A crise do Guarani derrubou, nesta quinta-feira, o diretor de Futebol do clube, José Carlos Hernandes. Ele entregou o cargo depois de ter sido ameaçado de morte e de alguns familiares também sofrerem outros tipos de constrangimentos - seu filho acabou agredido na segunda-feira. Ele deixou o clube, mas não esqueceu de criticar a falta de apoio de sua diretoria e de qualificar de "terroristas" alguns torcedores. "Tudo tem limite. Meu amor pelo Guarani é grande, mas pela minha família é maior", justificou Hernandes, que estava há dois anos no cargo de homem de confiança do presidente Leonel Martins de Oliveira. "Foram muitos motivos, mas alguns saíram fora do controle", completou. Hernandes criticou alguns membros da torcida organizada Fúria Independente "que são terroristas, fascistas e não torcedores". Segundo o ex-diretor, este grupo teve seus benefícios cortados, como renda de loja, ingressos e passagens de graça. Há 20 dias, Hernandes já tinha sido agredido por um torcedor, que lhe desferiu um golpe com uma muleta antes de uma reunião do conselho deliberativo. Na época, houve registro de boletim de ocorrência. Também reclamou da falta de apoio para montar o elenco que voltou à elite do futebol paulista. "Este time foi montado de improviso. Montamos um grupo de graça, até de boas condições, mas os resultados não vieram", lamentou. Ameaçado pelo rebaixamento, com apenas 10 pontos, em 18.º lugar, o Guarani tentará se reabilitar diante do São Caetano, sábado à noite, no Brinco de Ouro. O técnico Jair Picerni tem experimentado vários jogadores. As principais novidades devem ser as entradas de Cunha, na lateral-esquerda, e do atacante Selmir, estreando, ao lado de Cris.