Como será a recuperação de Dudu, do Palmeiras, após sofrer a lesão mais temida pelos atletas


Atacante passou por cirurgia para reconstruir o ligamento cruzado anterior do joelho direito e começou nesta semana a se recuperar da contusão que vai lhe tirar dos gramados de nove a 12 meses

Por Ricardo Magatti
Atualização:

Lesão mais temida pelos jogadores de futebol, a ruptura do ligamento cruzado anterior (LCA) do joelho acometeu Dudu, um atleta com musculatura privilegiada e desacostumado a se machucar, até então. Aos 31 anos, o atacante do Palmeiras foi submetido ao procedimento cirúrgico na terça-feira e começa a se recuperar da contusão mais grave de sua carreira.

Dudu sofreu a lesão no domingo retrasado, dia 27, durante o duelo com o Vasco, que terminou com vitória do Palmeiras por 1 a 0. Lesionou-se sozinho, sem disputa de bola, ao prender o pé no gramado sintético do Allianz Parque e, no giro, torcer o joelho direito, gerando, além da ruptura no ligamento, uma lesão de menisco.

Dias depois, o jogador fez sessões de fisioterapia para desinchar o joelho e foi, então, operado nesta terça-feira no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. “Primeira etapa concluída e tudo deu certo”, escreveu Dudu em suas redes sociais, confiante de que irá retornar aos gramados em 2024 saudável e capaz de ter o mesmo desempenho de antes da lesão. Segundo o atleta, as centenas de mensagens de apoio têm sido fundamentais para seu processo de reabilitação.

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“Sinceramente, nunca pensei que iria passar por isso: cirurgia no joelho, seis semanas sem colocar o pé no chão. Isso é muito ruim, muito doído, mas acontece, é seguir em frente”, contou Dudu nesta segunda-feira, quando fez sua primeira sessão de fisioterapia depois de ser operado. “Agora é pensar para frente”, completou o jogador do grupo atual com mais partidas (443), vitórias (260), gols (88) e assistências (102).

Por “diretrizes internas”, o Palmeiras prefere não divulgar o nome do médico que operou o atleta nem detalha a segunda lesão sofrida por Dudu, em seu menisco, que foi reparado. Mas o Estadão soube que o procedimento adotado foi o de reconstruir o joelho do atleta em vez de repará-lo. Trata-se do método cirúrgico mais comum em jogadores nesses casos. Na reconstrução, o médico tenta estabilizar o joelho colocando um enxerto (geralmente retirado dos músculos isquiotibiais do tendão patelar) no lugar do ligamento lesado. Tendões flexores e o tendão do quadríceps são outras alternativas de enxerto.

Dudu passou por cirurgia para reconstruir ligamento do joelho direito Foto: Reprodução/Instagram @7_Dudu
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Recuperação por etapas

Serão longos meses até Dudu poder ter a oportunidade de chutar uma bola de novo. Segundo o clube, a previsão é de que ele leve de nove a 12 meses para se recuperar plenamente. Médicos ouvidos pelo Estadão frisam que, mais importante que estimar um tempo de retorno, é que o atleta cumpra à risca todas as etapas do processo de recuperação. Nos primeiros dias após a intervenção cirúrgica, o objetivo é reduzir a inflamação e controlar o edema com medidas anti-inflamatórias e com a realização de exercícios de fortalecimento do joelho, sem abrir mão das muletas, ainda.

“Depois, tem o período de fisioterapia que varia entre seis a oito semanas e depois ainda um tempo de recuperação muscular e reequilíbrio neuromuscular, na academia e com exercícios para estimular a sua propriocepção, que é a capacidade do cérebro de reconhecer em que posição você está”, explica Eduardo Telles Stewien, médico ortopedista do Hospital Israelita Albert Einstein, mestre em Ortopedia e Traumatologia e membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia.

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O treinamento proprioceptivo e de equilíbrio, diz Stewien, é uma das partes mais importantes no processo de reabilitação em casos de ruptura de LCA. “O que mais faz diferença é essa interação entre cérebro e músculo, é a capacidade neuromuscular de reconhecer cada movimento”, afirma. Dudu terá de ter muita paciência e o carinho dos companheiros na Academia, onde o Palmeiras treina. Antes da cirurgia, os colegas fizeram um vídeo para ele, desejando sorte no tratamento.

O retorno aos gramados, que até há pouco tempo era previsto para cinco ou seis meses após a cirurgia, muitas vezes tem sido mais longo, esticado para sete, oito ou até nove meses. “A gente tenta até jogar um pouco mais para frente o retorno ao esporte pensando em evitar novas lesões ou novas rupturas. Não ficamos mais fazendo o que o pessoal chama de reabilitação acelerada”, esclarece Tiago Lazzaretti Fernandes, ortopedista e coordenador do núcleo de Medicina do Esporte do Hospital Sírio-Libanês.

Fernandes aponta que, como Dudu já passou dos 30 anos, pode precisar de um período maior para se reabilitar plenamente. “Agora, em favor dele tem a massa muscular, que vai ajudar depois no momento da reabilitação”, pontua. Ele explica que o prazo de recuperação depende muito mais do organismo de cada jogador. Já Stewien diz que uma “boa condição muscular e neuromuscular é o que faz a diferença” nesse processo.

