Concussões no futebol: entenda os riscos, protocolos e atendimento aos atletas


Choques de cabeça são tratados com seriedade pela comunidade médica e CBF passou a adotar a ‘substituição por concussão em 2024′

Por Vinícius Harfush

Em um mesmo fim de semana, quatro campeonatos distintos e de diferentes lugares do mundo registraram a mesma situação dentro de campo durante uma partida: um atendimento médico de urgência por conta de um choque de cabeça entre atletas no jogo. De forma imediata, todos os jogadores receberam atendimento seguindo ‘protocolo de concussões’ estabelecido pela International Football Association Board (IFAB), órgão que regulamenta as regras do futebol.

No Brasil, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) passou a adotar de forma integral o protocolo da entidade. Os choques de cabeça são, de certa forma, comuns na prática do futebol, mas são levados com seriedade pela comunidade médica, que aplica sistematicamente um processo de avaliação e tratamento de cada atleta. O objetivo é evitar danos irreversíveis à saúde dos jogadores.

Foi o caso do lateral-esquerdo do São Paulo, Patrick Lanza, durante o clássico entre o tricolor e o Palmeiras, que aconteceu no fim de semana dos dias 17 e 18 de agosto. Além de Patrick, Sander, do Goiás, também caiu desacordado após pancada na cabeça no jogo contra a Ponte Preta na Série B. Fora do País, Bentancur, do Tottenham, e Ángel Gomes, francês Lille, também sofreram apagões no mesmo fim de semana em jogos dos seus campeonatos.

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O lateral-esquerdo Patrick, do São Paulo, foi atendido por uma ambulância no gramado do Allianz Parque após cair de cabeça no campo e ficar desacordado. Foto: Felipe Rau/Estadão

Todos os quatro atletas foram atendidos e se recueperam bem, sem riscos maiores à saúde. Tudo isso por conta das regras seguidas pelos profissionais médicos. O coordenador da unidade de neurotrauma do Hospital das Clínicas da USP, Wellingson Paiva, destaca que o avanço das pesquisas médicas contribuíram para o cuidado com a saúde do jogadores nesses casos.

“Existe um cenário relativamente recente onde havia uma suspeita que os traumas aconteciam apenas em esportes de impacto e de alta energia, como o boxe e o futebol americano, por exemplo. Mas nas últimas duas décadas entendeu-se que os esportes com impacto de menor energia também. Nesses casos também acontecem alterações no cérebro que podem trazer consequências”, explica Paiva.

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Essas alterações cerebrais citadas pelo especialista significam que as pancadas podem causa processos inflamatórios no cérebro do paciente sem, necessariamente, ter alterações grave no crânio ou sistema ósseo. Em outras palavras, sem todos os choques de cabeça causam fraturas ou afundamentos ósseos, mas todas elas podem ser perigosas para a saúde e os sinais precisam ser percebidos.

“O impacto craniano num esporte de baixa energia, como o futebol, não gera um hematoma ou afundamento em todos os casos. Se fizer uma tomografia vai estar normal porque o impacto causa alterações moleculares que não são visíveis na no exame. Causa alterações de microbiota celular do cérebro (conjunto das células cerebrais), mas não causa um hematoma”, completa.

O principal risco associado às concussões são os chamados ‘segundos impactos’. “O impacto de bater a cabeça causa sintomas, de certa forma, limitantes, mas não perigosos. Mas bater uma segunda vez é perigoso. É uma escala onde 1 + 1 não é 2, é 200. Causa a síndrome do segundo impacto. Você deixa o cérebro inflamado e comprometido no primeiro impacto e um segundo pode causar edema cerebral com risco de morte. Por isso, o controle de retorno à prática do esporte é sério”, diz Paiva.

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O médico especialista também lembra que não são todos os casos que envolvem choques de cabeça entre atletas. Esses traumas podem acontecer com a com bola, trave ou até um movimento rotacional muito intenso. No caso do jogador do São Paulo, o impacto foi no próprio gramado. Enquanto Sander, Bentacur e Gómez sofreram impacto na cabeça de outro atleta.

A preocupação com os traumas também acontecem quando a pancada é na face. O meio-campista do Bahia Éverton Ribeiro foi substituído no clássico contra o Vitória pelo Brasileirão após ser empurrado e cair com o rosto no joelho do adversário rubro-negro. O impacto causou um edema no olho, que inchou.

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Os principais sintomas da concussão que devem ser percebidos pelos médicos são borramento visual, tontura, alteração de memória e mal-estar, que pode causar náuseas. Por isso, o neurocirurgião destaca que existe um passo a passo a ser seguido pelos profissionais do departamento médico.

