Como oposição do Palmeiras se articula para tirar Leila da presidência: ‘Ela gosta do poder’


Movimento ‘Palmeiras Avante’ promete lançar candidato, acusa atual presidente de práticas antidemocráticas e fala em contratar CEO para o futebol

Por Ricardo Magatti

Se Leila Pereira foi eleita a primeira presidente mulher da história do Palmeiras sem adversários na última eleição, no fim de 2021, no próximo pleito, marcado para novembro, ela terá ao menos um oponente. Algo que não acontece há três anos, grupos da oposição se reúnem no clube e têm aglutinado forças para concorrer nas próximas eleições. Eles criaram um movimento e prometem lançar candidato para disputar a presidência do clube.

Insatisfeitos com a atual gestão, membros do Ocupa Palestra, Academia e grupo Arquibancada, além de outros nomes independentes, se juntaram e formaram o Palmeiras Avante, grupo lançado na semana passada no Palmeiras. Estima-se que a oposição conte com 120 conselheiros, todos já cientes do movimento, e que 30% dos associados do clube rejeitam a ideia de um novo mandato de Leila Pereira.

O Estadão conversou com quatro membros do Palmeiras Avante - eles preferiram preservar as suas identidades. Dois deles estão na oposição desde o início do mandato da presidente Leila, um apoiava a dirigente, mas mudou de lado e o outro era independente. Três desses integrantes dizem ter sofrido retaliações da mandatária, como ficar sem ingressos para as partidas do time em casa, benefício a que todos os conselheiros têm direito.

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O nome do candidato que vai concorrer com Leila Pereira será divulgado até o fim do primeiro semestre. Segundo o movimento, essa pessoa terá de ter coragem, disposição e abrir mão de sua privacidade. Enquanto isso, a prioridade, eles dizem, é estruturar um projeto amplo que promova profissionalização dos departamentos, fortalecimento das regras de governança e transparência e que seja capaz de construir um Palmeiras “mais democrático, profissional e transparente”.

Leila Pereira terá adversário na eleição para presidência do Palmeiras Foto: Fabio Menotti / Ag. Palmeiras

“A gente está organizado como jamais esteve. A gente pode chegar forte, sim. As pessoas falam: ‘está ruim do jeito que está, está esquisito’. As pessoas precisam ter um barco pra pular. Se esse barco mostrar capacidade de atravessar o rio, vai aumentar a adesão. Se virem que a chance é real, muita gente pode vir para o nosso lado”, acredita um dos integrantes dessa ala da política palmeirense.

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A ideia dos opositores é explorar as fraquezas e vulnerabilidades políticas de Leila, frequentemente questionada pela torcida e por parte dos conselheiros, que alegam haver conflito de interesses na administração da empresária, o que ela afirma não existir, e também pelas promessas não cumpridas, como a redução no valor dos ingressos.

Quarta mulher mais rica do Brasil, segundo a revista Forbes, a presidente patrocina o clube por meio da Crefisa e da FAM desde 2015, é credora da agremiação, dona do avião usado pela delegação para as viagens fora de São Paulo e administra, por meio da Crefipar, a Arena Barueri, estádio que tem sido usado pelo time enquanto a reforma no gramado do Allianz Parque não é concluída.

“Existem muitos pontos falhos na gestão da Leila, a modernização prometida, o conflito de interesses (patrocinadora e presidente), a falta de transparência, de governança. A impressão que tenho é que estamos voltando para o passado”, aponta outro membro do Palmeiras Avante, que faz parte da política palmeirense há 15 anos. “A marca Palmeiras é subavaliada hoje”, emenda, segundo o qual o departamento de marketing, chefiado por Everaldo Coelho, é inoperante.

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O Estadão procurou Leila para ouvir sua resposta às declarações da oposição. O posicionamento está no fim desta reportagem.