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Dudu ficará fora dos gramados por no mínimo seis meses Foto: Cesar Greco/Palmeiras

Qual será o desempenho de Dudu em seu retorno?

Se tempos atrás o rompimento dos ligamentos encerrou carreiras promissoras ou já bem consolidadas, hoje o cenário é diferente. A evolução da medicina e os recursos de que dispõem os atletas no período pós-operatório permitem que seja muito maior a possibilidade de retorno no mesmo nível de antes da lesão.

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Estudo elaborado e publicado em 2018 por profissionais do Departamento de Ortopedia e Traumatologia e Centro Traumatologia do Esporte (CETE) da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) concluiu que mais de 90% dos jogadores operados por lesão do LCA retornam ao esporte profissional, e entre 60% e 90% regressam com o mesmo nível ou com um nível melhor de desempenho. Para o trabalho, ortopedistas vinculados a clubes do Brasileirão responderam a um questionário sobre o tratamento das lesões de LCA em jogadores profissionais de futebol.

Uma vez recuperado, o jogador terá ainda um tempo de transição com atividades com bola no gramado. “Durante esse processo, o medo e a insegurança são trabalhados com o jogador para que ele consiga, além da força muscular, ter essa segurança para fazer os movimentos de antes”, salienta Fernandes.

Grave lesão no joelho encerrou antes da hora o pior ano de Dudu no Palmeiras Foto: Cesar Greco/Palmeiras
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O pior ano de Dudu no Palmeiras

A grave lesão encerrou precocemente o pior ano da vitoriosa trajetória de Dudu no Palmeiras. Antes de romper o ligamento, ele desfalcou o time devido a uma incômoda dor na panturrilha direita. Fazia tratamento separadamente para estar à disposição nos jogos mais importantes, os da Libertadores.

As dores prejudicaram o desempenho do camisa 7, mas antes delas sua performance já não era boa como nos anos anteriores. Foram três gols e sete assistências em 43 partidas em 2023, o que representa os piores números individuais do ídolo da equipe em sete temporadas completas com a camisa do Palmeiras, desconsiderando 2020, quando se transferiu para o Al-Duhail, do Catar, e 2021, quando retornou em julho.

Veja o desempenho de Dudu no Palmeiras:

  • 2015: 55 jogos, 16 gols e 14 assistências
  • 2016: 51 jogos, 9 gols e 12 assistências
  • 2017: 51 jogos, 16 gols e 11 assistências
  • 2018: 64 jogos, 12 gols e 18 assistências
  • 2019: 64 jogos, 13 gols e 17 assistências
  • 2020: 10 jogos, 2 gols e 2 assistências* - transferiu-se para o Al-Duhail em junho
  • 2021: 28 jogos, 4 gols e 2 assistências* - voltou em julho ao Palmeiras
  • 2022: 68 jogos, 11 gols e 14 assistências
  • 2023: 43 jogos, 3 gols e 7 assistências

O jogador tem contrato com o Palmeiras até dezembro de 2025 e possibilidade de renovação automática para 2026 caso cumpra metas. No total, Dudu tem 443 jogos, 88 gols, 102 assistências e 11 títulos conquistados.

Lesão mais temida pelos jogadores de futebol, a ruptura do ligamento cruzado anterior (LCA) do joelho acometeu Dudu, um atleta com musculatura privilegiada e desacostumado a se machucar, até então. Aos 31 anos, o atacante do Palmeiras foi submetido ao procedimento cirúrgico na terça-feira e começa a se recuperar da contusão mais grave de sua carreira.

Dudu sofreu a lesão no domingo retrasado, dia 27, durante o duelo com o Vasco, que terminou com vitória do Palmeiras por 1 a 0. Lesionou-se sozinho, sem disputa de bola, ao prender o pé no gramado sintético do Allianz Parque e, no giro, torcer o joelho direito, gerando, além da ruptura no ligamento, uma lesão de menisco.

Dias depois, o jogador fez sessões de fisioterapia para desinchar o joelho e foi, então, operado nesta terça-feira no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. “Primeira etapa concluída e tudo deu certo”, escreveu Dudu em suas redes sociais, confiante de que irá retornar aos gramados em 2024 saudável e capaz de ter o mesmo desempenho de antes da lesão. Segundo o atleta, as centenas de mensagens de apoio têm sido fundamentais para seu processo de reabilitação.

“Sinceramente, nunca pensei que iria passar por isso: cirurgia no joelho, seis semanas sem colocar o pé no chão. Isso é muito ruim, muito doído, mas acontece, é seguir em frente”, contou Dudu nesta segunda-feira, quando fez sua primeira sessão de fisioterapia depois de ser operado. “Agora é pensar para frente”, completou o jogador do grupo atual com mais partidas (443), vitórias (260), gols (88) e assistências (102).