Método de avaliação do atleta que sofre concussão

Segundo Welligson Paiva, o protocolo estabelecido é o Sport Concussion Assessment Tool (SCAT). Em português, a Escala de Avaliação da Concussão Cerebral no Desporto. A aplicação do método leva em consideração a resposta do atleta que sofreu o trauma em alguns aspectos específicos. O objetivo é medir de forma objetiva o estado de saúde do jogador, o que pode indicar, ou não, a necessidade de uma internação hospitalar.

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Os critérios avaliados passam por:

  1. Capacidade de reconhecimento
  2. Visão dupla
  3. Fraqueza
  4. Dor de cabeça intensa
  5. Crise convulsiva
  6. Perda de consciência
  7. Vômitos
  8. Agitação psicomotora

Ou seja, quantos mais ‘checks’ forem dados nesses sintomas, mais grave é a situação da vítima. Paiva explica que o SCAT também pode ser usado no dia a dia para prestar atendimento a qualquer pessoa que tenha sofrido um trauma na cabeça. “A ideia é que isso seja usado num atleta de alto desempenho, mas também no meu filho jogando bola com os amigos e que sofre um traumatismo desse que precisa ser identificado”, completa.

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Recuperação

A partir da análise do protocolo, define-se se o jogador pode repousar no próprio banco de reservas do estádio ou será necessária uma hospitalização. Quanto mais grave, mais tempo afastado. O especialista da USP afirma que os casos mais levam obrigam um afastado das atividades por no mínimo, 24h a 48h após o fim dos sintomas. Isso para os atletas que apresentarem queixas momentâneas, logo após a pancada.

Alguns outros pacientes podem apresentar algum sintoma por horas ou até dias. Nesse caso, o afastamento pode ser de uma ou duas semanas a partir do último dia de sintoma do jogador. No retorno aos gramados, é importante avaliar se há novas queixas por parte do atleta. Paiva lembra que o uso de proteções extras, como o famoso capacete, eternizado pelo goleiro do Chelsea Petr Čech, são opcionais e dependem da confiança do paciente em praticar suas atividades.

Também existe um método mais prático e objetivo para avaliar o grau dos sintomas sentidos.

  • Grau 1: 30 minutos ou menos
  • Grau 2: 30 minutos a 24 horas
  • Grau 3: mais de 24 horas

Casos recentes de concussão

Nos casos dos quatro atletas que sofreram concussões no mesmo fim de semana, todos passaram pelo protocolo e se recuperam bem. Patrick, do São Paulo, teve uma fratura na clavícula e desfalca o São Paulo dos mesmos jogos. Sander, do Goiás, ficou de fora da goleada do Goiás em cima do Brusque na última quarta, 21. O uruguaio Bentancur também foi afastado e ficou de fora da última partida do Tottenham na Premier League.

Ángel Gómez, do Lille, também foi desfalque no jogo seguinte. Mas esse foi o único caso onde ouve punição ao atleta envolvido no lance. Amadou Koné, do Reims, foi expulso logo após cometer a falta em Gómez e, posteriormente, seu próprio clube o puniu com quatro jogos de suspensão.

Neste ano, o Brasileirão já registrou diversos casos de concussão em atletas durante as partidas. Só nas primeiras dez rodadas foram sete casos diferentes. Atletas como Viña, do Flamengo, Kannemann, do Grêmio e Renê, do Inter, levaram a pior em disputas e precisaram ser atendidos com urgência.

Como funciona o protocolo de substituições por concussão

Adotado pela CBF em 2024, o protocolo de substituição por concussão visa proteger o atleta e trazer uma isometria esportiva. Isso porque o jogador que sai por conta de uma pancada na cabeça não entra na conta oficial das substituições de um jogo. Ou seja, são cinco substituições no total e até uma extra por conta do trauma.

Quando há a troca de jogadores pelo protocolo de concussão, o time adversário também ganha uma sexta substituição, que pode ser usada em qualquer jogador e de qualquer forma. A regra da CBF estabelece também que a pausa para a substituição por pancada na cabeça não conta como uma das três disponíveis para cada clube utilizar nos 90 minutos. Porém, se houver uma substituição ‘normal’ na mesma parada da troca por concussão, será descontado uma das pautas disponíveis.

Éverton Ribeiro, meia do Bahia, deixando o gramado após sofrer pancada no rosto Foto: Letícia Martins/EC Bahia

O protocolo também determina que a troca de um atleta que sofre concussão pode ser feita de forma imediata, em casos mais grave, ou após algum tempo de avaliação da equipe médica e de arbitragem. Foi o caso do meia Éverton Ribeiro, do Bahia, que saiu nove minutos depois da pancada no rosto que deixou seu olho inchado. Neste caso, o Bahia fez a substituição extra ainda no primeiro tempo, enquanto o Vitória só usou sua sexta troca no fim da segunda etapa

O documento da IFAB também diz que, ao constatar a concussão no jogador, não é permitido que o mesmo siga na partida, nem para uma eventual disputa de pênaltis. Porém, a equipe de arbitragem não tem poder para determinar se um atleta deve, ou não, ser substituído por conta do trauma na cabeça. O árbitro também não podem decidir se aquela substituição está sendo feita usando o protocolo com a troca extra. Cabe ao departamento médico das equipes avaliar.