Leila não é fã da democracia. Ela não gosta do Palmeiras, ela curte o poder”

Um dos membros da oposição do Palmeiras

“O Palmeiras é um clube muito grande para estar na mão de uma única pessoa. O Palmeiras precisa ser profissional. Tem que ser gerido como uma empresa que fatura R$ 1 bilhão por ano”, endossa um dos membros do partido de oposição, que faz a alegação de que os poderes na política do clube não são independentes e só “servem à presidência”. “Hoje é transparência zero. O que a gente quer é ter um clube de todos. Todos são sócios e são donos. O Palmeiras pode e deve ser mais forte, com melhores práticas de gestão e governança”.

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Essa ala política afirma estar fazendo “uma oposição propositiva, com ideias”, e acusa Leila Pereira de adotar práticas antidemocráticas em sua administração. “Se for eleita, ela pode estender o mandato e transformar o Palmeiras em SAF (Sociedade Anônima do Futebol). Ela não é fã da democracia”, acusa um dos conselheiros que faz oposição à presidência. “Não é do perfil ficar seis anos e depois sair. Ela não gosta do Palmeiras, ela curte o poder”. Vale ressaltar que Leila nunca abriu caminho para a possibilidade de o Palmeiras virar SAF.

Empresa de Leila Pereira é dona da Arena Barueri Foto: Cesar Greco/Palmeiras

O ponto de ruptura para diferentes grupos da oposição se unirem foi a controversa entrevista coletiva que Leila deu no fim do ano passado e revoltou até aliados. Na ocasião, ela se mostrou aberta ao conflito para atacar a Mancha Alviverde, principal organizada ligada ao time, defender suas decisões e rebater os críticos.

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“Depois daquela entrevista, rolou um movimento de catalisação da oposição. Não dava mais, o pessoal entendeu que precisava se unir. Até o pessoal da situação nos procurou, diretores dela, membros do COF. As pessoas ficaram muito incomodadas. Ali virou a chave, foi o impulso que faltava”, conta um dos líderes do Palmeiras Avante.

Segundo esse mesmo conselheiro, o Palmeiras “passa por um processo de aquisição hostil”. “Patrocínio, dívida, estádio, avião. Mesmo que a gente ganhe, vamos ter de sentar com ela e negociar”, diz ele, citando o patrocínio com contrato de exclusividade da Crefisa e FAM e o valor- atualmente R$ 24 milhões - que o clube deve à empresária, além da aeronave e da Arena Barueri. “A Leila está nos bastidores para tomar o clube para ela. Tudo que ela quis até hoje ela conseguiu e tudo que ela disse ela fez o contrário”, dispara.

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O contrato de patrocínio da Crefisa e FAM com o Palmeiras não prevê reajuste ou correção nos pagamentos feitos ao clube desde o início de 2019. Suas empresas pagam, há cinco anos, R$ 81 milhões à agremiação anualmente.

CEO no futebol

Caso o candidato do Palmeiras Avante seja eleito em novembro, o clube terá um executivo no futebol. O grupo fez, como primeiro compromisso de campanha, a contratação de um CEO para o futebol e outro para a administração da parte social. No plano esportivo, o movimento diz que buscará um profissional “com grande experiência no mercado do futebol, tanto nacional quanto internacionalmente”.

Esse profissional, diz o movimento, não chega contratado para substituir o diretor Anderson Barros no departamento de futebol ou outro colaborador no clube social. Este profissional deverá ter um histórico de sucesso em clubes do primeiro escalão e será responsável também por todas as áreas que dão suporte à estrutura.

Leia a resposta de Leila Pereira às declarações da oposição

A presidente Leila Pereira já declarou, por diversas vezes, ser contrária à implementação de uma SAF no Palmeiras. Já afirmou também que, caso seja reeleita neste ano, encerrará o seu ciclo à frente do clube em 2027.

Cabe salientar que, em apenas dois anos de mandato, a gestão Leila Pereira conquistou seis títulos no futebol profissional masculino, façanha inédita na história palestrina, e consolidou o Verdão como referência no futebol brasileiro graças, justamente, às boas práticas de governança adotadas.

