Como troca da Adidas pela Nike chegou ao governo alemão e abriu uma crise por falta de ‘patriotismo’


Decisão encerrará uma parceria de mais de 70 anos; novo contrato está estimado em mais de R$ 540 milhões por ano

Por Redação

O anúncio da substituição da Adidas pela gigante americana Nike como patrocinadora e fornecedora de material esportivo da seleção alemã de futebol a partir de 2027 provocou um terremoto que chegou até o governo do país, com críticas sobre falta de “patriotismo”.

A Federação Alemã de Futebol (DFB) anunciou, na quinta-feira, 21, a assinatura de um contrato com a Nike para o período 2027-2034, uma decisão que encerrará uma parceria de mais de 70 anos com a marca esportiva alemã Adidas. O anúncio aconteceu menos de três meses do início da Eurocopa 2024, que acontecerá na Alemanha entre 4 de junho e 14 de julho.

Com a saída da Adidas, novo contrato da seleção da Alemanha com a Nike está estimado em mais de R$ 540 milhões por ano Foto: KIRILL KUDRYAVTSEV/AFP
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“Não consigo imaginar uma camisa alemã sem as três listras” da Adidas, reagiu o ministro da Economia e vice-chanceler, Robert Habeck.  “Adidas e preto-vermelho-amarelo”, cores da bandeira alemã, “sempre foram inseparáveis para mim. Eu teria apreciado um pouco mais de patriotismo local”, criticou o político ambientalista.

O ministro da Saúde, o social-democrata Karl Lauterbach, também manifestou sua decepção. A escolha de uma empresa americana para vestir a Mannschaft é “um erro”, avaliou na rede social X (ex-Twitter), lamentando que “o comércio destrua uma parte da pátria e uma tradição”.

Ao ser questionado sobre a decisão em uma cúpula da União Europeia em Bruxelas, o chanceler alemão Olaf Scholz não quis avaliar a mudança: “a DFB decidiu, não pediu a minha opinião”. “O importante é que marquem gols”, acrescentou.

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Uma questão financeira

“O futebol alemão sempre fez parte da história econômica alemã. A seleção nacional, que joga com as três listras, era tão identificável como dizer que a bola é redonda e que uma partida dura 90 minutos”, declarou Markus Soder, ministro-presidente da Baviera, região sul da Alemanha onde a Adidas está sediada.

Para além da política, o descontentamento é generalizado no país. “É novamente uma questão financeira”, critica a influente revista Der Spiegel, enquanto a informação divulgada na imprensa, embora não confirmada, cita um contrato de 100 milhões de euros por ano (quase R$ 541 milhões na cotação atual).

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Segundo o jornal Süddeutsche Zeitung, o anúncio também é uma “afronta” à Adidas, uma semana após ter apresentado seu novo uniforme para a Eurocopa, uma camisa em degradê rosa e roxo que virou assunto no país.

“Incrível, a seleção pertence à Adidas, é incompreensível que possamos escolher um gigante americano”, afirmou à agência France-Presse Moritz Steimann, estudante de 25 anos.

Adidas veste a seleção alemã desde 1954; federação local passa por problemas financeiros Foto: KIRILL KUDRYAVTSEV/AFP
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‘Entendemos a comoção’

A Federação Alemã de Futebol já previa uma reação negativa. “Entendemos a comoção”, declarou no X horas após o anúncio do contrato, afirmando que a separação da Adidas “não nos deixa indiferentes”, mas que a Nike apresentou “de longe a melhor oferta”, justificou a DFB.

O presidente do conselho de administração da entidade esportiva, Holger Blask, também se disse “impressionado” com a visão da Nike, “que inclui um compromisso claro com a promoção do esporte amador e popular, bem como com o desenvolvimento sustentável do futebol feminino na Alemanha”.

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Já o diretor-executivo da marca americana, John Donahoe, disse na quinta-feira que estava “profundamente orgulhoso” de sua empresa ter sido escolhida.

A notícia foi um duro golpe para a Adidas, cuja história está ligada à seleção alemã desde 1954.

O popular jornal Bild é um dos poucos que aprovou o acordo na sexta-feira, 22, destacando as dificuldades financeiras da DFB. “A tradição não paga as contas”, avalia o veículo. 

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Dados os problemas financeiros da DFB, “é um bom negócio que chega no momento certo”, disse Christoph Breuer, do Instituto de Economia e Gestão Esportiva de Colônia, à agência SID.