Por “diretrizes internas”, o Palmeiras prefere não divulgar o nome do médico que operou o atleta nem detalha a segunda lesão sofrida por Dudu, em seu menisco, que foi reparado. Mas o Estadão soube que o procedimento adotado foi o de reconstruir o joelho do atleta em vez de repará-lo. Trata-se do método cirúrgico mais comum em jogadores nesses casos. Na reconstrução, o médico tenta estabilizar o joelho colocando um enxerto (geralmente retirado dos músculos isquiotibiais do tendão patelar) no lugar do ligamento lesado. Tendões flexores e o tendão do quadríceps são outras alternativas de enxerto.

Dudu passou por cirurgia para reconstruir ligamento do joelho direito Foto: Reprodução/Instagram @7_Dudu

Recuperação por etapas

Serão longos meses até Dudu poder ter a oportunidade de chutar uma bola de novo. Segundo o clube, a previsão é de que ele leve de nove a 12 meses para se recuperar plenamente. Médicos ouvidos pelo Estadão frisam que, mais importante que estimar um tempo de retorno, é que o atleta cumpra à risca todas as etapas do processo de recuperação. Nos primeiros dias após a intervenção cirúrgica, o objetivo é reduzir a inflamação e controlar o edema com medidas anti-inflamatórias e com a realização de exercícios de fortalecimento do joelho, sem abrir mão das muletas, ainda.

“Depois, tem o período de fisioterapia que varia entre seis a oito semanas e depois ainda um tempo de recuperação muscular e reequilíbrio neuromuscular, na academia e com exercícios para estimular a sua propriocepção, que é a capacidade do cérebro de reconhecer em que posição você está”, explica Eduardo Telles Stewien, médico ortopedista do Hospital Israelita Albert Einstein, mestre em Ortopedia e Traumatologia e membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia.

O treinamento proprioceptivo e de equilíbrio, diz Stewien, é uma das partes mais importantes no processo de reabilitação em casos de ruptura de LCA. “O que mais faz diferença é essa interação entre cérebro e músculo, é a capacidade neuromuscular de reconhecer cada movimento”, afirma. Dudu terá de ter muita paciência e o carinho dos companheiros na Academia, onde o Palmeiras treina. Antes da cirurgia, os colegas fizeram um vídeo para ele, desejando sorte no tratamento.

O retorno aos gramados, que até há pouco tempo era previsto para cinco ou seis meses após a cirurgia, muitas vezes tem sido mais longo, esticado para sete, oito ou até nove meses. “A gente tenta até jogar um pouco mais para frente o retorno ao esporte pensando em evitar novas lesões ou novas rupturas. Não ficamos mais fazendo o que o pessoal chama de reabilitação acelerada”, esclarece Tiago Lazzaretti Fernandes, ortopedista e coordenador do núcleo de Medicina do Esporte do Hospital Sírio-Libanês.

Fernandes aponta que, como Dudu já passou dos 30 anos, pode precisar de um período maior para se reabilitar plenamente. “Agora, em favor dele tem a massa muscular, que vai ajudar depois no momento da reabilitação”, pontua. Ele explica que o prazo de recuperação depende muito mais do organismo de cada jogador. Já Stewien diz que uma “boa condição muscular e neuromuscular é o que faz a diferença” nesse processo.

Dudu ficará fora dos gramados por no mínimo seis meses Foto: Cesar Greco/Palmeiras

Qual será o desempenho de Dudu em seu retorno?

Se tempos atrás o rompimento dos ligamentos encerrou carreiras promissoras ou já bem consolidadas, hoje o cenário é diferente. A evolução da medicina e os recursos de que dispõem os atletas no período pós-operatório permitem que seja muito maior a possibilidade de retorno no mesmo nível de antes da lesão.

Estudo elaborado e publicado em 2018 por profissionais do Departamento de Ortopedia e Traumatologia e Centro Traumatologia do Esporte (CETE) da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) concluiu que mais de 90% dos jogadores operados por lesão do LCA retornam ao esporte profissional, e entre 60% e 90% regressam com o mesmo nível ou com um nível melhor de desempenho. Para o trabalho, ortopedistas vinculados a clubes do Brasileirão responderam a um questionário sobre o tratamento das lesões de LCA em jogadores profissionais de futebol.

Uma vez recuperado, o jogador terá ainda um tempo de transição com atividades com bola no gramado. “Durante esse processo, o medo e a insegurança são trabalhados com o jogador para que ele consiga, além da força muscular, ter essa segurança para fazer os movimentos de antes”, salienta Fernandes.

Grave lesão no joelho encerrou antes da hora o pior ano de Dudu no Palmeiras Foto: Cesar Greco/Palmeiras

O pior ano de Dudu no Palmeiras

A grave lesão encerrou precocemente o pior ano da vitoriosa trajetória de Dudu no Palmeiras. Antes de romper o ligamento, ele desfalcou o time devido a uma incômoda dor na panturrilha direita. Fazia tratamento separadamente para estar à disposição nos jogos mais importantes, os da Libertadores.

