BRASÍLIA - A CPI da Manipulação de Resultados vai começar refazendo caminhos percorridos pelo Ministério Público de Goiás (MP-GO) em busca de novas frentes de investigação sobre o esquema de apostas revelado pelos promotores de Justiça. O plano de trabalho e as primeiras deliberações deverão ser votados na primeira reunião do colegiado, marcada para a tarde desta terça-feira, dia 23, na Câmara dos Deputados.
A pauta da sessão de abertura dos trabalhos tem dez requerimentos de deputados do União Brasil, Republicanos e Patriotas. Alguns tratam dos mesmos temas. A expectativa é a de que sejam aprovados pedidos de acesso à íntegra da investigação realizada pelo MP-GO e das convocações do presidente do Vila Nova, Hugo Jorge Bravo, e do promotor de Justiça Fernando Cesconetto, responsável pela chamada Operação Penalidade Máxima.
Em entrevista ao Estadão, Cesconetto contou que os promotores estão focados em detalhar a lavagem de dinheiro por meio da manipulação de jogos para faturamento com apostas e buscar outros intermediários e financiadores do esquema.
Major da Polícia Militar de Goiás e presidente do Vila Nova, Hugo Bravo foi quem iniciou uma investigação própria e a entregou ao Ministério Público. Ele apresentou as primeiras informações e nomes sobre o aliciamento a jogadores de futebol em esquema de apostas.
A CPI foi proposta pelo deputado Felipe Carreras (PSB-PE), relator da comissão. Ele protocolou o pedido dias depois de a primeira fase da operação ter sido deflagrada. A comissão deve avançar sobre o funcionamento das casas de apostas esportivas no Brasil, que se tornaram o principal financiador do futebol brasileiro.
“Vamos ouvir todos os atores, desde quem organiza as competições até as empresas. Têm casas de apostas idôneas, mas também tem as com suspeição em cima delas”, afirmou ao Estadão. O presidente da CPI, deputado Júlio Arcoverde (Progressistas-PI), tem um encontro marcado nesta terça com o presidente da Câmara, Arthur Lira (Progressistas-AL) para tratar do assunto.