Em um mesmo fim de semana, quatro campeonatos distintos e de diferentes lugares do mundo registraram a mesma situação dentro de campo durante uma partida: um atendimento médico de urgência por conta de um choque de cabeça entre atletas no jogo. De forma imediata, todos os jogadores receberam atendimento seguindo ‘protocolo de concussões’ estabelecido pela International Football Association Board (IFAB), órgão que regulamenta as regras do futebol.

No Brasil, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) passou a adotar de forma integral o protocolo da entidade. Os choques de cabeça são, de certa forma, comuns na prática do futebol, mas são levados com seriedade pela comunidade médica, que aplica sistematicamente um processo de avaliação e tratamento de cada atleta. O objetivo é evitar danos irreversíveis à saúde dos jogadores.

Foi o caso do lateral-esquerdo do São Paulo, Patrick Lanza, durante o clássico entre o tricolor e o Palmeiras, que aconteceu no fim de semana dos dias 17 e 18 de agosto. Além de Patrick, Sander, do Goiás, também caiu desacordado após pancada na cabeça no jogo contra a Ponte Preta na Série B. Fora do País, Bentancur, do Tottenham, e Ángel Gomes, francês Lille, também sofreram apagões no mesmo fim de semana em jogos dos seus campeonatos.

O lateral-esquerdo Patrick, do São Paulo, foi atendido por uma ambulância no gramado do Allianz Parque após cair de cabeça no campo e ficar desacordado. Foto: Felipe Rau/Estadão

Todos os quatro atletas foram atendidos e se recueperam bem, sem riscos maiores à saúde. Tudo isso por conta das regras seguidas pelos profissionais médicos. O coordenador da unidade de neurotrauma do Hospital das Clínicas da USP, Wellingson Paiva, destaca que o avanço das pesquisas médicas contribuíram para o cuidado com a saúde do jogadores nesses casos.

“Existe um cenário relativamente recente onde havia uma suspeita que os traumas aconteciam apenas em esportes de impacto e de alta energia, como o boxe e o futebol americano, por exemplo. Mas nas últimas duas décadas entendeu-se que os esportes com impacto de menor energia também. Nesses casos também acontecem alterações no cérebro que podem trazer consequências”, explica Paiva.

Essas alterações cerebrais citadas pelo especialista significam que as pancadas podem causa processos inflamatórios no cérebro do paciente sem, necessariamente, ter alterações grave no crânio ou sistema ósseo. Em outras palavras, sem todos os choques de cabeça causam fraturas ou afundamentos ósseos, mas todas elas podem ser perigosas para a saúde e os sinais precisam ser percebidos.

“O impacto craniano num esporte de baixa energia, como o futebol, não gera um hematoma ou afundamento em todos os casos. Se fizer uma tomografia vai estar normal porque o impacto causa alterações moleculares que não são visíveis na no exame. Causa alterações de microbiota celular do cérebro (conjunto das células cerebrais), mas não causa um hematoma”, completa.

O principal risco associado às concussões são os chamados ‘segundos impactos’. “O impacto de bater a cabeça causa sintomas, de certa forma, limitantes, mas não perigosos. Mas bater uma segunda vez é perigoso. É uma escala onde 1 + 1 não é 2, é 200. Causa a síndrome do segundo impacto. Você deixa o cérebro inflamado e comprometido no primeiro impacto e um segundo pode causar edema cerebral com risco de morte. Por isso, o controle de retorno à prática do esporte é sério”, diz Paiva.

O médico especialista também lembra que não são todos os casos que envolvem choques de cabeça entre atletas. Esses traumas podem acontecer com a com bola, trave ou até um movimento rotacional muito intenso. No caso do jogador do São Paulo, o impacto foi no próprio gramado. Enquanto Sander, Bentacur e Gómez sofreram impacto na cabeça de outro atleta.

A preocupação com os traumas também acontecem quando a pancada é na face. O meio-campista do Bahia Éverton Ribeiro foi substituído no clássico contra o Vitória pelo Brasileirão após ser empurrado e cair com o rosto no joelho do adversário rubro-negro. O impacto causou um edema no olho, que inchou.

Os principais sintomas da concussão que devem ser percebidos pelos médicos são borramento visual, tontura, alteração de memória e mal-estar, que pode causar náuseas. Por isso, o neurocirurgião destaca que existe um passo a passo a ser seguido pelos profissionais do departamento médico.

Método de avaliação do atleta que sofre concussão

Segundo Welligson Paiva, o protocolo estabelecido é o Sport Concussion Assessment Tool (SCAT). Em português, a Escala de Avaliação da Concussão Cerebral no Desporto. A aplicação do método leva em consideração a resposta do atleta que sofreu o trauma em alguns aspectos específicos. O objetivo é medir de forma objetiva o estado de saúde do jogador, o que pode indicar, ou não, a necessidade de uma internação hospitalar.

