Casada com Pelé desde 2016, Márcia Aoki foi vista aos prantos durante o velório do Rei do Futebol na Vila Belmiro. Estava de preto. Durante a transmissão realizada pela TV Globo, a cena da viúva do jogador ao lado do caixão chamou a atenção de espectadores de todo o Brasil. Visivelmente emocionada, ela teve de ser amparada por Edinho, um dos filhos de Pelé de outro casamento. A viúva não conversou com a imprensa. Ele abriu mão recentemente de ser a responsável pelo inventário do Rei, mas terá parte da herança estimada de R$ 78 milhões deixada para a partilha.
Com 56 anos quando Pelé morreu, Márcia era a terceira mulher do atleta e o namorava desde 2010. Ela, que atualmente trabalha em uma empresa de importação de suplementos médicos, conheceu o Rei enquanto estudava administração em Nova York, EUA, na década de 1980. Ela é de Penápolis, interior de São Paulo. Pelé tinha 75 anos quando se casou com ela. Ele morreu aos 82, vítima de um câncer.
Entre encontros e reencontros, os dois acabaram se apaixonando anos depois, em 2010, enquanto moravam em um mesmo prédio em São Paulo. De acordo com uma entrevista de Pelé dada em 2012, Márcia havia acabado de se separar e convidou o jogador para conferir a reforma que ela estava fazendo em seu apartamento. Não demorou muito para os dois engatarem em um relacionamento. Pelé estava solteiro e descompromissado.
O casamento ocorreu em 2016, no Guarujá, em uma cerimônia íntima para 100 convidados. O Rei havia afirmado que Márcia seria sua “última namorada” e assim foi. Estiveram juntos todo esse tempo até sua morte. Antes, Pelé havia sido casado duas vezes: com Rosimeri Cholbi e com Assíria Nascimento.
Velório de Pelé
Pelé morreu numa quinta-feira, dia 29 de dezembro de 2022, em decorrência de um câncer no cólon. Ele estava internado no Hospital Albert Einstein, em São Paulo, havia um mês, mas fazia tratamento contra a doença há anos. Márcia foi um dos pilares dos últimos anos de vida do jogador. No começo deste ano, Pelé postou uma foto com a mulher afirmando que “o tratamento era difícil, mas sentir o amor dela era o melhor remédio”.
Pessoas próximas a Pelé nos últimos anos disseram ao Estadão que Márcia segurava a barra na vida do Rei. Era ela que cuidava de suas coisas do dia a dia, de sua saúde, dos remédios que deveria tomar e dos exames que precisavam ser feitos, das mensagens que ainda conseguia mandar para seus seguidores. Ela e Pelé não tiveram filhos. Nos últimos tempos, ficaram bem mais próximos. As filhas sempre tiveram influência na vida do pai. Com seu jeito, simpatia e muito cuidado, Márcia foi ganhando o respeito de todos os Arantes do Nascimento.
A última mulher de Pelé entendeu logo o tamanho do homem com quem escolheu para viver. Sempre soube dos seus compromissos e do seu jeito de um pai de família dos velhos tempos. Pelé tinha muita opinião própria, entendia o mundo como ele é atualmente, mas nunca se livrou de suas condutas de um senhor de 82 anos, com aprendizado de outras gerações. Márcia topou segui-lo em tudo isso.
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Ela sempre teve sua vida profissional. Mesmo mulher do Rei, nunca deixou de trabalhar e sempre foi independente de Pelé. Ficou com ele em todas as horas de sua última internação, muito antes de os filhos chegarem ao hospital onde ele morreu. A filha Flávia sempre esteve mais próxima do pai. No testamento, assinado em 2020, Pelé destina 30% de todos os seus bens para a mulher Marcia — incluindo uma casa no Guarujá.
Quando Pelé reduziu o ritmo de suas viagens, o casal se aproximou ainda mais. Antes disso, eles foram vistos poucas vezes juntos, geralmente em cerimônias oficiais. Pelé nunca expôs Márcia nem ela nunca se permitiu ser apontada como a mulher do Rei. COM ROBSON MORELLI