Quanto ao suposto conflito de interesses, constantemente evocado pela oposição, a presidente reitera que seu único interesse é - e sempre foi - trabalhar pelo crescimento do Palmeiras.

Se Leila Pereira foi eleita a primeira presidente mulher da história do Palmeiras sem adversários na última eleição, no fim de 2021, no próximo pleito, marcado para novembro, ela terá ao menos um oponente. Algo que não acontece há três anos, grupos da oposição se reúnem no clube e têm aglutinado forças para concorrer nas próximas eleições. Eles criaram um movimento e prometem lançar candidato para disputar a presidência do clube.

Insatisfeitos com a atual gestão, membros do Ocupa Palestra, Academia e grupo Arquibancada, além de outros nomes independentes, se juntaram e formaram o Palmeiras Avante, grupo lançado na semana passada no Palmeiras. Estima-se que a oposição conte com 120 conselheiros, todos já cientes do movimento, e que 30% dos associados do clube rejeitam a ideia de um novo mandato de Leila Pereira.

O Estadão conversou com quatro membros do Palmeiras Avante - eles preferiram preservar as suas identidades. Dois deles estão na oposição desde o início do mandato da presidente Leila, um apoiava a dirigente, mas mudou de lado e o outro era independente. Três desses integrantes dizem ter sofrido retaliações da mandatária, como ficar sem ingressos para as partidas do time em casa, benefício a que todos os conselheiros têm direito.

O nome do candidato que vai concorrer com Leila Pereira será divulgado até o fim do primeiro semestre. Segundo o movimento, essa pessoa terá de ter coragem, disposição e abrir mão de sua privacidade. Enquanto isso, a prioridade, eles dizem, é estruturar um projeto amplo que promova profissionalização dos departamentos, fortalecimento das regras de governança e transparência e que seja capaz de construir um Palmeiras “mais democrático, profissional e transparente”.

Leila Pereira terá adversário na eleição para presidência do Palmeiras Foto: Fabio Menotti / Ag. Palmeiras

“A gente está organizado como jamais esteve. A gente pode chegar forte, sim. As pessoas falam: ‘está ruim do jeito que está, está esquisito’. As pessoas precisam ter um barco pra pular. Se esse barco mostrar capacidade de atravessar o rio, vai aumentar a adesão. Se virem que a chance é real, muita gente pode vir para o nosso lado”, acredita um dos integrantes dessa ala da política palmeirense.

A ideia dos opositores é explorar as fraquezas e vulnerabilidades políticas de Leila, frequentemente questionada pela torcida e por parte dos conselheiros, que alegam haver conflito de interesses na administração da empresária, o que ela afirma não existir, e também pelas promessas não cumpridas, como a redução no valor dos ingressos.

Quarta mulher mais rica do Brasil, segundo a revista Forbes, a presidente patrocina o clube por meio da Crefisa e da FAM desde 2015, é credora da agremiação, dona do avião usado pela delegação para as viagens fora de São Paulo e administra, por meio da Crefipar, a Arena Barueri, estádio que tem sido usado pelo time enquanto a reforma no gramado do Allianz Parque não é concluída.

“Existem muitos pontos falhos na gestão da Leila, a modernização prometida, o conflito de interesses (patrocinadora e presidente), a falta de transparência, de governança. A impressão que tenho é que estamos voltando para o passado”, aponta outro membro do Palmeiras Avante, que faz parte da política palmeirense há 15 anos. “A marca Palmeiras é subavaliada hoje”, emenda, segundo o qual o departamento de marketing, chefiado por Everaldo Coelho, é inoperante.

O Estadão procurou Leila para ouvir sua resposta às declarações da oposição. O posicionamento está no fim desta reportagem.