Os critérios avaliados passam por:

  1. Capacidade de reconhecimento
  2. Visão dupla
  3. Fraqueza
  4. Dor de cabeça intensa
  5. Crise convulsiva
  6. Perda de consciência
  7. Vômitos
  8. Agitação psicomotora

Ou seja, quantos mais ‘checks’ forem dados nesses sintomas, mais grave é a situação da vítima. Paiva explica que o SCAT também pode ser usado no dia a dia para prestar atendimento a qualquer pessoa que tenha sofrido um trauma na cabeça. “A ideia é que isso seja usado num atleta de alto desempenho, mas também no meu filho jogando bola com os amigos e que sofre um traumatismo desse que precisa ser identificado”, completa.

Recuperação

A partir da análise do protocolo, define-se se o jogador pode repousar no próprio banco de reservas do estádio ou será necessária uma hospitalização. Quanto mais grave, mais tempo afastado. O especialista da USP afirma que os casos mais levam obrigam um afastado das atividades por no mínimo, 24h a 48h após o fim dos sintomas. Isso para os atletas que apresentarem queixas momentâneas, logo após a pancada.

Alguns outros pacientes podem apresentar algum sintoma por horas ou até dias. Nesse caso, o afastamento pode ser de uma ou duas semanas a partir do último dia de sintoma do jogador. No retorno aos gramados, é importante avaliar se há novas queixas por parte do atleta. Paiva lembra que o uso de proteções extras, como o famoso capacete, eternizado pelo goleiro do Chelsea Petr Čech, são opcionais e dependem da confiança do paciente em praticar suas atividades.

Também existe um método mais prático e objetivo para avaliar o grau dos sintomas sentidos.

  • Grau 1: 30 minutos ou menos
  • Grau 2: 30 minutos a 24 horas
  • Grau 3: mais de 24 horas

Casos recentes de concussão

Nos casos dos quatro atletas que sofreram concussões no mesmo fim de semana, todos passaram pelo protocolo e se recuperam bem. Patrick, do São Paulo, teve uma fratura na clavícula e desfalca o São Paulo dos mesmos jogos. Sander, do Goiás, ficou de fora da goleada do Goiás em cima do Brusque na última quarta, 21. O uruguaio Bentancur também foi afastado e ficou de fora da última partida do Tottenham na Premier League.

Ángel Gómez, do Lille, também foi desfalque no jogo seguinte. Mas esse foi o único caso onde ouve punição ao atleta envolvido no lance. Amadou Koné, do Reims, foi expulso logo após cometer a falta em Gómez e, posteriormente, seu próprio clube o puniu com quatro jogos de suspensão.

Neste ano, o Brasileirão já registrou diversos casos de concussão em atletas durante as partidas. Só nas primeiras dez rodadas foram sete casos diferentes. Atletas como Viña, do Flamengo, Kannemann, do Grêmio e Renê, do Inter, levaram a pior em disputas e precisaram ser atendidos com urgência.

Como funciona o protocolo de substituições por concussão

Adotado pela CBF em 2024, o protocolo de substituição por concussão visa proteger o atleta e trazer uma isometria esportiva. Isso porque o jogador que sai por conta de uma pancada na cabeça não entra na conta oficial das substituições de um jogo. Ou seja, são cinco substituições no total e até uma extra por conta do trauma.

Quando há a troca de jogadores pelo protocolo de concussão, o time adversário também ganha uma sexta substituição, que pode ser usada em qualquer jogador e de qualquer forma. A regra da CBF estabelece também que a pausa para a substituição por pancada na cabeça não conta como uma das três disponíveis para cada clube utilizar nos 90 minutos. Porém, se houver uma substituição ‘normal’ na mesma parada da troca por concussão, será descontado uma das pautas disponíveis.

Éverton Ribeiro, meia do Bahia, deixando o gramado após sofrer pancada no rosto Foto: Letícia Martins/EC Bahia

O protocolo também determina que a troca de um atleta que sofre concussão pode ser feita de forma imediata, em casos mais grave, ou após algum tempo de avaliação da equipe médica e de arbitragem. Foi o caso do meia Éverton Ribeiro, do Bahia, que saiu nove minutos depois da pancada no rosto que deixou seu olho inchado. Neste caso, o Bahia fez a substituição extra ainda no primeiro tempo, enquanto o Vitória só usou sua sexta troca no fim da segunda etapa

O documento da IFAB também diz que, ao constatar a concussão no jogador, não é permitido que o mesmo siga na partida, nem para uma eventual disputa de pênaltis. Porém, a equipe de arbitragem não tem poder para determinar se um atleta deve, ou não, ser substituído por conta do trauma na cabeça. O árbitro também não podem decidir se aquela substituição está sendo feita usando o protocolo com a troca extra. Cabe ao departamento médico das equipes avaliar.

