Coritiba tem presença exclusiva de mulheres e crianças nas arquibancadas após medida judicial


Clube reverte pena de mando com público restrito na partida contra o Aruko, pela primeira rodada do Campeonato Paranaense

Por Murillo César Alves
Atualização:

Além da vitória do Coritiba na estreia do Campeonato Paranaense, a partida deste domingo, 15, contra o Aruko teve um elemento especial. Após medida judicial do Pleno do Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná (TJD-PR), o jogo teve a presença exclusiva de mulheres e crianças nas arquibancadas do Estádio Couto Pereira.

Na última quarta-feira, 11, o TJD reverteu as penas do Athletico-PR e Coritiba pelos confrontos entre torcedores no clássico entre as equipes, realizado em 16 de fevereiro de 2022. Na ocasião, as duas torcidas se enfrentaram na divisória dos espaços reservados a cada uma no Couto Pereira. O julgamento foi até a última instância do STJD, que decidiu que ambos os times jogassem suas primeiras partidas no Campeonato Paranaense com os portões fechados.

A pena foi revertida em uma conversão disciplinar pelo TJD-PR, que entrou em vigor logo na estreia do Coritiba em 2023. Em medida inédita, além da presença feminina, apenas crianças de até 12 anos puderam comparecer ao Couto Pereira neste domingo. Ao todo, 8.871 torcedores lotaram as arquibancadas.

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Mulheres e crianças lotaram as arquibancadas do Couto Pereira na estreia do Coritiba pelo Campeonato Paranaense. Foto: Rafael Ianoski/Coritiba

O Coritiba derrotou o Aruko, com gol de Alef Manga, nos minutos finais da partida. Nas redes sociais, o clube utilizou positivamente na ocasião, registrando vídeos e fotos da torcedoras nas arquibancadas. “Elas cantaram, gritaram e torceram do início ao fim. Foram quase 9 mil mulheres e crianças fazendo o Couto Pereira tremer”, escreveu o clube. “15 de janeiro ficará marcado na nossa história.”

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Ao todo, 8.871 torcedoras estiveram presentes na estreia do Coritiba pelo Campeonato Paranaense. António Oliveira, também estreante no comando técnico do clube, agradeceu ao apoio vindo das arquibancadas após a partida. “Não é só no mundo do futebol. É em toda sociedade. O futebol feminino tem crescimento imenso. Hoje é uma emoção ter compartilhado esse momento, que vou guardar para toda minha carreira”, afirmou o técnico. “Elas nos encheram de orgulho e foram determinantes no apoio para conseguir nosso objetivo.”

Além desta partida contra o Aruko, o Coritiba não terá que cumprir outra medida judicial. Já o Athletico-PR terá dois mandos de jogo na Arena da Baixada exclusivos para mulheres e crianças, nos dias 21 e 25 de janeiro, diante do Maringá e do Foz do Iguaçu, respectivamente.

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Reação das torcedoras

Nathalia Revers é médica veterinária e foi uma das quase nove mil presentes no Couto Pereira neste domingo. Assim como a maior parte dos torcedores, ficou chateada quando o STJD decidiu, inicialmente, que o jogo fosse disputado com os portões fechados. “Assim que vi a decisão judicial, para as mulheres e crianças, fiquei muito feliz”, conta, ao Estadão.

“Assim que (o Coritiba) liberou a venda de ingressos, inscrevi minha mãe, tia e prima, que nunca tinham ido a um jogo antes.” Nathalia conta que, com a torcida feminina, ela convidou todas as mulheres que conhecia para irem ao jogo. “No estádio, percebi que havia mulheres que, ainda que não acompanhem o futebol, estavam com seus filhos, vibrando e torcendo. Foi a realização de um sonho de muitas mulheres que nunca tiveram a oportunidade de entrar em um estádio.”

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Nathalia Revers, à esquerda, foi uma das torcedoras que esteve presente na partida de estreia do Coritiba no Campeonato Paranaense. Foto: Rafael Ianoski/Coritiba

Vick Costa, publicitária, é outra torcedora que esteve presente nas arquibancadas do Couto Pereira. Sócia há 11 anos do Coritiba, ela já está acostumada a apoiar o clube e a equipe com frequência, mas sentiu que havia uma atmosfera diferente no último domingo. “O clima das pessoas era de muita felicidade e tranquilidade. Filas mais organizadas e mais respeito entre as pessoas. Não vi nenhuma discussão ou problemas”, conta.