Leila não é fã da democracia. Ela não gosta do Palmeiras, ela curte o poder”

Um dos membros da oposição do Palmeiras

“O Palmeiras é um clube muito grande para estar na mão de uma única pessoa. O Palmeiras precisa ser profissional. Tem que ser gerido como uma empresa que fatura R$ 1 bilhão por ano”, endossa um dos membros do partido de oposição, que faz a alegação de que os poderes na política do clube não são independentes e só “servem à presidência”. “Hoje é transparência zero. O que a gente quer é ter um clube de todos. Todos são sócios e são donos. O Palmeiras pode e deve ser mais forte, com melhores práticas de gestão e governança”.

Essa ala política afirma estar fazendo “uma oposição propositiva, com ideias”, e acusa Leila Pereira de adotar práticas antidemocráticas em sua administração. “Se for eleita, ela pode estender o mandato e transformar o Palmeiras em SAF (Sociedade Anônima do Futebol). Ela não é fã da democracia”, acusa um dos conselheiros que faz oposição à presidência. “Não é do perfil ficar seis anos e depois sair. Ela não gosta do Palmeiras, ela curte o poder”. Vale ressaltar que Leila nunca abriu caminho para a possibilidade de o Palmeiras virar SAF.

Empresa de Leila Pereira é dona da Arena Barueri Foto: Cesar Greco/Palmeiras

O ponto de ruptura para diferentes grupos da oposição se unirem foi a controversa entrevista coletiva que Leila deu no fim do ano passado e revoltou até aliados. Na ocasião, ela se mostrou aberta ao conflito para atacar a Mancha Alviverde, principal organizada ligada ao time, defender suas decisões e rebater os críticos.

“Depois daquela entrevista, rolou um movimento de catalisação da oposição. Não dava mais, o pessoal entendeu que precisava se unir. Até o pessoal da situação nos procurou, diretores dela, membros do COF. As pessoas ficaram muito incomodadas. Ali virou a chave, foi o impulso que faltava”, conta um dos líderes do Palmeiras Avante.

Segundo esse mesmo conselheiro, o Palmeiras “passa por um processo de aquisição hostil”. “Patrocínio, dívida, estádio, avião. Mesmo que a gente ganhe, vamos ter de sentar com ela e negociar”, diz ele, citando o patrocínio com contrato de exclusividade da Crefisa e FAM e o valor- atualmente R$ 24 milhões - que o clube deve à empresária, além da aeronave e da Arena Barueri. “A Leila está nos bastidores para tomar o clube para ela. Tudo que ela quis até hoje ela conseguiu e tudo que ela disse ela fez o contrário”, dispara.

O contrato de patrocínio da Crefisa e FAM com o Palmeiras não prevê reajuste ou correção nos pagamentos feitos ao clube desde o início de 2019. Suas empresas pagam, há cinco anos, R$ 81 milhões à agremiação anualmente.

CEO no futebol

Caso o candidato do Palmeiras Avante seja eleito em novembro, o clube terá um executivo no futebol. O grupo fez, como primeiro compromisso de campanha, a contratação de um CEO para o futebol e outro para a administração da parte social. No plano esportivo, o movimento diz que buscará um profissional “com grande experiência no mercado do futebol, tanto nacional quanto internacionalmente”.

Esse profissional, diz o movimento, não chega contratado para substituir o diretor Anderson Barros no departamento de futebol ou outro colaborador no clube social. Este profissional deverá ter um histórico de sucesso em clubes do primeiro escalão e será responsável também por todas as áreas que dão suporte à estrutura.

Leia a resposta de Leila Pereira às declarações da oposição

A presidente Leila Pereira já declarou, por diversas vezes, ser contrária à implementação de uma SAF no Palmeiras. Já afirmou também que, caso seja reeleita neste ano, encerrará o seu ciclo à frente do clube em 2027.

Cabe salientar que, em apenas dois anos de mandato, a gestão Leila Pereira conquistou seis títulos no futebol profissional masculino, façanha inédita na história palestrina, e consolidou o Verdão como referência no futebol brasileiro graças, justamente, às boas práticas de governança adotadas.

