Phâmela estuda russo e trabalha no restaurante Natalia. Tudo estaria perfeito se não fossem dois problemas. Eles não podem ter outro filho, como gostariam, porque ele não teria visto de permanência. Outra questão: o salário inicial de um médico na Rússia gira em torno de R$ 1 mil. 

A questão do visto é polêmica. Rodrigo tem visto como estudante; Phâmela, também. A entidade onde ela estuda abriu uma exceção e concedeu visto para o primeiro filho. Mas avisou: um segundo não teria o mesmo benefício. A instituição de ensino não permite que o visto de permanência se estenda aos familiares. Vale só para o aluno. Com isso, ela teria de voltar para o Brasil no espaço de três meses caso tivesse o segundo filho. “Represento mão de obra específica da área de saúde. Acho que meu visto deveria se estender à família. Em algumas cidades, os pais conseguiram a extensão na Justiça”, conta Rodrigo. 

Outro empecilho para o futuro na Rússia é a questão salarial. Como é grande a oferta de médicos em território russo, a remuneração é baixa no início da carreira. O salário inicial de um clínico-geral fica em torno de 18 mil rublos (R$ 1.100). Já um cirurgião da área privada, que começa a se fortalecer no mercado de saúde da Rússia, ganha 118 mil rublos (R$ 7.200). No Brasil, a remuneração do programa Mais Médicos, do Governo Federal, está em aproximadamente R$ 11 mil. 

Rodrigo, Phâmela e o filho Rodrigo Jaime são apaixonados pela Rússia Foto: Everton Oliveira/Estadão

Por essas razões, o casal decidiu que não vai continuar na Rússia após a conquista do diploma. Essa também é a postura da maioria dos estudantes que o Estado ouviu em Kursk. “Se a remuneração fosse melhor, a gente ficaria aqui. Se eu decidir ficar mais um tempo pela especialização será apenas pelo meu filho, que já está adaptado”, afirma. 

“Pretendo voltar para o Brasil, pegar o CRM (registro no Conselho Regional de Medicina), conseguir me estabilizar na carreira e fazer uma especialização fora do País. Ainda não sei se fico na Rússia”, diz Bárbara Ludmilla, que vai se formar no ano que vem.

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