Para a Alemanha, que atravessa uma estagnação econômica, a substituição da Adidas obscurece ainda mais suas perspectivas, após outro símbolo de sua indústria, a fabricante de automóveis Volkswagen ter sido substituída como patrocinadora da Eurocopa-2024 por sua rival chinesa BYD. / AFP

O anúncio da substituição da Adidas pela gigante americana Nike como patrocinadora e fornecedora de material esportivo da seleção alemã de futebol a partir de 2027 provocou um terremoto que chegou até o governo do país, com críticas sobre falta de “patriotismo”.

A Federação Alemã de Futebol (DFB) anunciou, na quinta-feira, 21, a assinatura de um contrato com a Nike para o período 2027-2034, uma decisão que encerrará uma parceria de mais de 70 anos com a marca esportiva alemã Adidas. O anúncio aconteceu menos de três meses do início da Eurocopa 2024, que acontecerá na Alemanha entre 4 de junho e 14 de julho.

Com a saída da Adidas, novo contrato da seleção da Alemanha com a Nike está estimado em mais de R$ 540 milhões por ano Foto: KIRILL KUDRYAVTSEV/AFP

“Não consigo imaginar uma camisa alemã sem as três listras” da Adidas, reagiu o ministro da Economia e vice-chanceler, Robert Habeck.  “Adidas e preto-vermelho-amarelo”, cores da bandeira alemã, “sempre foram inseparáveis para mim. Eu teria apreciado um pouco mais de patriotismo local”, criticou o político ambientalista.

O ministro da Saúde, o social-democrata Karl Lauterbach, também manifestou sua decepção. A escolha de uma empresa americana para vestir a Mannschaft é “um erro”, avaliou na rede social X (ex-Twitter), lamentando que “o comércio destrua uma parte da pátria e uma tradição”.

Ao ser questionado sobre a decisão em uma cúpula da União Europeia em Bruxelas, o chanceler alemão Olaf Scholz não quis avaliar a mudança: “a DFB decidiu, não pediu a minha opinião”. “O importante é que marquem gols”, acrescentou.

Uma questão financeira

“O futebol alemão sempre fez parte da história econômica alemã. A seleção nacional, que joga com as três listras, era tão identificável como dizer que a bola é redonda e que uma partida dura 90 minutos”, declarou Markus Soder, ministro-presidente da Baviera, região sul da Alemanha onde a Adidas está sediada.

Para além da política, o descontentamento é generalizado no país. “É novamente uma questão financeira”, critica a influente revista Der Spiegel, enquanto a informação divulgada na imprensa, embora não confirmada, cita um contrato de 100 milhões de euros por ano (quase R$ 541 milhões na cotação atual).

Segundo o jornal Süddeutsche Zeitung, o anúncio também é uma “afronta” à Adidas, uma semana após ter apresentado seu novo uniforme para a Eurocopa, uma camisa em degradê rosa e roxo que virou assunto no país.

“Incrível, a seleção pertence à Adidas, é incompreensível que possamos escolher um gigante americano”, afirmou à agência France-Presse Moritz Steimann, estudante de 25 anos.

Adidas veste a seleção alemã desde 1954; federação local passa por problemas financeiros Foto: KIRILL KUDRYAVTSEV/AFP

‘Entendemos a comoção’

A Federação Alemã de Futebol já previa uma reação negativa. “Entendemos a comoção”, declarou no X horas após o anúncio do contrato, afirmando que a separação da Adidas “não nos deixa indiferentes”, mas que a Nike apresentou “de longe a melhor oferta”, justificou a DFB.

O presidente do conselho de administração da entidade esportiva, Holger Blask, também se disse “impressionado” com a visão da Nike, “que inclui um compromisso claro com a promoção do esporte amador e popular, bem como com o desenvolvimento sustentável do futebol feminino na Alemanha”.

Já o diretor-executivo da marca americana, John Donahoe, disse na quinta-feira que estava “profundamente orgulhoso” de sua empresa ter sido escolhida.

A notícia foi um duro golpe para a Adidas, cuja história está ligada à seleção alemã desde 1954.

O popular jornal Bild é um dos poucos que aprovou o acordo na sexta-feira, 22, destacando as dificuldades financeiras da DFB. “A tradição não paga as contas”, avalia o veículo. 

Dados os problemas financeiros da DFB, “é um bom negócio que chega no momento certo”, disse Christoph Breuer, do Instituto de Economia e Gestão Esportiva de Colônia, à agência SID.

