O Real Madrid enfrentará um time mexicano na Copa Intercontinental pela quarta vez em seus 122 anos de história. Os espanhóis encaram o Pachuca nesta quarta-feira, às 14h, pela final do torneio, em Doha, no Catar. A ligação da equipe madrilenha com o México remonta a várias décadas atrás, muito antes da chegada do lendário Hugo Sánchez ao clube.
O primeiro mexicano a ingressar no Real foi José Ramón Sauto. Ele foi contratado para a temporada 1933/34, a primeira das 11 que disptou pelo clube. Ele disputou 106 partidas e chegou a vestir a braçadeira de capitão durante a passagem pela equipe.
Na temporada 1945/46, foi a vez de José Luis Borbolla se juntar ao time merengue depois de sua passagem pelo Deportivo La Coruña. O mexicano fez apenas 15 jogos.
Hugo Sanchez, a lenda
Só décadas depois é que Hugo Sánchez chegou ao Real, mais precisamente em 1985, contratado junto ao rival Atlético de Madrid, para se tornar uma das figuras mais emblemáticas do clube. O lendário atacante fez 208 gols em 268 partidas entre 1985 e 1992.
Sua carreira no Real Madrid deixou um rastro de títulos: Copa da Uefa (1986), cinco títulos consecutivos da LaLiga (de 1986 a 1990), uma Copa do Rei (1989) e duas Supercopas da Espanha (1988 e 1990). Ele também foi o artilheiro da competição nacional por quatro vezes com a camisa merengue.
O único inconveniente da carreira de Hugo Sánchez no Real foi não ter conseguido vencer a Champions League, mas sua estatura não foi igualada por nenhum outro jogador mexicano, nem mesmo por Javier ‘Chicharito’ Hernández, que chegou como reforço para o time em 2014/15, emprestado pelo Manchester United.
Sem se firmar como titular, Chicharito disputou 33 partidas pelo time madrilenho, nas quais marcou nove gols.
‘Quinta del Buitre’
Mas os laços entre o Real Madrid e o futebol mexicano não foram unidirecionais e também há vários jogadores que, depois de se destacarem no time espanhol, continuaram suas carreiras no país latino.
Um dos primeiros foi o atual presidente honorário do Real Madrid, José Martínez “Pirri”. Depois de jogar por 16 anos no time espanhol, com o qual conquistou uma Copa dos Campeões Europeus (1966) e dez ligas, entre outros títulos, em 1980 assinou com o Puebla, equipe pela qual jogou por duas temporadas.
Poucos anos depois, outra lenda do Real Madrid, Emilio Butragueño, também encerrou sua carreira de sucesso no México, no Atlético Celaya (1995/98). Atual Diretor de Relações Institucionais, o ex-atacante era o líder da chamada “Quinta del Buitre” (“Fazenda dos Abutres”, em tradução liteal), apelido da vitoriosa geração das categorias de base madridista à época.
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No México, Butragueño era uma estrela da mídia que levou o time recém-promovido aos playoffs em seu primeiro ano na primeira divisão da liga mexicana.
No Atlético Celaya, ele coincidiu com outros dois porta-estandartes do Real Madrid do final dos anos 1980 e início dos anos 1990, Míchel González e Hugo Sánchez.
Canales brilha nos ‘Rayados’
Outros dois integrantes da ‘Quinta del Buitre’, Rafael Martín Vázquez e Miguel Pardeza, jogaram no futebol mexicano, o primeiro no Atlético Celaya (coincidindo com Butragueño) e o segundo no Puebla de 1997 a 1999.
Mais recentemente, outro jogador com passado no Real Madrid que se atreveu a tentar a sorte no México é Sergio Canales, uma das atuais estrelas do “Rayados”, como é conhecido o Monterrey, com quem disputou a final do Apertura-2024 no passado domingo (com uma derrota contra o América). ) e jogará o Mundial de Clubes no próximo verão nos Estados Unidos.