Em um mesmo fim de semana, quatro campeonatos distintos e de diferentes lugares do mundo registraram a mesma situação dentro de campo durante uma partida: um atendimento médico de urgência por conta de um choque de cabeça entre atletas no jogo. De forma imediata, todos os jogadores receberam atendimento seguindo ‘protocolo de concussões’ estabelecido pela International Football Association Board (IFAB), órgão que regulamenta as regras do futebol.

No Brasil, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) passou a adotar de forma integral o protocolo da entidade. Os choques de cabeça são, de certa forma, comuns na prática do futebol, mas são levados com seriedade pela comunidade médica, que aplica sistematicamente um processo de avaliação e tratamento de cada atleta. O objetivo é evitar danos irreversíveis à saúde dos jogadores.

Foi o caso do lateral-esquerdo do São Paulo, Patrick Lanza, durante o clássico entre o tricolor e o Palmeiras, que aconteceu no fim de semana dos dias 17 e 18 de agosto. Além de Patrick, Sander, do Goiás, também caiu desacordado após pancada na cabeça no jogo contra a Ponte Preta na Série B. Fora do País, Bentancur, do Tottenham, e Ángel Gomes, francês Lille, também sofreram apagões no mesmo fim de semana em jogos dos seus campeonatos.

O lateral-esquerdo Patrick, do São Paulo, foi atendido por uma ambulância no gramado do Allianz Parque após cair de cabeça no campo e ficar desacordado. Foto: Felipe Rau/Estadão

Todos os quatro atletas foram atendidos e se recueperam bem, sem riscos maiores à saúde. Tudo isso por conta das regras seguidas pelos profissionais médicos. O coordenador da unidade de neurotrauma do Hospital das Clínicas da USP, Wellingson Paiva, destaca que o avanço das pesquisas médicas contribuíram para o cuidado com a saúde do jogadores nesses casos.

“Existe um cenário relativamente recente onde havia uma suspeita que os traumas aconteciam apenas em esportes de impacto e de alta energia, como o boxe e o futebol americano, por exemplo. Mas nas últimas duas décadas entendeu-se que os esportes com impacto de menor energia também. Nesses casos também acontecem alterações no cérebro que podem trazer consequências”, explica Paiva.

Essas alterações cerebrais citadas pelo especialista significam que as pancadas podem causa processos inflamatórios no cérebro do paciente sem, necessariamente, ter alterações grave no crânio ou sistema ósseo. Em outras palavras, sem todos os choques de cabeça causam fraturas ou afundamentos ósseos, mas todas elas podem ser perigosas para a saúde e os sinais precisam ser percebidos.

“O impacto craniano num esporte de baixa energia, como o futebol, não gera um hematoma ou afundamento em todos os casos. Se fizer uma tomografia vai estar normal porque o impacto causa alterações moleculares que não são visíveis na no exame. Causa alterações de microbiota celular do cérebro (conjunto das células cerebrais), mas não causa um hematoma”, completa.

O principal risco associado às concussões são os chamados ‘segundos impactos’. “O impacto de bater a cabeça causa sintomas, de certa forma, limitantes, mas não perigosos. Mas bater uma segunda vez é perigoso. É uma escala onde 1 + 1 não é 2, é 200. Causa a síndrome do segundo impacto. Você deixa o cérebro inflamado e comprometido no primeiro impacto e um segundo pode causar edema cerebral com risco de morte. Por isso, o controle de retorno à prática do esporte é sério”, diz Paiva.

O médico especialista também lembra que não são todos os casos que envolvem choques de cabeça entre atletas. Esses traumas podem acontecer com a com bola, trave ou até um movimento rotacional muito intenso. No caso do jogador do São Paulo, o impacto foi no próprio gramado. Enquanto Sander, Bentacur e Gómez sofreram impacto na cabeça de outro atleta.

A preocupação com os traumas também acontecem quando a pancada é na face. O meio-campista do Bahia Éverton Ribeiro foi substituído no clássico contra o Vitória pelo Brasileirão após ser empurrado e cair com o rosto no joelho do adversário rubro-negro. O impacto causou um edema no olho, que inchou.

Os principais sintomas da concussão que devem ser percebidos pelos médicos são borramento visual, tontura, alteração de memória e mal-estar, que pode causar náuseas. Por isso, o neurocirurgião destaca que existe um passo a passo a ser seguido pelos profissionais do departamento médico.

Método de avaliação do atleta que sofre concussão

Segundo Welligson Paiva, o protocolo estabelecido é o Sport Concussion Assessment Tool (SCAT). Em português, a Escala de Avaliação da Concussão Cerebral no Desporto. A aplicação do método leva em consideração a resposta do atleta que sofreu o trauma em alguns aspectos específicos. O objetivo é medir de forma objetiva o estado de saúde do jogador, o que pode indicar, ou não, a necessidade de uma internação hospitalar.