Para a Alemanha, que atravessa uma estagnação econômica, a substituição da Adidas obscurece ainda mais suas perspectivas, após outro símbolo de sua indústria, a fabricante de automóveis Volkswagen ter sido substituída como patrocinadora da Eurocopa-2024 por sua rival chinesa BYD. / AFP

O anúncio da substituição da Adidas pela gigante americana Nike como patrocinadora e fornecedora de material esportivo da seleção alemã de futebol a partir de 2027 provocou um terremoto que chegou até o governo do país, com críticas sobre falta de “patriotismo”.

A Federação Alemã de Futebol (DFB) anunciou, na quinta-feira, 21, a assinatura de um contrato com a Nike para o período 2027-2034, uma decisão que encerrará uma parceria de mais de 70 anos com a marca esportiva alemã Adidas. O anúncio aconteceu menos de três meses do início da Eurocopa 2024, que acontecerá na Alemanha entre 4 de junho e 14 de julho.

Com a saída da Adidas, novo contrato da seleção da Alemanha com a Nike está estimado em mais de R$ 540 milhões por ano Foto: KIRILL KUDRYAVTSEV/AFP

“Não consigo imaginar uma camisa alemã sem as três listras” da Adidas, reagiu o ministro da Economia e vice-chanceler, Robert Habeck.  “Adidas e preto-vermelho-amarelo”, cores da bandeira alemã, “sempre foram inseparáveis para mim. Eu teria apreciado um pouco mais de patriotismo local”, criticou o político ambientalista.

O ministro da Saúde, o social-democrata Karl Lauterbach, também manifestou sua decepção. A escolha de uma empresa americana para vestir a Mannschaft é “um erro”, avaliou na rede social X (ex-Twitter), lamentando que “o comércio destrua uma parte da pátria e uma tradição”.

Ao ser questionado sobre a decisão em uma cúpula da União Europeia em Bruxelas, o chanceler alemão Olaf Scholz não quis avaliar a mudança: “a DFB decidiu, não pediu a minha opinião”. “O importante é que marquem gols”, acrescentou.

Uma questão financeira

“O futebol alemão sempre fez parte da história econômica alemã. A seleção nacional, que joga com as três listras, era tão identificável como dizer que a bola é redonda e que uma partida dura 90 minutos”, declarou Markus Soder, ministro-presidente da Baviera, região sul da Alemanha onde a Adidas está sediada.

Para além da política, o descontentamento é generalizado no país. “É novamente uma questão financeira”, critica a influente revista Der Spiegel, enquanto a informação divulgada na imprensa, embora não confirmada, cita um contrato de 100 milhões de euros por ano (quase R$ 541 milhões na cotação atual).

Segundo o jornal Süddeutsche Zeitung, o anúncio também é uma “afronta” à Adidas, uma semana após ter apresentado seu novo uniforme para a Eurocopa, uma camisa em degradê rosa e roxo que virou assunto no país.

“Incrível, a seleção pertence à Adidas, é incompreensível que possamos escolher um gigante americano”, afirmou à agência France-Presse Moritz Steimann, estudante de 25 anos.

Adidas veste a seleção alemã desde 1954; federação local passa por problemas financeiros Foto: KIRILL KUDRYAVTSEV/AFP

‘Entendemos a comoção’

A Federação Alemã de Futebol já previa uma reação negativa. “Entendemos a comoção”, declarou no X horas após o anúncio do contrato, afirmando que a separação da Adidas “não nos deixa indiferentes”, mas que a Nike apresentou “de longe a melhor oferta”, justificou a DFB.

O presidente do conselho de administração da entidade esportiva, Holger Blask, também se disse “impressionado” com a visão da Nike, “que inclui um compromisso claro com a promoção do esporte amador e popular, bem como com o desenvolvimento sustentável do futebol feminino na Alemanha”.

Já o diretor-executivo da marca americana, John Donahoe, disse na quinta-feira que estava “profundamente orgulhoso” de sua empresa ter sido escolhida.

A notícia foi um duro golpe para a Adidas, cuja história está ligada à seleção alemã desde 1954.

O popular jornal Bild é um dos poucos que aprovou o acordo na sexta-feira, 22, destacando as dificuldades financeiras da DFB. “A tradição não paga as contas”, avalia o veículo. 

Dados os problemas financeiros da DFB, “é um bom negócio que chega no momento certo”, disse Christoph Breuer, do Instituto de Economia e Gestão Esportiva de Colônia, à agência SID.

Para a Alemanha, que atravessa uma estagnação econômica, a substituição da Adidas obscurece ainda mais suas perspectivas, após outro símbolo de sua indústria, a fabricante de automóveis Volkswagen ter sido substituída como patrocinadora da Eurocopa-2024 por sua rival chinesa BYD. / AFP

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