As dores prejudicaram o desempenho do camisa 7, mas antes delas sua performance já não era boa como nos anos anteriores. Foram três gols e sete assistências em 43 partidas em 2023, o que representa os piores números individuais do ídolo da equipe em sete temporadas completas com a camisa do Palmeiras, desconsiderando 2020, quando se transferiu para o Al-Duhail, do Catar, e 2021, quando retornou em julho.

Veja o desempenho de Dudu no Palmeiras:

  • 2015: 55 jogos, 16 gols e 14 assistências
  • 2016: 51 jogos, 9 gols e 12 assistências
  • 2017: 51 jogos, 16 gols e 11 assistências
  • 2018: 64 jogos, 12 gols e 18 assistências
  • 2019: 64 jogos, 13 gols e 17 assistências
  • 2020: 10 jogos, 2 gols e 2 assistências* - transferiu-se para o Al-Duhail em junho
  • 2021: 28 jogos, 4 gols e 2 assistências* - voltou em julho ao Palmeiras
  • 2022: 68 jogos, 11 gols e 14 assistências
  • 2023: 43 jogos, 3 gols e 7 assistências

O jogador tem contrato com o Palmeiras até dezembro de 2025 e possibilidade de renovação automática para 2026 caso cumpra metas. No total, Dudu tem 443 jogos, 88 gols, 102 assistências e 11 títulos conquistados.

Lesão mais temida pelos jogadores de futebol, a ruptura do ligamento cruzado anterior (LCA) do joelho acometeu Dudu, um atleta com musculatura privilegiada e desacostumado a se machucar, até então. Aos 31 anos, o atacante do Palmeiras foi submetido ao procedimento cirúrgico na terça-feira e começa a se recuperar da contusão mais grave de sua carreira.

Dudu sofreu a lesão no domingo retrasado, dia 27, durante o duelo com o Vasco, que terminou com vitória do Palmeiras por 1 a 0. Lesionou-se sozinho, sem disputa de bola, ao prender o pé no gramado sintético do Allianz Parque e, no giro, torcer o joelho direito, gerando, além da ruptura no ligamento, uma lesão de menisco.

Dias depois, o jogador fez sessões de fisioterapia para desinchar o joelho e foi, então, operado nesta terça-feira no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. “Primeira etapa concluída e tudo deu certo”, escreveu Dudu em suas redes sociais, confiante de que irá retornar aos gramados em 2024 saudável e capaz de ter o mesmo desempenho de antes da lesão. Segundo o atleta, as centenas de mensagens de apoio têm sido fundamentais para seu processo de reabilitação.

“Sinceramente, nunca pensei que iria passar por isso: cirurgia no joelho, seis semanas sem colocar o pé no chão. Isso é muito ruim, muito doído, mas acontece, é seguir em frente”, contou Dudu nesta segunda-feira, quando fez sua primeira sessão de fisioterapia depois de ser operado. “Agora é pensar para frente”, completou o jogador do grupo atual com mais partidas (443), vitórias (260), gols (88) e assistências (102).

Por “diretrizes internas”, o Palmeiras prefere não divulgar o nome do médico que operou o atleta nem detalha a segunda lesão sofrida por Dudu, em seu menisco, que foi reparado. Mas o Estadão soube que o procedimento adotado foi o de reconstruir o joelho do atleta em vez de repará-lo. Trata-se do método cirúrgico mais comum em jogadores nesses casos. Na reconstrução, o médico tenta estabilizar o joelho colocando um enxerto (geralmente retirado dos músculos isquiotibiais do tendão patelar) no lugar do ligamento lesado. Tendões flexores e o tendão do quadríceps são outras alternativas de enxerto.

Dudu passou por cirurgia para reconstruir ligamento do joelho direito Foto: Reprodução/Instagram @7_Dudu

Recuperação por etapas

Serão longos meses até Dudu poder ter a oportunidade de chutar uma bola de novo. Segundo o clube, a previsão é de que ele leve de nove a 12 meses para se recuperar plenamente. Médicos ouvidos pelo Estadão frisam que, mais importante que estimar um tempo de retorno, é que o atleta cumpra à risca todas as etapas do processo de recuperação. Nos primeiros dias após a intervenção cirúrgica, o objetivo é reduzir a inflamação e controlar o edema com medidas anti-inflamatórias e com a realização de exercícios de fortalecimento do joelho, sem abrir mão das muletas, ainda.

“Depois, tem o período de fisioterapia que varia entre seis a oito semanas e depois ainda um tempo de recuperação muscular e reequilíbrio neuromuscular, na academia e com exercícios para estimular a sua propriocepção, que é a capacidade do cérebro de reconhecer em que posição você está”, explica Eduardo Telles Stewien, médico ortopedista do Hospital Israelita Albert Einstein, mestre em Ortopedia e Traumatologia e membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia.

O treinamento proprioceptivo e de equilíbrio, diz Stewien, é uma das partes mais importantes no processo de reabilitação em casos de ruptura de LCA. “O que mais faz diferença é essa interação entre cérebro e músculo, é a capacidade neuromuscular de reconhecer cada movimento”, afirma. Dudu terá de ter muita paciência e o carinho dos companheiros na Academia, onde o Palmeiras treina. Antes da cirurgia, os colegas fizeram um vídeo para ele, desejando sorte no tratamento.