Os critérios avaliados passam por:

  1. Capacidade de reconhecimento
  2. Visão dupla
  3. Fraqueza
  4. Dor de cabeça intensa
  5. Crise convulsiva
  6. Perda de consciência
  7. Vômitos
  8. Agitação psicomotora

Ou seja, quantos mais ‘checks’ forem dados nesses sintomas, mais grave é a situação da vítima. Paiva explica que o SCAT também pode ser usado no dia a dia para prestar atendimento a qualquer pessoa que tenha sofrido um trauma na cabeça. “A ideia é que isso seja usado num atleta de alto desempenho, mas também no meu filho jogando bola com os amigos e que sofre um traumatismo desse que precisa ser identificado”, completa.

Recuperação

A partir da análise do protocolo, define-se se o jogador pode repousar no próprio banco de reservas do estádio ou será necessária uma hospitalização. Quanto mais grave, mais tempo afastado. O especialista da USP afirma que os casos mais levam obrigam um afastado das atividades por no mínimo, 24h a 48h após o fim dos sintomas. Isso para os atletas que apresentarem queixas momentâneas, logo após a pancada.

Alguns outros pacientes podem apresentar algum sintoma por horas ou até dias. Nesse caso, o afastamento pode ser de uma ou duas semanas a partir do último dia de sintoma do jogador. No retorno aos gramados, é importante avaliar se há novas queixas por parte do atleta. Paiva lembra que o uso de proteções extras, como o famoso capacete, eternizado pelo goleiro do Chelsea Petr Čech, são opcionais e dependem da confiança do paciente em praticar suas atividades.

Também existe um método mais prático e objetivo para avaliar o grau dos sintomas sentidos.

  • Grau 1: 30 minutos ou menos
  • Grau 2: 30 minutos a 24 horas
  • Grau 3: mais de 24 horas

Casos recentes de concussão

Nos casos dos quatro atletas que sofreram concussões no mesmo fim de semana, todos passaram pelo protocolo e se recuperam bem. Patrick, do São Paulo, teve uma fratura na clavícula e desfalca o São Paulo dos mesmos jogos. Sander, do Goiás, ficou de fora da goleada do Goiás em cima do Brusque na última quarta, 21. O uruguaio Bentancur também foi afastado e ficou de fora da última partida do Tottenham na Premier League.

Ángel Gómez, do Lille, também foi desfalque no jogo seguinte. Mas esse foi o único caso onde ouve punição ao atleta envolvido no lance. Amadou Koné, do Reims, foi expulso logo após cometer a falta em Gómez e, posteriormente, seu próprio clube o puniu com quatro jogos de suspensão.

Neste ano, o Brasileirão já registrou diversos casos de concussão em atletas durante as partidas. Só nas primeiras dez rodadas foram sete casos diferentes. Atletas como Viña, do Flamengo, Kannemann, do Grêmio e Renê, do Inter, levaram a pior em disputas e precisaram ser atendidos com urgência.

Como funciona o protocolo de substituições por concussão

Adotado pela CBF em 2024, o protocolo de substituição por concussão visa proteger o atleta e trazer uma isometria esportiva. Isso porque o jogador que sai por conta de uma pancada na cabeça não entra na conta oficial das substituições de um jogo. Ou seja, são cinco substituições no total e até uma extra por conta do trauma.

Quando há a troca de jogadores pelo protocolo de concussão, o time adversário também ganha uma sexta substituição, que pode ser usada em qualquer jogador e de qualquer forma. A regra da CBF estabelece também que a pausa para a substituição por pancada na cabeça não conta como uma das três disponíveis para cada clube utilizar nos 90 minutos. Porém, se houver uma substituição ‘normal’ na mesma parada da troca por concussão, será descontado uma das pautas disponíveis.

Éverton Ribeiro, meia do Bahia, deixando o gramado após sofrer pancada no rosto Foto: Letícia Martins/EC Bahia

O protocolo também determina que a troca de um atleta que sofre concussão pode ser feita de forma imediata, em casos mais grave, ou após algum tempo de avaliação da equipe médica e de arbitragem. Foi o caso do meia Éverton Ribeiro, do Bahia, que saiu nove minutos depois da pancada no rosto que deixou seu olho inchado. Neste caso, o Bahia fez a substituição extra ainda no primeiro tempo, enquanto o Vitória só usou sua sexta troca no fim da segunda etapa

O documento da IFAB também diz que, ao constatar a concussão no jogador, não é permitido que o mesmo siga na partida, nem para uma eventual disputa de pênaltis. Porém, a equipe de arbitragem não tem poder para determinar se um atleta deve, ou não, ser substituído por conta do trauma na cabeça. O árbitro também não podem decidir se aquela substituição está sendo feita usando o protocolo com a troca extra. Cabe ao departamento médico das equipes avaliar.

