A Copa do Mundo feminina de 2023 continua batendo recordes e estabelecendo um novo patamar de sucesso para o futebol feminino ao redor do mundo. Se na Austrália, uma das co-anfitriãs do torneio, o bom desempenho da seleção do país vem motivando audiências históricas, na Nova Zelândia, que também atua como país-sede, o resultado decepcionante do time nacional não diminuiu o interesse da população local pela competição.
A partida entre Espanha e Suécia, válida pela semifinal do Mundial, que ocorreu na última terça-feira, dia 16, foi assistida por 43.217 torcedores no Eden Park, em Auckland. A quantidade é a lotação máxima do estádio e iguala o recorde de maior público registrado em um jogo de futebol no país, seja na modalidade masculina ou feminina. A marca histórica já havia sido atingida no Mundial de 2023 durante as quartas de final entre Japão e Suécia.
“Nos últimos anos, o futebol feminino vem em uma crescente de envolvimento ecossistema base de construção do seu produto: clubes, marcas e mídia. Com um maior investimento e visibilidade, o resultado é a massificação - aumento do engajamento do torcedor e recordes de público dentro da modalidade. Esse sempre foi um dos grandes desafios do futebol feminino que, ao longo do tempo, se tornou um produto atrativo, consolidado, que traz valores e mensagens para um segmento específico e vem expandindo para outros públicos também. O que vimos na Copa do Mundo foi bem positivo e a tendência é uma aceleração cada vez maior do consumo do produto e da participação dos stakeholders dentro do processo”, afirma Danielle Vilhena, diretora de marcas da Agência End to End, empresa que conecta o torcedor à sua paixão e é um hub de soluções e engajamento para o mercado esportivo.
“Este torneio representou uma mudança colossal na forma como o futebol, especialmente o futebol feminino, é visto na Nova Zelândia”, afirmou Andrew Pragnell, presidente-executivo da New Zealand Football. De acordo com cálculos da Fifa, ao longo do torneio, cerca de 700 mil pessoas assistiram às partidas na Nova Zelândia.
Na Austrália, o sucesso inédito das Matildas — elas jamais chegaram à uma semifinal de Copa do Mundo —, vem transformando o futebol em paixão nacional. O jogo das quartas de final contra a França foi o evento esportivo mais assistido no país desde a Olimpíada de Sidney, em 2000.
Mais de 7 milhões de pessoas assistiram a tensa disputa de pênaltis, que contou com 20 cobranças, e a surpreendente classificação da seleção australiana. O torneio já é histórico. Somente na fase de grupos, 1.222 milhão de espectadores foram aos estádios, com uma média de mais de 25 mil pessoas por jogo. Esses números representam um aumento de 29% em relação à Copa do Mundo de 2019 na França somente nessa fase da competição.
“O futebol feminino ganha praticantes e audiência continuamente, e a cada Copa, está em um patamar diferente. Como toda atividade que já foi de prática exclusiva dos homens, essa, bem como os negócios derivados dela, enfrentam por muito tempo um grande preconceito, especialmente nos países latinos, nos quais as mulheres encontram maior dificuldade de equiparação salarial e de oportunidades em todas as atividades, e não somente nos esportes”, explica Thiago Freitas, COO da Roc Nation. A empresa de entretenimento norte-americana, comandada pelo cantor Jay-Z, se tornou acionista majoritária e controladora da TFM Agency.