O retorno aos gramados, que até há pouco tempo era previsto para cinco ou seis meses após a cirurgia, muitas vezes tem sido mais longo, esticado para sete, oito ou até nove meses. “A gente tenta até jogar um pouco mais para frente o retorno ao esporte pensando em evitar novas lesões ou novas rupturas. Não ficamos mais fazendo o que o pessoal chama de reabilitação acelerada”, esclarece Tiago Lazzaretti Fernandes, ortopedista e coordenador do núcleo de Medicina do Esporte do Hospital Sírio-Libanês.

Fernandes aponta que, como Dudu já passou dos 30 anos, pode precisar de um período maior para se reabilitar plenamente. “Agora, em favor dele tem a massa muscular, que vai ajudar depois no momento da reabilitação”, pontua. Ele explica que o prazo de recuperação depende muito mais do organismo de cada jogador. Já Stewien diz que uma “boa condição muscular e neuromuscular é o que faz a diferença” nesse processo.

Dudu ficará fora dos gramados por no mínimo seis meses Foto: Cesar Greco/Palmeiras

Qual será o desempenho de Dudu em seu retorno?

Se tempos atrás o rompimento dos ligamentos encerrou carreiras promissoras ou já bem consolidadas, hoje o cenário é diferente. A evolução da medicina e os recursos de que dispõem os atletas no período pós-operatório permitem que seja muito maior a possibilidade de retorno no mesmo nível de antes da lesão.

Estudo elaborado e publicado em 2018 por profissionais do Departamento de Ortopedia e Traumatologia e Centro Traumatologia do Esporte (CETE) da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) concluiu que mais de 90% dos jogadores operados por lesão do LCA retornam ao esporte profissional, e entre 60% e 90% regressam com o mesmo nível ou com um nível melhor de desempenho. Para o trabalho, ortopedistas vinculados a clubes do Brasileirão responderam a um questionário sobre o tratamento das lesões de LCA em jogadores profissionais de futebol.

Uma vez recuperado, o jogador terá ainda um tempo de transição com atividades com bola no gramado. “Durante esse processo, o medo e a insegurança são trabalhados com o jogador para que ele consiga, além da força muscular, ter essa segurança para fazer os movimentos de antes”, salienta Fernandes.

Grave lesão no joelho encerrou antes da hora o pior ano de Dudu no Palmeiras Foto: Cesar Greco/Palmeiras

O pior ano de Dudu no Palmeiras

A grave lesão encerrou precocemente o pior ano da vitoriosa trajetória de Dudu no Palmeiras. Antes de romper o ligamento, ele desfalcou o time devido a uma incômoda dor na panturrilha direita. Fazia tratamento separadamente para estar à disposição nos jogos mais importantes, os da Libertadores.

As dores prejudicaram o desempenho do camisa 7, mas antes delas sua performance já não era boa como nos anos anteriores. Foram três gols e sete assistências em 43 partidas em 2023, o que representa os piores números individuais do ídolo da equipe em sete temporadas completas com a camisa do Palmeiras, desconsiderando 2020, quando se transferiu para o Al-Duhail, do Catar, e 2021, quando retornou em julho.

Veja o desempenho de Dudu no Palmeiras:

  • 2015: 55 jogos, 16 gols e 14 assistências
  • 2016: 51 jogos, 9 gols e 12 assistências
  • 2017: 51 jogos, 16 gols e 11 assistências
  • 2018: 64 jogos, 12 gols e 18 assistências
  • 2019: 64 jogos, 13 gols e 17 assistências
  • 2020: 10 jogos, 2 gols e 2 assistências* - transferiu-se para o Al-Duhail em junho
  • 2021: 28 jogos, 4 gols e 2 assistências* - voltou em julho ao Palmeiras
  • 2022: 68 jogos, 11 gols e 14 assistências
  • 2023: 43 jogos, 3 gols e 7 assistências

O jogador tem contrato com o Palmeiras até dezembro de 2025 e possibilidade de renovação automática para 2026 caso cumpra metas. No total, Dudu tem 443 jogos, 88 gols, 102 assistências e 11 títulos conquistados.

Lesão mais temida pelos jogadores de futebol, a ruptura do ligamento cruzado anterior (LCA) do joelho acometeu Dudu, um atleta com musculatura privilegiada e desacostumado a se machucar, até então. Aos 31 anos, o atacante do Palmeiras foi submetido ao procedimento cirúrgico na terça-feira e começa a se recuperar da contusão mais grave de sua carreira.

Dudu sofreu a lesão no domingo retrasado, dia 27, durante o duelo com o Vasco, que terminou com vitória do Palmeiras por 1 a 0. Lesionou-se sozinho, sem disputa de bola, ao prender o pé no gramado sintético do Allianz Parque e, no giro, torcer o joelho direito, gerando, além da ruptura no ligamento, uma lesão de menisco.