Quanto ao suposto conflito de interesses, constantemente evocado pela oposição, a presidente reitera que seu único interesse é - e sempre foi - trabalhar pelo crescimento do Palmeiras.

Se Leila Pereira foi eleita a primeira presidente mulher da história do Palmeiras sem adversários na última eleição, no fim de 2021, no próximo pleito, marcado para novembro, ela terá ao menos um oponente. Algo que não acontece há três anos, grupos da oposição se reúnem no clube e têm aglutinado forças para concorrer nas próximas eleições. Eles criaram um movimento e prometem lançar candidato para disputar a presidência do clube.

Insatisfeitos com a atual gestão, membros do Ocupa Palestra, Academia e grupo Arquibancada, além de outros nomes independentes, se juntaram e formaram o Palmeiras Avante, grupo lançado na semana passada no Palmeiras. Estima-se que a oposição conte com 120 conselheiros, todos já cientes do movimento, e que 30% dos associados do clube rejeitam a ideia de um novo mandato de Leila Pereira.

O Estadão conversou com quatro membros do Palmeiras Avante - eles preferiram preservar as suas identidades. Dois deles estão na oposição desde o início do mandato da presidente Leila, um apoiava a dirigente, mas mudou de lado e o outro era independente. Três desses integrantes dizem ter sofrido retaliações da mandatária, como ficar sem ingressos para as partidas do time em casa, benefício a que todos os conselheiros têm direito.

O nome do candidato que vai concorrer com Leila Pereira será divulgado até o fim do primeiro semestre. Segundo o movimento, essa pessoa terá de ter coragem, disposição e abrir mão de sua privacidade. Enquanto isso, a prioridade, eles dizem, é estruturar um projeto amplo que promova profissionalização dos departamentos, fortalecimento das regras de governança e transparência e que seja capaz de construir um Palmeiras “mais democrático, profissional e transparente”.

Leila Pereira terá adversário na eleição para presidência do Palmeiras Foto: Fabio Menotti / Ag. Palmeiras

“A gente está organizado como jamais esteve. A gente pode chegar forte, sim. As pessoas falam: ‘está ruim do jeito que está, está esquisito’. As pessoas precisam ter um barco pra pular. Se esse barco mostrar capacidade de atravessar o rio, vai aumentar a adesão. Se virem que a chance é real, muita gente pode vir para o nosso lado”, acredita um dos integrantes dessa ala da política palmeirense.

A ideia dos opositores é explorar as fraquezas e vulnerabilidades políticas de Leila, frequentemente questionada pela torcida e por parte dos conselheiros, que alegam haver conflito de interesses na administração da empresária, o que ela afirma não existir, e também pelas promessas não cumpridas, como a redução no valor dos ingressos.

Quarta mulher mais rica do Brasil, segundo a revista Forbes, a presidente patrocina o clube por meio da Crefisa e da FAM desde 2015, é credora da agremiação, dona do avião usado pela delegação para as viagens fora de São Paulo e administra, por meio da Crefipar, a Arena Barueri, estádio que tem sido usado pelo time enquanto a reforma no gramado do Allianz Parque não é concluída.

“Existem muitos pontos falhos na gestão da Leila, a modernização prometida, o conflito de interesses (patrocinadora e presidente), a falta de transparência, de governança. A impressão que tenho é que estamos voltando para o passado”, aponta outro membro do Palmeiras Avante, que faz parte da política palmeirense há 15 anos. “A marca Palmeiras é subavaliada hoje”, emenda, segundo o qual o departamento de marketing, chefiado por Everaldo Coelho, é inoperante.

O Estadão procurou Leila para ouvir sua resposta às declarações da oposição. O posicionamento está no fim desta reportagem.

Leila não é fã da democracia. Ela não gosta do Palmeiras, ela curte o poder”

Um dos membros da oposição do Palmeiras

“O Palmeiras é um clube muito grande para estar na mão de uma única pessoa. O Palmeiras precisa ser profissional. Tem que ser gerido como uma empresa que fatura R$ 1 bilhão por ano”, endossa um dos membros do partido de oposição, que faz a alegação de que os poderes na política do clube não são independentes e só “servem à presidência”. “Hoje é transparência zero. O que a gente quer é ter um clube de todos. Todos são sócios e são donos. O Palmeiras pode e deve ser mais forte, com melhores práticas de gestão e governança”.