“Haviam muitas crianças, bem novas, coisa que não seria possível com o público que geralmente frequenta o estádio. Vi muitas mães com bebês de colo amamentando de forma tranquila, sem medo de algum comentário ou represália”, afirma Vick. “Muitas mulheres inclusive deixam de usar shorts ou roupas mais apertadas por conta do medo de serem assediadas. Não vi nenhuma preocupação com relação a isso no domingo.”

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Além de cumprir uma medida judicial, o Coritiba utilizou o jogo para arrecadar alimentos e levantar a visibilidade para a presença feminina no esporte. No último ano, a diretoria do clube já havia feito outras ações no campo social, como o “Nossa Identidade Verde”, no qual se alinhou ao Pacto Global da ONU. “Essas atitudes vão mudando aos poucos a mentalidade dos torcedores e assim caminhamos para um futebol mais democrático”, pensa Vick.

Para a publicitária, o jogo diante do Aruko é uma oportunidade para que o clube pense em alternativas para a visibilidade feminina no esporte. “As mulheres e crianças mostraram que são tão apaixonadas quanto qualquer outro torcedor e merecem o devido respeito. Reforçar a segurança feminina ou um setor exclusivo para mães com crianças pequenas são algumas das possibilidades.”

Além da vitória do Coritiba na estreia do Campeonato Paranaense, a partida deste domingo, 15, contra o Aruko teve um elemento especial. Após medida judicial do Pleno do Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná (TJD-PR), o jogo teve a presença exclusiva de mulheres e crianças nas arquibancadas do Estádio Couto Pereira.

Na última quarta-feira, 11, o TJD reverteu as penas do Athletico-PR e Coritiba pelos confrontos entre torcedores no clássico entre as equipes, realizado em 16 de fevereiro de 2022. Na ocasião, as duas torcidas se enfrentaram na divisória dos espaços reservados a cada uma no Couto Pereira. O julgamento foi até a última instância do STJD, que decidiu que ambos os times jogassem suas primeiras partidas no Campeonato Paranaense com os portões fechados.

A pena foi revertida em uma conversão disciplinar pelo TJD-PR, que entrou em vigor logo na estreia do Coritiba em 2023. Em medida inédita, além da presença feminina, apenas crianças de até 12 anos puderam comparecer ao Couto Pereira neste domingo. Ao todo, 8.871 torcedores lotaram as arquibancadas.

Mulheres e crianças lotaram as arquibancadas do Couto Pereira na estreia do Coritiba pelo Campeonato Paranaense. Foto: Rafael Ianoski/Coritiba

O Coritiba derrotou o Aruko, com gol de Alef Manga, nos minutos finais da partida. Nas redes sociais, o clube utilizou positivamente na ocasião, registrando vídeos e fotos da torcedoras nas arquibancadas. “Elas cantaram, gritaram e torceram do início ao fim. Foram quase 9 mil mulheres e crianças fazendo o Couto Pereira tremer”, escreveu o clube. “15 de janeiro ficará marcado na nossa história.”

Ao todo, 8.871 torcedoras estiveram presentes na estreia do Coritiba pelo Campeonato Paranaense. António Oliveira, também estreante no comando técnico do clube, agradeceu ao apoio vindo das arquibancadas após a partida. “Não é só no mundo do futebol. É em toda sociedade. O futebol feminino tem crescimento imenso. Hoje é uma emoção ter compartilhado esse momento, que vou guardar para toda minha carreira”, afirmou o técnico. “Elas nos encheram de orgulho e foram determinantes no apoio para conseguir nosso objetivo.”

Além desta partida contra o Aruko, o Coritiba não terá que cumprir outra medida judicial. Já o Athletico-PR terá dois mandos de jogo na Arena da Baixada exclusivos para mulheres e crianças, nos dias 21 e 25 de janeiro, diante do Maringá e do Foz do Iguaçu, respectivamente.

Reação das torcedoras

Nathalia Revers é médica veterinária e foi uma das quase nove mil presentes no Couto Pereira neste domingo. Assim como a maior parte dos torcedores, ficou chateada quando o STJD decidiu, inicialmente, que o jogo fosse disputado com os portões fechados. “Assim que vi a decisão judicial, para as mulheres e crianças, fiquei muito feliz”, conta, ao Estadão.