Dias depois, o jogador fez sessões de fisioterapia para desinchar o joelho e foi, então, operado nesta terça-feira no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. “Primeira etapa concluída e tudo deu certo”, escreveu Dudu em suas redes sociais, confiante de que irá retornar aos gramados em 2024 saudável e capaz de ter o mesmo desempenho de antes da lesão. Segundo o atleta, as centenas de mensagens de apoio têm sido fundamentais para seu processo de reabilitação.

“Sinceramente, nunca pensei que iria passar por isso: cirurgia no joelho, seis semanas sem colocar o pé no chão. Isso é muito ruim, muito doído, mas acontece, é seguir em frente”, contou Dudu nesta segunda-feira, quando fez sua primeira sessão de fisioterapia depois de ser operado. “Agora é pensar para frente”, completou o jogador do grupo atual com mais partidas (443), vitórias (260), gols (88) e assistências (102).

Por “diretrizes internas”, o Palmeiras prefere não divulgar o nome do médico que operou o atleta nem detalha a segunda lesão sofrida por Dudu, em seu menisco, que foi reparado. Mas o Estadão soube que o procedimento adotado foi o de reconstruir o joelho do atleta em vez de repará-lo. Trata-se do método cirúrgico mais comum em jogadores nesses casos. Na reconstrução, o médico tenta estabilizar o joelho colocando um enxerto (geralmente retirado dos músculos isquiotibiais do tendão patelar) no lugar do ligamento lesado. Tendões flexores e o tendão do quadríceps são outras alternativas de enxerto.

Dudu passou por cirurgia para reconstruir ligamento do joelho direito Foto: Reprodução/Instagram @7_Dudu

Recuperação por etapas

Serão longos meses até Dudu poder ter a oportunidade de chutar uma bola de novo. Segundo o clube, a previsão é de que ele leve de nove a 12 meses para se recuperar plenamente. Médicos ouvidos pelo Estadão frisam que, mais importante que estimar um tempo de retorno, é que o atleta cumpra à risca todas as etapas do processo de recuperação. Nos primeiros dias após a intervenção cirúrgica, o objetivo é reduzir a inflamação e controlar o edema com medidas anti-inflamatórias e com a realização de exercícios de fortalecimento do joelho, sem abrir mão das muletas, ainda.

“Depois, tem o período de fisioterapia que varia entre seis a oito semanas e depois ainda um tempo de recuperação muscular e reequilíbrio neuromuscular, na academia e com exercícios para estimular a sua propriocepção, que é a capacidade do cérebro de reconhecer em que posição você está”, explica Eduardo Telles Stewien, médico ortopedista do Hospital Israelita Albert Einstein, mestre em Ortopedia e Traumatologia e membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia.

O treinamento proprioceptivo e de equilíbrio, diz Stewien, é uma das partes mais importantes no processo de reabilitação em casos de ruptura de LCA. “O que mais faz diferença é essa interação entre cérebro e músculo, é a capacidade neuromuscular de reconhecer cada movimento”, afirma. Dudu terá de ter muita paciência e o carinho dos companheiros na Academia, onde o Palmeiras treina. Antes da cirurgia, os colegas fizeram um vídeo para ele, desejando sorte no tratamento.

O retorno aos gramados, que até há pouco tempo era previsto para cinco ou seis meses após a cirurgia, muitas vezes tem sido mais longo, esticado para sete, oito ou até nove meses. “A gente tenta até jogar um pouco mais para frente o retorno ao esporte pensando em evitar novas lesões ou novas rupturas. Não ficamos mais fazendo o que o pessoal chama de reabilitação acelerada”, esclarece Tiago Lazzaretti Fernandes, ortopedista e coordenador do núcleo de Medicina do Esporte do Hospital Sírio-Libanês.

Fernandes aponta que, como Dudu já passou dos 30 anos, pode precisar de um período maior para se reabilitar plenamente. “Agora, em favor dele tem a massa muscular, que vai ajudar depois no momento da reabilitação”, pontua. Ele explica que o prazo de recuperação depende muito mais do organismo de cada jogador. Já Stewien diz que uma “boa condição muscular e neuromuscular é o que faz a diferença” nesse processo.

Dudu ficará fora dos gramados por no mínimo seis meses Foto: Cesar Greco/Palmeiras

Qual será o desempenho de Dudu em seu retorno?

Se tempos atrás o rompimento dos ligamentos encerrou carreiras promissoras ou já bem consolidadas, hoje o cenário é diferente. A evolução da medicina e os recursos de que dispõem os atletas no período pós-operatório permitem que seja muito maior a possibilidade de retorno no mesmo nível de antes da lesão.

Estudo elaborado e publicado em 2018 por profissionais do Departamento de Ortopedia e Traumatologia e Centro Traumatologia do Esporte (CETE) da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) concluiu que mais de 90% dos jogadores operados por lesão do LCA retornam ao esporte profissional, e entre 60% e 90% regressam com o mesmo nível ou com um nível melhor de desempenho. Para o trabalho, ortopedistas vinculados a clubes do Brasileirão responderam a um questionário sobre o tratamento das lesões de LCA em jogadores profissionais de futebol.