Essa ala política afirma estar fazendo “uma oposição propositiva, com ideias”, e acusa Leila Pereira de adotar práticas antidemocráticas em sua administração. “Se for eleita, ela pode estender o mandato e transformar o Palmeiras em SAF (Sociedade Anônima do Futebol). Ela não é fã da democracia”, acusa um dos conselheiros que faz oposição à presidência. “Não é do perfil ficar seis anos e depois sair. Ela não gosta do Palmeiras, ela curte o poder”. Vale ressaltar que Leila nunca abriu caminho para a possibilidade de o Palmeiras virar SAF.

Empresa de Leila Pereira é dona da Arena Barueri Foto: Cesar Greco/Palmeiras

O ponto de ruptura para diferentes grupos da oposição se unirem foi a controversa entrevista coletiva que Leila deu no fim do ano passado e revoltou até aliados. Na ocasião, ela se mostrou aberta ao conflito para atacar a Mancha Alviverde, principal organizada ligada ao time, defender suas decisões e rebater os críticos.

“Depois daquela entrevista, rolou um movimento de catalisação da oposição. Não dava mais, o pessoal entendeu que precisava se unir. Até o pessoal da situação nos procurou, diretores dela, membros do COF. As pessoas ficaram muito incomodadas. Ali virou a chave, foi o impulso que faltava”, conta um dos líderes do Palmeiras Avante.

Segundo esse mesmo conselheiro, o Palmeiras “passa por um processo de aquisição hostil”. “Patrocínio, dívida, estádio, avião. Mesmo que a gente ganhe, vamos ter de sentar com ela e negociar”, diz ele, citando o patrocínio com contrato de exclusividade da Crefisa e FAM e o valor- atualmente R$ 24 milhões - que o clube deve à empresária, além da aeronave e da Arena Barueri. “A Leila está nos bastidores para tomar o clube para ela. Tudo que ela quis até hoje ela conseguiu e tudo que ela disse ela fez o contrário”, dispara.

O contrato de patrocínio da Crefisa e FAM com o Palmeiras não prevê reajuste ou correção nos pagamentos feitos ao clube desde o início de 2019. Suas empresas pagam, há cinco anos, R$ 81 milhões à agremiação anualmente.

CEO no futebol

Caso o candidato do Palmeiras Avante seja eleito em novembro, o clube terá um executivo no futebol. O grupo fez, como primeiro compromisso de campanha, a contratação de um CEO para o futebol e outro para a administração da parte social. No plano esportivo, o movimento diz que buscará um profissional “com grande experiência no mercado do futebol, tanto nacional quanto internacionalmente”.

Esse profissional, diz o movimento, não chega contratado para substituir o diretor Anderson Barros no departamento de futebol ou outro colaborador no clube social. Este profissional deverá ter um histórico de sucesso em clubes do primeiro escalão e será responsável também por todas as áreas que dão suporte à estrutura.

Leia a resposta de Leila Pereira às declarações da oposição

A presidente Leila Pereira já declarou, por diversas vezes, ser contrária à implementação de uma SAF no Palmeiras. Já afirmou também que, caso seja reeleita neste ano, encerrará o seu ciclo à frente do clube em 2027.

Cabe salientar que, em apenas dois anos de mandato, a gestão Leila Pereira conquistou seis títulos no futebol profissional masculino, façanha inédita na história palestrina, e consolidou o Verdão como referência no futebol brasileiro graças, justamente, às boas práticas de governança adotadas.

Quanto ao suposto conflito de interesses, constantemente evocado pela oposição, a presidente reitera que seu único interesse é - e sempre foi - trabalhar pelo crescimento do Palmeiras.

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