“Assim que (o Coritiba) liberou a venda de ingressos, inscrevi minha mãe, tia e prima, que nunca tinham ido a um jogo antes.” Nathalia conta que, com a torcida feminina, ela convidou todas as mulheres que conhecia para irem ao jogo. “No estádio, percebi que havia mulheres que, ainda que não acompanhem o futebol, estavam com seus filhos, vibrando e torcendo. Foi a realização de um sonho de muitas mulheres que nunca tiveram a oportunidade de entrar em um estádio.”

Nathalia Revers, à esquerda, foi uma das torcedoras que esteve presente na partida de estreia do Coritiba no Campeonato Paranaense. Foto: Rafael Ianoski/Coritiba

Vick Costa, publicitária, é outra torcedora que esteve presente nas arquibancadas do Couto Pereira. Sócia há 11 anos do Coritiba, ela já está acostumada a apoiar o clube e a equipe com frequência, mas sentiu que havia uma atmosfera diferente no último domingo. “O clima das pessoas era de muita felicidade e tranquilidade. Filas mais organizadas e mais respeito entre as pessoas. Não vi nenhuma discussão ou problemas”, conta.

“Haviam muitas crianças, bem novas, coisa que não seria possível com o público que geralmente frequenta o estádio. Vi muitas mães com bebês de colo amamentando de forma tranquila, sem medo de algum comentário ou represália”, afirma Vick. “Muitas mulheres inclusive deixam de usar shorts ou roupas mais apertadas por conta do medo de serem assediadas. Não vi nenhuma preocupação com relação a isso no domingo.”

Além de cumprir uma medida judicial, o Coritiba utilizou o jogo para arrecadar alimentos e levantar a visibilidade para a presença feminina no esporte. No último ano, a diretoria do clube já havia feito outras ações no campo social, como o “Nossa Identidade Verde”, no qual se alinhou ao Pacto Global da ONU. “Essas atitudes vão mudando aos poucos a mentalidade dos torcedores e assim caminhamos para um futebol mais democrático”, pensa Vick.

Para a publicitária, o jogo diante do Aruko é uma oportunidade para que o clube pense em alternativas para a visibilidade feminina no esporte. “As mulheres e crianças mostraram que são tão apaixonadas quanto qualquer outro torcedor e merecem o devido respeito. Reforçar a segurança feminina ou um setor exclusivo para mães com crianças pequenas são algumas das possibilidades.”

Além da vitória do Coritiba na estreia do Campeonato Paranaense, a partida deste domingo, 15, contra o Aruko teve um elemento especial. Após medida judicial do Pleno do Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná (TJD-PR), o jogo teve a presença exclusiva de mulheres e crianças nas arquibancadas do Estádio Couto Pereira.

Na última quarta-feira, 11, o TJD reverteu as penas do Athletico-PR e Coritiba pelos confrontos entre torcedores no clássico entre as equipes, realizado em 16 de fevereiro de 2022. Na ocasião, as duas torcidas se enfrentaram na divisória dos espaços reservados a cada uma no Couto Pereira. O julgamento foi até a última instância do STJD, que decidiu que ambos os times jogassem suas primeiras partidas no Campeonato Paranaense com os portões fechados.

A pena foi revertida em uma conversão disciplinar pelo TJD-PR, que entrou em vigor logo na estreia do Coritiba em 2023. Em medida inédita, além da presença feminina, apenas crianças de até 12 anos puderam comparecer ao Couto Pereira neste domingo. Ao todo, 8.871 torcedores lotaram as arquibancadas.

Mulheres e crianças lotaram as arquibancadas do Couto Pereira na estreia do Coritiba pelo Campeonato Paranaense. Foto: Rafael Ianoski/Coritiba

O Coritiba derrotou o Aruko, com gol de Alef Manga, nos minutos finais da partida. Nas redes sociais, o clube utilizou positivamente na ocasião, registrando vídeos e fotos da torcedoras nas arquibancadas. “Elas cantaram, gritaram e torceram do início ao fim. Foram quase 9 mil mulheres e crianças fazendo o Couto Pereira tremer”, escreveu o clube. “15 de janeiro ficará marcado na nossa história.”

Ao todo, 8.871 torcedoras estiveram presentes na estreia do Coritiba pelo Campeonato Paranaense. António Oliveira, também estreante no comando técnico do clube, agradeceu ao apoio vindo das arquibancadas após a partida. “Não é só no mundo do futebol. É em toda sociedade. O futebol feminino tem crescimento imenso. Hoje é uma emoção ter compartilhado esse momento, que vou guardar para toda minha carreira”, afirmou o técnico. “Elas nos encheram de orgulho e foram determinantes no apoio para conseguir nosso objetivo.”