Uma vez recuperado, o jogador terá ainda um tempo de transição com atividades com bola no gramado. “Durante esse processo, o medo e a insegurança são trabalhados com o jogador para que ele consiga, além da força muscular, ter essa segurança para fazer os movimentos de antes”, salienta Fernandes.

Grave lesão no joelho encerrou antes da hora o pior ano de Dudu no Palmeiras Foto: Cesar Greco/Palmeiras

O pior ano de Dudu no Palmeiras

A grave lesão encerrou precocemente o pior ano da vitoriosa trajetória de Dudu no Palmeiras. Antes de romper o ligamento, ele desfalcou o time devido a uma incômoda dor na panturrilha direita. Fazia tratamento separadamente para estar à disposição nos jogos mais importantes, os da Libertadores.

As dores prejudicaram o desempenho do camisa 7, mas antes delas sua performance já não era boa como nos anos anteriores. Foram três gols e sete assistências em 43 partidas em 2023, o que representa os piores números individuais do ídolo da equipe em sete temporadas completas com a camisa do Palmeiras, desconsiderando 2020, quando se transferiu para o Al-Duhail, do Catar, e 2021, quando retornou em julho.

Veja o desempenho de Dudu no Palmeiras:

  • 2015: 55 jogos, 16 gols e 14 assistências
  • 2016: 51 jogos, 9 gols e 12 assistências
  • 2017: 51 jogos, 16 gols e 11 assistências
  • 2018: 64 jogos, 12 gols e 18 assistências
  • 2019: 64 jogos, 13 gols e 17 assistências
  • 2020: 10 jogos, 2 gols e 2 assistências* - transferiu-se para o Al-Duhail em junho
  • 2021: 28 jogos, 4 gols e 2 assistências* - voltou em julho ao Palmeiras
  • 2022: 68 jogos, 11 gols e 14 assistências
  • 2023: 43 jogos, 3 gols e 7 assistências

O jogador tem contrato com o Palmeiras até dezembro de 2025 e possibilidade de renovação automática para 2026 caso cumpra metas. No total, Dudu tem 443 jogos, 88 gols, 102 assistências e 11 títulos conquistados.

Lesão mais temida pelos jogadores de futebol, a ruptura do ligamento cruzado anterior (LCA) do joelho acometeu Dudu, um atleta com musculatura privilegiada e desacostumado a se machucar, até então. Aos 31 anos, o atacante do Palmeiras foi submetido ao procedimento cirúrgico na terça-feira e começa a se recuperar da contusão mais grave de sua carreira.

Dudu sofreu a lesão no domingo retrasado, dia 27, durante o duelo com o Vasco, que terminou com vitória do Palmeiras por 1 a 0. Lesionou-se sozinho, sem disputa de bola, ao prender o pé no gramado sintético do Allianz Parque e, no giro, torcer o joelho direito, gerando, além da ruptura no ligamento, uma lesão de menisco.

Dias depois, o jogador fez sessões de fisioterapia para desinchar o joelho e foi, então, operado nesta terça-feira no Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo. “Primeira etapa concluída e tudo deu certo”, escreveu Dudu em suas redes sociais, confiante de que irá retornar aos gramados em 2024 saudável e capaz de ter o mesmo desempenho de antes da lesão. Segundo o atleta, as centenas de mensagens de apoio têm sido fundamentais para seu processo de reabilitação.

“Sinceramente, nunca pensei que iria passar por isso: cirurgia no joelho, seis semanas sem colocar o pé no chão. Isso é muito ruim, muito doído, mas acontece, é seguir em frente”, contou Dudu nesta segunda-feira, quando fez sua primeira sessão de fisioterapia depois de ser operado. “Agora é pensar para frente”, completou o jogador do grupo atual com mais partidas (443), vitórias (260), gols (88) e assistências (102).

Por “diretrizes internas”, o Palmeiras prefere não divulgar o nome do médico que operou o atleta nem detalha a segunda lesão sofrida por Dudu, em seu menisco, que foi reparado. Mas o Estadão soube que o procedimento adotado foi o de reconstruir o joelho do atleta em vez de repará-lo. Trata-se do método cirúrgico mais comum em jogadores nesses casos. Na reconstrução, o médico tenta estabilizar o joelho colocando um enxerto (geralmente retirado dos músculos isquiotibiais do tendão patelar) no lugar do ligamento lesado. Tendões flexores e o tendão do quadríceps são outras alternativas de enxerto.

Dudu passou por cirurgia para reconstruir ligamento do joelho direito Foto: Reprodução/Instagram @7_Dudu

Recuperação por etapas

Serão longos meses até Dudu poder ter a oportunidade de chutar uma bola de novo. Segundo o clube, a previsão é de que ele leve de nove a 12 meses para se recuperar plenamente. Médicos ouvidos pelo Estadão frisam que, mais importante que estimar um tempo de retorno, é que o atleta cumpra à risca todas as etapas do processo de recuperação. Nos primeiros dias após a intervenção cirúrgica, o objetivo é reduzir a inflamação e controlar o edema com medidas anti-inflamatórias e com a realização de exercícios de fortalecimento do joelho, sem abrir mão das muletas, ainda.