Em um mesmo fim de semana, quatro campeonatos distintos e de diferentes lugares do mundo registraram a mesma situação dentro de campo durante uma partida: um atendimento médico de urgência por conta de um choque de cabeça entre atletas no jogo. De forma imediata, todos os jogadores receberam atendimento seguindo ‘protocolo de concussões’ estabelecido pela International Football Association Board (IFAB), órgão que regulamenta as regras do futebol.

No Brasil, a Confederação Brasileira de Futebol (CBF) passou a adotar de forma integral o protocolo da entidade. Os choques de cabeça são, de certa forma, comuns na prática do futebol, mas são levados com seriedade pela comunidade médica, que aplica sistematicamente um processo de avaliação e tratamento de cada atleta. O objetivo é evitar danos irreversíveis à saúde dos jogadores.

Foi o caso do lateral-esquerdo do São Paulo, Patrick Lanza, durante o clássico entre o tricolor e o Palmeiras, que aconteceu no fim de semana dos dias 17 e 18 de agosto. Além de Patrick, Sander, do Goiás, também caiu desacordado após pancada na cabeça no jogo contra a Ponte Preta na Série B. Fora do País, Bentancur, do Tottenham, e Ángel Gomes, francês Lille, também sofreram apagões no mesmo fim de semana em jogos dos seus campeonatos.

O lateral-esquerdo Patrick, do São Paulo, foi atendido por uma ambulância no gramado do Allianz Parque após cair de cabeça no campo e ficar desacordado. Foto: Felipe Rau/Estadão

Todos os quatro atletas foram atendidos e se recueperam bem, sem riscos maiores à saúde. Tudo isso por conta das regras seguidas pelos profissionais médicos. O coordenador da unidade de neurotrauma do Hospital das Clínicas da USP, Wellingson Paiva, destaca que o avanço das pesquisas médicas contribuíram para o cuidado com a saúde do jogadores nesses casos.

“Existe um cenário relativamente recente onde havia uma suspeita que os traumas aconteciam apenas em esportes de impacto e de alta energia, como o boxe e o futebol americano, por exemplo. Mas nas últimas duas décadas entendeu-se que os esportes com impacto de menor energia também. Nesses casos também acontecem alterações no cérebro que podem trazer consequências”, explica Paiva.

Essas alterações cerebrais citadas pelo especialista significam que as pancadas podem causa processos inflamatórios no cérebro do paciente sem, necessariamente, ter alterações grave no crânio ou sistema ósseo. Em outras palavras, sem todos os choques de cabeça causam fraturas ou afundamentos ósseos, mas todas elas podem ser perigosas para a saúde e os sinais precisam ser percebidos.

“O impacto craniano num esporte de baixa energia, como o futebol, não gera um hematoma ou afundamento em todos os casos. Se fizer uma tomografia vai estar normal porque o impacto causa alterações moleculares que não são visíveis na no exame. Causa alterações de microbiota celular do cérebro (conjunto das células cerebrais), mas não causa um hematoma”, completa.

O principal risco associado às concussões são os chamados ‘segundos impactos’. “O impacto de bater a cabeça causa sintomas, de certa forma, limitantes, mas não perigosos. Mas bater uma segunda vez é perigoso. É uma escala onde 1 + 1 não é 2, é 200. Causa a síndrome do segundo impacto. Você deixa o cérebro inflamado e comprometido no primeiro impacto e um segundo pode causar edema cerebral com risco de morte. Por isso, o controle de retorno à prática do esporte é sério”, diz Paiva.

O médico especialista também lembra que não são todos os casos que envolvem choques de cabeça entre atletas. Esses traumas podem acontecer com a com bola, trave ou até um movimento rotacional muito intenso. No caso do jogador do São Paulo, o impacto foi no próprio gramado. Enquanto Sander, Bentacur e Gómez sofreram impacto na cabeça de outro atleta.

A preocupação com os traumas também acontecem quando a pancada é na face. O meio-campista do Bahia Éverton Ribeiro foi substituído no clássico contra o Vitória pelo Brasileirão após ser empurrado e cair com o rosto no joelho do adversário rubro-negro. O impacto causou um edema no olho, que inchou.

Os principais sintomas da concussão que devem ser percebidos pelos médicos são borramento visual, tontura, alteração de memória e mal-estar, que pode causar náuseas. Por isso, o neurocirurgião destaca que existe um passo a passo a ser seguido pelos profissionais do departamento médico.

Método de avaliação do atleta que sofre concussão

Segundo Welligson Paiva, o protocolo estabelecido é o Sport Concussion Assessment Tool (SCAT). Em português, a Escala de Avaliação da Concussão Cerebral no Desporto. A aplicação do método leva em consideração a resposta do atleta que sofreu o trauma em alguns aspectos específicos. O objetivo é medir de forma objetiva o estado de saúde do jogador, o que pode indicar, ou não, a necessidade de uma internação hospitalar.