Além desta partida contra o Aruko, o Coritiba não terá que cumprir outra medida judicial. Já o Athletico-PR terá dois mandos de jogo na Arena da Baixada exclusivos para mulheres e crianças, nos dias 21 e 25 de janeiro, diante do Maringá e do Foz do Iguaçu, respectivamente.

Reação das torcedoras

Nathalia Revers é médica veterinária e foi uma das quase nove mil presentes no Couto Pereira neste domingo. Assim como a maior parte dos torcedores, ficou chateada quando o STJD decidiu, inicialmente, que o jogo fosse disputado com os portões fechados. “Assim que vi a decisão judicial, para as mulheres e crianças, fiquei muito feliz”, conta, ao Estadão.

“Assim que (o Coritiba) liberou a venda de ingressos, inscrevi minha mãe, tia e prima, que nunca tinham ido a um jogo antes.” Nathalia conta que, com a torcida feminina, ela convidou todas as mulheres que conhecia para irem ao jogo. “No estádio, percebi que havia mulheres que, ainda que não acompanhem o futebol, estavam com seus filhos, vibrando e torcendo. Foi a realização de um sonho de muitas mulheres que nunca tiveram a oportunidade de entrar em um estádio.”

Nathalia Revers, à esquerda, foi uma das torcedoras que esteve presente na partida de estreia do Coritiba no Campeonato Paranaense. Foto: Rafael Ianoski/Coritiba

Vick Costa, publicitária, é outra torcedora que esteve presente nas arquibancadas do Couto Pereira. Sócia há 11 anos do Coritiba, ela já está acostumada a apoiar o clube e a equipe com frequência, mas sentiu que havia uma atmosfera diferente no último domingo. “O clima das pessoas era de muita felicidade e tranquilidade. Filas mais organizadas e mais respeito entre as pessoas. Não vi nenhuma discussão ou problemas”, conta.

“Haviam muitas crianças, bem novas, coisa que não seria possível com o público que geralmente frequenta o estádio. Vi muitas mães com bebês de colo amamentando de forma tranquila, sem medo de algum comentário ou represália”, afirma Vick. “Muitas mulheres inclusive deixam de usar shorts ou roupas mais apertadas por conta do medo de serem assediadas. Não vi nenhuma preocupação com relação a isso no domingo.”

Além de cumprir uma medida judicial, o Coritiba utilizou o jogo para arrecadar alimentos e levantar a visibilidade para a presença feminina no esporte. No último ano, a diretoria do clube já havia feito outras ações no campo social, como o “Nossa Identidade Verde”, no qual se alinhou ao Pacto Global da ONU. “Essas atitudes vão mudando aos poucos a mentalidade dos torcedores e assim caminhamos para um futebol mais democrático”, pensa Vick.

Para a publicitária, o jogo diante do Aruko é uma oportunidade para que o clube pense em alternativas para a visibilidade feminina no esporte. “As mulheres e crianças mostraram que são tão apaixonadas quanto qualquer outro torcedor e merecem o devido respeito. Reforçar a segurança feminina ou um setor exclusivo para mães com crianças pequenas são algumas das possibilidades.”

Além da vitória do Coritiba na estreia do Campeonato Paranaense, a partida deste domingo, 15, contra o Aruko teve um elemento especial. Após medida judicial do Pleno do Tribunal de Justiça Desportiva do Paraná (TJD-PR), o jogo teve a presença exclusiva de mulheres e crianças nas arquibancadas do Estádio Couto Pereira.

Na última quarta-feira, 11, o TJD reverteu as penas do Athletico-PR e Coritiba pelos confrontos entre torcedores no clássico entre as equipes, realizado em 16 de fevereiro de 2022. Na ocasião, as duas torcidas se enfrentaram na divisória dos espaços reservados a cada uma no Couto Pereira. O julgamento foi até a última instância do STJD, que decidiu que ambos os times jogassem suas primeiras partidas no Campeonato Paranaense com os portões fechados.

A pena foi revertida em uma conversão disciplinar pelo TJD-PR, que entrou em vigor logo na estreia do Coritiba em 2023. Em medida inédita, além da presença feminina, apenas crianças de até 12 anos puderam comparecer ao Couto Pereira neste domingo. Ao todo, 8.871 torcedores lotaram as arquibancadas.