“Depois, tem o período de fisioterapia que varia entre seis a oito semanas e depois ainda um tempo de recuperação muscular e reequilíbrio neuromuscular, na academia e com exercícios para estimular a sua propriocepção, que é a capacidade do cérebro de reconhecer em que posição você está”, explica Eduardo Telles Stewien, médico ortopedista do Hospital Israelita Albert Einstein, mestre em Ortopedia e Traumatologia e membro titular da Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia.

O treinamento proprioceptivo e de equilíbrio, diz Stewien, é uma das partes mais importantes no processo de reabilitação em casos de ruptura de LCA. “O que mais faz diferença é essa interação entre cérebro e músculo, é a capacidade neuromuscular de reconhecer cada movimento”, afirma. Dudu terá de ter muita paciência e o carinho dos companheiros na Academia, onde o Palmeiras treina. Antes da cirurgia, os colegas fizeram um vídeo para ele, desejando sorte no tratamento.

O retorno aos gramados, que até há pouco tempo era previsto para cinco ou seis meses após a cirurgia, muitas vezes tem sido mais longo, esticado para sete, oito ou até nove meses. “A gente tenta até jogar um pouco mais para frente o retorno ao esporte pensando em evitar novas lesões ou novas rupturas. Não ficamos mais fazendo o que o pessoal chama de reabilitação acelerada”, esclarece Tiago Lazzaretti Fernandes, ortopedista e coordenador do núcleo de Medicina do Esporte do Hospital Sírio-Libanês.

Fernandes aponta que, como Dudu já passou dos 30 anos, pode precisar de um período maior para se reabilitar plenamente. “Agora, em favor dele tem a massa muscular, que vai ajudar depois no momento da reabilitação”, pontua. Ele explica que o prazo de recuperação depende muito mais do organismo de cada jogador. Já Stewien diz que uma “boa condição muscular e neuromuscular é o que faz a diferença” nesse processo.

Dudu ficará fora dos gramados por no mínimo seis meses Foto: Cesar Greco/Palmeiras

Qual será o desempenho de Dudu em seu retorno?

Se tempos atrás o rompimento dos ligamentos encerrou carreiras promissoras ou já bem consolidadas, hoje o cenário é diferente. A evolução da medicina e os recursos de que dispõem os atletas no período pós-operatório permitem que seja muito maior a possibilidade de retorno no mesmo nível de antes da lesão.

Estudo elaborado e publicado em 2018 por profissionais do Departamento de Ortopedia e Traumatologia e Centro Traumatologia do Esporte (CETE) da Escola Paulista de Medicina da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp) concluiu que mais de 90% dos jogadores operados por lesão do LCA retornam ao esporte profissional, e entre 60% e 90% regressam com o mesmo nível ou com um nível melhor de desempenho. Para o trabalho, ortopedistas vinculados a clubes do Brasileirão responderam a um questionário sobre o tratamento das lesões de LCA em jogadores profissionais de futebol.

Uma vez recuperado, o jogador terá ainda um tempo de transição com atividades com bola no gramado. “Durante esse processo, o medo e a insegurança são trabalhados com o jogador para que ele consiga, além da força muscular, ter essa segurança para fazer os movimentos de antes”, salienta Fernandes.

Grave lesão no joelho encerrou antes da hora o pior ano de Dudu no Palmeiras Foto: Cesar Greco/Palmeiras

O pior ano de Dudu no Palmeiras

A grave lesão encerrou precocemente o pior ano da vitoriosa trajetória de Dudu no Palmeiras. Antes de romper o ligamento, ele desfalcou o time devido a uma incômoda dor na panturrilha direita. Fazia tratamento separadamente para estar à disposição nos jogos mais importantes, os da Libertadores.

As dores prejudicaram o desempenho do camisa 7, mas antes delas sua performance já não era boa como nos anos anteriores. Foram três gols e sete assistências em 43 partidas em 2023, o que representa os piores números individuais do ídolo da equipe em sete temporadas completas com a camisa do Palmeiras, desconsiderando 2020, quando se transferiu para o Al-Duhail, do Catar, e 2021, quando retornou em julho.

Veja o desempenho de Dudu no Palmeiras:

  • 2015: 55 jogos, 16 gols e 14 assistências
  • 2016: 51 jogos, 9 gols e 12 assistências
  • 2017: 51 jogos, 16 gols e 11 assistências
  • 2018: 64 jogos, 12 gols e 18 assistências
  • 2019: 64 jogos, 13 gols e 17 assistências
  • 2020: 10 jogos, 2 gols e 2 assistências* - transferiu-se para o Al-Duhail em junho
  • 2021: 28 jogos, 4 gols e 2 assistências* - voltou em julho ao Palmeiras
  • 2022: 68 jogos, 11 gols e 14 assistências
  • 2023: 43 jogos, 3 gols e 7 assistências

O jogador tem contrato com o Palmeiras até dezembro de 2025 e possibilidade de renovação automática para 2026 caso cumpra metas. No total, Dudu tem 443 jogos, 88 gols, 102 assistências e 11 títulos conquistados.

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