Os critérios avaliados passam por:

  1. Capacidade de reconhecimento
  2. Visão dupla
  3. Fraqueza
  4. Dor de cabeça intensa
  5. Crise convulsiva
  6. Perda de consciência
  7. Vômitos
  8. Agitação psicomotora

Ou seja, quantos mais ‘checks’ forem dados nesses sintomas, mais grave é a situação da vítima. Paiva explica que o SCAT também pode ser usado no dia a dia para prestar atendimento a qualquer pessoa que tenha sofrido um trauma na cabeça. “A ideia é que isso seja usado num atleta de alto desempenho, mas também no meu filho jogando bola com os amigos e que sofre um traumatismo desse que precisa ser identificado”, completa.

Recuperação

A partir da análise do protocolo, define-se se o jogador pode repousar no próprio banco de reservas do estádio ou será necessária uma hospitalização. Quanto mais grave, mais tempo afastado. O especialista da USP afirma que os casos mais levam obrigam um afastado das atividades por no mínimo, 24h a 48h após o fim dos sintomas. Isso para os atletas que apresentarem queixas momentâneas, logo após a pancada.

Alguns outros pacientes podem apresentar algum sintoma por horas ou até dias. Nesse caso, o afastamento pode ser de uma ou duas semanas a partir do último dia de sintoma do jogador. No retorno aos gramados, é importante avaliar se há novas queixas por parte do atleta. Paiva lembra que o uso de proteções extras, como o famoso capacete, eternizado pelo goleiro do Chelsea Petr Čech, são opcionais e dependem da confiança do paciente em praticar suas atividades.

Também existe um método mais prático e objetivo para avaliar o grau dos sintomas sentidos.

  • Grau 1: 30 minutos ou menos
  • Grau 2: 30 minutos a 24 horas
  • Grau 3: mais de 24 horas

Casos recentes de concussão

Nos casos dos quatro atletas que sofreram concussões no mesmo fim de semana, todos passaram pelo protocolo e se recuperam bem. Patrick, do São Paulo, teve uma fratura na clavícula e desfalca o São Paulo dos mesmos jogos. Sander, do Goiás, ficou de fora da goleada do Goiás em cima do Brusque na última quarta, 21. O uruguaio Bentancur também foi afastado e ficou de fora da última partida do Tottenham na Premier League.

Ángel Gómez, do Lille, também foi desfalque no jogo seguinte. Mas esse foi o único caso onde ouve punição ao atleta envolvido no lance. Amadou Koné, do Reims, foi expulso logo após cometer a falta em Gómez e, posteriormente, seu próprio clube o puniu com quatro jogos de suspensão.

Neste ano, o Brasileirão já registrou diversos casos de concussão em atletas durante as partidas. Só nas primeiras dez rodadas foram sete casos diferentes. Atletas como Viña, do Flamengo, Kannemann, do Grêmio e Renê, do Inter, levaram a pior em disputas e precisaram ser atendidos com urgência.

Como funciona o protocolo de substituições por concussão

Adotado pela CBF em 2024, o protocolo de substituição por concussão visa proteger o atleta e trazer uma isometria esportiva. Isso porque o jogador que sai por conta de uma pancada na cabeça não entra na conta oficial das substituições de um jogo. Ou seja, são cinco substituições no total e até uma extra por conta do trauma.

Quando há a troca de jogadores pelo protocolo de concussão, o time adversário também ganha uma sexta substituição, que pode ser usada em qualquer jogador e de qualquer forma. A regra da CBF estabelece também que a pausa para a substituição por pancada na cabeça não conta como uma das três disponíveis para cada clube utilizar nos 90 minutos. Porém, se houver uma substituição ‘normal’ na mesma parada da troca por concussão, será descontado uma das pautas disponíveis.

Éverton Ribeiro, meia do Bahia, deixando o gramado após sofrer pancada no rosto Foto: Letícia Martins/EC Bahia

O protocolo também determina que a troca de um atleta que sofre concussão pode ser feita de forma imediata, em casos mais grave, ou após algum tempo de avaliação da equipe médica e de arbitragem. Foi o caso do meia Éverton Ribeiro, do Bahia, que saiu nove minutos depois da pancada no rosto que deixou seu olho inchado. Neste caso, o Bahia fez a substituição extra ainda no primeiro tempo, enquanto o Vitória só usou sua sexta troca no fim da segunda etapa

O documento da IFAB também diz que, ao constatar a concussão no jogador, não é permitido que o mesmo siga na partida, nem para uma eventual disputa de pênaltis. Porém, a equipe de arbitragem não tem poder para determinar se um atleta deve, ou não, ser substituído por conta do trauma na cabeça. O árbitro também não podem decidir se aquela substituição está sendo feita usando o protocolo com a troca extra. Cabe ao departamento médico das equipes avaliar.

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