Mulheres e crianças lotaram as arquibancadas do Couto Pereira na estreia do Coritiba pelo Campeonato Paranaense. Foto: Rafael Ianoski/Coritiba

O Coritiba derrotou o Aruko, com gol de Alef Manga, nos minutos finais da partida. Nas redes sociais, o clube utilizou positivamente na ocasião, registrando vídeos e fotos da torcedoras nas arquibancadas. “Elas cantaram, gritaram e torceram do início ao fim. Foram quase 9 mil mulheres e crianças fazendo o Couto Pereira tremer”, escreveu o clube. “15 de janeiro ficará marcado na nossa história.”

Ao todo, 8.871 torcedoras estiveram presentes na estreia do Coritiba pelo Campeonato Paranaense. António Oliveira, também estreante no comando técnico do clube, agradeceu ao apoio vindo das arquibancadas após a partida. “Não é só no mundo do futebol. É em toda sociedade. O futebol feminino tem crescimento imenso. Hoje é uma emoção ter compartilhado esse momento, que vou guardar para toda minha carreira”, afirmou o técnico. “Elas nos encheram de orgulho e foram determinantes no apoio para conseguir nosso objetivo.”

Além desta partida contra o Aruko, o Coritiba não terá que cumprir outra medida judicial. Já o Athletico-PR terá dois mandos de jogo na Arena da Baixada exclusivos para mulheres e crianças, nos dias 21 e 25 de janeiro, diante do Maringá e do Foz do Iguaçu, respectivamente.

Reação das torcedoras

Nathalia Revers é médica veterinária e foi uma das quase nove mil presentes no Couto Pereira neste domingo. Assim como a maior parte dos torcedores, ficou chateada quando o STJD decidiu, inicialmente, que o jogo fosse disputado com os portões fechados. “Assim que vi a decisão judicial, para as mulheres e crianças, fiquei muito feliz”, conta, ao Estadão.

“Assim que (o Coritiba) liberou a venda de ingressos, inscrevi minha mãe, tia e prima, que nunca tinham ido a um jogo antes.” Nathalia conta que, com a torcida feminina, ela convidou todas as mulheres que conhecia para irem ao jogo. “No estádio, percebi que havia mulheres que, ainda que não acompanhem o futebol, estavam com seus filhos, vibrando e torcendo. Foi a realização de um sonho de muitas mulheres que nunca tiveram a oportunidade de entrar em um estádio.”

Nathalia Revers, à esquerda, foi uma das torcedoras que esteve presente na partida de estreia do Coritiba no Campeonato Paranaense. Foto: Rafael Ianoski/Coritiba

Vick Costa, publicitária, é outra torcedora que esteve presente nas arquibancadas do Couto Pereira. Sócia há 11 anos do Coritiba, ela já está acostumada a apoiar o clube e a equipe com frequência, mas sentiu que havia uma atmosfera diferente no último domingo. “O clima das pessoas era de muita felicidade e tranquilidade. Filas mais organizadas e mais respeito entre as pessoas. Não vi nenhuma discussão ou problemas”, conta.

“Haviam muitas crianças, bem novas, coisa que não seria possível com o público que geralmente frequenta o estádio. Vi muitas mães com bebês de colo amamentando de forma tranquila, sem medo de algum comentário ou represália”, afirma Vick. “Muitas mulheres inclusive deixam de usar shorts ou roupas mais apertadas por conta do medo de serem assediadas. Não vi nenhuma preocupação com relação a isso no domingo.”

Além de cumprir uma medida judicial, o Coritiba utilizou o jogo para arrecadar alimentos e levantar a visibilidade para a presença feminina no esporte. No último ano, a diretoria do clube já havia feito outras ações no campo social, como o “Nossa Identidade Verde”, no qual se alinhou ao Pacto Global da ONU. “Essas atitudes vão mudando aos poucos a mentalidade dos torcedores e assim caminhamos para um futebol mais democrático”, pensa Vick.

Para a publicitária, o jogo diante do Aruko é uma oportunidade para que o clube pense em alternativas para a visibilidade feminina no esporte. “As mulheres e crianças mostraram que são tão apaixonadas quanto qualquer outro torcedor e merecem o devido respeito. Reforçar a segurança feminina ou um setor exclusivo para mães com crianças pequenas são algumas das possibilidades.”

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